Conecte-se conosco

Brasil

Scania agiu para impedir que Dom Hélder recebesse Nobel da Paz

Publicado

em

O arcebispo-emérito de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz por suas ações em defesa dos direitos humanos. E no período de quatro anos consecutivos, de 1970 a 1973, o governo militar brasileiro agiu para impedir que o religioso obtivesse a indicação ou recebesse a láurea. Os militares teriam levado os empresários suecos a trabalhar nos bastidores contra o favoritismo do bispo católico ao prêmio. Caso não fossem atendido, o governo civil-militar da ditadura no Brasil (1964-1985) ameaçou impedir as multinacionais a remeterem lucros para suas matrizes. A chantagem inclui ainda preparação de dossiês contrários aos religiosos brasileiros, divulgados pela imprensa sueca.

Dom Hélder Câmara (1909-1999) foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos (CNBB). Defensor da teologia da libertação. Pregava ação de uma igreja voltada aos mais pobres e pela não-violência. Por sua atuação pelos direitos humanos, especialmente no período da ditadura civil-militar, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o brasileiro por mais vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Também é o Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos.

O Prêmio Nobel foi criado em 1900, a partir de ideia do cientista Alfred Nobel, de Estocolmo, Suécia. A Fundação Nobel iniciou as premiações no ano seguinte. São seis prêmios internacionais anuais concedidos aos que se destacarem em Química, Física, Fisiologia ou Medicina, Literatura, Paz e Economia. Todos os indicados podem ser conhecidos por meio deste link.

Por sua atuação, Dom Hélder também colecionou inimigos que viam nele uma ameaça ao regime ditatorial. Era constantemente ameaçado pela organização de extrema direita Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Teve amigos próximos sequestrados. Um deles, seu assessor e padre Antonio Henrique Pereira Neto, assassinado em 1967. Mas, principalmente, incomodou com louvor expoentes políticos e do empresariado nacional e internacional ligados aos militares na ditadura.

Lobby contra Dom Hélder

Na primeira ação desencadeada neste lobby ocorreu em 1970. Em plena ditadura civil-militar, representantes da direção da Scania e de outras empresas de origem escandinava que operavam no Brasil foram chamados pelos militares para impedir que Dom Hélder fosse agraciado. O movimento feroz contra o católico envolveu várias frentes, da diplomacia ao empresariado. Obteve sucesso, mas deixou consequências que perduram até hoje.

De acordo com o ex-representante do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA) e embaixador do Brasil no Equador, Israel, Peru e Alemanha, Vasco Mariz, à época chefe do Departamento Cultural do Itamaraty, que ficava ainda no Rio de Janeiro, o episódio lhe foi contado por Alarico Silveira, então chefe do Serviço de Informações do Itamaraty, e está registrado no livro Nos bastidores da diplomacia, de autoria de Mariz.

Anúncio

Foi marcada uma reunião no Palácio do Planalto, sede do governo em Brasília, com representantes da Scania, Volvo, Etricson e outras empresas na região escandinava. “(…) o assunto teve depois lances dramáticos. Foram convocados os presidentes e diretores de todas empresas escandinavas no Brasil, como a Volvo, a Scania Vabis, a Ericsson, a Facit, a Nokia e outras menores, e lhes foi solicitado que interviessem na Fundação Nobel para evitar a concessão do prêmio Nobel a Dom Hélder”, relata o livro.

Ainda de acordo com a narrativa da obra que denunciou o plano lobista dos militares brasileiros, “todos lamentaram não poder intervir no caso até que o oficial general que presidia a reunião deu um murro na mesa e anunciou: se os senhores não intervierem com firmeza e Dom Hélder chegar a receber o prêmio Nobel da Paz, então as suas empresas no Brasil não poderão remeter mais um centavo de lucros para as respectivas matrizes. Naquela época, na Presidência do general Médici, o governo tinha meios de adotar tão grave atitude. Naturalmente, após essa explosão prepotente, deve ter havido na citada reunião um grande silêncio até que um ilustre militar, o general Juracy Magalhães (ex-embaixador em Washington, ex-ministro da Justiça e Relações Exteriores do governo Castello Branco), e então presidente da Ericsson no Brasil, protestou veementemente. De nada adiantou e a mensagem foi bem entendida nos países escandinavos. O prêmio foi concedido a outro candidato e não se falou mais em Dom Hélder”, relata o diplomata.

O vencedor foi o norte-americano Norman Borlaug, por suas contribuições à então chamada “revolução verde”, que promoveu impacto positivo na produção de alimentos, em especial na Ásia e América Latina.

O próprio Vasco Mariz já havia sido incumbido de reunir embaixadores da Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia com a mesma missão, mas, conta no livro, todos declinaram. “(…) Um por um, todos os embaixadores me telefonaram lamentando que seus governos tinham a tradição de não interferir em temas do Nobel e não poderiam fazer exceção naquela oportunidade. Apressei-me a informar a resposta dos embaixadores ao secretário-geral do Itamaraty e aí terminou minha ingrata missão de tentar impedir que um ilustre brasileiro, mesmo polêmico como Dom Hélder, recebesse o Prêmio Nobel da Paz (…) Notícias que chegavam da Europa davam Dom Hélder como o favorito para receber o prêmio e isso certamente seria negativo para a imagem internacional do governo militar”.

Brasil sem Nobel

Segundo o ex-embaixador, o movimento contra Dom Hélder foi visto como uma afronta pela Fundação Nobel. “Bem mais tarde, Sizínio Nogueira, que foi embaixador do Brasil em Estocolmo, comentou comigo que, enquanto houver alguém na diretoria da Fundação Nobel que se lembre do esforço feito pelo Brasil para não receber um prêmio Nobel, dificilmente um brasileiro será agraciado”. O Brasil continua sem receber a distinção.

Um dos empresários mais empenhados contra a vitória de Dom Hélder foi Tore Munck, da empresa Munck do Brasil S.A. Ele publicou, em seu jornal na Noruega – o Morgenposte – artigos que classificavam Dom Hélder como “ex-fascista”, por ter militado na Ação Integralista Brasileira, de acordo com Samarone Lima, no livro Chantagem, ameaças e dossiês para tirar mais um nobel de Dom Hélder.

“Os militares, entre os anos de 1970 e 1974, fizeram um lobby internacional, principalmente em Oslo, contra Dom Hélder Câmara, para que ele não recebesse o Prêmio Nobel da Paz. Todas essas iniciativas eram coordenadas pela embaixada do Brasil em Oslo. Nós tivemos acesso a essa documentação. Houve reunião aqui no Brasil com as empresas pressionando contra qualquer iniciativa de premiação de Dom Hélder ao Nobel. E a ditadura militar ameaçou as empresas de serem expropriadas caso avançassem no apoio à candidatura de Dom Hélder”, explica Manoel Moraes, advogado, professor de Direito e coordenador da Cátedra Unesco Dom Hélder Câmara de Dieitos Humanos da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Anúncio

Moraes fala de uma feroz articulação da diplomacia brasileira e da cúpula da ditadura militar para intimidar empresários da escandinávia e elaborar um dossiê para influenciar a decisão do comitê organizador do Prêmio Nobel. Destaca a ação pessoal do embaixador brasileiro em Oslo, Jayme de Souza Gomes.

Os bastidores da operação que impediu Dom Hélder de ganhar o Prêmio Nobel da Paz entre os anos de 1970 a 1973 estão relatados em detalhes pela Comissão Estadual da Memória e da Verdade Dom Hélder Câmara, de Pernambuco, em 64 páginas do Caderno de Memória e Verdade, volume 4.

Com base em documentos oficiais do próprio Itamaraty foi possível reconstruir todo o planejamento e as ações diplomáticas e políticas desenvolvidas para desconstruir a imagem do religioso brasileiro e evitar sua premiação. Moraes, autor do relatório final, descreve que em 29 de outubro de 1970, em um ofício classificado como “secreto”, Gomes já comemorava a rejeição do brasileiro ao prêmio: “acredito que, cercada do maior cuidado e sigilo, esta Embaixada, embora sem efetuar qualquer gestão oficial, pôde contribuir para o afastamento, pelo menos este ano, da candidatura de Dom Hélder Câmara ao Prêmio Nobel da Paz”.

Em 30 de dezembro de 1970, o diplomata brasileiro em Oslo, num telegrama enviado à secretaria das Relações Exteriores, alerta para um desafio ainda maior que estaria no radar, a premiação do ano seguinte.

“A candidatura de Dom Hélder Câmara ao Prêmio Nobel da Paz de 1971 aumenta de vulto à proporção que se aproxima a data da escolha final, só encontrando, aparentemente, um nome que lhe oponha – o do Chanceler Willy Brandt”, escreveu no ofício datado de 25 de maio de 1971. Brandt foi o vencedor, por três votos a dois.

Resposta da Scania

A Scania informou através de nota enviada por sua Assessoria de Comunicação que “a empresa repudia qualquer tipo de violação aos Direitos Humanos e reforça que atua alinhada às melhores práticas globais de governança corporativa”.


Fonte: Opera Mundi

Anúncio

Continue lendo
Anúncio

6 Comentários

1 comentário

  1. Delaney Ross

    12/05/2025 em 15:10

    You’re so awesome! I don’t believe I have read a single thing like that before. So great to find someone with some original thoughts on this topic. Really.. thank you for starting this up. This website is something that is needed on the internet, someone with a little originality!

  2. Layton Zhang

    12/05/2025 em 15:24

    For the reason that the admin of this site is working, no uncertainty very quickly it will be renowned, due to its quality contents.

  3. Kinley Sims

    12/05/2025 em 15:38

    I am truly thankful to the owner of this web site who has shared this fantastic piece of writing at at this place.

  4. Keegan Kent

    12/05/2025 em 16:08

    This was beautiful Admin. Thank you for your reflections.

  5. Miles Palmer

    12/05/2025 em 16:53

    This is my first time pay a quick visit at here and i am really happy to read everthing at one place

  6. Matias Valenzuela

    12/05/2025 em 17:03

    Nice post. I learn something totally new and challenging on websites

Deixa uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Lula reforça incentivo à indústria em evento que marca início da produção de veículos elétricos da GM no Brasil

Publicado

em

Por

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia que inaugurou a produção de veículos elétricos (VEs) da General Motors (GM) no Brasil, em Horizonte (CE). O evento marcou o início da produção local do modelo Chevrolet Spark EUV no Polo Automotivo do Ceará. Lula destacou que o estímulo à indústria automotiva, refletido em programas como o Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e o Nova Indústria Brasil (NIB), está alinhado com o potencial brasileiro de energia renovável (53%) e contribui para dados positivos da economia, como o menor desemprego e o menor índice de pobreza da história recente

O presidente Lula participou, nesta quarta-feira (3), da cerimônia que celebrou o início da produção de veículos elétricos da General Motors (GM) em Horizonte, Ceará.

Inovação e Potencial Energético ⚡

O evento marcou o avanço da mobilidade elétrica no país, com o início da produção local do Chevrolet Spark EUV e a confirmação de que o Chevrolet Captiva EV também será produzido na unidade a partir de 2026.

  • Vantagem Brasileira: Lula destacou o Brasil como um líder em energia limpa, com 53% de energia renovável em sua matriz, um índice superior à meta de 40% que países desenvolvidos buscam atingir até 2050. Essa característica torna o carro elétrico produzido no Brasil especialmente importante.

  • Investimentos: A GM celebra 100 anos de operações no Brasil com esse anúncio, que se soma aos R$ 130 bilhões em investimentos anunciados por empresas automotivas no país neste ano.

Estímulo Governamental e Economia 📈

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltou que o evento representa a materialização da Nova Indústria Brasil (NIB), focada em inovação e competitividade.

O governo promoveu incentivos à indústria automotiva, como o “carro patrocinado” para estimular vendas e o lançamento do programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover).

  • Programa Mover: O Mover disponibilizará R$ 19,5 bilhões para estimular a inovação, a indústria verde, a descarbonização da frota e a produção de veículos mais acessíveis. O programa inclui limites mínimos de reciclagem e o IPI Verde, que taxa menos quem polui menos, promovendo a eficiência energética.

  • Dados Econômicos: O presidente Lula associou o incentivo à indústria a resultados macroeconômicos positivos, citando o menor desemprego da história, o maior crescimento do salário mínimo e o menor índice de pobreza nos 525 anos do país, refletindo que “o dinheiro está chegando na mão do povo”.


Com informações: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Anúncio

Continue lendo

Brasil

A história e os desafios do saneamento básico no brasil: menos de 60% da população com esgoto coletado

Publicado

em

Por

Marco unificado, figuras históricas e os grandes desafios do país: o saneamento básico evoluiu lentamente no brasil, passando pelas campanhas de oswaldo cruz e as obras de saturnino de brito, mas ainda enfrenta uma baixa taxa de coleta e tratamento de esgoto (55,2%) e a poluição crítica de importantes bacias hidrográficas

O saneamento básico no Brasil, embora tenha seus primórdios em 1561 com a escavação do primeiro poço público no Rio de Janeiro, só começou a se consolidar em passos lentos ao longo do século XX.

Pioneiros e os Quatro Pilares da Saúde Pública 🏥

A evolução do saneamento foi impulsionada por grandes figuras e momentos históricos:

  • Oswaldo Cruz (Início do Século XX): O médico empreendeu campanhas sanitárias cruciais para combater a malária, febre amarela e varíola, que assolavam as cidades. Suas medidas incluíam a melhoria da qualidade da água e a recolha de águas servidas, inspiradas nas regras sanitárias mais modernas da época.

  • Saturnino de Brito: O engenheiro foi responsável pela modernização urbana de várias cidades, como Santos, onde projetou o famoso sistema de canais para solucionar problemas de coleta de esgoto e drenagem.

  • Quatro Pilares: O saneamento básico moderno estabelece quatro pilares essenciais:

    1. Abastecimento de água.

    2. Coleta e tratamento de esgoto.

    3. Drenagem e manejo da água da chuva.

    4. Limpeza urbana e gestão de resíduos sólidos.

Dados Atuais: Lacunas no Esgoto e na Reciclagem 💧

Apesar dos avanços históricos, o país ainda apresenta grandes lacunas nos serviços, conforme dados recentes:

  • Abastecimento de Água: O serviço público atende 83,1% da população (estudo de 2025).

  • Coleta de Esgoto: O serviço de coleta de esgoto atinge apenas 55,2% da população.

  • Tratamento de Esgoto: Em 2018, 55% da população possuía tratamento considerado adequado (43% coletado e tratado + 12% fossa séptica), enquanto 18% tinham o esgoto coletado, mas não tratado, e 27% não tinham coleta nem tratamento.

  • Impacto Hídrico: A falta de tratamento de esgoto compromete a qualidade da água: mais de 110 mil quilômetros de rios estão com a qualidade comprometida, sendo que 83.450 km não permitem mais a captação para abastecimento público devido à poluição.

  • Reciclagem: A taxa de reciclagem de resíduos sólidos no país é baixa. Embora a indústria tenha avançado, a reciclagem total (incluindo catadores autônomos) atingiu cerca de 8,3% em 2024.

Poluição e Recursos Hídricos 🌍

Bacias hidrográficas vitais estão gravemente poluídas, como a do Rio Tietê (SP), a do Rio Doce (MG e ES) – atingida por rejeitos de mineração –, e a do Rio Iguaçu (PR). A bacia do Rio São Francisco e rios da bacia Amazônica também enfrentam poluição crescente, incluindo o mercúrio do garimpo ilegal.

O Brasil detém 12% das reservas de água doce do planeta e abriga os dois maiores aquíferos do mundo, o Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA) e o Aquífero Guarani. Este cenário de riqueza hídrica, mas distribuição desigual e alta poluição, levanta um debate crucial sobre a governança futura e se a água será tratada como um bem público ou poderá ser privatizada.


Com informações: Diplomatique

Anúncio

 

Continue lendo

Brasil

Justiça Federal condena CSN a entregar ao Arquivo Nacional documentos de inteligência produzidos antes da privatização

Publicado

em

Por

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi condenada pela 1ª Vara Federal de Volta Redonda (RJ) a entregar ao Arquivo Nacional todos os documentos produzidos enquanto era estatal, antes de sua privatização em 1993. A decisão, que cabe recurso, foi proferida em ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e visa, principalmente, garantir o acesso aos arquivos da Assessoria de Segurança e Informações (ASI), que atuava em colaboração com o SNI (Serviço Nacional de Informações) para monitorar trabalhadores e coletar dados durante o regime militar. O juiz classificou a prática da CSN como inconstitucional e afirmou que a abertura do acervo é crucial para o direito à memória, verdade e justiça.

A Justiça Federal condenou a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) a entregar ao Arquivo Nacional toda a documentação produzida pela empresa antes de sua privatização, ocorrida em 1993. A sentença, proferida pela 1ª Vara Federal de Volta Redonda, atende a um pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Disputa pela Memória Nacional 💾

O centro da disputa envolve arquivos de interesse público, cujo acesso vinha sendo restringido pela companhia há décadas:

  • Arquivos da ASI: O caso tem foco especial nos documentos da Assessoria de Segurança e Informações (ASI), uma estrutura interna criada em 1977 e subordinada ao Serviço Nacional de Informações (SNI), que monitorava trabalhadores e repassava dados de inteligência ao regime militar.

  • Inconstitucionalidade: O juiz Frederico Montedonio Rego afirmou na sentença que é inconstitucional a prática da CSN de tratar como privados documentos produzidos por uma empresa estatal. O magistrado ressaltou que a empresa se tornou “senhora da memória e do esquecimento” ao limitar o acesso a esses registros históricos.

  • Direito à Verdade: A decisão sublinha que a abertura do acervo é fundamental para garantir o direito à memória, verdade e justiça, reconhecido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, especialmente diante de investigações sobre possíveis violações de direitos humanos cometidas na companhia durante o regime militar.

Próximos Passos e Responsabilidades

A sentença determina que o Arquivo Nacional faça uma nova visita técnica à CSN em até 15 dias para orientar o tratamento do acervo. A responsabilidade por identificar, classificar, avaliar o material e arcar com os custos é da própria CSN, que deverá liberar acesso a todos os locais de guarda da documentação. O MPF poderá acompanhar todas as etapas.

A CSN afirmou em nota que “já disponibiliza acesso ao seu acervo documental histórico pré-privatização, reafirmando seu compromisso com a transparência e com a liberdade de informação”.


Com informações: Folhapress e ICL Notícias

 

Anúncio

Continue lendo
Anúncio


Em alta

Copyright © 2021-2025 | Fato Novo - Seu portal de notícias e informações reais e imparciais.

Verified by MonsterInsights