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Ciência

Choque de estrelas explica magnetismo de estrelas massivas

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Choque de estrelas desvenda magnetismo de estrelas massivas

Rejuvenescimento das estrelas

Normalmente, os pares de estrelas – a maioria das estrelas na nossa galáxia são binários – apresentam-se muito semelhantes, um pouco como gêmeos.

Por isso, quando observaram o sistema HD 148937, no coração de uma nuvem de gás e poeira, os astrônomos ficaram surpresos: Uma das estrelas parece ser bem mais jovem do que a sua companheira, o que é muito estranho porque ambas deveriam ter-se formado juntas a partir da mesma nebulosa. E, também ao contrário da companheira, ela é magnética.

Os dados obtidos pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) indicam que teriam existido originalmente três estrelas nesse sistema, tendo duas delas se chocado e fundido. E este evento violento deu origem a uma nuvem circundante e alterou para sempre o destino do sistema, efetivamente “rejuvenescendo” a estrela que restou da fusão.

“Encontrar uma nebulosa em torno de duas estrelas massivas é algo bastante raro e levou-nos a pensar que alguma coisa de diferente devia ter acontecido neste sistema. Quando analisamos os dados, vimos que, de fato, era isso mesmo,” comentou Abigail Frost, astrônoma do ESO no Chile, responsável pelas observações do sistema HD 148937, situado a aproximadamente 3800 anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação da Régua.

“Pensamos que este sistema era originalmente composto por, pelo menos, três estrelas; duas delas deviam estar muito próximas uma da outra em determinado ponto da órbita, enquanto a terceira estaria muito mais afastada,” explicou Hugues Sana, da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica. “As duas estrelas interiores fundiram-se de forma violenta, criando uma estrela magnética e ejetando material, o qual deu origem à nebulosa. A estrela mais distante formou uma nova órbita com a estrela magnética recém fundida, criando o binário que observamos atualmente no centro da nebulosa.”

Choque de estrelas explica magnetismo de estrelas massivas

Esta coleção de painéis mostra três imagens artísticas que retratam o evento que mudou o destino do sistema estelar HD 148937 e uma imagem astronômica real, esta no último painel. Originalmente, o sistema tinha pelo menos três estrelas (painel superior esquerdo), duas delas próximas, que se chocaram e se fundiram (painel superior direito). Este acontecimento violento criou uma nova estrela, maior e magnética, agora emparelhada com a estrela mais distante (painel inferior esquerdo). A fusão liberou também os materiais que criaram a nebulosa que agora rodeia as estrelas (painel inferior direito).
[Imagem: ESO/L. Calçada-VPHAS+/CASU]

Estrelas massivas magnéticas

As observações ajudam a resolver um mistério de longa data da astronomia: Como é que as estrelas massivas obtêm os seus campos magnéticos.

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Embora os campos magnéticos sejam uma característica comum às estrelas de pequena massa, como o nosso Sol, as estrelas mais massivas não conseguem manter campos magnéticos da mesma forma. No entanto, algumas estrelas de grande massa são, de fato, magnéticas.

Os astrônomos já suspeitavam há algum tempo que as estrelas massivas poderiam adquirir campos magnéticos quando de uma fusão, mas esta é a primeira vez que se encontram provas diretas desse acontecimento. No caso do HD 148937, a fusão deve ter ocorrido recentemente. “Não se espera que o magnetismo em estrelas massivas dure muito tempo em comparação com o tempo de vida da estrela, por isso pensamos ter observado este acontecimento raro muito pouco tempo depois de ter ocorrido,” disse Frost.

Bibliografia:
Artigo: A magnetic massive star has experienced a stellar merger
Autores: A. J. Frost, H. Sana, L. Mahy, G. Wade, J. Barron, J.-B. Le Bouquin, A. Mérand, F. R. N. Schneider, T. Shenar, R. H. Barbá, D. M. Bowman, M. Fabry, A. Farhang, P. Marchant, N. I. Morrell, J. V. Smoker
Revista: Science
Vol.: 384, Issue 6692 pp. 214-217
DOI: 10.1126/science.adg7700

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Rejuvenescimento das estrelas

Normalmente, os pares de estrelas – a maioria das estrelas na nossa galáxia são binários – apresentam-se muito semelhantes, um pouco como gêmeos.

Por isso, quando observaram o sistema HD 148937, no coração de uma nuvem de gás e poeira, os astrônomos ficaram surpresos: Uma das estrelas parece ser bem mais jovem do que a sua companheira, o que é muito estranho porque ambas deveriam ter-se formado juntas a partir da mesma nebulosa. E, também ao contrário da companheira, ela é magnética.

Os dados obtidos pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) indicam que teriam existido originalmente três estrelas nesse sistema, tendo duas delas se chocado e fundido. E este evento violento deu origem a uma nuvem circundante e alterou para sempre o destino do sistema, efetivamente “rejuvenescendo” a estrela que restou da fusão.

“Encontrar uma nebulosa em torno de duas estrelas massivas é algo bastante raro e levou-nos a pensar que alguma coisa de diferente devia ter acontecido neste sistema. Quando analisamos os dados, vimos que, de fato, era isso mesmo,” comentou Abigail Frost, astrônoma do ESO no Chile, responsável pelas observações do sistema HD 148937, situado a aproximadamente 3800 anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação da Régua.

“Pensamos que este sistema era originalmente composto por, pelo menos, três estrelas; duas delas deviam estar muito próximas uma da outra em determinado ponto da órbita, enquanto a terceira estaria muito mais afastada,” explicou Hugues Sana, da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica. “As duas estrelas interiores fundiram-se de forma violenta, criando uma estrela magnética e ejetando material, o qual deu origem à nebulosa. A estrela mais distante formou uma nova órbita com a estrela magnética recém fundida, criando o binário que observamos atualmente no centro da nebulosa.”

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Choque de estrelas explica magnetismo de estrelas massivas

Esta coleção de painéis mostra três imagens artísticas que retratam o evento que mudou o destino do sistema estelar HD 148937 e uma imagem astronômica real, esta no último painel. Originalmente, o sistema tinha pelo menos três estrelas (painel superior esquerdo), duas delas próximas, que se chocaram e se fundiram (painel superior direito). Este acontecimento violento criou uma nova estrela, maior e magnética, agora emparelhada com a estrela mais distante (painel inferior esquerdo). A fusão liberou também os materiais que criaram a nebulosa que agora rodeia as estrelas (painel inferior direito).
[Imagem: ESO/L. Calçada-VPHAS+/CASU]

Estrelas massivas magnéticas

As observações ajudam a resolver um mistério de longa data da astronomia: Como é que as estrelas massivas obtêm os seus campos magnéticos.

Embora os campos magnéticos sejam uma característica comum às estrelas de pequena massa, como o nosso Sol, as estrelas mais massivas não conseguem manter campos magnéticos da mesma forma. No entanto, algumas estrelas de grande massa são, de fato, magnéticas.

Os astrônomos já suspeitavam há algum tempo que as estrelas massivas poderiam adquirir campos magnéticos quando de uma fusão, mas esta é a primeira vez que se encontram provas diretas desse acontecimento. No caso do HD 148937, a fusão deve ter ocorrido recentemente. “Não se espera que o magnetismo em estrelas massivas dure muito tempo em comparação com o tempo de vida da estrela, por isso pensamos ter observado este acontecimento raro muito pouco tempo depois de ter ocorrido,” disse Frost.

Bibliografia:
Artigo: A magnetic massive star has experienced a stellar merger
Autores: A. J. Frost, H. Sana, L. Mahy, G. Wade, J. Barron, J.-B. Le Bouquin, A. Mérand, F. R. N. Schneider, T. Shenar, R. H. Barbá, D. M. Bowman, M. Fabry, A. Farhang, P. Marchant, N. I. Morrell, J. V. Smoker
Revista: Science
Vol.: 384, Issue 6692 pp. 214-217
DOI: 10.1126/science.adg7700

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Brasil

Com presença do vice-presidente da República Geraldo Alckmin, Brasília sediará evento internacional de bioética

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Com debates de altíssimo nível, a atividade colocará o Brasil no epicentro da medicina e da bioética

Pela primeira vez na América Latina, Brasília (DF) sediará um evento internacional de bioética. O Conselho Federal de Medicina (CFM) será o anfitrião da 16ª edição da Conferência Mundial de Bioética, Ética Médica e Direito da Saúde, que acontecerá nesta semana, nos dias 24, 25 e 26 de julho. Um evento que promete ser um marco na discussão e troca de conhecimentos na área.

A abertura da Conferência, marcada para as 10 horas do dia 24 de julho, contará com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e será realizada nas instalações recém-inauguradas da sede do CFM, localizada na SGAS 616, Conjunto D, Lote 115, L2 Sul.

Entre as autoridades confirmadas estão o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; o presidente da 16ª Conferência Mundial, Rui Nunes; o secretário-geral da Associação Médica Mundial, Otmar Kloiber; a presidente da Associação Médica Mundial, Lujain Al-Qodmani; o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde, Jarbas Barbosa: o senador e presidente da Frente Parlamentar da Medicina, Hiran Gonçalves: além do presidente do Conselho Federal de Medicina, José Hiran Gallo.

O evento conta com quase 500 inscritos de diversos países. Com debates de altíssimo nível, a atividade colocará o Brasil no epicentro da medicina e da bioética. A 16ª edição da conferência abordará uma vasta gama de tópicos, refletindo a diversidade e a profundidade das questões éticas na saúde, com temas que incluem: Inteligência Artificial, Educação em Bioética, Consentimento Informado, Ética dos Cuidados Paliativos, Ética em Saúde, Ética da Saúde Pública, Autonomia, Genética: Aspectos Éticos, Ética da Reprodução, Ética do Fim da Vida e Direito e Ética.

Conheça os palestrantes e a programação no site do evento: Link

Debates com transmissão ao vivo pelo canal do CFM no YouTube: Link

SERVIÇO:

16ª Conferência Mundial de Bioética Ética Médica e Direito da Saúde

Quando: De 24 a 26 de julho de 2024

Local: Sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), Brasília (DF), Brasil.

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Fato Novo com informações e imagens: Conselho Federal de Medicina – CFM

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Ciência

Lei institui licença para mães e pais concluírem cursos acadêmicos

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Prorrogação vale para nascimento ou adoção de crianças por estudantes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta quarta-feira (17), o projeto de lei que prorroga os prazos para estudantes concluírem cursos de graduação ou programas de pós-graduação, como mestrado e doutorado, em caso do nascimento de filhos ou adoção legal de crianças. Pela nova lei, as instituições de educação superior deverão assegurar a continuidade do atendimento educacional e fazer os ajustes administrativos para prorrogar os prazos por, no mínimo, 180 dias. No caso de parentalidade atípica, a lei prevê a ampliação desse prazo. A medida abrange mães e pais.


“Chamamos esse projeto de Mães Cientistas, porque a gente sabe que, muitas mulheres, quando chegam numa determinada fase da vida, têm que decidir se seguem suas pesquisas acadêmicas ou se cuidam dos seus filhos. É uma vitória da ciência brasileira, da educação e das mulheres brasileiras”, destacou a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), autora do projeto de lei na Câmara dos Deputados.


A prorrogação abrange a conclusão de disciplinas e dos trabalhos finais, como monografias, teses e dissertações, bem como o adiamento das sessões de defesa e a entrega de versões finais dos trabalhos ou realização de publicações exigidas pelos regulamentos das instituições de ensino.

Desafio

Em uma carreira competitiva, como a carreira acadêmica no Brasil, a constante cobrança por produtividade acaba expulsando as mães das universidades e da linha de frente da construção do conhecimento no país.

Segundo dados da Plataforma Sucupira, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a maioria dos estudantes de pós-graduação (54,54%) é mulheres. Mas, os homens são a maioria entre os professores (57,46%), ou seja, são maioria entre os que conseguem chegar ao topo da carreira e assumir um cargo público como docente e pesquisador. As mulheres também são minoria entre os pesquisadores que recebem bolsa produtividade, concedidas no topo da carreira pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), representam 36%.


“As mulheres, quando optam por ser mães, são punidas na entrega de seus trabalhos acadêmicos e perdem pontuação”, destacou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. De acordo com a ministra, a pasta instituiu, recentemente, que a avaliação de produtividade do CNPq foi estendida por dois anos no caso da maternidade.


Presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho saudou a sanção da lei, “que reconhece a maternidade, durante um período, que é, por si só, muito difícil na vida de qualquer um, que é o desenvolvimento de dissertações e teses”. Segundo Carvalho, no último dia 12 de julho, a Capes retomou o funcionamento do Comitê Permanente sobre Equidade de Gênero. “Para que possamos discutir outras ações relacionadas ao papel da mulher na ciência brasileira e como avançar em políticas mais inclusivas”.

Educação ambiental

Lula também sancionou o projeto que inclui o tema das mudanças do clima, proteção da biodiversidade e riscos e vulnerabilidades a desastres socioambientais na Política Nacional de Educação Ambiental.


“Sobretudo na questão ambiental, nós temos que ter muito cuidado com o livro didático, porque quem vai salvar o planeta não somos nós, é a juventude que vai ter que aprender na escola a importância da questão ambiental”, destacou o presidente, após assinar a sanção, que transforma o projeto em lei federal.


Segundo o governo, entre as principais diretrizes propostas, está o desenvolvimento de instrumentos e metodologias para garantir a eficácia das ações educadoras relacionadas às questões ambientais, às mudanças climáticas, desastres socioambientais e à perda de biodiversidade, além da inserção obrigatória desses temas nos projetos institucionais e pedagógicos das instituições de ensino da educação básica e superior.

Autor do projeto de lei, o deputado federal Luciano Ducci (PSB-PR) destacou que a inclusão dessas temáticas na Política Nacional de Educação Ambiental é uma forma de mobilizar a sociedade para um problema que ameaça a vida da humanidade. “É um projeto que, por incrível que pareça, é mais atual agora do que quando foi apresentado [há nove anos]. Tem a grande motivação de buscar uma transformação da sociedade através da educação”, afirmou.

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Ciência

James Webb descobre atmosfera parecida com a da Terra em exoplaneta

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O LHS 1140b, que fica a cerca de 48 anos-luz, é visto pelos cientistas como o “Melhor lugar para procurar vida além do Sistema Solar”

Observações feitas com o telescópio James Webb revelaram uma atmosfera semelhante à da Terra em outro planeta. A descoberta é mais uma notícia animadora para os cientistas que pesquisam o LHS 1140b, apelidado de “Melhor lugar para procurar vida além do Sistema Solar” desde a descoberta, em 2017. Localizado a cerca de 48 anos-luz, na constelação de Cetus, o planeta aparenta ter um meio termo em relação à temperatura, sendo mais frio que a Terra e mais quente que Marte.

Segundo o professor Ryan MacDonald, da Universidade de Montreal, responsável pela pesquisa, essa é a primeira vez que cientistas detectam “indício de uma atmosfera em um exoplaneta rochoso ou rico em gelo em zona habitável”, isto é, que orbita relativamente próximo a uma estrela, o que permite a existência de água na forma líquida.

“O LHS 1140b é um dos melhores exoplanetas pequenos na zona habitável, capaz de suportar uma atmosfera espessa, e podemos ter encontrado evidências de ar neste mundo”, indicou MacDonald.

O planeta promissor tem um raio cerca de 70% maior que o da Terra e alcança um ponto ideal para os cientistas: é formado por água e composição rochosa, mas com uma porcentagem de gás. A dúvida dos pesquisadores era se ele se assemelha mais com uma “SuperTerra” ou com um “MiniNetuno”. Pelos novos dados, as apostas são de que o LHS 1140b está mais próximo do nosso planeta.


“De todos os exoplanetas temperados atualmente conhecidos, LHS 1140b pode muito bem ser nossa melhor aposta para um dia confirmar indiretamente água líquida na superfície de um mundo alienígena, além do nosso sistema solar”, aponta o autor principal do artigo e doutorando da Universidade de Montreal Charles Cadieux.

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Outra semelhança entre os dois é a predominância de nitrogênio na atmosfera. Uma análise de recuperação atmosférica sugere que, assim como a Terra, cuja atmosfera é 78% formada por nitrogênio, o planeta promissor apresenta alta porcentagem do gás. Essas projeções favorecem as projeções de que o planeta seria uma grande bola de neve com um oceano de cerca de 4 mil quilômetros de diâmetro.

O estudo foi aceito para publicação no Astrophysical Journal Letters nesta semana e conta com uma versão preliminar disponível. Os dados foram coletados pelo James Webb em dezembro e adicionados a outras imagens do planeta, obtidas pelos telescópios espaciais Spitzer, Hubble e TESS.

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