Conecte-se conosco

Saúde

Tecnologia inédita baseada em Inteligência Artificial acelera diagnósticos de doenças hematológicas

Publicado

em

Solução criada pela startup brasileira HemoDoctor otimiza a triagem nos serviços de saúde por meio de análise detalhada do hemograma, com a identificação de anomalias no sangue e sugere exames complementares. Com isso, possibilita a detecção precoce e evita complicações, tratamentos ineficazes, complexos ou agressivos, aumentando assim as chances de cura e a sobrevida

A startup brasileira HemoDoctor desenvolveu um software inédito que emprega a inteligência artificial na análise de exames de sangue para automatizar e agilizar diagnósticos de doenças hematológicas, principalmente as de alta complexidade. O objetivo é garantir uma jornada mais curta para o paciente entre a primeira procura a um serviço de saúde, seja público ou privado, e o início do tratamento. A agilidade na identificação do problema diminui o tempo de jornada diagnóstica, eventuais tratamentos desnecessários e agravamento do quadro do paciente, o que é custoso para o governo e para as operadoras de saúde. Além disso, aumenta a sobrevida – tempo de vida após o diagnóstico e início do tratamento.

Alimentada com dados baseados em evidências médicas específicas do universo da hematologia, a ferramenta desenvolvida pela HemoDoctor faz uma interpretação precisa do hemograma, o principal exame de triagem solicitado em pronto-socorros e consultórios. A partir dos resultados laboratoriais, o algoritmo gera hipóteses diagnósticas e sugere a solicitação de exames complementares de acordo com essas suspeitas, para que o médico assistente conduza o caso com mais autonomia e o encaminhe a um especialista quando for necessário.

Os dados do hemograma costumam ser avaliados, inicialmente, por clínicos gerais ou médicos com outras especialidades que não a hematologia. “É um outro olhar: esses profissionais se concentram nas alterações mais comuns ou direcionadas à própria especialidade. Quando é identificada uma anemia, por exemplo, a conduta mais comum é a prescrição de ferro, sem uma investigação mais aprofundada sobre a origem daquele achado”, explica o oncohematologista Lucyo Diniz, um dos três sócios da HemoDoctor, ao lado de Raphael Saraiva, especialista em saúde digital, e Carlos Rolemberg, executivo do mercado de oncohematologia.

“A anemia pode ser um indício de doenças mieloproliferativas, mieloma múltiplo, mielodisplasias e leucemias. Nesses casos, a suplementação de ferro não é efetiva e os sintomas continuam ou mesmo pioram. Isso pode até mascarar a doença por um tempo, retardando o diagnóstico, o que é perigoso. Nesse meio tempo, tumores podem se agravar e acometer outros órgãos, diminuindo a sobrevida”, alerta o Dr. Diniz.

Uma situação como essa foi vivenciada pela avó de Raphael Saraiva. “Por sentir fraqueza e apresentar hematomas, ela procurou um clínico geral, que receitou suplementação de ferro após detectar anemia. Porém, minha avó piorou e fomos atrás de outros especialistas. O diagnóstico se mantinha o mesmo. Perdemos cerca de nove meses nessas idas e vindas. Então, decidimos levá-la a um hematologista que, ao ler o hemograma, solicitou uma biópsia da medula. Foi, então, constatado que ela tinha Síndrome Mielodisplásica”, conta. O diagnóstico precoce dessa condição, que dificulta a produção de células sanguíneas saudáveis, é fundamental para que os tratamentos sejam mais eficazes, com maior qualidade de vida e melhor prognóstico. Inclusive, pode evitar sua evolução para leucemia mieloide aguda. “Tudo isso aconteceu simultaneamente ao início do projeto. Antes de fecharmos o diagnóstico dela com os médicos atuais, testamos nossa ferramenta, que forneceu a hipótese e os exames corretos a serem solicitados”, diz Saraiva.

Os exames complementares sugeridos pela HemoDoctor podem ser feitos antes do primeiro retorno com o médico. Assim, ele já avalia os resultados desses exames e, se considerar necessário, encaminha o paciente para o hematologista. Isso encurta o caminho. Originalmente, o médico interpretaria somente o hemograma e, caso tivesse alguma hipótese diagnóstica, pediria exames complementares. Num segundo retorno, verificaria os exames e, só então, o encaminharia para um especialista. “A depender da demanda do serviço, o paciente pode levar mais de três meses para chegar ao hematologista e iniciar o tratamento. Isso, se a primeira interpretação do hemograma for assertiva. Caso contrário, a pessoa passa por mais de um especialista e perde ainda mais tempo, como aconteceu com a minha avó”, comenta Saraiva.

Anúncio

Efetividade comprovada

A plataforma está disponível para o mercado após uma prova de conceito bem sucedida, concretizada no final de 2024, no Hospital da Unimed em Petrolina (PE). O programa avaliou as informações de 604 hemogramas realizados no hospital. Destes, 22% foram considerados positivos para eventuais doenças hematológicas e, também, críticos, ou seja, mereciam atenção médica imediata. Após a revisão de hematologistas, foi observado que a nova tecnologia alcançou impressionantes 94% de especificidade, importante métrica para a avaliação de modelos preditivos de IA. Isso significa que houve um baixo índice de discordância entre os médicos especialistas e o novo software na avaliação e classificação dos exames, representando apenas 1,32% do total.

O foco da plataforma são os serviços de saúde com grande fluxo de pacientes. A triagem proporcionada pela tecnologia otimiza o atendimento, empoderando as equipes de saúde da atenção primária, pois permite a priorização dos casos críticos e diminui encaminhamentos desnecessários para a atenção especializada. Essa dinâmica agiliza as filas e amplia o acesso à atenção básica. Tais benefícios também refletem nos custos, pois o diagnóstico precoce diminui a complexidade dos tratamentos, minimizando internações e evitando cirurgias e procedimentos mais onerosos ou complexos como, por exemplo, transfusões de sangue. Há melhor aproveitamento do orçamento público e, para as operadoras de saúde, a padronização de protocolos de atendimento, com uso eficiente de recursos humanos e financeiros.

As próximas versões do programa irão gerar relatórios e dashboards epidemiológicos, o que permitirá a análise populacional e gestão estratégica da saúde; bem como possibilitarão a segunda opinião a distância, conectando médicos clínicos a hematologistas para suporte remoto em regiões ou serviços sem esses especialistas. Essa escassez é evidente em todo o Brasil, com cerca de 5 mil hematologistas ativos na Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. “A tele-hematologia é uma utilidade fundamental para o setor público, o qual apresenta um gargalo na atenção secundária, com médicos especialistas em número insuficiente”, conclui Carlos Rolemberg.


Informações para a imprensa: Target Estratégia em Comunicação

Anúncio

Continue lendo
Anúncio

1 comentário

1 comentário

  1. vorbelutrioperbir

    05/07/2025 em 03:31

    Great post. I was checking constantly this blog and I am impressed! Extremely helpful information specifically the last part 🙂 I care for such info much. I was seeking this certain information for a very long time. Thank you and best of luck.

Deixa uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Tanorexia: o vício do bronze que transforma a busca pelo “glow perfeito” em risco de câncer de pele

Publicado

em

Por

Um novo estudo genético, publicado na revista Nature, sequenciou os genomas de 28 indivíduos que viveram no sul da África e descobriu que as populações permaneceram isoladas por cerca de 100 mil anos. A análise indica que a composição genética dessas populações ancestrais é drasticamente diferente da observada nos humanos modernos e “fica fora da faixa de variação genética” atual. A descoberta sugere que o isolamento geográfico, possivelmente devido a condições desfavoráveis na região do rio Zambeze, permitiu uma evolução genética única na ponta sul do continente

Com a chegada do verão e a campanha Dezembro Laranja de prevenção ao câncer de pele, cresce no Brasil o fenômeno da tanorexia, um comportamento de obsessão e vício em manter a pele sempre bronzeada, muitas vezes a qualquer custo e com exposição excessiva ao sol.

Distorção de Imagem e Risco de Câncer ⚠️

A dermatologista Denise Ozores explica que a tanorexia é uma distorção da imagem corporal, na qual a pessoa nunca se sente bronzeada o suficiente, chegando a se ver pálida mesmo quando já está com a pele queimada.

  • Comportamento Compulsivo: Pessoas com tanorexia recorrem a horas seguidas de exposição ao sol, bronzeamentos improvisados ou procedimentos clandestinos para tentar corrigir o incômodo de se verem “clara demais”.

  • Pressão Social: A lógica das redes sociais, onde a pele dourada é frequentemente associada a status, saúde e beleza, cria uma pressão para alcançar o “glow perfeito”, levando muitos a ignorar os riscos.

  • Câncer da Vaidade: O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, e sua principal causa é a exposição excessiva e desprotegida à radiação ultravioleta. A dermatologista alerta que o câncer de pele tem se tornado o “câncer da vaidade”, com pacientes arriscando a saúde para evitar aparecer “brancos” em fotos de fim de ano.

Redefinindo a Beleza no Verão ☀️

Denise Ozores defende a necessidade de ressignificar a ideia de “pele bonita”, promovendo a estética natural e individualizada, onde cada pessoa valoriza sua própria cor e textura.

Para curtir o verão com segurança e preservar a saúde da pele, a especialista recomenda:

  • Uso de protetor solar diário com reaplicação frequente.

  • Busca por sombra e uso de chapéu.

  • Respeito aos horários seguros de exposição solar.

  • Estabelecimento de limites reais na busca pelo bronzeamento.


Com informações: CO – Assessoria (Cacau Oliver)

Anúncio

Continue lendo

Saúde

Latrofobia e Dentofobia: O medo de ir ao médico ou dentista tem explicação científica e pode ser superado

Publicado

em

Por

O medo intenso e irracional de ir ao médico (iatrofobia) ou ao dentista (dentofobia) é um fenômeno comum, enraizado em respostas psicológicas e fisiológicas, e não deve ser encarado como “frescura”. Gatilhos como o medo do desconhecido (más notícias), a síndrome do jaleco branco (elevação da pressão arterial em ambiente clínico) e a antecipação da dor ou invasão ativam o instinto de luta ou fuga. Especialistas recomendam o uso de estratégias comportamentais e mentais para retomar o controle da situação, como o estabelecimento de um “sinal de pare” com o profissional e o uso de técnicas de respiração para acalmar o sistema nervoso.

O medo de frequentar consultórios médicos ou odontológicos é uma ansiedade real e paralisante para muitas pessoas. Quando esse medo se torna excessivo e irracional, ele é classificado como iatrofobia (medo de médicos) ou dentofobia (medo de dentistas), condições que levam muitos pacientes a adiar cuidados essenciais de saúde.


Gatilhos do Medo e Respostas Psicológicas 🧠

A ciência identifica que a ansiedade no ambiente clínico é uma resposta fisiológica e psicológica real, muitas vezes ligada a mecanismos de defesa:

  • Medo de Más Notícias: O receio de descobrir uma doença grave ou de ser julgado pelos hábitos de vida faz com que a pessoa evite a consulta, seguindo a lógica prejudicial de “quem procura, acha”.

  • Síndrome do Jaleco Branco: O ambiente clínico em si eleva o estresse, causando um aumento na pressão arterial que não ocorre em casa, criando um ciclo vicioso de ansiedade antes da consulta.

  • Antecipação da Dor: A simples antecipação de procedimentos invasivos ativa áreas do cérebro ligadas à ameaça, desencadeando o instinto primitivo de luta ou fuga, mesmo para um exame de rotina.

Estratégias para Retomar o Controle ✅

Entender que o medo tem fundamento biológico é o primeiro passo. O segundo é adotar estratégias práticas para tornar a experiência menos traumática:

Estratégia Objetivo
Estabelecer um “Sinal de Pare” Devolver a sensação de controle ao paciente, combinando um gesto para interromper o procedimento a qualquer momento.
Hackear o Sistema Nervoso Utilizar técnicas de respiração (ex: 4-7-8: inspirar em 4s, segurar em 7s, soltar em 8s) para forçar o corpo a sair do estado de alerta.
Evitar Ruminação Antecipada Marcar a consulta para o primeiro horário da manhã, minimizando o tempo de ansiedade e preocupação.
Bloquear Gatilhos Sensoriais Usar fones de ouvido com cancelamento de ruído para abafar sons estressantes (como o motorzinho do dentista).
Jogar Limpo com o Profissional Informar sobre o medo logo no início, garantindo que o médico ou dentista seja mais paciente e explicativo durante o atendimento.

Com informações: Olhar Digital

Anúncio

Continue lendo

Brasil

Ministério da Saúde prioriza acesso a medicamentos de longa duração contra o HIV e pressiona por transferência de tecnologia

Publicado

em

Por

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou no Dia Mundial de Luta contra a Aids que o acesso a novas tecnologias de prevenção é prioridade, citando a demanda pela incorporação do lenacapavir no SUS. O medicamento, um injetável de longa duração (aplicação a cada seis meses) para PrEP, é decisivo para populações vulneráveis e está pendente de registro sanitário. O Brasil, que registrou queda de 13% nas mortes por aids (abaixo de 10 mil pela primeira vez em três décadas) e cumpriu duas das três metas globais 95-95-95, pressiona a farmacêutica Gilead por transferência de tecnologia devido ao preço “impraticável” do produto

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a prioridade da pasta em garantir o acesso a novas estratégias e tecnologias de prevenção contra o HIV/Aids, em celebração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º de dezembro). A principal demanda é pela incorporação de medicamentos de longa duração no Sistema Único de Saúde (SUS), como o lenacapavir.

Novo Paradigma na Prevenção: Lenacapavir 💉

O medicamento em foco é o lenacapavir, da farmacêutica Gilead, uma formulação injetável de longa duração para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, que requer aplicação a cada seis meses.

  • Vantagens: O lenacapavir poderá substituir o uso diário de comprimidos da PrEP oral, melhorando a eficácia e a adesão de populações vulneráveis e jovens que têm dificuldade em seguir o regime diário. Estudos clínicos indicaram altíssimos índices de eficiência.

  • Diálogo por Tecnologia: Padilha confirmou que o Ministério está dialogando e quer participar da transferência de tecnologia do produto para o Brasil, pois o preço praticado pela empresa no exterior (mais de US$ 28 mil por pessoa ao ano nos EUA) é considerado “absolutamente impraticável para programas de saúde pública”.

  • Pressão por Genérico: O Brasil ficou de fora de uma versão genérica do medicamento anunciada para 120 países de baixa renda. A Articulação Nacional de Luta contra a Aids reivindicou que, se não houver avanço em acordos de transferência, o governo deve considerar o licenciamento compulsório (quebra de patente).

Avanços na Resposta Brasileira ao HIV 🇧🇷

O Brasil apresentou avanços significativos na política de HIV/Aids, que agora inclui a oferta gratuita de PrEP, PEP (profilaxia pós-exposição) e terapia antirretroviral.

  • Metas Globais: O país cumpriu duas das três metas globais 95-95-95 (95% das pessoas vivendo com HIV conheçam o diagnóstico; 95% das diagnosticadas estejam em tratamento; e 95% das tratadas alcancem supressão viral).

  • Queda nas Mortes: O boletim epidemiológico mais recente mostrou uma queda de 13% no número de óbitos por aids entre 2023 e 2024, caindo para 9,1 mil mortes em 2024. É a primeira vez em três décadas que o número ficou abaixo de 10 mil.

  • Eliminação da Transmissão Vertical: O Ministro anunciou a expectativa de que o Brasil receba, em dezembro, o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) pela eliminação da transmissão vertical do HIV (de mãe para bebê) como problema de saúde pública, sendo o maior país do mundo a alcançar esse patamar.


Com informações: Agência Brasil

 

Anúncio

Continue lendo
Anúncio


Em alta

Copyright © 2021-2025 | Fato Novo - Seu portal de notícias e informações reais e imparciais.

Verified by MonsterInsights