Enquanto isso, as populações locais enfrentam deslocamentos e a escassez de recursos hídricos, agravada pelo uso intensivo de água em projetos de energia renovável.
A guerra na Ucrânia acelerou os investimentos europeus no Egito, especialmente no setor de gás natural, como alternativa ao fornecimento russo.
Empresas europeias injetaram bilhões para explorar as reservas egípcias, mas o Greenpeace alerta que a perfuração excessiva tem causado erosão do solo, contaminação da água e poucos benefícios para a população local. Além disso, o Egito tem aumentado o uso doméstico de combustíveis altamente poluentes, como o mazut, para liberar mais gás para exportação.
No Marrocos, grandes investimentos em hidrogênio verde e amônia, como os US$ 10,6 bilhões da TotalEnergies e os € 300 milhões da Alemanha, também têm como foco principal a exportação para mercados europeus. Esses projetos, embora promovam a energia renovável, não contribuem significativamente para a descarbonização das economias locais, segundo o relatório.
Hanen Keskes, líder de campanhas do Greenpeace no Oriente Médio e Norte da África, critica a abordagem europeia: “O norte global deve reduzir seu próprio consumo e desenvolver capacidade renovável internamente, em vez de transferir os custos socioambientais para o sul global. É essencial descolonizar e transformar a arquitetura financeira global para garantir uma transição energética justa.”
O relatório sugere que, para que países como Egito e Marrocos possam se tornar verdadeiros hubs de energia limpa, é necessário investimento internacional em infraestrutura e políticas voltadas para o desenvolvimento sustentável local. Parcerias estratégicas e políticas inteligentes poderiam permitir que essas nações não apenas exportassem energia limpa, mas também reduzissem sua própria dependência de combustíveis fósseis, beneficiando suas populações e o meio ambiente.
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11/03/2025 at 19:25
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