O Cordão da Mentira, bloco carnavalesco de intervenção política e artística, realizará seu 12º desfile no próximo 1º de abril, terça-feira, a partir das 18h, com concentração no Pateo do Collegio.
Antes do desfile, rodas de conversa e seminários irão ainda abordar temas importantes, contando com manifestações pró-palestina, debates arte e combate ao fascismo, guerra às drogas, movimentos sociais, violência estatal e o papel das forças armadas na violência estatal no Brasil, entre outras atividades culturais.
Sob o tema “Desfile Para Adiar o Fim do Mundo”, o evento abordará o genocídio indígena, palestino e da população negra e periférica, unindo arte, memória e resistência.
Inspirado no pensamento de Ailton Krenak, o desfile questiona: “É mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo?”.
“Criamos nas ruas para inventar outra sociedade”, afirma Thiago B. Mendonça, um dos organizadores do evento, que marca o Dia do Golpe de 1964, denunciando crimes do passado e do presente, como torturas, desaparecimentos forçados e a violência de Estado, que persistem quase 40 anos após a ditadura.
Programação antecipa debates e arte engajada
Nos dias que antecedem o desfile, uma série de atividades no Al Janiah, centro cultural no Bixiga, promove reflexões sobre fascismo, guerra às drogas, desaparecimentos forçados e solidariedade internacional.
Presenças confirmadas
Dentre os convidados com presença confirmada no desfile deste ano, estão nomes importantes do samba de São Paulo (Roberta Oliveira, Renato Martins, Selito SD, entre outros), representantes de movimentos sociais (Movimento Negro Unificado – MNU, representantes do movimento indígena, MTST, MST, Associação de Amigos e Familiares de Presos/as – AMPARAR, Confluências de Educação Popular, Movimento pelo Desencarceramento), mães de vítimas da violência do Estado de todo o Brasil (Mães de Maio, Mães de Paraisópolis – “Os 9 que perdemos”, Mães de Maio do Nordeste, Mães de Manguinhos, entre outras), ex-presos políticos, sobreviventes do cárcere, além de grupos e artistas importantes do teatro paulistano, dançarines, performers, artistas visuais, fotógrafes e cineastas, que farão a cobertura do evento e intervenções visuais, além da Frente Samidoun, coletivo que denuncia a condição dos reféns palestinos sob custódia israelense.
“Cantaremos contra os golpistas de ontem e de hoje, rindo de seu fracasso”, diz Thiago. “Novamente, entoaremos nas ruas nossas canções de liberdade contra os fascistas da política e contra a militarização da vida. Celebraremos a memória dos mártires de ontem e de hoje. Nós lutamos para que o Cordão, um dia, perca seu sentido: lutamos para não celebrar a memória dos massacrados do futuro. Acreditamos que um outro mundo é possível”, completa o organizador do evento.