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Historiador debate características da extrema-direita no DR com Demori

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João Cezar de Castro Rocha debate no programa da TV Brasil como redes sociais e monetização impulsionam movimentos de extrema-direita. Atração vai ao ar nesta terça (22).

Extrema-direita e o impacto das redes sociais
O historiador e escritor João Cezar de Castro Rocha é o convidado do próximo episódio do programa DR com Demori , da TV Brasil, que aborda as características, contradições e evolução da extrema-direita no cenário contemporâneo. A entrevista, gravada em São Paulo, vai ao ar nesta terça-feira (22/07), às 23h, e traz uma análise sobre como as novas tecnologias amplificam discursos de ódio e promovem a polarização política.

Castro Rocha destaca que, embora não haja um acordo formal entre líderes de extrema-direita em diferentes países, há um conjunto de práticas compartilhadas, impulsionadas pelo ambiente digital. “Não fomos preparados, do ponto de vista neurológico, para estar 24 horas conectados. É nesse esgotamento que a extrema-direita viceja de maneira muito poderosa pelo mundo inteiro”, afirma.

Fascismo do século 20 vs. extrema-direita atual
O historiador aponta diferenças entre os movimentos fascistas do século 20 e a extrema-direita contemporânea. Enquanto o fascismo clássico tinha uma estrutura ideológica centralizada, o fenômeno atual se caracteriza por uma rede descentralizada de ações, com retóricas adaptadas ao ambiente online.

Para Castro Rocha, a crise econômica global de 2008 foi um marco fundamental para o avanço desses movimentos. “Sem a crise de 2008 nos Estados Unidos, a extrema-direita não teria avançado, porque esse período evidenciou aos mais vulneráveis que eles são descartáveis — até mesmo para uma parte da esquerda”, diz.

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Guerra cultural e inimigos imaginários
Um dos pilares da extrema-direita, segundo o historiador, é a construção constante de inimigos simbólicos, especialmente em torno de pautas de costumes. “É uma produção própria que consiste em inventar inimigos imaginários o tempo todo”, explica, destacando que essa estratégia é altamente eficaz, ainda que “grosseira”.

A internet, em sua visão, é a principal plataforma para essa dinâmica. “Há afinidades estruturais não planejadas, mas, por isso mesmo, ainda mais fortes com o universo digital. É como se fossem irmãos gêmeos”, compara.

Monetização da política e recusa do diálogo
Castro Rocha também discute como a política passou a operar sob lógicas de mercado, com destaque para a monetização de conflitos . “Eles transferem para a política as regras básicas da economia de tensão”, afirma, referindo-se à forma como escândalos, polêmicas e ofensas geram engajamento e, consequentemente, receita.

Outro ponto central é a recusa em reconhecer o adversário como legítimo interlocutor. “Para eles, o outro não é um opositor necessário à democracia, mas um inimigo a ser eliminado”, ressalta, alertando para os riscos dessa postura à convivência democrática.

Sobre o programa DR com Demori
Apresentado por Leandro Demori, o DR com Demori traz debates aprofundados com personalidades de diferentes áreas. Entre os convidados já entrevistados estão o ministro do STF Gilmar Mendes, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a cantora Zélia Duncan e o músico Roger Waters.

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O programa será exibido ao vivo na TV Brasil , às 23h desta terça-feira (22/07) , com reprise na madrugada de quarta (23), às 4h30. Também será transmitido simultaneamente pela Rádio MEC e estará disponível em formato de podcast no Spotify , além do canal do programa no YouTube e no aplicativo TV Brasil Play .


Com informações: Agência Brasil

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