Buracos negros e buracos de minhoca são conceitos distintos da física, apesar dos nomes parecidos. Entenda suas diferenças e o que a ciência realmente sabe sobre cada um
O Universo é cheio de mistérios e conceitos que desafiam nossa imaginação. Alguns desses termos, muitas vezes populares na ficção científica, podem causar confusão até mesmo entre os mais curiosos. É o caso dos buracos negros e dos buracos de minhoca. Ambos os nomes envolvem ideias de deformações no espaço, objetos desconhecidos ou passagens misteriosas.
Ainda assim, eles descrevem entidades completamente diferentes no campo da física teórica. Vamos entender as diferenças entre buracos negros e buracos de minhoca?
O que é um buraco negro?
Esse tipo de buraco negro tem ligações com as vida como conhecemos (Imagem: Vitaly Sosnovskiy/Shutterstock)
Buracos negros são objetos cósmicos reais, já observados por meio de seus efeitos gravitacionais em estrelas e gás ao redor. Eles se formam quando uma grande quantidade de matéria é comprimida em uma região muito pequena do espaço.
Isso normalmente ocorre no colapso de estrelas muito massivas ao final de suas vidas. A gravidade gerada por essa concentração de massa é tão forte que nada consegue escapar, nem mesmo a luz. Por isso, recebem o nome de buraco negro.
No centro do buraco negro, encontra-se uma singularidade, ponto onde as leis da física deixam de funcionar de maneira convencional. Ao redor da singularidade está o horizonte de eventos, que marca o limite a partir do qual nenhuma informação consegue sair. Tudo o que cruza esse ponto está perdido para o universo externo.
Apesar de seu nome e da ideia de destruição associada, os buracos negros não são como aspiradores cósmicos que sugam tudo ao redor. Eles obedecem às mesmas leis gravitacionais de qualquer outro objeto com a mesma massa.
A diferença é que sua densidade é tão extrema que a luz, que normalmente poderia escapar de uma estrela ou planeta, não tem velocidade suficiente para fugir.
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A existência de buracos negros foi prevista por Albert Einstein em sua teoria da relatividade geral, mas durante muito tempo foram considerados apenas soluções matemáticas. A confirmação veio com observações indiretas, como a movimentação de estrelas próximas, emissão de raios-x por discos de acreção e, mais recentemente, com a detecção de ondas gravitacionais e a primeira imagem de um buraco negro em 2019.
E o que é um buraco de minhoca?
Reprodução gráfica de fenômeno conhecido como tunelamento quântico Imagem: Divulgação
Buracos de minhoca, também chamados de pontes de Einstein-Rosen, são estruturas teóricas que surgem das equações da relatividade geral. A ideia é que eles seriam túneis que conectam dois pontos diferentes do espaço-tempo.
Em teoria, isso permitiria viajar instantaneamente entre regiões muito distantes do Universo ou até mesmo entre universos paralelos. Esses túneis foram sugeridos inicialmente como soluções matemáticas, mas diferentemente dos buracos negros, nunca foram observados e continuam sendo apenas hipóteses no campo da física teórica.
Ainda que pareçam semelhantes, buracos de minhoca não têm o mesmo comportamento gravitacional e nem se formam por colapso estelar. Eles exigiriam condições extremamente específicas para existir.
Uma das maiores dificuldades teóricas para a existência de um buraco de minhoca funcional é a necessidade de matéria exótica. Essa matéria precisaria ter densidade de energia negativa para manter o túnel aberto e evitar que ele colapsasse com a menor perturbação. Até hoje, nenhum tipo de matéria com essas propriedades foi observado na natureza.
Além disso, mesmo que existissem, os buracos de minhoca seriam extremamente instáveis. Qualquer partícula que tentasse atravessar o túnel poderia provocar seu colapso, tornando-o intransitável. Mesmo os modelos matemáticos mais permissivos reconhecem que os buracos de minhoca não poderiam permitir viagem segura sem violar algumas das regras fundamentais da física como conhecemos.
Existe relação entre buraco negro e buraco de minhoca?
Imagem conceitual de um buraco branco: uma explosão de luz expelindo matéria e energia para o espaço, com partículas se espalhando. Imagem: Layse Ventura via Freepik / Olhar Digital
A confusão entre buracos negros e buracos de minhoca se intensifica porque algumas teorias especulativas propõem que um buraco negro poderia, sob certas condições, estar conectado a um buraco branco por meio de um buraco de minhoca.
Um buraco branco seria o oposto de um buraco negro, expulsando matéria em vez de absorvê-la. No entanto, não há qualquer evidência empírica da existência de buracos brancos, nem mesmo um modelo físico testável que comprove sua viabilidade.
Em resumo, os buracos negros são entidades reais e observadas, com formação bem compreendida e efeitos confirmados por dados astronômicos. Já os buracos de minhoca são especulações teóricas que, por enquanto, habitam o campo das possibilidades matemáticas e da ficção científica.
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A semelhança nos nomes pode causar confusão, mas a física que rege esses objetos é radicalmente diferente. Entender essas distinções ajuda a separar o que é ciência do que ainda pertence ao campo da imaginação.
Uma nova análise de DNA em 80 crânios encontrados em um poço na antiga cidade de Shimao, na China, revelou que 9 em cada 10 vítimas de sacrifício humano eram homens. Esta descoberta, publicada na revista Nature, surpreendeu arqueólogos, pois contrasta com os sacrifícios encontrados em enterros de elite na mesma região, que eram predominantemente de mulheres. Os pesquisadores sugerem que as práticas de sacrifício eram altamente estruturadas, com papéis de gênero específicos para locais e propósitos rituais distintos
Arqueólogos que analisaram esqueletos da antiga cidade de Shimao, uma cidade murada de pedra de 4.000 anos na província de Shaanxi, China, descobriram novos fatos sobre as vítimas de sacrifício humano encontradas em um poço próximo ao Portão Leste (Dongmen).
Descoberta Surpreendente na Cova de Crânios 😲
A análise de DNA dos crânios encontrados sob a fundação do Portão Leste de Shimao mostrou um padrão de sacrifício específico por gênero:
Predominância Masculina: 9 em cada 10 vítimas de sacrifício eram do sexo masculino.
Contraste com Enterros de Elite: Este achado contrasta fortemente com relatórios arqueológicos anteriores de Shimao e suas cidades satélites, onde os sacrifícios associados a enterros de elite eram predominantemente femininos.
A Academia Chinesa de Ciências afirma que isso sugere que as práticas sacrificiais de Shimao eram altamente estruturadas, com papéis específicos de gênero vinculados a propósitos e locais rituais distintos.
Propósitos Rituais Distintos 📜
Os pesquisadores ofereceram possíveis explicações para os diferentes padrões de sacrifício:
Sacrifícios no Cemitério (Femininos): Podem ter representado a veneração dos ancestrais, onde as mulheres eram sacrificadas para honrar nobres ou governantes da elite.
Sacrifícios no Portão (Masculinos): Estavam provavelmente ligados a um ritual de construção das muralhas ou do portão da cidade.
Além disso, a análise de DNA dos homens sacrificados não encontrou diferenças significativas em sua ancestralidade em comparação com a dos ocupantes da elite das tumbas, indicando que as vítimas do sacrifício não eram “estranhas” à sociedade de Shimao.
A cidade de Shimao foi ocupada entre cerca de 2300 e 1800 a.C. e apresentava uma grande pirâmide escalonada e áreas de especialização artesanal.
🔭 Astrônomos encontram um filamento cósmico de gás, com 5,5 milhões de anos-luz de extensão, que está em rotação. A estrutura, localizada a 140 milhões de anos-luz da Terra, pode conter pistas cruciais sobre como as galáxias se desenvolvem, influenciando a velocidade e a direção de rotação dos aglomerados estelares.
Filamento Gigante Revela Rotação no Cosmos
Astrônomos anunciaram a descoberta daquela que é considerada o “maior objeto giratório” já encontrado: uma gigantesca estrutura em forma de fio, composta por gás e matéria, que se estende por milhões de anos-luz. A descoberta, publicada na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, oferece novas perspectivas sobre a dinâmica da formação de galáxias.
A estrutura foi localizada a uma distância de 140 milhões de anos-luz da Terra. O filamento cósmico possui dimensões impressionantes: cerca de 5,5 milhões de anos-luz de comprimento e 117.000 anos-luz de largura – sendo, portanto, mais extenso que a nossa própria galáxia, a Via Láctea.
Galáxias Indicam a Rotação do Fio Cósmico
O objeto rotativo foi detectado graças à observação de 14 galáxias ricas em hidrogênio que estão ligadas ao filamento, dispostas como uma corrente. Essas galáxias atuaram como indicadores da existência e do movimento da estrutura subjacente.
A descoberta foi feita por uma equipe de astrônomos utilizando o MeerKAT, um conjunto de 64 radiotelescópios interligados localizados na África do Sul. A astrônoma Lyla Jung, coautora principal do estudo pela Universidade de Oxford, descreveu a detecção inicial como uma surpresa, notando um “alinhamento impressionante de galáxias brilhando à mesma distância.”
Após medições detalhadas, os pesquisadores calcularam que o filamento em si está girando a aproximadamente 110 quilômetros por segundo (68 milhas por segundo). Adicionalmente, as galáxias ligadas a ele também estão em rotação, majoritariamente na mesma direção do fio gasoso.
Implicações para a Formação Galáctica
A rotação observada no filamento sugere que estruturas como esta, que fazem parte da vasta teia cósmica que interconecta a matéria no universo, podem desempenhar um papel fundamental nos estágios iniciais de formação e desenvolvimento das galáxias. Acredita-se que esses filamentos possam influenciar a velocidade e a direção da rotação dos aglomerados estelares que se formam em seu entorno.
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Estruturas rotativas desse porte têm sido previstas há anos em simulações cosmológicas, mas a tecnologia de observação só recentemente alcançou a sensibilidade necessária para detectá-las diretamente, conforme explicou Madalina Tudorache, astrônoma de Oxford e integrante da equipe de pesquisa.
A observação foi coletada como parte do projeto MIGHTEE (MeerKAT International GHz Tiered Extragalactic Exploration), liderado pelo físico Matt Jarvis, de Oxford, que está em curso. A equipe de pesquisa suspeita que, com a continuidade das explorações e o uso de instrumentos de próxima geração, como o Observatório Vera C. Rubin no Chile, filamentos rotativos semelhantes serão descobertos em regiões cada vez mais profundas do cosmos. A descoberta é vista como um passo importante para um melhor entendimento da estrutura e evolução do universo.
🐍 Fósseis de sucuris do Mioceno revelam que a espécie manteve seu tamanho corporal desde o seu surgimento, há cerca de 12,4 milhões de anos. O novo estudo questiona a relação entre o clima antigo e a evolução do tamanho das cobras, mostrando a resiliência das anacondas.
Pesquisa Revela Estabilidade Milenar no Tamanho das Sucuris
Um novo estudo publicado no Jornal de Paleontologia de Vertebrados trouxe uma descoberta que desafia expectativas sobre a evolução dos répteis gigantes: o tamanho médio do corpo das sucuris gigantes tem permanecido praticamente inalterado desde que as cobras apareceram no registro fóssil, há aproximadamente 12,4 milhões de anos, durante o Mioceno Médio.
Esta conclusão surpreendeu os pesquisadores, que esperavam que as sucuris antigas fossem ainda maiores, seguindo a tendência de outras espécies da época. Segundo o estudo, enquanto outros animais, como crocodilos e tartarugas gigantes, foram extintos, em parte devido ao resfriamento global e à diminuição de habitats, as sucuris demonstraram uma notável “super-resiliência” ao longo do tempo geológico.
Análise Fóssil e Expectativas do Tamanho Antigo
As sucuris (anacondas) são um grupo de cobras constritoras que inclui a espécie de serpente mais pesada do mundo atualmente. As sucuris modernas chegam a medir, em média, de 4 a 5 metros de comprimento, podendo as maiores atingir até 7 metros. A incerteza científica residia em saber se, durante o Mioceno, as sucuris eram significativamente maiores ou se o seu tamanho colossal já havia sido alcançado e mantido.
Para determinar o tamanho das cobras antigas, a equipe de pesquisa, incluindo o coautor Andrés Alfonso-Rojas, paleontólogo de vertebrados da Universidade de Cambridge, empregou métodos rigorosos:
Medição de Fósseis: Foram analisadas 183 vértebras fossilizadas de sucuris, provenientes de pelo menos 32 cobras individuais, coletadas na Venezuela.
Reconstrução do Estado Ancestral: Os cientistas utilizaram essa técnica para prever o comprimento corporal das sucuris antigas, baseando-se nas características de espécies de cobras relacionadas.
Os cálculos indicaram que as sucuris tinham um comprimento médio de cerca de 5,2 metros quando surgiram no Mioceno, há 12 milhões de anos. Este resultado é consistentemente próximo ao tamanho médio das sucuris modernas, refutando a expectativa inicial de que espécimes de 7 a 8 metros seriam encontrados, especialmente considerando as temperaturas globais mais elevadas daquele período.
Fatores de Manutenção do Gigantismo
O período do Mioceno Médio e Superior (cerca de 12,4 milhões a 5,3 milhões de anos atrás) foi marcado por temperaturas elevadas, vastas zonas úmidas e grande disponibilidade de alimentos. Essas condições permitiram que muitas espécies atingissem tamanhos muito superiores aos seus descendentes atuais, um fenômeno conhecido como gigantismo. No entanto, as sucuris parecem ter mantido sua dimensão gigante sem diminuir, mesmo após o arrefecimento global e a redução de seus habitats.
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A pesquisa aponta que o clima e a variação de habitat podem não ter sido os fatores primários que mantiveram as cobras grandes nos milênios seguintes. Outras possibilidades consideradas:
Disponibilidade de Alimentos: Embora a falta de competição alimentar possa ter ajudado as sucuris a crescerem inicialmente, o seu tamanho não diminuiu mesmo com a chegada de outros predadores na América do Sul durante o Plioceno e o Pleistoceno, sugerindo que a disponibilidade de presas não foi o fator determinante para a manutenção do gigantismo das sucuris.
Adaptação e Resiliência: A estabilidade do tamanho corporal pode indicar que a sucuri atingiu um tamanho ótimo logo no início de sua história evolutiva, conferindo-lhe vantagens ecológicas que garantiram sua sobrevivência sem a necessidade de alterações morfológicas significativas para se adaptar às mudanças ambientais posteriores.
Ainda é necessário maior investigação para compreender plenamente por que as sucuris, diferentemente de outros gigantes antigos, conseguiram manter seu tamanho colossal através de milhões de anos de mudanças climáticas e ecológicas.
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