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Meio Ambiente

Artistas e influenciadores assinam manifesto em defesa do meio ambiente e das demarcações das Terras Indígenas

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Evento no RJ teve a participação das ministras Marina Silva, Sonia Guajajara, da deputada federal Célia Xakriabá e de diversas personalidades da cultura brasileira

Artistas e influenciadores se reuniram na última segunda-feira em defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos indígenas. Realizado no Rio de Janeiro, o evento contou com a presença das ministras Marina Silva, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Sonia Guajajara, do Ministério dos Povos Indígenas, além da deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG). A mobilização teve como base o manifesto “O Brasil Merece Respeito”, assinado por diversas personalidades presentes ou não no evento.

Construído em parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e a Mídia Indígena, o manifesto traz que o Brasil denuncia a ofensiva legislativa que ameaça os direitos dos povos originários, o clima e as florestas brasileiras, e lembra: “respeito não é favor, é dever”.

Entre as ameaças mencionadas, estão o Projeto de Lei 2.159/2021, chamado de “PL da Devastação”, aprovado em maio deste ano no Senado e enviado à Câmara dos Deputados. Durante o ato, a ministra Marina Silva falou sobre os retrocessos socioambientais em curso e manifestou preocupação com o avanço do PL do Licenciamento Ambiental na Câmara dos Deputados. Ela ressaltou a importância da mobilização social para barrar a votação do projeto e destacou o papel transformador da arte nesse processo. “Nós estamos aqui em legítima defesa da vida e dos modos de vida que ajudam a proteger e a sustentar a vida nesse planeta. Que a arte possa inundar os litorais da política e do bom senso, para que não permitamos a destruição da coluna vertebral da proteção ambiental no Brasil”, disse.

Segundo com uma nota técnica do Instituto Socioambiental (ISA), o projeto “apaga” da legislação, para efeitos de licenciamento, 259 Terras Indígenas – ou quase um terço de todas as TIs existentes – e mais de 1,5 mil territórios quilombolas (cerca de 80% dessas áreas com processos de regularização já iniciado) completamente vulneráveis à ação de empreendimentos que, até então, precisavam respeitar regras ambientais mínimas.

A abertura e o encerramento do evento ficaram por conta da cantora e ativista indígena Djuena Tikuna, que emocionou o público com canções em sua língua ancestral. Nomes como Klebber Toledo, Camila Queiroz, Letícia Spiller, Marcos Palmeira, Isabel Fillardis, Maria Gadú, Paulo Betti, Malu Mader, Laila Zaid, Alexia Dechamps, Daniel Rangel, Milton Cunha, Emiliano D’Ávila, Zahy Tentehar, entre outros artistas, estavam presentes no evento e reforçaram a urgência de se posicionar diante dos retrocessos socioambientais em curso no Congresso Nacional.

O ator Marcos Palmeira chamou atenção para as conquistas recentes e a necessidade de seguir mobilizado. “A gente fica com a sensação de que não deu em nada, mas já deu em muita coisa. Temos uma deputada indígena, uma ministra indígena, temos Marina Silva como ministra. Isso é evolução. Quando Mário Juruna tentou lá atrás, com aquele gravadorzinho, registrar tudo porque achava que não entendia o que o branco dizia… não era que ele não entendia – é que o branco mentia. Agora ele pode estar vendo isso aqui e se sentindo representado. É sinal de que a luta está sendo vencida”, contou.

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Leia abaixo o manifesto. 

Manifesto “O Brasil merece respeito.”

O Brasil que queremos exige coragem.

E começa com respeito.

Respeito aos que se colocam entre a devastação e a vida.

Respeito aos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, camponeses.

Respeito à constituição. Respeito às florestas.

Respeito não é favor. É dever.

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É o que o Congresso nega quando ataca o licenciamento ambiental, uma proteção mínima que nos separa de tragédias como as de Mariana, Brumadinho, da Braskem.

Respeito é o que o Congresso pisa quando ignora o papel vital das Terras Indígenas no equilíbrio do clima, na garantia da água que abastece cidades, plantações e o próprio agronegócio.

Falam em progresso, mas querem legalizar o retrocesso.

Prometem modernização, mas entregam destruição.

Querem apagar direitos para abrir caminho ao lucro imediato, ainda que isso custe florestas, culturas milenares e o nosso futuro.

Querem um Brasil onde a mineração avança sobre territórios indígenas.

Onde as florestas são devastadas.

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Onde se legisla com racismo, ódio e desinformação.

Mas nós dizemos: basta.

Porque cada direito violado é uma rachadura na democracia.

Em 2025, o Brasil será sede da COP 30, a convenção internacional sobre mudanças climáticas.

Como vamos liderar o mundo nessa luta se não respeitamos nosso meio ambiente e os povos indígenas?

Como falar de futuro se o presente é de queimadas, enchentes e tragédias anunciadas?

O Brasil precisa escolher.

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Nós escolhemos estar do lado da vida.

Pelo respeito a quem defende a terra e a água.

Pela demarcação das Terras Indígenas.

Pela proteção das florestas.

Pelo futuro das nossas crianças.

Por um Brasil Indígena, Terra Demarcada.

Não ao PL da Devastação.

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#OBrasilMereceRespeito


Fonte: ECO

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1 comentário

1 comentário

  1. jvhi0

    07/07/2025 em 05:48

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Brasil

Vitrine da Restauração lança nova versão para integrar dados e alavancar a cadeia ecológica no país

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A plataforma Vitrine da Restauração lançou uma nova versão com o objetivo de ser o ponto de encontro entre todos os atores da cadeia de restauração ecológica no Brasil, como fornecedores de insumos, viveiros, coletores de sementes, pesquisadores e políticas públicas. A ferramenta, acessível online e de forma gratuita, disponibiliza um banco de dados georreferenciado e é considerada estratégica para que o Brasil atinja a meta de restaurar 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030 e para a efetiva implementação do Código Florestal.


A nova versão da Vitrine da Restauração, inicialmente criada em 2020, foi lançada com o apoio técnico e financeiro do projeto PlanaFlor (coordenado pela BVRio e FBDS) e em parceria com a Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (Sobre). O lançamento ocorreu durante o 1º Encontro Estadual do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA).

Eficiência e Planejamento para a Meta Nacional 🌳

A plataforma visa trazer mais eficiência e escala para as iniciativas de recuperação da vegetação, conectando quem precisa investir a quem entrega resultados em campo.

  • Benefícios para Gestores e Financiadores: A diretora de Florestas e Políticas Públicas da BVRio, Roberta del Giudice, destacou que a ferramenta permite que os governos “consigam planejar melhor”, que os financiadores “identifiquem projetos sólidos” e que as empresas da cadeia produtiva “ganhem mais oportunidades de atuação”.

A restauração ecológica envolve toda uma cadeia produtiva que vai além do plantio, e a Vitrine da Restauração busca integrar todos esses elos, desde a coleta de sementes até a aplicação de políticas públicas.


Com informações: ECO

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Meio Ambiente

Conama incorpora justiça climática e combate ao racismo ambiental em nova diretriz

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O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou uma resolução inédita que estabelece princípios para incorporar a justiça climática e o enfrentamento ao racismo ambiental nas políticas públicas federais. A medida, votada na 148ª reunião do colegiado, visa corrigir distorções históricas, reconhecendo que os impactos ambientais e eventos climáticos extremos penalizam desproporcionalmente populações vulneráveis, como povos indígenas, populações negras e moradores de áreas periféricas.

Inovação Normativa e Conceitos Fundamentais 💡

A resolução, que contou com o apoio de mais de 70 organizações da sociedade civil, padroniza uma base normativa para orientar políticas públicas mais justas.

  • Reconhecimento de Desigualdades: O ministro substituto do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, afirmou que a aprovação representa um avanço significativo para garantir que os impactos ambientais e climáticos não penalizem desproporcionalmente as populações vulneráveis.

  • Definições Inéditas: Pela primeira vez no âmbito do Conama, o documento define conceitos cruciais como:

    • Justiça climática.

    • Racismo ambiental.

    • Letramento racial e de gênero.

O secretário nacional de Mudança do Clima, Aloísio Melo, destacou que a iniciativa responde a um cenário em que eventos climáticos extremos atingem grupos sociais e regiões de forma desigual, resultado de desigualdades estruturais que se perpetuam há décadas.

Grupos Vulneráveis e a Relevância do GEO Brasil 2025 🌍

A resolução reconhece explicitamente os grupos mais vulneráveis no contexto das desigualdades ambientais, que são desproporcionalmente impactados por problemas como enchentes, poluição e ausência de saneamento básico.

  • Segmentos Prioritários: Povos indígenas, comunidades tradicionais, populações negras e moradores de áreas periféricas.

  • Processo Participativo: A formulação do texto ocorreu na Câmara Técnica de Justiça Climática, criada em 2023, sendo resultado de um processo participativo que envolveu debates técnicos, audiências e contribuições de movimentos sociais.

Durante a reunião, a ministra Marina Silva destacou o lançamento do relatório GEO Brasil 2025, que apresenta um diagnóstico ambiental integrado, apontando as conexões entre crise climática, perda de biodiversidade e poluição. O relatório reforça a urgência de políticas que reconheçam as desigualdades regionais e sociais, tema central da nova resolução do Conama.


Com informações: ECO

 

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Meio Ambiente

Macaco-Aranha-da-Cara-Branca: Pesquisa revela dieta e relação com o turismo na Amazônia

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Espécie em perigo: Estudo na RPPN do Cristalino, Mato Grosso, retoma monitoramento do macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles marginatus), revelando adaptações na dieta e a aparente convivência harmoniosa com o fluxo turístico na área.


Monitoramento de Macaco-Aranha-da-Cara-Branca é Retomado na Amazônia

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Cristalino, localizada em Alta Floresta, no norte de Mato Grosso, tornou-se o epicentro de uma pesquisa essencial para a conservação de um primata exclusivo do Brasil: o macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles marginatus). Após um hiato de aproximadamente dez anos, o monitoramento da espécie foi retomado, fornecendo novos dados sobre seu comportamento e ecologia.

Com um corpo majoritariamente preto e a face marcada por uma característica faixa branca na testa e acima da boca, este primata possui cerca de 60 centímetros de comprimento, complementados por uma cauda preênsil de aproximadamente 70 cm. A espécie está classificada como Em Perigo de extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O habitat natural do macaco-aranha-da-cara-branca está restrito a porções específicas do norte de Mato Grosso e da região central do Pará. Infelizmente, esta área coincide com o chamado Arco do Desmatamento, uma região com as mais altas taxas de supressão florestal. A perda de habitat, somada à caça e aos impactos de grandes empreendimentos, como rodovias e hidrelétricas, coloca a sobrevivência da espécie em risco.

Pesquisa Detalha Dieta e Uso do Território

O refúgio para o Ateles marginatus está em áreas protegidas como a RPPN do Cristalino, que se integra ao Parque Estadual Cristalino, formando um contínuo florestal de cerca de 200 mil hectares.

O estudo recente, conduzido pela bióloga Fabrícia Dias Santana, mestranda da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), acompanhou um grupo de 20 macacos-aranha que circula nas proximidades do Cristalino Lodge, um ponto com maior fluxo de visitantes. Durante dez meses, a pesquisadora registrou a alimentação, o descanso, a locomoção, o padrão de uso do território e as interações sociais dos primatas.

Os macacos-aranhas são conhecidos por se alimentarem essencialmente de frutos, desempenhando um papel crucial como dispersores de sementes nas copas das árvores. O primatólogo Gustavo Canale, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e orientador da pesquisa, destacou a importância ecológica da espécie.

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“Eles são jardineiros da floresta e contribuem para a captura de carbono, já que as maiores árvores são as de madeira mais densa e que acumulam maior quantidade de carbono”, explicou Canale.

A pesquisa revelou que o comportamento alimentar é mais adaptável do que se imaginava. Notou-se, em especial durante o período seco, quando a disponibilidade de frutos diminui, uma flexibilização da dieta com a inclusão de folhas, sementes, brotos, cascas de árvores e até pequenos invertebrados no cardápio dos macacos. Esta adaptabilidade é um fator relevante para a sobrevivência da espécie em ambientes com variações sazonais.

Macacos-Aranhas e o Turismo de Observação

Um dos focos do estudo foi investigar a relação do primata com a presença humana, particularmente nas trilhas turísticas do Cristalino Lodge. A bióloga Fabrícia Santana não identificou alterações negativas no comportamento do grupo monitorado em função da presença de visitantes. Pelo contrário, os macacos frequentemente utilizam áreas próximas ao lodge e às trilhas.

A hipótese levantada é que essa convivência tranquila seja resultado da habituação do grupo aos humanos, visto que a atividade turística é praticada na área há mais de três décadas. No entanto, a pesquisa enfatiza a necessidade de estudos de longo prazo e análises complementares para entender a real e completa influência do turismo na espécie.

O monitoramento faz parte do Programa de Pesquisa e Conservação do macaco-aranha-da-cara-branca, uma parceria que envolve a Fundação Ecológica Cristalino (FEC), Instituto Ecótono, Cristalino Lodge, UFMT e UNEMAT, alinhado ao Plano de Ação Nacional (PAN) para Conservação dos Primatas Amazônicos.

Cristalino Integra Rota de Conservação e Ecoturismo

A observação de primatas, assim como a de aves, representa uma alternativa estratégica para a geração de renda e emprego associada à conservação ambiental.

O estado de Mato Grosso abriga 28 espécies conhecidas de primatas, sendo que a RPPN do Cristalino sozinha possui sete delas, incluindo o cuxiú-de-nariz-branco (Chiropotes albinasus) e o zogue-zogue-de-barriga-vermelha (Plecturocebus moloch).

A reserva é um dos destaques da recém-elaborada Rota dos Primatas de Mato Grosso, um roteiro de ecoturismo que abrange sete locais nos três biomas do estado – Pantanal, Cerrado e Amazônia – e permite a observação de pelo menos 14 espécies. A iniciativa, em fase de implementação, tem o objetivo de fortalecer o turismo, a ciência-cidadã e a conservação, conectando a observação da fauna com o desenvolvimento sustentável local.

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Com Informações de: ECO

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