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Classificação indicativa de ‘Demon Slayer: Castelo Infinito’ gera insatisfação entre compradores

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Filme foi classificado como recomendado para maiores de 18 anos, e com isso menores de 16 não podem assisti-lo nos cinemas, nem mesmo acompanhados de um responsável

Fãs de Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba notaram ontem (02) que portais de venda de ingressos foram atualizados com a Classificação Indicativa do filme Castelo Infinito sinalizando que ele não é recomendado para menores de 18 anos. Como consequência, o filme não poderá ser assistido por crianças e jovens de 16 anos ou menos, mesmo que acompanhadas de seus pais.

Esse fato gerou insatisfação entre uma parcela das centenas de milhares de consumidores que realizaram a compra de ingressos em pré-venda, semanas atrás, sem saber que podem não ter a chance de assistir ao filme nos cinemas.

Como funciona a Classificação Indicativa?

O sistema de Classificação Indicativa brasileiro (ou ClassInd, para os íntimos) foi criado pelo Ministério da Justiça para orientar pais e responsáveis a respeito do consumo de mídia não monitorado dos menores de idade, e de modo geral permite que crianças assistam quase todo tipo de mídia se acompanhados de um responsável. A única exceção é exatamente a categoria 18+, que força cinemas do país todo a recusar a entrada de menores de idade.

Em sua decisão para classificar Demon Slayer: Castelo Infinito nessa categoria, publicada em 26 de agosto, o técnico do Ministério da Justiça apontou como principais argumentos um “alto grau de incidência e relevância” de “mutilação” e “morte intencional”, além de “médio grau de incidência e relevância” de “banalização da violência” e de “crueldade.”

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Acrescenta-se ainda à análise que “o eixo temático de violência é agravado por frequência, relevância, por conteúdo inadequado com criança ou adolescente e, em grande parte, por composição de cena”. Fãs da série, familiares com o conteúdo do arco, podem confirmar o teor descrito acima.

O longa também sofreu restrições etárias sérias em outros países, algumas tão severas quanto a nossa. Países europeus como Alemanha, Reino Unido e França exigem idades mínimas de 16, 15 e 12 anos, respectivamente. Já outros mercados como EUA e México permitem que crianças assistam ao filme, desde que acompanhadas de responsável — o equivalente ao nosso 16+. O Japão recomenda apenas que a criança tenha mais de 12 anos.

Os filmes de Demon Slayer são famosos por suas cenas de batalha elaboradas e pela violência exacerbada e sangrenta das mesmas, mas até então os filmes conseguiram escapar da categoria 18+. Trem Infinito foi recomendado para maiores de 14 anos, enquanto as compilações de Vila dos Ferreiros e Treino dos Hashira foram recomendados para maiores de 16 anos. A Sony Pictures, distribuidora do filme no Brasil, ainda pode solicitar revisão da análise e reverter a situação, mas não se sabe se obterá uma avaliação mais baixa em tempo hábil para o lançamento.

A classificação indicativa é um fruto dos tempos

Demon Slayer: Castelo Infinito não é o primeiro filme de animê a receber classificação indicativa 18+, mas é interessante apontar uma tendência ao longo dos anos que está tornando essa classificação mais e mais restritiva, e muitas vezes contraditória. Tanto Solo Leveling: Segundo Despertar quanto Attack on Titan: O Último Ataque, os outros dois filmes classificados dessa maneira, foram ambos lançados nos últimos 12 meses.

O ClassInd recomendou Dragon Ball Super: Broly, duas horas de pura porradaria, sangue e músculos, para crianças de 10 anos, mas não filmes de esporte como HAIKYU!! A Batalha do Lixão, The First Slam Dunk e BLUE LOCK: Episódio Nagi (OK, talvez eles tenham razão com BLUE LOCK). Tanto Princesa Mononoke quanto Akira são igualmente violentos e não devem ser assistidos por crianças com menos de 14 anos.

Talvez o exemplo mais emblemático seja Interstella 5555, o filme de Leiji Matsumoto em parceria com o Daft Punk. Em seu lançamento em 2004, o filme foi considerado apropriado para crianças de 10 anos ou mais. Ao ser relançado ao fim de 2024, o filme recebeu uma nova avaliação: agora é um filme 14+. Como justificativa, é apontada a presença de “consumo de drogas” no filme.

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Sobre Demon Slayer

A trama de Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba se passa no Japão do período Taisho e apresenta a história de Tanjiro Kamado, um garoto de bom coração que vendia carvão para sobreviver, até o dia que seus pais foram cruelmente assassinados por um demônio, que também amaldiçoou sua irmã mais nova, transformando-a num demônio.

Embora devastado com tudo que lhe aconteceu, Tanjiro decide tornar-se um “matador de demônios,” procurando aquele que massacrou sua família, enquanto também tenta encontrar um meio para que sua irmã volte a ser humana novamente.

O mangá de autoria de Koyoharu Gotoge, prestigiada até pela revista Time, foi publicado na Shonen Jump entre 2016 e 2020, com 23 volumes encadernados no total. A série foi um fenômeno de vendas em 2019 e já possui mais de 150 milhões de cópias em circulação. A Panini publicou a obra no Brasil.

A versão em animê tem produção do estúdio Ufotable, e é exibida oficialmente no Brasil via streaming, com passagem pela extinta Funimation, além de Crunchyroll e Netflix, com opção dublada. O 1º filme continuando a série estreou em 16 de outubro de 2020 no Japão, batendo inúmeros recordes, chegando aos cinemas brasileiros em maio de 2021.

Outros filmes foram produzidos em seguida, também chegando ao Brasil, fora derivados literários e em vídeo.


Fonte: Ingresso.com / JBOX

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3 Comentários

1 comentário

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Meio Ambiente

Makoto Shinkai: “O Tempo com Você” Ganha Relevância como Crítica à Crise Climática e Desigualdade Urbana

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🌧️ Filme de Makoto Shinkai, sucesso de bilheteria e conhecido internacionalmente como Weathering With You, transcendeu a classificação de romance fantástico. A obra é revisitada como um retrato da vulnerabilidade urbana e da injustiça social, questionando a atribuição de responsabilidades da crise climática à juventude em um cenário de fenômenos meteorológicos extremos e falhas estruturais.


Da Fantasia ao Retrato Social: A Leitura Contemporânea do Filme

Lançado no Brasil em 2020 após o sucesso global de Your Name, o filme “O Tempo com Você” (Weathering With You) do diretor Makoto Shinkai estabeleceu-se como um marco na animação japonesa, mas com um diferencial notável. Embora mantenha o elemento de romance fantástico, a obra oferece uma crítica social mais direta e intensa. O filme aborda temas complexos como a desigualdade em ambientes urbanos, os impactos da instabilidade climática e os desafios enfrentados por adolescentes forçados a sobreviver sem estrutura de apoio.

Nos anos subsequentes ao lançamento, a narrativa de “O Tempo com Você” ganhou relevância adicional. Com a crescente frequência de eventos climáticos extremos e a percepção de limitações governamentais para lidar com eles, o filme passou a ser analisado como um registro sensível e politizado sobre as juventudes que carregam o peso de crises estruturais em cidades altamente desiguais, como a capital japonesa, Tóquio.

Tóquio: Chuva Constante e Vidas em Vulnerabilidade

A história se inicia com Hodaka, um jovem de 16 anos que foge de casa. O roteiro não detalha exaustivamente as razões da fuga, mas sugere um histórico de violência doméstica, indicado por marcas em seu corpo. Ele chega a Tóquio, uma cidade dominada por chuvas incessantes, um elemento que vai além do decorativo e interfere diretamente na vida cotidiana, na mobilidade, nas interações sociais e no ritmo urbano.

Hodaka vive a realidade de jovens que rompem com a segurança doméstica: busca por abrigos, escassez de alimentos e o enfrentamento constante à insegurança. A Tóquio do filme é retratada como um espaço de oportunidades limitadas para quem carece de condições financeiras e de uma rede de apoio.

É nesse ambiente que ele conhece Hina Amano. A adolescente, responsável por cuidar do irmão mais novo, tenta manter a casa com trabalhos temporários. A descoberta da habilidade de Hina de interromper a chuva temporariamente transforma sua rotina. Juntos, os jovens exploram esse “dom” como um serviço pago para quem deseja realizar atividades ao ar livre. O filme trata essa habilidade como um recurso que, embora gere ganhos imediatos, também provoca desgaste direto na saúde e na integridade física de Hina.

O Peso da Solução Individual na Crise Coletiva

Essa dinâmica é central para a crítica social da obra, pois demonstra como indivíduos vulneráveis são frequentemente pressionados a oferecer soluções singulares para problemas que são, intrinsecamente, coletivos e estruturais.

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A Crítica Social: Quem Paga Pela Crise Climática?

“O Tempo com Você” aborda a crise climática de forma tangível, sem recorrer a alegorias distantes ou discursos moralizantes. A Tóquio apresentada vive em risco constante de alagamentos, interrupções de serviços e súbitas instabilidades ambientais. A inação ou a incapacidade da cidade em lidar com esses fenômenos faz com que os efeitos recaiam de forma desproporcional sobre as camadas mais pobres e precarizadas da população.

A narrativa questiona a tendência social de atribuir responsabilidades desproporcionais aos grupos mais frágeis. O dom de Hina, que poderia ser visto como uma benção, rapidamente se transforma em uma exigência social. Sua capacidade de alterar o clima é tratada como uma solução mágica para danos ambientais acumulados, resultantes de anos de decisões políticas inadequadas.

Makoto Shinkai levanta três pontos centrais na discussão:

  • Pessoas comuns são obrigadas a enfrentar crises que não causaram.

  • Os mais pobres e vulneráveis são sempre as primeiras vítimas de desastres ambientais.

  • Discursos sobre responsabilidade individual frequentemente desviam o foco dos atores com real poder de influência nas políticas climáticas (corporações, governos).

O filme, ao evidenciar a injustiça de atribuir à juventude a solução para problemas estruturais que ultrapassam gerações, se posiciona de forma oposta a interpretações que o classificam como uma culpabilização dos jovens.

Estética e Escolhas Narrativas

O diretor Makoto Shinkai mantém a excelência visual que marcou seus trabalhos anteriores. A animação se destaca pelos cenários urbanos hiper-detalhados, pela iluminação precisa e pela minuciosa representação da água, dos reflexos nas ruas e da atmosfera de chuva. A estética, no entanto, não é meramente um adorno, mas uma parte crucial da narrativa, mostrando a cidade como um espaço real que impõe dificuldades.

O final do filme se tornou o ponto mais discutido. Hodaka, o protagonista, toma a decisão de salvar Hina, mesmo sabendo que essa escolha resultará na continuidade das chuvas incessantes sobre Tóquio, impedindo a normalização climática. Enquanto alguns críticos ocidentais interpretaram a decisão como individualista, uma análise social e política sugere que o filme questiona a prática de sacrificar a vida dos mais vulneráveis em nome de um bem-estar coletivo que não se mostrou capaz de protegê-los. A pergunta final do filme permanece: quem deve, de fato, suportar o peso da crise climática?


Com informações da: Revista Fórum

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Segunda temporada de Beyblade X estreia dublada no YouTube com nova direção e estúdio

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A segunda temporada de Beyblade X estreou dublada no último sábado (22) no canal oficial do anime no YouTube, a única plataforma a exibir a sequência no Brasil até o momento. A Iyuno Brazil (ex-UniDub) assumiu a dublagem, que agora é dirigida por Pedro Alcântara. A nova fase, que acompanha o time Persona em busca do topo da Torre X, introduz novas músicas de abertura, “You Gotta Run” (da banda L’Arc~en~Ciel), e de encerramento, “Cosmic Treat” (do trio Perfume), ambas sem versão em português

A segunda temporada do anime Beyblade X já está disponível com dublagem em português no canal oficial do YouTube da franquia, que iniciou a exibição com o episódio 52 (“Reinício”) no último sábado (22).

Mudança no Estúdio de Dublagem e Direção 🎤

A dublagem da nova temporada foi assumida pela Iyuno Brazil (anteriormente conhecida como UniDub), substituindo o estúdio Dubbing Company, que trabalhou na primeira fase.

  • Direção: A direção da dublagem é assinada por Pedro Alcântara, que celebrou o trabalho em suas redes sociais.

  • Plataforma: Por enquanto, o YouTube é a única plataforma a disponibilizar a nova temporada, já que a Netflix, +SBT e Disney+ ainda exibem apenas a primeira fase.

Novas Músicas de Abertura e Encerramento 🎶

A nova fase da série conta com mudanças nos temas musicais, que são reproduzidos em versões reduzidas na dublagem brasileira:

  • Abertura: “You Gotta Run”, da banda L’Arc~en~Ciel (veterana em temas de animes como Fullmetal Alchemist e GTO). Diferente da fase anterior, esta música não ganhou uma versão em português.

  • Encerramento: “Cosmic Treat”, interpretada pelo trio Perfume.

Sobre Beyblade X

Beyblade X é a quarta geração da franquia e acompanha o jovem Robin Kazami, que sonha em ser um lutador profissional (Blader) e busca atingir o nível de elite na Torre X, local dos torneios.

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O projeto de anime estreou no Japão em outubro de 2023, sendo baseado em um mangá que reúne nomes de peso como Posuka Demizu (The Promised Neverland) na arte, e Homura Kawamoto (Kakegurui) e seu irmão Hikaru Muno no roteiro.


Com informações: JBOX e Beyblade X (YouTube)

 

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Brasil

O nome de Goku quase foi “Zero” no Brasil e em outros países

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A primeira tentativa de dublagem de Dragon Ball nos Estados Unidos, em 1989, rebatizou o protagonista Goku como Zero, e essa mudança chegou a influenciar a divulgação do anime no Brasil e a primeira dublagem no México. Apesar do erro de comunicação inicial, o nome Goku foi mantido na versão oficial em português, mas a confusão resultou em episódios exibidos pelo SBT nos anos 1990 com títulos de tela ainda usando o nome Zero.

A história do nome de Goku quase ter sido alterado para Zero no Brasil e em outros países da América Latina remonta a uma falha na primeira tentativa de distribuição da série.


A Origem da Mudança de Nome 🇺🇸

A alteração do nome original, Goku, ocorreu nos Estados Unidos na primeira tentativa de dublagem do anime, realizada pela empresa Harmony Gold em 1989.

  • Nome Alterado: Na versão piloto, o protagonista Goku foi rebatizado como Zero.

  • Fracasso: Essa versão americana não avançou, ficando limitada a apenas cinco episódios e alguns filmes.

O Efeito Cascata na América Latina 🇲🇽

Em 1993, a empresa Bandai, interessada em distribuir a série, encomendou uma dublagem para o México. Essa nova versão acabou usando a americana fracassada como base:

  • Título: A série foi renomeada para Zero y el Dragón Mágico.

  • Correção: A primeira dublagem mexicana seguiu com o nome Zero até o episódio 60. Apenas no ano seguinte, uma redublagem oficializou o nome original do personagem, Goku.

O Reflexo no Brasil 🇧🇷

Essa confusão inicial chegou a respingar no Brasil antes da estreia oficial:

  • Divulgação Inicial: Os primeiros comunicados de imprensa para divulgar a futura estreia do anime no país, em 1996, utilizavam o nome Zero, como mostram anúncios da época na Folha de S. Paulo.

  • Resultado Final: Felizmente, o nome Goku foi mantido em todas as versões oficiais dubladas em português (na Gota Mágica em 1996, na Álamo em 1999 e 2002).

  • A Bagunça do SBT: Apesar disso, alguns episódios da primeira dublagem, exibidos pelo SBT nos anos 1990, acabaram exibindo títulos de tela herdados da primeira versão mexicana, onde aparecia o nome Zero, mesmo que o narrador utilizasse o nome Goku.


Com informações: JBOX

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