O novo levantamento do Índice de Progresso Social (IPS) para o Brasil em 2025 aponta que a Amazônia Legal concentra a maioria dos municípios com o pior desempenho em qualidade de vida no país. De acordo com a pesquisa, 90% das 10 piores cidades para se viver estão nessa região, com destaque para os estados de Roraima e Pará. O ranking é encabeçado por Uiramutã, em Roraima, que obteve a pontuação de 37,59 em uma escala de 0 a 100. O município é seguido por diversas cidades do Pará, que domina a lista.
O estudo, desenvolvido pelo Imazon, analisou 5.570 municípios brasileiros, avaliando 57 indicadores sociais e ambientais em três dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades. A pontuação média nacional foi de 61,96. No entanto, o desempenho foi desigual entre as dimensões. O setor de “Oportunidades” apresentou o pior resultado, com uma média de 46,07 pontos, enquanto “Necessidades Humanas Básicas” e “Bem-Estar” registraram médias de 74,79 e 65,02, respectivamente.
Os desafios do Norte e os destaques do ranking
O IPS 2025 mostra que as cidades do Norte do país enfrentam desafios significativos, especialmente nas dimensões que medem os direitos individuais e o acesso à educação. Os componentes mais críticos foram “Direitos Individuais” (32,41), “Inclusão Social” (47,21) e “Acesso à Educação Superior” (47,39), que ficaram abaixo da média de 60 pontos. Esses dados indicam dificuldades estruturais que afetam a qualidade de vida da população nessas regiões.
O ranking das 10 piores cidades é quase totalmente composto por municípios da região amazônica:
- Uiramutã (RR): 37,59
- Jacareacanga (PA): 40,04
- Amajari (RR): 40,95
- Bannach (PA): 40,99
- Alto Alegre (RR): 41,07
- Trairão (PA): 42,08
- Pacajá (PA): 42,86
- Portel (PA): 43,25
- São Félix do Xingu (PA): 43,33
- Anapu (PA): 43,39
Uiramutã, o município mais setentrional do Brasil, manteve a pior pontuação do IPS pelo terceiro ano consecutivo. A cidade, onde 95% da população se autodeclara indígena, reflete as dificuldades enfrentadas em áreas remotas e com alta concentração de comunidades nativas. O Pará, por sua vez, continuou sendo o estado com a pior pontuação nacional do IPS, atingindo uma média de 53,71 e ocupando a 27ª posição no ranking dos estados.
Em contraste, o Distrito Federal foi o líder no ranking nacional, com uma pontuação de 69,04, seguido por São Paulo (66,45) e Santa Catarina (64). Esses estados se destacaram por apresentarem pontuações acima da média nacional, evidenciando as disparidades regionais na qualidade de vida no Brasil.
Com informações: Imazon / Revista Fórum

