Proposta tem amplo apoio popular e une parlamentares de campos políticos opostos
Depois de conseguir 234 assinaturas de colegas parlamentares — o mínimo é 171 para tramitar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) —, a deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) vai protocolar nesta terça-feira (25/2) o texto da proposta que acaba com a escala 6×1 no país. Uma coletiva de imprensa foi marcada pela deputada para as 16h no Salão Verde da Câmara com a presença de representantes do Movimento Vida Além do Trabalho.
Segundo a equipe da deputada, assinaram a proposta parlamentares de todos os estados da Federação e de partidos de todos os espectros ideológicos.
Essa união de políticos de lados opostos em torno da pauta fez com que o tema fosse visto como uma oportunidade para a ala mais à esquerda do Congresso. Parlamentares do PSol ouvidos pelo Correio nas últimas semanas dizem que é hora de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se juntar à mobilização e abraçar não só a pauta do fim da escala 6×1, como outras pautas com apelo popular similares.
No ano passado, quando a deputada começou a recolher assinaturas para o texto, o assunto viralizou nas redes sociais e inspirou deputados e senadores a fazerem discursos defendendo a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.
Em entrevista ao Correio no início do mês, Erika Hilton contou que apesar de já ter o apoio necessário para protocolar a PEC, não o fez porque a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), responsável pela análise inicial de PECs, estava sob o comando da deputada bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC). A expectativa é de que o tema tenha mais chances de avançar com a troca na presidência da comissão, que deve ficar com um parlamentar do União Brasil, em um acordo que garantiu, segundo parlamentares ouvidos pela reportagem, que o MDB fique com a relatoria do Orçamento da União de 2026.
“Se vai ser neste ano que nós vamos conseguir votar, não sei. Mas que a gente possa deixar pelo menos ele (o texto) redondo para que até o fim do ano ou no ano seguinte, se for o caso, consigamos votar. Essa é uma pauta dos trabalhadores brasileiros. Mobilizou o país, não tem lado. É uma pauta do povo e ela precisa caminhar dentro desta Casa”, disse Erika ao Correio em 4 de fevereiro.