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Maioria dos brasileiros é contra Israel, revela pesquisa

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Uma pesquisa publicada neste mês de junho pelo instituto Pew Research Center mostrou que a maioria dos brasileiros tem uma visão negativa sobre Israel.

O estudo, realizado entre março e maio deste ano, foi realizado em 24 países, entre eles o Brasil, e coincide com o período em que o genocídio perpetrado por Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza completou 600 dias e atingiu a marca de 54 mil mortes diretas pelos bombardeios e ataques.

No caso brasileiro, os dados mostram que 58% da população possui uma opinião desfavorável sobre Israel, sendo que 44% mantém opinião “pouco desfavorável” e 14% “muito desfavorável”.

Em contrapartida, são 32% os que se dizem favoráveis a Israel, sendo 28% “pouco favoráveis” e apenas 4% “muito favoráveis”.

Na América Latina, o Brasil demonstra cenário parecido ao do México, onde há 61% contra Tel Aviv, e 24% a favor. Na Argentina, 46% são contrários e 26% se dizem favoráveis.

Na América do Norte, os números mostraram uma surpresa no caso dos Estados Unidos, histórico aliado político de Israel.

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Segundo a pesquisa, 53% dos norte-americanos são contra Tel Aviv, sendo 34% “pouco desfavoráveis” e 19% “muito desfavoráveis”. Já os defensores se dividem entre 31% “pouco favoráveis” e 13% “muito favoráveis”, totalizando 44% de apoio.

No Canadá, 60% da população se diz contra, enquanto 33% são a favor do país governado por Benjamin Netanyahu.

A Europa é o continente onde a visão negativa sobre Israel está mais consolidada, em países como Alemanha (64% contra e 31% a favor), Espanha (75% contra e 18% a favor), França (63% contra e 28% a favor), Grécia (72% contra e 23% a favor), Hungria (53% contra e 36% a favor), Itália (66% contra e 29% a favor), Países Baixos (78% contra e 19% a favor), Polônia (62% contra e 16% a favor), Reino Unido (61% contra e 30% a favor) e Suécia (75% contra e 20% a favor).

A Turquia, na divisa entre Europa e Ásia, é o país com maior percentual de visão contrária a Tel Aviv, com 93% de rejeição. Os apoiadores do país são apenas 4%.

Na Ásia, o cenário é parecido em ao menos três países: Coreia do Sul (60% contra Israel e 31% a favor), Indonésia (80% contra e 17% a favor) e Japão (79% contra e 13% a favor).

Porém, também há o caso da Índia, um dos três países onde a visão é mais favorável a Israel, mas onde também há um grande número de indecisos. Entre os indianos, 34% são a favor do país liderado por Netanyahu, e 29% são contra.

Na Austrália, único integrante a Oceania presente no estudo, 74% se disseram contra Israel, enquanto 25% afirmaram estar a favor do país.

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A África foi o continente com mais casos de países a favor de Israel. Das três nações analisadas, a Nigéria foi a que mostrou visão mais pró Tel Aviv, com 59% de pessoas a favor, contra 32% contra. Também foi o caso do Quênia, com 50% a favor e 42% contra. Já na África do Sul, 52% se disseram contra e 34% a favor.

O balanço total da pesquisa, nos 24 países pesquisados, mostrou que 62% das pessoas possui uma imagem negativa de Israel, enquanto 29% tem uma imagem positiva.

Sobre Netanyahu

O estudo do Pew Research também perguntou sobre o apoio à figura do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

O resultado do balanço total entre os 24 países analisados mostrou um resultado ainda mais amplo: 69% rejeitam o premiê sionista, contra 21% que o apoiam.

No caso do Brasil, também há um cenário mais contundente de rechaço, em comparação com a pergunta sobre Israel: 63% dos brasileiros são contra Netanyahu, sendo 46% “muito desfavoráveis” e 17% “pouco desfavoráveis” ao premiê.

Já os que são a favor somam 27%, sendo 18% “pouco favoráveis” e 9% “muito favoráveis” ao líder da extrema direita israelense.

Nos Estados Unidos, apesar da relação entre Netanyahu e o presidente Donald Trump, a rejeição ao premiê sionista é de 52%, contra 32% que o aprovam.

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Nos demais países, os cenários são similares aos da pergunta que mediu a opinião sobre o país Israel, mas com números maiores de rejeição quando a pergunta é sobre Netanyahu.

Sociedade civil x Mídia Ocidental

Segundo cientista político Bruno Lima Rocha, professor de Relações Internacionais da Faculdade São Francisco de Assis, da “o resultado pode parecer surpreender para quem acompanha certos meios hegemônicos, mas para um amplo setor engajado em causas anti-imperialistas, esse cenário era mais do que esperado”.

“Há uma evidente dissociação entre a opinião publicada em escala industrial na mídia ocidental e a percepção da sociedade civil organizada de um conjunto de países. Também ajuda o fato do ‘excepcionalismo de Israel’ não convencer mais diante de um genocídio contra o povo palestino a olhos visto e agora uma guerra deliberada de agressão contra um país soberano, o Irã”, afirmou o acadêmico e jornalista, que também é também é colunista do Monitor do Oriente Médio, além de editor do programa Oriente Médio em Revista, e do portal estrategiaeanalise.com.br.

A reportagem de Opera Mundi entrou em contato com as assessorias de imprensa de duas entidades defensoras da narrativa sionista, a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e a Stand With Us Brasil, para pedir que essas organizações expusessem suas considerações a respeito dos resultados das pesquisas, mas não obteve respostas até a publicação desta matéria.

Estaremos atualizando este texto caso as duas entidades se pronunciem a respeito do tema.


Com informações de Pew Research Center. / Opera Mundi

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