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Tecnologia

Big techs estão investindo em cabos submarinos. Qual o motivo?

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Expansão da inteligência artificial e demanda por conectividade impulsionam gigantes da tecnologia a entrar em um setor tradicionalmente dominado por telecomunicações

Enquanto empresas de telecomunicações e consórcios estatais historicamente controlaram a construção e operação de cabos submarinos , as big techs estão assumindo um papel cada vez mais central nesse mercado. Google, Meta, Microsoft e Amazon já anunciaram projetos bilionários para instalar redes de fibra óptica no fundo dos oceanos. Mas afinal, por que essas gigantes da tecnologia estão investindo pesadamente em uma infraestrutura que não era seu foco principal?

A resposta está na inteligência artificial e na explosão de dados

O motivo é claro: a crescente demanda por largura de banda e conectividade global , impulsionada principalmente pelo avanço da inteligência artificial (IA) .

A IA exige enormes volumes de dados e alta capacidade de processamento , muitas vezes distribuídos entre centros de dados espalhados pelo mundo. Para garantir que seus serviços funcionem com baixa latência e alta velocidade , as empresas precisam de rotas diretas e confiáveis para transportar informações entre continentes — e os cabos submarinos são a única solução viável.

“Computação, dados e conectividade” são os pilares da IA, afirmou Alex Aime , chefe de infraestrutura de rede da Meta .

Cabos submarinos: a espinha dorsal da internet

Apesar do avanço dos satélites, cerca de 95% a 99% do tráfego internacional de dados passa por cabos submarinos , segundo estimativas da Global Digital Inclusion e declarações de Nigel Bayliff , diretor sênior de redes submarinas do Google .

Esses cabos de fibra óptica, instalados no leito oceânico, são responsáveis por:

  • Transmissões de vídeo e voz
  • Chamadas internacionais
  • Operações bancárias e transações financeiras
  • Nuvem (cloud computing)
  • Serviços de streaming
  • E agora, o transporte massivo de dados para treinamento e operação de modelos de IA
Grandes projetos em andamento

Meta – Projeto Waterworth

  • Extensão: cerca de 50 mil quilômetros — mais longo que a circunferência da Terra
  • Alcance: ligará os Estados Unidos, Brasil, Índia, África do Sul e outras regiões
  • Objetivo: expandir a capacidade de conexão em áreas com crescimento acelerado de uso digital e IA
  • Status: em desenvolvimento; enfrenta desafios geopolíticos e técnicos

Google – Sistema Sol

  • Investimento: em mais de 30 cabos submarinos
  • Nova rota: ligando Estados Unidos, Bermudas, Açores e Espanha
  • Foco: atender à demanda por Google Cloud e serviços de inteligência artificial na Europa e nas Américas
  • Capacidade: projetada para suportar o crescimento exponencial de dados
Por que as big techs não dependem mais das operadoras?

Antes, as empresas de tecnologia alugavam capacidade em cabos pertencentes a consórcios de telecomunicações. Hoje, elas optam por:

  1. Controlar sua própria infraestrutura
    → Mais segurança, previsibilidade e controle sobre latência
  2. Garantir resiliência e redundância
    → Evitar interrupções em serviços críticos como IA e nuvem
  3. Reduzir custos a longo prazo
    → Apesar do alto investimento inicial, ter um cabo próprio é mais econômico que alugar capacidade contínua
  4. Expandir presença global estratégica
    → Países emergentes, como o Brasil, tornam-se pontos-chave em novas rotas
Desafios do novo modelo

Apesar do poder financeiro das big techs, o caminho não é fácil:

  • Tempo de implantação: cerca de 4 anos (planejamento, licenças, testes e instalação)
  • Barreiras geopolíticas: disputas entre países podem atrasar ou cancelar projetos
  • Riscos físicos: cabos são alvos de danos acidentais, pesca predatória e até sabotagem por potências como Rússia e China
  • Confiabilidade tecnológica: manter equipamentos funcionando no fundo do mar exige inovação constante
Um novo mapa da internet em construção

Com os investimentos das big techs, o futuro da internet global está sendo redesenhado. O domínio das telecomunicações está sendo dividido com gigantes que agora controlam parte fundamental da infraestrutura física da rede.

Para especialistas, essa mudança marca uma nova fase da internet: não apenas digital, mas também geofísica , onde o poder está ligado não só ao software, mas à posse de rotas de dados estratégicas sob os oceanos.

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Com informações: Olhar Digital

Tecnologia

Transição para o Windows 11 está mais lenta do que o esperado, apesar do fim do suporte ao Windows 10

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A transição de usuários e empresas do Windows 10 para o Windows 11 está ocorrendo em um ritmo muito mais lento do que o previsto, mesmo após o fim do suporte da Microsoft ao Windows 10 em outubro de 2025. Segundo dados da Dell, o ritmo de migração está de 10 a 12 pontos percentuais atrás daquele visto na transição para o Windows 10. Estima-se que 500 milhões de computadores capazes de rodar o Windows 11 ainda não foram atualizados e outros 500 milhões são antigos demais para o novo sistema

Apesar do fim do suporte ao Windows 10 em 14 de outubro de 2025, a expectativa de que consumidores e empresas correriam para atualizar seus equipamentos para o Windows 11 não se concretizou.

A Realidade da Transição 🐢

Durante sua conferência de resultados do terceiro trimestre, a Dell revelou que a transição para o Windows 11 está significativamente lenta:

  • Ritmo de Atraso: Jeff Clarke, diretor de operações da Dell, afirmou que o ritmo de atualização está 10 a 12 pontos percentuais atrás do que foi observado no mesmo período de tempo durante a transição para o Windows 10.

  • Resistência do Público: Muitas pessoas parecem confortáveis em manter seus sistemas atuais, adiando a decisão de compra ou atualização, o que resultou em vendas de PCs estagnadas.

O Gargalo dos Computadores Antigos

Os números apresentados pelo executivo da Dell ilustram a grande base de equipamentos que ainda não fez a migração:

  • PCs Capazes, mas Não Atualizados: Cerca de 500 milhões de computadores em uso são tecnicamente capazes de rodar o Windows 11, mas seus donos optaram por não atualizar o sistema.

  • PCs Obsoletos: Outros 500 milhões de máquinas têm mais de quatro anos e sequer atendem aos requisitos mínimos para instalar o novo sistema operacional, necessitando de substituição completa.

Foco no Mercado de IA

Embora o mercado de PCs pessoais tenha ficado estagnado, a Dell relatou uma receita total de US$ 27 bilhões, um aumento de 11% em relação ao ano anterior. Esse crescimento não veio do consumidor doméstico, mas sim da demanda explosiva por servidores de inteligência artificial (IA), que compensou a falta de interesse no mercado de PCs.

A indústria, contudo, ainda aposta que a enorme base de computadores antigos eventualmente precisará ser trocada, gerando uma oportunidade futura de vendas.


Com informações: Dell e Olhar Digital

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Sociedade

Aumento de aplicativos espiões em celulares preocupa especialistas e acende alerta para segurança infantil

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Levantamento da ESET e Digipais mostra a disseminação de spyware e stalkerware em dispositivos de crianças e adolescentes, comprometendo a privacidade e a segurança. Especialistas alertam para a importância do antivírus, da educação digital e do diálogo entre pais e filhos para identificar e remover essas ameaças, que podem ser instaladas por malware ou por pessoas com acesso físico ao aparelho

O uso crescente de softwares espiões — spyware e stalkerware — em celulares de crianças e adolescentes gera grande preocupação entre especialistas em segurança digital. Segundo a ESET e a iniciativa Digipais, esses programas podem ser instalados sem que o usuário perceba e permitem que terceiros monitorem atividades, acessem câmeras, microfones, dados pessoais e até manipulem senhas.

Tipos de software e formas de infecção

Embora o spyware seja focado no roubo de informações confidenciais (como credenciais bancárias), o stalkerware é usado para vigiar pessoas conhecidas, geralmente em contextos de assédio ou controle excessivo.

  • Spyware: A infecção ocorre comumente ao clicar em links falsos ou baixar aplicativos fraudulentos, como o caso do spyware Ratel, que em 2024 se disfarçou do jogo Hamster Kombat.

  • Stalkerware: Costuma ser instalado manualmente por alguém que tem acesso físico ao dispositivo, operando em segredo e disfarçado, o que o torna mais difícil de identificar.

  • Controle Parental vs. Stalkerware: A principal diferença é a transparência. Enquanto as ferramentas legítimas de controle parental são usadas com diálogo e consentimento para proteger, o stalkerware atua de forma oculta e antiética.

Sinais de alerta e remoção

Os especialistas apontam que o comportamento anormal do dispositivo é o principal sinal de alerta.

  • Sinais de Alerta: Superaquecimento, consumo elevado de bateria e dados, travamentos recorrentes e a presença de aplicativos desconhecidos com nomes genéricos (ex.: “Serviço do sistema”). Mudanças automáticas nas configurações de privacidade ou a luz da câmera que pisca sem uso também são indicativos.

  • Remoção: Em caso de suspeita, a orientação é agir rapidamente:

    1. Instalar e atualizar um antivírus confiável para varredura.

    2. Desconectar o aparelho da internet (Wi-Fi e rede móvel).

    3. Remover o programa suspeito e reiniciar no modo de segurança.

    4. Alterar todas as senhas (e-mails, redes sociais e bancos), pois os dados podem ter sido interceptados.

Para Luis Lubeck, mentor educativo da ONG Argentina Cibersegura, a prevenção começa com a educação digital, ensinando hábitos simples de segurança e promovendo confiança e diálogo constante entre pais e filhos.


Com informações: ESET e Digipais

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Tecnologia

Cientistas afirmam ter eliminado um grande gargalo da IA: agora é possível processar cálculos “na velocidade da luz”

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Uma nova arquitetura chamada Multiplicação Paralela de Matrizes Ópticas (POMMM) pode revolucionar a Inteligência Artificial (IA) ao permitir que os cálculos sejam processados na velocidade da luz. O sistema óptico realiza múltiplas operações tensoriais simultaneamente com um único pulso de laser, solucionando o gargalo de escalabilidade que limitava a computação óptica

Cientistas desenvolveram uma arquitetura fundamental para a computação óptica de próxima geração, que utiliza luz em vez de eletricidade para alimentar os chips. Essa inovação pode eliminar o gargalo que atualmente limita o desempenho e o tamanho dos grandes modelos de Inteligência Artificial (IA), como os Large Language Models (LLMs).

O gargalo dos tensores

No cerne do aprendizado profundo e dos LLMs, as operações são organizadas em estruturas ponderadas chamadas “tensores“. A velocidade com que os modelos conseguem processar dados tensores é um limite rígido que impede o avanço de modelos maiores e mais poderosos.

  • Limitação Óptica Tradicional: Embora a computação baseada em luz seja mais rápida e eficiente em termos de energia em escalas menores, a maioria dos sistemas ópticos tradicionais não pode ser executada em paralelo (linearidade), ao contrário das GPUs (Unidades de Processamento Gráfico), que podem ser encadeadas para aumentar exponencialmente o poder de processamento.

  • Escalabilidade: Esse gargalo de escalabilidade é o motivo pelo qual modelos mais poderosos exigem milhares de GPUs operando em conjunto.

A solução Multiplicação Paralela de Matrizes Ópticas (POMMM)

A nova arquitetura, denominada Multiplicação Paralela de Matrizes Ópticas (POMMM), propõe uma solução que substitui os gargalos tradicionais por uma operação passiva e de disparo único.

  • Funcionamento: O POMMM realiza múltiplas operações tensoriais simultaneamente usando um único pulso de laser, processando cálculos “na velocidade da luz”.

  • Potencial: Os cientistas argumentam que o POMMM poderia se tornar o hardware fundamental para a Inteligência Artificial Geral (AGI), ao resolver o problema de escalabilidade que tem limitado o avanço da computação óptica, permitindo maior poder de processamento em larga escala.


Com informações: Tristan Greene, Live Science

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