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Saúde

Para Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Portarias representam um avanço significativo no fortalecimento da oncologia no âmbito do SUS

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Mas a plena implementação enfrenta desafios estruturais e operacionais, alerta a entidade

O Ministério da Saúde começou na semana passada a regulamentar a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) com a publicação da Portaria nº 6.590, no dia 6 de fevereiro, e das Portarias nº 6.591 e nº 6.592, no dia 7. A primeira versa sobre a Política de forma geral, enquanto as demais instituem, respectivamente, a Rede de Prevenção e Controle do Câncer (RPCC) e o Programa de navegação para pessoas com diagnóstico de câncer no SUS.

Desde a aprovação da PNPCC, em dezembro de 2023, representantes da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) estiveram em contato com as autoridades para fornecer subsídios técnicos nas discussões sobre o tema.

A nova Política tem como objetivos a diminuição da incidência de diversos tipos de câncer, a garantia de acesso adequado às ações de promoção da saúde, o cuidado integral à pessoa com câncer, a melhoria da qualidade de vida dos usuários diagnosticados com a doença e a redução da mortalidade e das incapacidades causadas por neoplasias.

“As Portarias representam um avanço significativo no fortalecimento da PNPCC no âmbito do SUS. Ao estabelecer como prioritários a prevenção, a detecção precoce, o tratamento e a reabilitação de pacientes com câncer, a medida fortalece a necessária busca de um cuidado mais integralizado e equitativo”, comenta a Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira. “A proposta de incorporação de tecnologias, o uso da telessaúde e a ênfase na qualificação profissional são elementos essenciais para modernizar e ampliar a assistência oncológica no Brasil”, complementa.

Contudo, ela alerta, apesar da importância, a plena implementação das ações definidas na Política enfrenta desafios estruturais e operacionais. “A regionalização e descentralização do atendimento são fundamentais, mas exigem investimentos consistentes em infraestrutura, capacitação profissional e regulação eficaz para garantir acesso oportuno e qualidade assistencial. A necessidade de fortalecer a integração dos sistemas de informação, assegurar o financiamento adequado e alinhar as diretrizes nacionais com a realidade são barreiras que precisarão ser superadas”, completa a oncologista clínica.

Segundo Dra. Angélica, a SBOC, como entidade representativa dos oncologistas, tem o compromisso de colaborar ativamente para que essa Política seja efetiva, assegurando que os pacientes oncológicos no Brasil tenham acesso a um tratamento mais célere, eficiente e humanizado.

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“A SBOC está envolvida desde as discussões iniciais do projeto e pretende desempenhar papel estratégico na implementação da PNPCC, apoiando a capacitação profissional, promovendo educação continuada, contribuindo com diretrizes, monitorando a Política, auxiliando na definição de indicadores de prioridade, qualidade e acesso, atuando junto ao governo e à sociedade civil, entre muitas outras frentes”, avalia.

RPCC e Programa de Navegação – Entre os itens tratados pelas Portarias estão a Rede de Prevenção e Controle do Câncer e o Programa de navegação para pessoas com diagnóstico de câncer no SUS. A RPCC visa organizar o cuidado integral dos pacientes oncológicos, abrangendo prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação, enquanto o Programa de navegação busca facilitar o acesso ao diagnóstico e reduzir a mortalidade, eliminando barreiras que dificultam o atendimento. Ambas as iniciativas seguem as diretrizes da PNPCC.

A Diretora-Executiva da SBOC, Dra. Marisa Madi, reforçou que as medidas representam um avanço na atenção oncológica e espera que novas regulamentações sejam implementadas rapidamente para beneficiar os pacientes. “Esperamos que as próximas normatizações – que serão necessárias – venham com celeridade, para de fato fazerem diferença na experiência do paciente oncológico e na qualidade da assistência”, finaliza.

Para o coordenador do Comitê de Políticas Públicas da Sociedade, Dr. Nelson Teich, o mais relevante é que o que está escrito nas Portarias e na lei da PNPCC possa ser implementado na prática. “Naturalmente, é um tema complexo. Estamos em um país heterogêneo e necessitamos de diagnósticos para cada região do país, pois não há uma solução uniforme”, diz.

Ele lembra que é comum, no âmbito do SUS, que muitas iniciativas que no papel parecem perfeitas, não se materializem com eficiência. “O que irá fazer a Política funcionar é criar infraestrutura necessária para colocá-la em prática e dar acesso ao paciente. Depois, poderemos comemorar a entrega”, complementa Dr. Teich.

Em seu entendimento, a SBOC tem papel fundamental nesse cenário, sendo uma instituição que poderá colaborar com as autoridades e monitorar a implementação da PNPCC, bem como os resultados alcançados. “A Sociedade pode ter papel ativo no diagnóstico do momento atual, na criação de metas e prazos, na avaliação das mudanças necessárias nas linhas de cuidado, no acompanhamento da implementação, na sugestão de ajustes necessários ao longo do tempo, e na efetivação dos programas.”

Sobre a SBOC

Fundada em 1981, a SBOC representa médicos oncologistas clínicos em todo o território nacional, com associados distribuídos pelos 26 estados e o Distrito Federal. A Sociedade atua em diversas frentes como o incentivo à formação e à pesquisa, educação continuada, políticas de saúde, defesa profissional e relações nacionais e internacionais, visando contribuir para o fortalecimento da Oncologia no Brasil e no mundo.

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*SBOC 

Saúde

Tanorexia: o vício do bronze que transforma a busca pelo “glow perfeito” em risco de câncer de pele

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Um novo estudo genético, publicado na revista Nature, sequenciou os genomas de 28 indivíduos que viveram no sul da África e descobriu que as populações permaneceram isoladas por cerca de 100 mil anos. A análise indica que a composição genética dessas populações ancestrais é drasticamente diferente da observada nos humanos modernos e “fica fora da faixa de variação genética” atual. A descoberta sugere que o isolamento geográfico, possivelmente devido a condições desfavoráveis na região do rio Zambeze, permitiu uma evolução genética única na ponta sul do continente

Com a chegada do verão e a campanha Dezembro Laranja de prevenção ao câncer de pele, cresce no Brasil o fenômeno da tanorexia, um comportamento de obsessão e vício em manter a pele sempre bronzeada, muitas vezes a qualquer custo e com exposição excessiva ao sol.

Distorção de Imagem e Risco de Câncer ⚠️

A dermatologista Denise Ozores explica que a tanorexia é uma distorção da imagem corporal, na qual a pessoa nunca se sente bronzeada o suficiente, chegando a se ver pálida mesmo quando já está com a pele queimada.

  • Comportamento Compulsivo: Pessoas com tanorexia recorrem a horas seguidas de exposição ao sol, bronzeamentos improvisados ou procedimentos clandestinos para tentar corrigir o incômodo de se verem “clara demais”.

  • Pressão Social: A lógica das redes sociais, onde a pele dourada é frequentemente associada a status, saúde e beleza, cria uma pressão para alcançar o “glow perfeito”, levando muitos a ignorar os riscos.

  • Câncer da Vaidade: O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, e sua principal causa é a exposição excessiva e desprotegida à radiação ultravioleta. A dermatologista alerta que o câncer de pele tem se tornado o “câncer da vaidade”, com pacientes arriscando a saúde para evitar aparecer “brancos” em fotos de fim de ano.

Redefinindo a Beleza no Verão ☀️

Denise Ozores defende a necessidade de ressignificar a ideia de “pele bonita”, promovendo a estética natural e individualizada, onde cada pessoa valoriza sua própria cor e textura.

Para curtir o verão com segurança e preservar a saúde da pele, a especialista recomenda:

  • Uso de protetor solar diário com reaplicação frequente.

  • Busca por sombra e uso de chapéu.

  • Respeito aos horários seguros de exposição solar.

  • Estabelecimento de limites reais na busca pelo bronzeamento.


Com informações: CO – Assessoria (Cacau Oliver)

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Saúde

Latrofobia e Dentofobia: O medo de ir ao médico ou dentista tem explicação científica e pode ser superado

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O medo intenso e irracional de ir ao médico (iatrofobia) ou ao dentista (dentofobia) é um fenômeno comum, enraizado em respostas psicológicas e fisiológicas, e não deve ser encarado como “frescura”. Gatilhos como o medo do desconhecido (más notícias), a síndrome do jaleco branco (elevação da pressão arterial em ambiente clínico) e a antecipação da dor ou invasão ativam o instinto de luta ou fuga. Especialistas recomendam o uso de estratégias comportamentais e mentais para retomar o controle da situação, como o estabelecimento de um “sinal de pare” com o profissional e o uso de técnicas de respiração para acalmar o sistema nervoso.

O medo de frequentar consultórios médicos ou odontológicos é uma ansiedade real e paralisante para muitas pessoas. Quando esse medo se torna excessivo e irracional, ele é classificado como iatrofobia (medo de médicos) ou dentofobia (medo de dentistas), condições que levam muitos pacientes a adiar cuidados essenciais de saúde.


Gatilhos do Medo e Respostas Psicológicas 🧠

A ciência identifica que a ansiedade no ambiente clínico é uma resposta fisiológica e psicológica real, muitas vezes ligada a mecanismos de defesa:

  • Medo de Más Notícias: O receio de descobrir uma doença grave ou de ser julgado pelos hábitos de vida faz com que a pessoa evite a consulta, seguindo a lógica prejudicial de “quem procura, acha”.

  • Síndrome do Jaleco Branco: O ambiente clínico em si eleva o estresse, causando um aumento na pressão arterial que não ocorre em casa, criando um ciclo vicioso de ansiedade antes da consulta.

  • Antecipação da Dor: A simples antecipação de procedimentos invasivos ativa áreas do cérebro ligadas à ameaça, desencadeando o instinto primitivo de luta ou fuga, mesmo para um exame de rotina.

Estratégias para Retomar o Controle ✅

Entender que o medo tem fundamento biológico é o primeiro passo. O segundo é adotar estratégias práticas para tornar a experiência menos traumática:

Estratégia Objetivo
Estabelecer um “Sinal de Pare” Devolver a sensação de controle ao paciente, combinando um gesto para interromper o procedimento a qualquer momento.
Hackear o Sistema Nervoso Utilizar técnicas de respiração (ex: 4-7-8: inspirar em 4s, segurar em 7s, soltar em 8s) para forçar o corpo a sair do estado de alerta.
Evitar Ruminação Antecipada Marcar a consulta para o primeiro horário da manhã, minimizando o tempo de ansiedade e preocupação.
Bloquear Gatilhos Sensoriais Usar fones de ouvido com cancelamento de ruído para abafar sons estressantes (como o motorzinho do dentista).
Jogar Limpo com o Profissional Informar sobre o medo logo no início, garantindo que o médico ou dentista seja mais paciente e explicativo durante o atendimento.

Com informações: Olhar Digital

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Brasil

Ministério da Saúde prioriza acesso a medicamentos de longa duração contra o HIV e pressiona por transferência de tecnologia

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O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou no Dia Mundial de Luta contra a Aids que o acesso a novas tecnologias de prevenção é prioridade, citando a demanda pela incorporação do lenacapavir no SUS. O medicamento, um injetável de longa duração (aplicação a cada seis meses) para PrEP, é decisivo para populações vulneráveis e está pendente de registro sanitário. O Brasil, que registrou queda de 13% nas mortes por aids (abaixo de 10 mil pela primeira vez em três décadas) e cumpriu duas das três metas globais 95-95-95, pressiona a farmacêutica Gilead por transferência de tecnologia devido ao preço “impraticável” do produto

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a prioridade da pasta em garantir o acesso a novas estratégias e tecnologias de prevenção contra o HIV/Aids, em celebração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º de dezembro). A principal demanda é pela incorporação de medicamentos de longa duração no Sistema Único de Saúde (SUS), como o lenacapavir.

Novo Paradigma na Prevenção: Lenacapavir 💉

O medicamento em foco é o lenacapavir, da farmacêutica Gilead, uma formulação injetável de longa duração para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, que requer aplicação a cada seis meses.

  • Vantagens: O lenacapavir poderá substituir o uso diário de comprimidos da PrEP oral, melhorando a eficácia e a adesão de populações vulneráveis e jovens que têm dificuldade em seguir o regime diário. Estudos clínicos indicaram altíssimos índices de eficiência.

  • Diálogo por Tecnologia: Padilha confirmou que o Ministério está dialogando e quer participar da transferência de tecnologia do produto para o Brasil, pois o preço praticado pela empresa no exterior (mais de US$ 28 mil por pessoa ao ano nos EUA) é considerado “absolutamente impraticável para programas de saúde pública”.

  • Pressão por Genérico: O Brasil ficou de fora de uma versão genérica do medicamento anunciada para 120 países de baixa renda. A Articulação Nacional de Luta contra a Aids reivindicou que, se não houver avanço em acordos de transferência, o governo deve considerar o licenciamento compulsório (quebra de patente).

Avanços na Resposta Brasileira ao HIV 🇧🇷

O Brasil apresentou avanços significativos na política de HIV/Aids, que agora inclui a oferta gratuita de PrEP, PEP (profilaxia pós-exposição) e terapia antirretroviral.

  • Metas Globais: O país cumpriu duas das três metas globais 95-95-95 (95% das pessoas vivendo com HIV conheçam o diagnóstico; 95% das diagnosticadas estejam em tratamento; e 95% das tratadas alcancem supressão viral).

  • Queda nas Mortes: O boletim epidemiológico mais recente mostrou uma queda de 13% no número de óbitos por aids entre 2023 e 2024, caindo para 9,1 mil mortes em 2024. É a primeira vez em três décadas que o número ficou abaixo de 10 mil.

  • Eliminação da Transmissão Vertical: O Ministro anunciou a expectativa de que o Brasil receba, em dezembro, o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) pela eliminação da transmissão vertical do HIV (de mãe para bebê) como problema de saúde pública, sendo o maior país do mundo a alcançar esse patamar.


Com informações: Agência Brasil

 

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