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Sociedade

A crise do afeto e o ressentimento masculino: Como o conservadorismo e o neoliberalismo alimentam a violência contra mulheres

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A escalada da violência e dos feminicídios exige a compreensão do papel do ressentimento masculino nas relações afetivas e sexuais, em um cenário de instabilidade dos vínculos e crescente politização da feminilidade. O artigo aponta que subculturas violentas de masculinidade, reforçadas por discursos de extrema direita e pelo hiperindividualismo neoliberal, convertem gênero, desejo e status de poder em terrenos de conflito permanentes, sabotando a capacidade de se relacionar e impondo um custo psíquico às mulheres

A Dicotomia de Gênero e o Avanço Conservador 🚹🚺

O texto destaca uma dicotomia de valores entre a geração Z: enquanto mulheres nessa faixa etária (18-30 anos) são mais conscientes das pautas feministas, os homens se mostram expressivamente mais conservadores. Essa assimetria alimenta tendências como as tradwives (“esposas-troféu”), que buscam docilizar a autenticidade feminina para um modelo patriarcal “palatável”.

  • A Fraude do “Homem Provedor”: A fantasia do “homem provedor” mascara uma frustração de gênero, pois esse modelo é financeiramente insuficiente na realidade neoliberal e cobra das mulheres “dívidas simbólicas” em troca de sustentação.

  • Corrosão dos Vínculos: A precariedade e a terceirização do trabalho comprometem a formação de vínculos saudáveis. A indisponibilidade afetiva masculina é vista como um “investimento psíquico enorme” que aprofunda polarizações tóxicas, levando a uma regressividade relacional (formas infantis de demanda).

A Violência como “Criptomoeda Sexual” e Propaganda Política 📢

O esvaziamento do campo afetivo enfraquece a resistência afetiva (a força interna para sustentar vínculos e acolher a vulnerabilidade). Nesse ambiente, expectativas femininas legítimas são confundidas com o ideal masculinista do “provedor-reformado” – exemplificado na figura do “calvo do Campari”.

  • Naturalização da Violência: Sujeitos nesse contexto naturalizam e exploram a violência como uma espécie de “criptomoeda sexual”, seja em microviolências cotidianas ou em atos sexuais violentos, como tentativa de restaurar uma ordem imaginária de dominância.

  • Monetização do Ódio: Inúmeros conteúdos online sobre “conquista” são monetizados, ensinando abordagens de humilhação e rebaixamento da mulher. A rejeição feminina é tratada como “incompetência” delas, e não do homem, convertendo o consentimento negado em ressentimento masculino destrutivo.

  • Propaganda Extremista: A extrema direita articula essa dinâmica como propaganda política, tentando recuperar valores patriarcais rejeitados por novas gerações (liderança autoritária, tutela moral e controle da subjetividade feminina). A violência simbólica e relacional deixa de ser apenas sintoma para se tornar uma ferramenta política autodirigida.

A Violência é Estrutural e Econômica 💔

O texto conclui que a violência contra a mulher não é apenas cultural ou simbólica, mas econômica e estrutural.

“Produzir desigualdade de gênero é assegurar o próprio funcionamento interno do capitalismo.”

A sustentação das crises e a imposição de modelos contraditórios de representatividade feminina (como a candidatura de Michelle Bolsonaro) servem ao domínio conservador. O desafio é reconhecer que a disputa pelo desejo, corpo e afetividade está interligada à disputa pelo poder, e resistir exige a reconstituição coletiva de um horizonte de dignidade e liberdade.


Com informações: Diplomatique

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Distrito Federal

Sustentabilidade Ambiental: MPDFT Lança Vídeo Sobre Direito ao Meio Ambiente Equilibrado

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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) lançou um novo episódio do projeto “Participe da Cidade”, focado na sustentabilidade ambiental. O vídeo, protagonizado pelo estudante de Direito da UnB, Ronan Campos, explica o embasamento constitucional desse tema e como a responsabilidade compartilhada é vital para as futuras gerações.


Resumo dos Pontos Principais do Vídeo

O vídeo detalha o conceito de sustentabilidade não apenas como uma ideia vaga, mas como um dever jurídico e ético estabelecido na legislação brasileira. Abaixo, os principais destaques:

  • Fundamento Constitucional: Ronan destaca que o Artigo 225 da Constituição Federal assegura a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, classificando-o como essencial à qualidade de vida. [00:25]

  • O Que é Sustentabilidade: O conceito é definido como o uso equilibrado dos recursos naturais para satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de suprirem as suas. [00:55]

  • Ações Individuais e Coletivas: O vídeo incentiva gestos cotidianos, como a separação do lixo, economia de água e energia, e o respeito à legislação ambiental. [01:11]

  • Responsabilidade do Estado e Empresas: Além do cidadão, é ressaltado que o poder público e o setor produtivo devem adotar políticas que priorizem o uso responsável dos recursos e a redução de impactos. [01:28]

  • Contexto Histórico: O termo ganhou força global após a Conferência de Estocolmo (1972) e foi consolidado pelo Relatório Brundtland (1987), que apresentou o mundo ao conceito de desenvolvimento sustentável. [01:36]

Sobre o Projeto Participe da Cidade

A série é uma iniciativa da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) do MPDFT, em parceria com o Programa de Educação Tutorial (PET) de Direito da UnB. O objetivo é:

  1. Fortalecer a cidadania e ampliar o debate público.

  2. Incentivar o controle social e a defesa do patrimônio público.

  3. Educar a população sobre temas de interesse coletivo, como o mercado de carbono e o desperdício de energia.

A participação cidadã é vista como a chave para construir soluções que respeitem os limites ambientais e promovam um crescimento justo.


📺 Assista ao vídeo completo: Participe da cidade – Sustentabilidade ambiental


Com informações de: MPDFT

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Brasil

Mulheres no Cinema Brasileiro: Trajetórias de Resistência e Autoria

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A desigualdade de gênero é uma marca profunda na indústria cinematográfica brasileira e mundial. No Brasil, dados da Ancine de 2017 revelam que apenas 16% dos filmes lançados tiveram direção exclusivamente feminina. Apesar de enfrentarem barreiras estruturais, diretoras brasileiras têm conquistado espaços fundamentais, utilizando o cinema como ferramenta de crítica social e política.


Desigualdade Estrutural e Disparidade Narrativa

A história do cinema brasileiro foi consolidada majoritariamente sob uma perspectiva masculina, o que resultou na invisibilização de contribuições femininas e na reprodução de estereótipos. Personagens femininas frequentemente ocupam menos espaços de autoridade e são mais sexualizadas.

Mesmo no cenário internacional, o reconhecimento é tardio: o Oscar levou décadas para premiar mulheres na direção, e festivais como Cannes mantêm uma disparidade histórica. No entanto, a trajetória de diretoras brasileiras mostra uma ocupação persistente em posições de decisão, autoria e direção.


5 Nomes Fundamentais do Cinema Nacional

Abaixo, destacamos cineastas que transformaram o olhar sobre o Brasil e alcançaram reconhecimento crítico dentro e fora do país:

1. Anna Muylaert

Formada pela ECA-USP, Muylaert é uma das vozes mais incisivas do cinema contemporâneo. Suas obras exploram as desigualdades de classe e as dinâmicas domésticas brasileiras.

  • Obra de destaque: Que Horas Ela Volta? (2015), premiado em Sundance e Berlim, tornou-se um marco na discussão sobre as hierarquias sociais no Brasil.

2. Petra Costa

Especialista no formato documental, Petra une memória pessoal e história política. Sua obra ganhou projeção global por documentar momentos críticos da política brasileira.

  • Obra de destaque: Democracia em Vertigem (2019) e, mais recentemente, Apocalipse nos Trópicos, indicado ao Oscar 2026 na categoria de Melhor Documentário.

3. Beatriz Seigner

Diretora e roteirista paulista, Seigner é reconhecida pela capacidade de transitar entre coproduções internacionais e narrativas sensíveis sobre refúgio e fronteiras.

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  • Obra de destaque: Los Silencios (2018), exibido em Cannes. Recentemente, coescreveu o roteiro de La contadora de películas, de Walter Salles.

4. Adélia Sampaio

Uma figura histórica essencial: em 1984, Adélia tornou-se a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil. Sua carreira é marcada pela superação de obstáculos raciais e de gênero na década de 1970 e 1980.

  • Obra de destaque: Amor Maldito (1984).

5. Suzana Amaral

Com uma carreira consolidada na TV Cultura e na docência, Suzana Amaral destacou-se pela maestria em adaptar grandes obras da literatura brasileira para as telas.

  • Obra de destaque: A Hora da Estrela (1985), adaptação da obra de Clarice Lispector, que conquistou prêmios importantes em Brasília e Berlim.


Cenário Atual e Perspectivas

O resgate dessas trajetórias é fundamental para combater a lógica excludente da indústria. A presença dessas mulheres em festivais internacionais e a indicação de documentários brasileiros ao Oscar 2026 demonstram que, embora a desigualdade persista, a autoria feminina brasileira é vibrante, política e esteticamente inovadora.


Com informações:  Revista Fórum

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Mundo

Fortuna de Elon Musk ultrapassa US$ 600 bilhões com expectativa de IPO da SpaceX

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Executivo se torna a primeira pessoa a alcançar o patamar de US$ 600 bilhões, impulsionado pela avaliação recorde da SpaceX, que pode abrir capital em 2026

O empresário Elon Musk, CEO da Tesla e fundador da SpaceX, atingiu um marco inédito em sua trajetória financeira nesta semana. Segundo a revista Forbes, o patrimônio do executivo ultrapassou a marca de US$ 600 bilhões (cerca de R$ 3,2 trilhões), consolidando-o como a primeira pessoa no mundo a atingir este patamar.

Embora o ranking em tempo real da Forbes mostrasse um ajuste para cerca de US$ 508 bilhões na terça-feira (16), a alta recente foi um feito histórico que superou o patamar de US$ 500 bilhões. A principal razão para o salto recorde está ligada às projeções e movimentações do mercado em relação à sua empresa aeroespacial, a SpaceX.

SpaceX: O motor da fortuna de Musk

A valorização da fortuna de Elon Musk está intimamente ligada à expectativa de que a SpaceX abra capital (IPO) em junho de 2026. A avaliação esperada para a empresa no mercado pode chegar a US$ 1,5 trilhão (cerca de R$ 8 trilhões).

Musk detém uma participação de 42% na SpaceX, e a abertura de capital a esse valor a catapultaria para a faixa do trilionário. Segundo a Forbes, se a avaliação de US$ 1,5 trilhão se confirmar, o patrimônio de Musk poderá superar a marca de US$ 1 trilhão (mais de R$ 5 trilhões).

Recentemente, a SpaceX já demonstrou sua força no mercado privado. A empresa realizou uma oferta secundária de ações que fixou seu valor atual em US$ 800 bilhões (cerca de R$ 4,3 trilhões), um movimento que contribuiu diretamente para que o patrimônio de Musk superasse os US$ 600 bilhões.

De acordo com o diretor financeiro da SpaceX, Bret Johnsen, os valores levantados na bolsa de valores serão investidos em projetos ambiciosos, incluindo:

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  • Promover mais voos da Starship.

  • Implementar centros de dados de Inteligência Artificial (IA) no espaço.

  • Construir uma base na Lua.

  • Enviar missões a Marte.

Salário (quase) trilionário na Tesla

Ainda em novembro, o conselho da Tesla aprovou um pacote de remuneração avaliado em quase US$ 1 trilhão para Elon Musk, com a justificativa de manter o executivo motivado em seus projetos.

O pagamento não é imediato; o montante será distribuído ao longo de uma década e está condicionado ao cumprimento de metas extremamente ambiciosas para a montadora. Entre as exigências, estão:

  • Aumentar o valor de mercado da Tesla de US$ 1 trilhão para mais de US$ 8 trilhões.

  • Entregar 20 milhões de veículos e 1 milhão de robôs humanoides.

  • Vender 10 milhões de assinaturas do FSD (serviço de direção assistida).

  • Ter 1 milhão de robotáxis em operação comercial.

A combinação da valorização de suas empresas privadas, como a SpaceX, e os pacotes de remuneração baseados em metas na Tesla, colocam Elon Musk em uma trajetória inédita na história da riqueza global.


Com informações: Olhar Digital e Forbes.

 

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