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Meio Ambiente

Conselhos de Biologia repudiam projeto que derruba proteção a campos naturais

O repúdio dos Conselhos de Biologia ao PL 364/2019 reflete a preocupação com o retrocesso na proteção dos campos naturais brasileiros, considerando o impacto incalculável na conservação dos ecossistemas não florestais

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Conselhos de Biologia repudiam projeto que derruba proteção a campos naturais

Colegiados que representam mais de 10 estados publicam pareceres se posicionando contra a aprovação do PL 364/2019: “Retrocesso inaceitável”

Os Conselhos Regionais de Biologia da 1ª Região (São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), 3ª Região (Rio Grande do Sul),  4ª Região (Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Distrito Federal), da 5ª Região (Pernambuco, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte), 9ª Região (Santa Catarina) e Conselho Federal de Biologia (CFBio) emitiram pareceres que repudiam a aprovação do Projeto de Lei 364, de 2019 (PL 364) pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, ocorrida há três semanas. Para os biólogos, o impacto da proposta é incalculável à proteção da vegetação nativa brasileira, pois há vários ecossistemas com formação não florestal, entre eles os ambientes do Pantanal e do Pampa.

O documento traça um histórico da tramitação do projeto de lei, cuja proposta nasceu no Senado, mas foi rejeitada, após participação, inclusive de membros do Conselho de Biologia, participarem de audiência pública onde foi mostrado que o projeto coloca em risco os campos naturais do país. Rejeitado no Senado, o mesmo projeto foi apresentado pelo deputado Alceu Moreira (MDB-RS) em 2019 e avançou na Câmara, sendo aprovado na CCJ com modificações que pioraram o que já era ruim no texto.

O documento aponta que o texto aprovado irá repercutir de forma negativa em todos os seis biomas do País, inclusive nas áreas de preservação permanente e reserva legal. “Se prevalecer o ordenamento jurídico desse texto, retrocederíamos a um patamar inaceitável, desqualificando toda a riqueza e importância das inúmeras formações herbáceas, subarbustivas e arbustivas que encontramos nos biomas nacionais”. Ainda segundo o CRBio 9, se exitosa, a proposta recolocará o Brasil no patamar da legislação da década de 30 do século passado. Naquele tempo, o Código Florestal restringia a proteção legal somente às áreas de florestas que o Estado previamente indenizava o proprietário.

Leia aqui a nota da CRBio 9 na íntegra.

Fato Novo com informações: Eco Jornalismo

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Meio Ambiente

Vida selvagem diminui 73% em 50 anos, diz relatório da WWF

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© Divulgação Fundação Grupo Boticári

Organização diz que América Latina e Caribe tiveram maiores quedas

Relatório da organização não governamental (ONG) World Wide Fund for Nature (WWF), divulgado nesta quinta-feira (10), alerta para o “declínio catastrófico” de 73%, nos últimos 50 anos, do tamanho médio das populações de vida selvagem. Só a América Latina e Caribe viram cair 95% dessas populações. A organização de preservação da natureza adverte que os próximos cinco anos vão determinar o futuro da vida na Terra.

Desde elefantes em florestas tropicais a tartarugas-de-pente na Grande Barreira de Corais, as populações estão diminuindo de forma “catastrófica”, afirma a ONG, que desde 1961 trabalha na área de preservação da natureza e redução do impacto humano no meio ambiente.

Os maiores declínios nas populações de vida selvagem foram registrados na América Latina e no Caribe, de 95%. A África tem menos 76% e a Ásia-Pacífico, menos 60%.

O relatório Planeta Vivo, da WWF, deixa claro que, à medida que a Terra se aproxima de pontos perigosos de inflexão de ameaça à humanidade, maior esforço coletivo será necessário para enfrentar as crises climáticas e naturais. Porém, a margem é curta para inverter a tendência. A análise afirma que o futuro da vida na Terra depende do que acontecer nos próximos cinco anos.

O Índice Planeta Vivo (LPI), fornecido pela Sociedade Zoológica de Londres, inclui quase 35 mil tendências populacionais de 5.495 espécies – aves, mamíferos, anfíbios, répteis e peixes – registradas entre 1970 e 2020. O declínio maior ocorre nos ecossistemas de água doce que apresentam redução de 85%, seguido pelos terrestres, que decresceram 69%. A vida marinha caiu 56%.

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A perda e a degradação de habitats têm sido impulsionadas principalmente pelo sistema alimentar humano e é a ameaça à vida selvagem mais relatada, indica o relatório. A exploração desenfreada de recursos naturais, as espécies invasoras, a poluição e as doenças estão também identificadas como causa do declínio.

Mike Barrett, principal autor e consultor científico do WWF, disse que, devido à ação humana, “particularmente a maneira como produzimos e consumimos nossos alimentos, estamos cada vez mais perdendo o habitat natural”.

“O declínio nas populações de vida selvagem pode atuar como indicador de alerta precoce do aumento do risco de extinção e da perda potencial de ecossistemas saudáveis”, explica o documento.

Para Kirsten Schuijt, diretora-geral da WWF Internacional, “a natureza emite um pedido de socorro. As crises interligadas de perda da natureza e mudanças climáticas estão a empurrar a vida selvagem e os ecossistemas para além dos seus limites”.

Quando os ecossistemas são prejudicados, deixam de fornecer à comunidade humana os benefícios dos quais todos dependem – ar limpo, água e solos saudáveis para alimentação. E por estarem danificados, esses ecossistemas se tornarão mais vulneráveis a momentos de mudança.

Essas alterações podem ser considerados pontos de inflexão e ocorrem quando um ecossistema é empurrado além de um limite crítico, resultando em mudanças substanciais e potencialmente irreversíveis.

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A perda de espaços selvagens está “pondo muitos ecossistemas à beira do abismo”, reitera a diretora da WWF no Reino Unido, Tanya Steele, destacando que muitos habitats, da Amazónia aos recifes de corais, estão “à beira de pontos de inflexão muito perigosos”.

O potencial “colapso” da floresta amazónica, está em curso porque deixará de ter capacidade de reter o carbono que aquece o planeta e mitigar os impactos das alterações climáticas.

Em um dos exemplos do relatório, é apontado decréscimo de 60% dos botos cor-de-rosa ou golfinhos de rios da Amazônia devido à poluição e a outras ameaças, como a mineração.

Por sua vez, na Austrália, as tartarugas-de-pente estão em declínio, devido ao fato de as fêmeas nidificantes, no nordeste de Queensland, terem diminuído 57% em 28 anos.

O balanço da WWF é apresentado quando os incêndios na Amazônia atingiram, em setembro, o nível mais alto em 14 anos. Além disso, pela quarta vez, um evento global de branqueamento em massa de corais foi confirmado no início deste ano.

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Caça ilegal na África

O relatório aponta fortes evidências de que a caça ilegal para alimentar o comércio de marfim, no Gabão e em Camarões, coloca em perigo crítico a população de elefantes da floresta do Parque nacional em Minkébé. O declínio drástico já atingiu as famílias de elefantes da floresta, aniquilando metade da espécie.

Na Antártida, “o declínio nas colônias de pinguins-barbicha pode estar ligado ao degelo das calotas polares e à escassez de krill (pequenos crustáceos), razões que, por sua vez, resultam das alterações climáticas e do aumento da pesca desse mesmo krill”, diz o documento.

As condições mais quentes, associadas a níveis mais baixos de cobertura de gelo marinho, resultam em menos krill, sendo esses crustáceos (semelhantes aos camarões) a principal fonte de alimento dos pinguins. Essas comunidades acabam por gastar mais tempo à procura de comida, “o que pode aumentar o risco de falha reprodutiva”.

Mike Barrett lembra que não se deve ficar triste apenas pela perda da natureza. E avisa: “Estejam cientes de que esta é agora uma ameaça fundamental à humanidade e realmente precisamos fazer alguma coisa e tem de ser já”.

“Não é exagero dizer que o que acontecer nos próximos cinco anos vai determinar o futuro da vida na Terra”, alerta a WWF.

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Fato Novo com informações e imagens: Agência Brasil

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Distrito Federal

Pesquisa alerta para riscos da poluição na saúde dos brasilienses

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Capitaneado pelo professor da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Henke, Projeto Prometeu avalia as consequências da poluição causadas pelas queimadas e a necessidade de mais rigor na proteção ambiental

A olho nu e na garganta não houve quem não sentisse o impacto do incêndio que massacrou o Parque Nacional de Brasília, nesta semana. Detido em dados físicos, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Henke (do Departamento de Ecologia) foi a campo, tão logo dos primeiros efeitos do agravamento da respiração para os brasilienses. O intuito foi abastecer de dados o Projeto Prometeu, e, na observância da relação entre incêndios florestais e poluição urbana, o pesquisador teve por meta alertar sobre a “ponta do iceberg” na condição alarmante atual e a necessidade da valorização dos órgãos ambientais, capacitados a antever padrões de clima urbano.

Preocupante, mas não alarmista, foi parte do resultado: índice para a aferição de poluição estimado a gravitar até 40 microgramas por metro cúbico de material particulado fino, a pontuação teve picos de elevação para mais de 900 no DF. Mesmo seis dias depois do incêndio, há reflexos com índice que chega a 164.


“A fumaça das queimadas é muito nociva. O material particulado pode trazer em si muitas coisas, desde vírus, poeiras, argila, fuligem. Há possibilidade de chegar aos alvéolos pulmonares e até atingir cérebro ou tecidos cardíacos. Crianças com asma sofreram, os valores tornaram agudos efeitos em pessoas com comorbidades”, exemplifica Carlos Henke. A exposição por curto período, ao cenário desolador da capital, amenizou a situação, pelo que pontua o professor.


Cancelamento de aulas, desperdício de alimentos no comércio (dada a restrição de consumidores) e exposição de bombeiros (na esfera civil) com inexistência de insalubridade são elencados, para além dos impactos na biodiversidade. Distante do modelo do sistema Purple Air (fixo), implementado em escola pública da 115 Norte, as aferições da equipe de Henke aderiram à circulação, com uso da sonda meteorológica Obá por circuito da cidade — contemplando UnB, trecho da EPIA, Eixo Monumental e trechos da W3. Foi a primeira do Projeto Prometeu nesta escala.

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Impacto regional

Os índices do experimento tratam de uma exceção em cena atípica da degradação da qualidade do ar. Um sinal preocupante está no fato de o quadro pintado não estar exclusivamente associado à situação no DF — complicações de focos de outras áreas do país afetaram os dados (e seguem impactando). “Não se trata de uma situação pontual, estende-se para o regional. É uma circunstância que não pode ser ignorada, para que o pior não venha a ocorrer”, explica o ecólogo.

Junto com as medidas de material particulado fino, a pesquisa também traçou o comportamento dos valores de monóxido de carbono (gás capaz de ocasionar mortes). Brasília chegou a registrar praticamente a décima parte de situações dadas como intoleráveis. “Dá para se ficar esperto: houve índices de 10 partes por milhão. Numa atmosfera dada como ideal, a quantidade é de 0.5 ppm. O aceitável em um padrão urbano é de 2 ppms. A 9 ppms, a Organização Mundial da Saúde orienta que um cidadão fique exposto, ao máximo, em oito horas”, observa Carlos Henke. A exposição circunstancial bateu a casa das duas horas e meia, no índice 10 ppms.

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Brasil

Sol laranja e céu vermelho? Professores explicam o fenômeno

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Alexandre Groth, professor de Geografia e André Coelho, docente de Física, da Plataforma Professor Ferretto esclarece o evento climática que tem acontecido no Brasil

Nas últimas semanas um fenômeno tem chamado a atenção da população de grande parte do Brasil. O sol tem se mostrado com um tom alaranjado, quase vermelho e, embora a coloração seja bonita, gerando belas fotos, por trás deste acontecimento há um ponto alarmante.

Um bloqueio atmosférico ao sul do país e a presença de uma massa de ar seco, chamada massa tropical continental, estão provocando uma crise ambiental significativa, que afeta o ar atmosférico de parte do país. “Esse bloqueio impede a chegada de frentes frias e intensifica a seca no Brasil central e no sul, criando condições ideais para o aumento das queimadas”, explica o Professor de Geografia Alexandre Groth.

Mas o que isso significa? Segundo o docente, as queimadas, muitas vezes causadas por práticas agropecuárias, estão se multiplicando devido ao clima seco, “A fuligem e outros poluentes das queimadas estão se espalhando pela atmosfera, criando uma impressionante tonalidade alaranjada no céu”. Nos últimos dias, sites de monitoramento estão alertando para baixa qualidade de ar, de acordo com o IQAir, o ar da região metropolitana de São Paulo foi classificado como muito ruim por dias consecutivos.

O professor de Física, André Coelho da Plataforma Professor Ferretto, explica que a tonalidade do céu, “Durante o pôr do Sol, ele está mais próximo do horizonte, o que significa que a luz solar tem que atravessar uma camada maior de atmosfera antes de chegar aos nossos olhos. Ao atravessar a camada atmosférica ocorre uma dispersão (espalhamento) da luz em diferentes direções “, diz. “A presença de partículas em suspensão na atmosfera, tais como poeiras, aerossóis, fumaça ou poluentes, pode afetar a cor do céu durante o pôr do Sol intensificando os tons laranja e avermelhados do céu”, completa o docente.

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Infelizmente, o impacto da poluição é muito maior do que apenas a coloração do céu: “O ar extremamente seco eleva as temperaturas diurnas, tornando o calor ainda mais intenso e potencializando as queimadas. À noite, embora as temperaturas possam cair, o calor extremo do dia e a poluição persistente geram um ambiente perigoso para a saúde e o meio ambiente” ressalta Groth.

O sol laranja e o céu vermelho são sinais de uma crise ambiental em crescimento. “Fique atento às condições climáticas e às ações necessárias para enfrentar essa situação. O que estamos vendo no céu pode ser apenas a ponta do iceberg de um problema muito maior”, finaliza o professor de Geografia.


Fonte: Make Buzz Comunicação

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