Macapá – Seis árvores gigantes da Amazônia, entre elas exemplares de angelim-vermelho com mais de 85 metros e uma castanheira ameaçada de extinção, deram um passo importante rumo à proteção legal definitiva. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (SEMA-AP) emitiu parecer técnico favorável ao tombamento desses exemplares, atendendo recomendação do Ministério Público Estadual.
O documento reconhece os valores ecológicos, culturais e científicos das árvores e segue agora para análise final pela diretoria responsável e pelo titular da pasta ambiental estadual.
As árvores estão localizadas em áreas de floresta pública e de conservação no Amapá, incluindo a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, a Floresta Nacional do Amapá e uma área de concessão florestal particular.
Estrutura da proteção
O projeto prevê o tombamento individual de cada árvore, garantindo que não possam ser cortadas ou exploradas economicamente. Além disso, serão criadas Áreas de Preservação Permanente (APPs) com raio de um quilômetro ao redor de cada exemplar, assegurando a preservação de seu entorno e o monitoramento regular.
Mapas e análises técnicas foram incluídos no parecer para auxiliar na definição dos limites dessas APPs.
Riscos iminentes
Entre os exemplares listados, um angelim-vermelho com 85,44 metros, considerado a segunda maior árvore conhecida na Amazônia, chama atenção por estar localizado a cerca de 1 quilômetro de uma área de garimpo ilegal de ouro. Sua proximidade com atividades mineradoras torna urgente sua proteção formal.
Outras quatro árvores dessa mesma espécie também estão na região do Cupixi, dentro da RDS do Rio Iratapuru, área sob pressão crescente do garimpo. Já a única castanheira incluída na lista é da espécie Bertholletia excelsa , classificada como Vulnerável no Brasil, e também está localizada na mesma reserva.
Avanço científico e simbólico
Essas árvores não são apenas marcos naturais impressionantes, mas também representam importantes reservatórios de biodiversidade, além de servirem como indicadores da saúde das florestas onde estão inseridas. Suas copas elevadas abrigam vida em múltiplas formas, enquanto suas raízes sustentam solos e ecossistemas frágeis.
Além disso, muitas comunidades tradicionais e povos indígenas atribuem valor cultural e espiritual a árvores dessa magnitude, reforçando a importância de sua preservação.
Fonte: Salada Verde / Agência Pública de Jornalismo Ambiental / ECO