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Relatório apresentado à CESC expõe abusos cometidos em hospital psiquiátrico

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Documento aponta infraestrutura precária e violação de direitos humanos em centros de acolhimento

A Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) realizou, nesta segunda-feira (07), uma reunião pública para a apresentação de um relatório de inspeções realizadas na comunidade terapêutica Salve a Si e no hospital psiquiátrico São Vicente de Paula. O documento é fruto de visitas realizadas pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e apresenta uma série de irregularidades e violações que vêm sendo praticadas nas instituições.

O deputado Gabriel Magno (PT), que preside a CESC e a Frente Parlamentar em Defesa da Atenção à Saúde Mental, Antimanicomial e Integradora, lamentou as evidências constatadas no relatório e alertou para a necessidade de fiscalização dos serviços prestados por essas instituições e para a urgência de reforço orçamentário e investimento público na Rede de Atenção Psicossocial (Raps).

O parlamentar criticou o quantitativo de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) existentes para atender a população do DF. Conforme apontou, a Capital Federal conta atualmente com 18 centros, número que estaria 50% abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde no comparativo com a população local. “Precisamos, no mínimo, dobrar esse número”, afirmou.

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Representando o MNPCT, Carolina Barreto relatou irregularidades encontradas no Hospital Psiquiátrico São Vicente de Paulo (HSVP), unidade especializada em atendimento de saúde mental localizada em Taguatinga.

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Conforme apurado, o hospital vem adotando medidas abusivas de contenções mecânicas (uso da força) como prática disciplinar, especialmente em mulheres negras, sem seguir o protocolo estabelecido pela Secretaria de Saúde do DF. A visita identificou ainda a existência de 12 pessoas internadas pelo período maior que um ano, o que fere a determinação, de 1995, que prevê a extinção de leitos psiquiátricos em hospitais especializados.

Para Carolina, o perfil de usuários internados reflete uma lógica de segregação social e racial, visto que 75% dos internados são pessoas negras, 37% cursaram até o ensino fundamental e 48 têm até 30 anos. “O perfil de internação não é diferente do perfil de aprisionamento”, declarou.

Com 48 leitos, a instituição também enfrenta um alto índice de reinternações e internações prolongadas, além da falta de uma política de desinstitucionalização efetiva, processo que visa a reinserir pessoas com transtornos mentais na sociedade.

O relatório reporta ainda casos de suicídios entre servidores da instituição, o que, para a pesquisadora, “demonstra que o ambiente é um espaço de adoecimento também para os trabalhadores”.

A comunidade terapêutica Salve a Si, ONG voltada para o acolhimento e tratamento de dependentes químicos, fica localizada na Cidade Ocidental (GO) a 20km do centro urbano do município, o que, para o representante do MNPCT Rogério Duarte Guedes, inviabiliza o acesso ao transporte público, dificultando a chegada e permanência dos acolhidos.

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O relatório apontou violações como condições estruturais precárias, pessoas internadas em situação de vulnerabilidade social, falta de individualização no tratamento e ausência de um plano com equipe multiprofissional. “O que vimos foi uma questão sanitária completamente insalubre”, afirmou o pesquisador.

Outro ponto “alarmante”, conforme Guedes, é a administração de medicamentos psicotrópicos sem receita médica e por profissionais não habilitados, o que caracteriza uma violação dos padrões normativos e impõe risco à saúde dos pacientes. Conforme constatado, os acolhidos são obrigados a trabalhar sob pena de advertências e punições, representando o que ele classificou como “expressões de tortura” e “anulação da personalidade do sujeito”.

A restrição à liberdade financeira foi outro ponto observado nas incursões do grupo à unidade Salve a Si. Há relatos de que a instituição esteja retendo o cartão do programa Bolsa Família dos acolhidos e apropriando-se da remuneração obtida com a prestação de serviços externos. “Há um trabalho análogo à escravidão. Estão tolhendo a subjetividade dos usuários, isso é tortura”, denunciou Guedes.

A presidente do Conselho Regional de Psicologia (CRP/DF), Thessa Guimarães, falou da “luta antimanicomial” que vem travando por um tratamento mais digno e humanizado aos assistidos. Para ela, há uma “rede nacional infralegal de clínicas de saúde clandestinas onde todo tipo de barbaridade é cometida, com práticas de saúde sem controle, onde a justiça e a saúde não conseguem chegar”.

Ela denunciou que donos de diversas dessas instituições têm assento no Conselho de Política sobre Drogas (Conen), o que traduz uma “clara parcialidade”, visto que é o próprio Conen o responsável por propor critérios para a celebração de convênios com entidades públicas e privadas de internação de usuários de drogas. “São ilegais, violam direitos, têm práticas de saúde e de custódia irregulares e ainda recebem verbas do governo. Os donos desses lugares ficam à vontade para cometerem todo tipo de barbaridade com os usuários”, afirmou.

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Segundo afirmou Pedro Henrique Costa, do Departamento de Psicologia Clínica da UnB, 100% das verbas do Conen têm ido para as comunidades terapêuticas. Ele cobrou que haja algum tipo de intervenção para que o conselho cumpra seu papel e denunciou estar havendo “perseguições” dentro do conselho contra aqueles que se opõe à forma como o órgão tem agido com relação à política antimanicomial e ao financiamento de instituições que adotam práticas abusivas.

Recomendações

Diante das situações de violações identificadas, o MNPCT propõe em seu relatório recomendações ao poder público para sanar os problemas. A primeira delas é a desativação definitiva do hospital psiquiátrico São Vicente de Paula, com fechamento imediato de suas portas de entrada.

A proposta visa desinstitucionalizar os usuários e redirecioná-los para serviços adequados dentro da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Além disso, é sugerida a articulação com organizações da sociedade civil para garantir controle social e a fiscalização dos protocolos de contenção mecânica, a fim de evitar violações.

O relatório destaca ainda a necessidade de concursos públicos para aumentar o número de profissionais de assistência social, psicologia, terapia ocupacional e fisioterapia. O texto sugere ainda revisão das políticas relacionadas às comunidades terapêuticas, com ênfase na segurança sanitária e na responsabilização por violações de direitos, enfatizando como solução a adoção de medidas para prevenir futuros abusos e garantir a dignidade dos pacientes.

Secretaria de Saúde

A representante da SES/DF Fernanda Figueiredo Falcomer destacou que a pasta está atenta às denúncias apresentadas, em especial aos casos de curatela, em que integrantes das instituições retêm o cartão de beneficiários de programas assistenciais dos atendidos.

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Ela afirmou que a secretaria já instituiu um grupo de trabalho para propor um plano de ação que será entregue, ainda no mês de outubro, para desmobilizar os leitos existentes e propor o correto direcionamento das pessoas que atualmente vêm sendo atendidas nesses locais. “O que queremos é reorganizar a rede para melhor acolher as pessoas que virão desses leitos de hospitais” afirmou.

Sobre os Caps, Falcomer pontuou que já está em curso a construção de cinco unidades pelo GDF, sendo que duas delas, no Gama e Recando das Emas, já estão em processo de licitação. As outras três unidades vão atender as regiões de Ceilândia, Taguatinga e Guará.

Encaminhamentos 

Gabriel Magno afirmou que a comissão vai oficiar o Tribunal de Contas do DF sobre todas as irregularidades apresentadas no relatório. Ele pontuou ainda que vai montar uma agenda de inspeções nas comunidades terapêuticas juntamente com outras organizações (sindicatos e conselhos de saúde) ligadas à saúde mental e que vai reforçar um pedido já feito ao Ministério dos Direitos Humanos para que seja instalado um canal específico de denúncias anônimas no disque 100.

O distrital reforçou ainda a necessidade de se discutir o fomento à estrutura da Rede de Atenção Psicossocial no contexto da Lei Orçamentária Anual de 2025. Para ele, é crucial batalhar para modificar a diretriz que vem sendo adotada pelo atual gestor do Poder Executivo que, segundo afirmou, tem o enfoque privatista. “Ano que vem estão previstos mais para o IGES. Temos que focar na saúde pública sendo prestada pelo setor público”, ponderou.

A reunião pública desta segunda-feira (7) teve transmissão ao vivo pela TV Câmara Distrital e pelo YouTube da Casa.

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Nota Oficial: Polícia Legislativa investiga ameaças feitas na internet à parlamentares e à CLDF

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A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) informa que apurará, com todo o rigor, a autoria das ameaças endereçadas à Casa e aos seus parlamentares, ocorridas durante a sessão ordinária transmitida pela TV Distrital nesta terça-feira (19/11). Os comentários, veiculados pela internet, já estão sob análise da Polícia Legislativa da Casa e, tão logo seus autores sejam identificados, serão alvo das medidas criminais e judiciais cabíveis.

A convivência democrática é uma das maiores conquistas da sociedade brasileira e não admite ameaças de qualquer tipo. A CLDF não aceitará ameaças nem à instituição nem aos parlamentares que a compõem, e reagirá a qualquer tentativa de intimidação aos trabalhos legislativos.

Brasília, 19 de novembro de 2024

Câmara Legislativa do Distrito Federal

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Operação Contragolpe domina pronunciamentos em plenário nesta terça-feira (19)

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Manchete dos principais jornais e sites de notícias do Brasil, nesta terça-feira (19), a Operação Contragolpe, da Polícia Federal, dominou os pronunciamentos dos parlamentares na sessão da Câmara Legislativa desta tarde.

O deputado Max Maciel (Psol) inaugurou os discursos na tribuna do plenário e logo levantou o assunto. Ele repudiou os planos golpistas que envolviam, inclusive, a execução do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, e lamentou o envolvimento de membros do Exército. Em sua avaliação, os atos antidemocráticos que remontam ao final de 2022 não são ações isoladas e foram “orquestrados por discursos e movimentos que têm horror à democracia e que querem tomar o poder de forma violenta”.


“As revelações que a PF trouxe hoje extrapolam qualquer nível de normalidade da disputa política. Podemos fazer vários debates políticos e divergir, mas não podemos conspirar para matar nosso adversário. Não podemos achar isso normal”, pregou o deputado Fábio Felix (Psol). “Agora vemos militares de alto escalão da República sendo presos por conspirarem. Olha o nível de golpismo, não tem outra palavra para isso. Quando não se aceita politicamente o vitorioso e não se respeitam os princípios da democracia, é golpismo, é conspiração e é crime contra a República brasileira”, bradou.


Na avaliação do deputado Gabriel Magno (PT), “planejar o assassinato de um presidente e de um vice eleitos democraticamente nas urnas é coisa de grupo terrorista”.

“O bolsonarismo faz muito mal para este País. Essa turma está tentando colocar na política brasileira uma cultura de atentados terroristas contra as instituições, contra os prédios e contras as pessoas”, afirmou.

Na mesma linha, os deputados Ricardo Vale e Chico Vigilante – ambos do PT – também repudiaram, veementemente, as revelações da operação da Polícia Federal. Vale resgatou os atos antidemocráticos do final de 2022 (tentativa de invadir a sede da PF, atentado a bomba no aeroporto de Brasília) e do 8 de janeiro de 2023 e lamentou que tenham sido considerados como isolados e tenham sido “minimizados”.

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“Hoje vemos a prisão de militares que arquitetavam plano de golpe e o pior: matando o presidente eleito, o vice e o presidente do Supremo”, acrescentou.


Já Vigilante apontou: “A imprensa do mundo inteiro está divulgando o plano de assassinar o presidente eleito com arma do Exército. Existe algo mais grave que isso? Tentaram transformar o Exército brasileiro em pistolagem”.


“Sou peremptoriamente contrário a qualquer tipo de agressão”, frisou o deputado Pastor Daniel de Castro (PP). O parlamentar reclamou, contudo, de anistia concedida a algumas personalidades políticas da esquerda, como José Dirceu, e do tratamento dado aos simpatizantes do ex-presidente Bolsonaro “que ainda não têm condenação e já estão sendo crucificados e condenados aqui”.

Para o deputado Thiago Manzoni (PL), “não é possível vivermos de forma tão belicosa por mais tempo, passou da hora de ter pacificação, e isso passa pelo conceito de justiça”. Ele resgatou a questão da prisão de participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. “Hoje há milhares de crianças órfãs de pais vivos, pais que estão presos com penas superiores às de assassinos e estupradores. 15 anos de cadeia? Não dá. O sentimento de injustiça, talvez, seja o pior sentimento que possa existir”, concluiu.


*Denise Caputo – Agência CLDF

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Deputado Ricardo Vale concederá Título de Cidadão Honorário de Brasília ao Ministro Gilmar Mendes

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Gilmar Mendes receberá o título de Cidadão Honorário de Brasília

Brasília, 19 de novembro de 2024 – O deputado distrital Ricardo Vale, vice-presidente da CLDF, tem a honra de anunciar a concessão do título de Cidadão Honorário de Brasília ao Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

A cerimônia de entrega do título será realizada no dia 2 de dezembro, às 10 horas da manhã, na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Este reconhecimento destaca a contribuição do Ministro Gilmar Mendes ao país e à capital federal, reforçando seu compromisso com a justiça e o desenvolvimento do Brasil.

O evento contará também com a presença do presidente da Câmara, Wellington Luiz, que participará da solenidade, prestigiando a homenagem ao ilustre ministro.

Para mais informações, entre em contato com o gabinete do deputado Ricardo Vale na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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Fonte: Comunicação Deputado Ricardo Vale

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