Pesquisadores da Universidade Yonsei (Coreia do Sul) revisaram dados de supernovas do tipo Ia e concluíram que a aceleração atual do Universo pode ser falsa. A correção de um viés de idade nas “velas padrão” sugere que a energia escura está enfraquecendo, reabrindo o debate sobre a cosmologia
Um estudo liderado por astrônomos da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, apresenta uma proposta que confronta a visão dominante na cosmologia: a expansão do Universo pode ter entrado em uma fase de desaceleração.
Essa conclusão surge de uma reanálise aprofundada do brilho de supernovas do tipo Ia, que são usadas há décadas como “velas padrão” para medir distâncias cósmicas. Se confirmada, a hipótese representa uma “grande mudança de paradigma” na cosmologia e reabre o debate sobre a natureza da energia escura e a “tensão de Hubble”.
💥 A Reanálise das Supernovas
O novo trabalho sugere que as supernovas do tipo Ia não são tão padronizadas quanto se acreditava. A idade das estrelas que as originam influencia sutilmente seu brilho, um fator conhecido como viés de idade:
- Populações estelares mais jovens: Supernovas parecem mais fracas.
- Populações estelares mais antigas: Supernovas parecem mais brilhantes.
Ao corrigir esse viés em uma ampla amostra de galáxias hospedeiras, os pesquisadores notaram que os dados se afastam do modelo cosmológico padrão (ΛCDM, com energia escura invariável). Em vez disso, os dados se alinham melhor com cenários de energia escura que evolui e enfraquece ao longo do tempo.
O professor Young-Wook Lee, autor principal, afirma: “Nosso estudo mostra que o Universo já entrou em uma fase de expansão desacelerada na época atual e que a energia escura evolui com o tempo muito mais rapidamente do que se pensava anteriormente.”
🤝 Evidências de Outros Projetos
A conclusão da equipe da Yonsei é reforçada pela combinação dos dados ajustados das supernovas com resultados do projeto Instrumento Espectroscópico de Energia Escura (DESI), que mede as oscilações acústicas de bárions (BAO) – os “ecos” do Big Bang – e com a radiação cósmica de fundo em micro-ondas.
Enquanto análises anteriores, sem a correção de idade das supernovas, sugeriam que a desaceleração ocorreria apenas no futuro distante, o novo estudo indica que a desaceleração já teria começado.
🔭 Próximos Passos
Os cientistas esperam por testes mais robustos com a próxima geração de observações. Segundo o pesquisador Chul Chung, o Observatório Vera C. Rubin, que descobrirá mais de 20 mil novas galáxias hospedeiras de supernovas nos próximos cinco anos, permitirá um teste definitivo da cosmologia das supernovas.
Se confirmada, a desaceleração do Universo implicará uma reinterpretação do papel da energia escura e oferecerá um novo ângulo para resolver a tensão de Hubble, o descompasso entre as diferentes medições da taxa de expansão do cosmos.
Com informações: Olhar Digital
fowssocial.com
05/08/2025 em 12:09
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