Conecte-se conosco

Mundo

Equador: Revolução Cidadã exige auditoria por ‘fraude física’ no 2º turno das eleições

Publicado

em

O movimento da oposição de esquerda do Equador, o Revolução Cidadã (RC), de Luisa González, exigiu nesta quinta-feira (24/07) uma investigação independente, nacional ou internacional, após a divulgação de um relatório de especialistas que aponta indícios de um suposto mecanismo de fraude eleitoral no segundo turno das eleições presidenciais realizadas em 13 de abril.

O documento em questão menciona uma possível manipulação física de votos por meio de transferência de tinta (INKSWAP), técnica que teria favorecido o presidente conservador Daniel Noboa à reeleição.

Elaborado por peritos internacionais, o estudo destaca que a suposta fraude não ocorreu por meios digitais, mas sim por uma manipulação física das cédulas “com base no design da cédula, no tipo de tinta usada e no controle sobre os principais materiais eleitorais”. Segundo o texto, a combinação desses fatores teria criado um cenário propício para a alteração dos votos a favor de Noboa.

Publicidade

Entre as irregularidades apontadas estão: o controle militar e logístico no qual o mandatário reeleito manteve comando direto sobre as Forças Armadas e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), além de ter decretado estado de emergência dois dias antes da votação; a produção dos kits eleitorais (cédulas, canetas e urnas) por uma única empresa, Montgar, sob supervisão militar, sem fiscalização independente; a proibição de fotografar o voto, impedindo que eleitores documentassem possíveis irregularidades.

Transferência de tinta

O relatório sugere que votos destinados à candidata González teriam sido transferidos para Noboa por meio de um método físico:

Tinta não secante: as canetas oficiais usavam tinta de secagem lenta, facilitando a transferência ao dobrar a cédula.

Papel tratado: o material das cédulas teria sido preparado para permitir a passagem da tinta.

Publicidade

Simetria do design: a disposição das opções na cédula permitiria que um voto em González fosse marcado como sendo de Noboa após contato.

Segundo o Revolução Cidadã, esse mecanismo explicaria a discrepância entre as pesquisas, que nas preliminares apontavam empate técnico ou vitória da candidata progressista, e o resultado oficial.

Inconsistências nas atas

O Revolução Cidadã também apresentou ao CNE mais de 14 mil atas com supostas irregularidades, incluindo 1.984 sem assinaturas conjuntas das autoridades das Juntas Receptoras de Voto (JRV), violando o Código da Democracia; 1.526 cédulas com contagens divergentes do número de eleitores; 1.582 atas com resultados fora da média de seus distritos.

Apesar das denúncias, o CNE rejeitou as contestações da oposição e negou um pedido de recontagem dos votos. O procurador-geral do Revolução Cidadã, Francisco Estarellas, questionou a decisão do órgão, insistindo que as atas “não coincidem com as do sistema”. Entretanto, a presidente do conselho, Diana Atamaint, afirmou que as atas são “autênticas e imutáveis” por estarem assinadas digitalmente.

Publicidade

Depois de não aceitar três petições apresentadas pela oposição solicitando a nulidade das eleições na manhã desta quinta-feira, além de rechaçar a recontagem de votos, a autoridade eleitoral emitiu o seguinte resultado eleitoral: Luisa González (Aliança RC-Reto) 44,37%, equivalente a 4.683.260 votos, e Daniel Noboa (ADN) 55,63%, representando 5.870.618 votos.


(*) Com Telesur / Opera Mundi

Publicidade
Continue Lendo
Publicidade
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicidade

Em alta

Copyright © 2021-2025 | Fato Novo - Notícias e informações.