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A cidade brasileira mais segura para se proteger de um ataque nuclear

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Em 1962, a cientista Caroline Bird, da Universidade de Cornell, publicou um artigo que voltou a ganhar atenção nas redes sociais. O estudo, intitulado Nine Places to Hide, destacava Belo Horizonte como uma das nove cidades mais seguras do mundo em caso de um desastre nuclear, no contexto da Guerra Fria, período marcado pela ameaça constante de um confronto atômico entre os Estados Unidos e a União Soviética.

A pesquisa de Bird classificava o risco global em três categorias: áreas prioritárias para ataques, zonas com alta contaminação por radiação e locais com risco moderado. Belo Horizonte se encaixava na última, por ser distante de alvos estratégicos e ter condições favoráveis à sobrevivência. A cientista indicava que, enquanto os EUA eram o país mais vulnerável devido à sua posição central no conflito, a Antártida era o local mais seguro por ser desabitada e sem valor estratégico.

O estudo apontou também nove cidades consideradas adequadas para abrigar a população em caso de catástrofe nuclear:

1.Eureka (EUA)

2.Caerk (Irlanda),

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3.Guadalajara (México),

4. Central Valley (Chile),

5. Mendoza (Argentina),

6. Belo Horizonte (Brasil)

8. Tanariva (Madagascar)

9. Melbourne (Austrália)

10.  Christchurch (Nova Zelândia).

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A escolha de Belo Horizonte, segundo Bird, se dava pela sua localização no interior, longe das áreas costeiras e, portanto, menos exposta a ataques diretos. Além disso, a cidade era vista como um centro urbano progressista, com potencial para absorver migrantes e desenvolver indústrias leves a partir dos recursos minerais locais, além de ser capaz de garantir o abastecimento de alimentos, como derivados lácteos.

Outro ponto destacado por Bird foi o clima moderado e subtropical de Belo Horizonte, que seria ideal para as condições de saúde da época, especialmente no tratamento da tuberculose. A cidade foi descrita como a “terceira mais progressista e movimentada do Brasil”, com uma economia em crescimento que, segundo a autora, seria uma base sólida para a reconstrução após um evento catastrófico.

Abrigo para Jim Jones

Jim Jones, líder do culto Peoples Temple, também se interessou por Belo Horizonte, inspirado pelo estudo de Bird. Entre 1962 e 1963, ele passou 10 meses na cidade com a intenção de estabelecer uma sede para sua igreja. Jones, que acreditava que uma guerra nuclear era iminente, via a capital mineira como um refúgio seguro. No entanto, ele desistiu de seu plano devido à barreira linguística e à dificuldade de adaptação de sua família.

Leia abaixo um trecho da reportagem da revista Esquire: 

“Belo Horizonte é a terceira cidade movimentada e progressista do país da América do Sul com maior probabilidade de abrir um novo caminho econômico. Longe do litoral – uma vantagem em segurança – Belo Horizonte é um local de jardins que exporta caminhões e laticínios, que poderia facilmente alimentar os recém-chegados e poderia desenvolver indústrias leves a partir dos recursos minerais do entorno para empregá-los. Tem um clima moderado e semitropical, e era um balneário na época em que os médicos recomendavam um clima alto e seco para tratamento de tuberculose. Estabelecida na virada do século como a capital do rico estado de Minas Gerais, Belo Horizonte foi a primeira e, depois de Brasília, mais bem-sucedida das cidades planejadas do Brasil. Tem televisão, as comodidades da vida moderna e uma pulsação que encanta os norte-americanos que esperam uma sociedade industrial que possa sustentar a riqueza sem acessos de culpa calvinista”.


Fonte: Revista Fórum

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