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Sociedade

“Chemsex”: uso de drogas e sexo aumenta preocupação de especialistas

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Prática cresce entre jovens e comunidade LGBTQIA+, mas informações sobre redução de danos ainda são limitadas.

A combinação de drogas psicoativas com atividade sexual, conhecida como chemsex , tem ganhado visibilidade entre a população brasileira, especialmente entre jovens e a comunidade LGBTQIA+. A prática, embora não nova, tem sido alvo de estudos mais aprofundados devido aos riscos associados ao uso contínuo de substâncias e à exposição a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

O que é o chemsex?

Chemsex é uma expressão em inglês que se refere ao uso de substâncias psicoativas durante atividades sexuais com o objetivo de intensificar sensações, prolongar relações e reduzir inibições. Entre as drogas mais comuns estão:

  • Álcool
  • Cannabis
  • Ketamina (“key”)
  • Ecstasy (“bala”)
  • Metanfetamina (“cristal” ou “tina”)
  • GHB (“boa noite Cinderela”)
  • Nitrito de alquila (poppers)

Essas substâncias atuam diretamente no sistema nervoso central, aumentando a excitação e a desinibição, o que pode levar a comportamentos sexuais de maior risco.

Dados sobre a prática no Brasil e no mundo

Estudos recentes apontam para a disseminação da prática:

  • Uma meta-análise global publicada em abril de 2024 no periódico Healthcare revelou uma prevalência de 12,66% de chemsex entre diferentes grupos.
  • Uma pesquisa brasileira divulgada em março de 2024 na revista Public Health Nursing mostrou que 19,42% dos homens homoafetivos no Brasil já praticaram chemsex .

Apesar de os números indicarem uma tendência de crescimento, ainda há poucos estudos sobre o tema no país.

Fatores que contribuem para o aumento da prática

A psicóloga Marina Del Rei , doutoranda pela Universidade de São Paulo (USP), aponta que o fenômeno se diferencia de práticas históricas por envolver:

  • Tecnologia : aplicativos de relacionamento facilitam encontros rápidos e em larga escala.
  • Novas substâncias : a disponibilidade de drogas sintéticas mais potentes.
  • Contexto social : pressão por performance sexual e corporal, especialmente entre pessoas da comunidade LGBTQIA+.

Segundo o psiquiatra Saulo Vito Ciasca , do Hospital Israelita Albert Einstein, fatores como baixa autoestima, busca por conexão e superação de traumas também podem estar por trás da adesão ao chemsex .

Riscos associados ao chemsex

Os efeitos do uso prolongado de drogas em contextos sexuais podem ser graves:

  • Ressaca química : ansiedade, depressão e insônia após o uso.
  • Danos físicos : risco de arritmia cardíaca, AVC, lesões hepáticas e queimaduras.
  • Exposição a ISTs : sexo sem proteção aumenta o risco de contrair HIV, herpes, mpox e outras doenças.
  • Dependência química : uso crescente e dificuldade em sentir prazer sem drogas.

Além disso, muitas das substâncias utilizadas são ilegais e de origem duvidosa, aumentando o risco de contaminação e overdose.

Quando o uso vira dependência

Com o tempo, o cérebro pode passar a associar prazer exclusivamente ao uso de drogas, levando à chamada Síndrome da Desregulação da Homeostase Hedônica . Nesse quadro, atividades cotidianas perdem o poder de gerar satisfação.

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“É importante entender que a diferença entre o uso recreativo e o uso problemático é muito tênue. A dose que pode trazer prazer também pode ser tóxica”, alerta o psiquiatra Saulo Ciasca.

Redução de danos como alternativa

Especialistas defendem a estratégia de redução de danos , que busca minimizar os riscos sem exigir abstinência imediata. Medidas incluem:

  • Informações sobre doses seguras e combinações perigosas (como álcool e ketamina).
  • Acesso a preservativos , PrEP e DoxiPEP .
  • Realização de testagens regulares para ISTs.
  • Busca por profissionais qualificados em saúde mental e dependência química.

“O objetivo é promover escolhas mais informadas e conscientes”, explica Marina Del Rei. “A prevenção combinada e o acesso a serviços de saúde são fundamentais para reduzir danos à saúde individual e coletiva.”


Com informações: Agência Einstein (2025)

Mundo

Brasileiros no exterior: entenda a obrigatoriedade da Declaração de Saída Definitiva

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A Declaração de Saída Definitiva do Brasil é um documento essencial para brasileiros que decidem morar permanentemente no exterior. Nos últimos anos, muitos cidadãos brasileiros residentes fora do país têm demonstrado preocupação sobre a necessidade de entrega da declaração, especialmente aqueles que não possuem renda ou patrimônio no Brasil, incluindo também a situação de estudantes e pessoas que já possuem cidadania de outro país, como os Estados Unidos e demais países.

Para esclarecer, a advogada Bell Ivanesciuc, especialista em Direito Tributário Internacional, explica quem é obrigado a entregar a Declaração de Saída Definitiva, quais são as consequências do não cumprimento e quem pode estar dispensado dessa obrigação.

Quem deve obrigatoriamente entregar a Declaração de Saída Definitiva

Segundo Ivanesciuc, devem apresentar a declaração todos os brasileiros que:

  1. Mudam-se para o exterior de forma definitiva, alterando sua residência fiscal.
  2. Possuem rendimentos tributáveis no Brasil, como aluguéis, aplicações financeiras ou aposentadoria.
  3. Possuem patrimônio ou bens no Brasil que geram receita.

“Mesmo que a pessoa não resida mais no Brasil, a Receita Federal precisa ser informada para que o contribuinte deixe de ser considerado residente fiscal no país”, explica a especialista.

A entrega da declaração permite que os cidadãos estrangeiros e brasileiros residentes no exterior não sejam tributados sobre rendimentos obtidos fora do Brasil, evitando problemas futuros com a Receita Federal e multas por omissão de informações.

Quem não precisa entregar

Ivanesciuc reforça que nem todos os brasileiros que moram fora são obrigados. Entre os dispensados estão:

(i) Brasileiros que saíram do país temporariamente e mantêm residência fiscal no Brasil.

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(ii) Brasileiros que moram no exterior sem rendimentos ou patrimônio no Brasil, incluindo estudantes.

(iii) Brasileiros que possuem outra cidadania e não possuem contas, investimentos ou bens geradores de renda no Brasil.

“É importante que a pessoa esteja segura quanto à sua situação fiscal. A preocupação de muitos brasileiros que estudam ou trabalham fora, mas não têm renda no Brasil, é desnecessária, desde que não possuam vínculos tributáveis”, esclarece.

Consequências do não cumprimento

A especialista alerta que a ausência da Declaração de Saída Definitiva pode gerar:

  1. Tributação como residente fiscal mesmo morando fora, sobre todos os rendimentos globais.
  2. Multas e juros sobre impostos devidos.
  3. Complicações futuras ao tentar regularizar a situação junto à Receita Federal.

Por isso, mesmo para quem planeja retornar ao Brasil no futuro, Ivanesciuc recomenda cumprir a obrigação no prazo legal, garantindo que a situação fiscal esteja regularizada.

Conclusão

A Declaração de Saída Definitiva é uma ferramenta de segurança fiscal para brasileiros no exterior.

“Com informações corretas, a pessoa evita cobranças indevidas e problemas futuros. O mais importante é analisar se há rendimentos ou patrimônio no Brasil; caso contrário, não há obrigatoriedade”, finaliza Bell Ivanesciuc.


Fato Novo – Por Bell Ivanesciuc – Especialista em Direito Tributário Internacional e ambiental

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Brasil

Misoginia digital: o ódio das redes como motor da violência real contra mulheres

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Em artigo, Gleide Andrade, secretária nacional de Finanças e Planejamento do Partido dos Trabalhadores (PT), afirma que a violência contra as mulheres no Brasil não consiste em casos isolados, mas é o desdobramento de um ecossistema de ódio que se origina nas redes sociais, transforma-se em método político e se materializa em violência física, como nos casos do “Calvo da Campari”, das servidoras do CEFET-RJ e da mulher arrastada na Marginal Tietê. A autora destaca que a misoginia digital é um mercado lucrativo que movimenta interesses financeiros e eleitorais, exigindo uma reação urgente do Estado e da sociedade.


A secretária aponta que a extrema direita transformou ataques e ridicularização de mulheres em uma estratégia de poder e monetização, onde influenciadores e políticos lucram ao naturalizar agressões e silenciar lideranças femininas. Esse mercado do ódio online serve como validação para a violência no mundo real, criando pertencimento e legitimando impulsos agressivos em homens.

O Estado e a Criminalização da Misoginia 🛡️

Gleide Andrade reconhece o Pacto Nacional pelo Enfrentamento ao Feminicídio como um avanço estrutural, pois trata a violência contra mulheres como uma questão que abrange segurança, justiça, saúde, educação e assistência social. No entanto, ela argumenta que nenhuma política será eficaz se o país continuar a alimentar o mercado digital que lucra com o ódio.

É defendida a urgente aprovação do Projeto de Lei nº 896/2023, que tipifica a misoginia como crime. O texto visa fortalecer o arcabouço jurídico contra a discriminação e o discurso de ódio contra mulheres, combatendo a disseminação de ataques na internet que se valem de interpretações distorcidas da liberdade de expressão. A autora cita o caso da senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA), autora do projeto, que recebeu ameaças de morte após a aprovação do texto na CCJ, como prova da necessidade de criminalizar a misoginia.

A conclusão do artigo é que a violência e o feminicídio não são acidentes, mas parte de um sistema que usa a dor como moeda e a misoginia como plataforma, exigindo que o Brasil desmonte essa estrutura de mercado e política.


Com informações: PT

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Distrito Federal

MPDFT lança campanha com atletas para engajar homens no Dia do Laço Branco pelo fim da violência contra a mulher

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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) lançou o vídeo institucional “Homens pelo fim da violência contra a mulher”, em alusão ao Dia do Laço Branco (6 de dezembro), data que marca a mobilização internacional para o engajamento masculino na prevenção da violência de gênero. O vídeo conta com a participação dos lutadores Ismael e Gabriel Bonfim e visa conscientizar homens e jovens de que a verdadeira força está no respeito e na igualdade de gênero

A ação integra os “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”, que anualmente se estende do Dia da Consciência Negra (20 de novembro) até o Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de dezembro).

O Papel dos Homens no Combate à Violência 🛡️

A coordenadora do Núcleo de Gênero (NG) do MPDFT, promotora de justiça Adalgiza Aguiar, ressaltou que a mobilização é crucial e não deve ser vista como um tema exclusivo das mulheres.

  • Responsabilidade Compartilhada: É fundamental que os homens se responsabilizem, sejam parceiros e se engajem ativamente na construção de uma sociedade livre de violência.

  • Foco na Juventude: O vídeo institucional utiliza a imagem dos lutadores Ismael e Gabriel Bonfim, admirados pelo público jovem, para transmitir a mensagem de que a verdadeira força de um homem reside no respeito às mulheres.

Campanha do Laço Branco 🎗️

A Campanha do Laço Branco é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a maior iniciativa mundial para envolver homens na temática da violência contra a mulher, estando presente em mais de 55 países.

O Núcleo de Gênero do MPDFT fará uma mobilização interna no dia 9 de dezembro, com a distribuição de laços brancos nas unidades do órgão, reforçando o compromisso institucional com a pauta.

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Com informações: MPDFT

 

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