Ibovespa e Dólar tiveram reação adversa e imediata no mercado financeiro após o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026, com a Bolsa brasileira registrando sua pior queda desde 2021 e a moeda americana atingindo o maior valor em quase dois meses.
Anúncio de candidatura política provoca instabilidade imediata no mercado
O mercado financeiro brasileiro registrou um dia de forte instabilidade e reversão de tendência após a divulgação da notícia de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) seria o nome escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para disputar as eleições presidenciais de 2026. O anúncio, realizado nas redes sociais do próprio senador, provocou uma reação imediata e adversa nas cotações da Bolsa de Valores e do Dólar no país.
Em contraste com um cenário internacional que se mostrava favorável – com bolsas em alta e o Dólar em recuo frente a outras moedas devido à perspectiva de cortes de juros nos Estados Unidos –, os ativos brasileiros reagiram negativamente à notícia política nacional.
Ibovespa e Dólar encerram com desempenho de forte aversão a risco
O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores do Brasil), que na manhã negociava em alta e chegou a se aproximar dos 165 mil pontos, virou abruptamente para queda após o anúncio, por volta das 11h20.
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O índice encerrou o dia com recuo de 4,31%, fechando aos 157.369 pontos. Este desempenho representou a pior queda diária do Ibovespa desde fevereiro de 2021.
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Na semana, o índice reverteu uma alta acumulada de mais de 3% e fechou com perda de 1,07%.
No mercado de câmbio, a moeda americana também registrou forte movimento de alta, refletindo a aversão ao risco percebida pelos investidores.
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O dólar disparou 4,31% no dia, alcançando a cotação de venda de R$ 5,433 no fechamento.
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Durante o pregão, a moeda chegou a ser negociada na máxima do dia a R$ 5,48, atingindo o maior valor em quase dois meses.
A volatilidade súbita nos indicadores financeiros, descolada da estabilidade ou otimismo em mercados globais, sinaliza que o fator político interno foi o principal motor da movimentação de aversão ao risco no Brasil na data do anúncio.
Contexto da decisão: Flávio substitui o pai na corrida presidencial
A confirmação da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro ocorreu após o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, tomar a decisão final e informar seu círculo político mais próximo. A escolha de Flávio visa manter a representação da extrema-direita na disputa pelo Palácio do Planalto em 2026.
Com esta definição, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que vinha ganhando protagonismo político, deve direcionar sua candidatura ao Senado pelo Distrito Federal.
O ex-presidente avalia que o senador ganhará força ao assumir a agenda nacional e terá o apoio de dois importantes palanques regionais:
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
O senador Flávio Bolsonaro confirmou a decisão por meio de suas redes sociais, declarando que assume a missão de dar continuidade ao “projeto de nação” com “grande responsabilidade”, e afirmando que não pode se conformar com o que considera um tempo de “instabilidade, insegurança e desânimo” no país.
Comunicação a Tarcísio de Freitas
A decisão de escolher Flávio como candidato foi comunicada pessoalmente ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pelo próprio senador. Tarcísio, que vinha sendo considerado um possível pré-candidato à Presidência da República por parte da direita, deverá agora buscar um novo mandato à frente do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
O realinhamento dos nomes, com a confirmação de Flávio Bolsonaro, marca uma nova fase na articulação da direita para o próximo ciclo eleitoral, mas a reação do mercado financeiro indica que o anúncio trouxe preocupações significativas para os investidores em relação ao cenário político-econômico futuro.
Com informações: Revista Fórum