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Saúde

Estilo de vida é apontado como principal causa de câncer em pessoas jovens

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Cerca de 90% das doenças têm relação direta com hábitos não saudáveis, alertam especialistas do Hospital Moinhos de Vento

Brasil, 26 de maio de 2025. A incidência de casos entre pessoas com menos de 50 anos cresceu 79% em três décadas (entre 1990 e 2019). Dados globais recentes confirmam um alarmante aumento na incidência de câncer em pessoas jovens, na faixa etária de 25 a 49 anos, mostrou o estudo publicado na revista BMJ Oncology e corroborado por outras pesquisas. Embora o câncer ainda seja mais comum em idades mais avançadas, o aumento proporcional nessa faixa etária e o crescimento de quase 30% na mortalidade, no mesmo período, levantam preocupações. Para Rui Weschenfelder, coordenador do núcleo de Oncologia Gastrointestinal do Hospital Moinhos de Vento, esse crescimento está associado principalmente ao que se chama de estilo de vida ocidental e urbano.

Fatores como sedentarismo, aumento do consumo de álcool, tabagismo persistente, obesidade e o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em sal, açúcar e gorduras são os principais suspeitos de impulsionar este cenário. Entre os tumores que apresentam maior aumento nessa faixa etária estão as neoplasias de mama, cólon e reto, esôfago, rim, fígado e pâncreas. O câncer colorretal, em particular, teve sua incidência duplicada no cólon e quadruplicada no reto em jovens, sendo fortemente ligado a padrões alimentares e obesidade. Esses hábitos levam à inflamação crônica de baixo grau, que é vista como uma raiz comum para diversas doenças crônicas. “Melhor que tratar é prevenir”, completa o médico.

Neste cenário, a Medicina do Estilo de Vida (MEV) surge como uma importante aliada no combate à epidemia de doenças crônicas, incluindo o câncer, através de mudanças saudáveis de comportamento focando em seis pilares principais: dieta saudável, controle do uso de substâncias tóxicas como álcool e tabaco, prática regular de atividade física, garantia de um sono reparador – de 7 a 9 horas por noite –, manejo do estresse e cultivo de vínculos sociais de qualidade.

É importante assinalar que a genética da maioria das pessoas em uma população geral não é determinante. “90% das doenças crônicas comuns, como as cardiovasculares e a diabete, estão relacionadas ao estilo de vida. Por isso, a adoção de hábitos saudáveis pode reduzir o risco dessas doenças em até 80% e de câncer em cerca de 35%”, explica Alexander Daudt, oncologista e Liderança Médica do Ambulatório de Medicina de Estilo de Vida e Longevidade Saudável do Hospital Moinhos de Vento.

De modo análogo, integrar a MEV aos cuidados do paciente oncológico pode impactar positivamente na sobrevida, como a atividade física, que isoladamente pode reduzir em 30% o risco de recaída em tumores comuns como de mama, cólon e próstata. Como relata Herbert Miranda, diagnosticado em 2020, junto ao tratamento e sessões de radioterapia recebeu extensas orientações sobre estilo de vida e as colocou em prática. Atividades físicas passaram a ser prioridade na sua rotina, ao lado de cuidados com a saúde mental e uma alimentação mais saudável – reduziu o consumo de doces, gorduras e aumentou a quantidade de frutas e vegetais, por exemplo.

“Quando comecei a fazer essas mudanças, embora difíceis e ver os resultados fiquei motivado. Comecei a me sentir melhor, a responder melhor ao tratamento e já não me sentia mais tão fragilizado”, recorda Herbert. Ao assumir o protagonismo de seus cuidados junto ao seu médico, ele acredita que corroborou para um melhor resultado do tratamento o qual segue trabalhando enquanto está em remissão e prática o seu mais novo hobby: “Há seis meses comecei a fazer mergulho. Desde que o câncer apareceu, eu estou aprendendo a fazer muitas coisas pela primeira vez. Agora eu priorizo o que me faz bem”, conclui.

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Embora as diretrizes de rastreamento sejam historicamente voltadas para faixas etárias mais avançadas, algumas recomendações já foram ajustadas, como a colonoscopia a partir dos 45 anos – inclusive para o SUS – e a mamografia a partir dos 40 – recomendação preliminar nos EUA.

Neste cenário, os especialistas reforçam que dentro da rotina diária, pequenas escolhas no presente podem fazer uma grande diferença no futuro. A conscientização sobre a relação entre estilo de vida e câncer, aliada aos avanços da medicina e ao apoio de equipes multidisciplinares, oferece um caminho para enfrentar esse desafio de saúde pública, transformando o medo em ação e empoderamento.


*FSB Comunicação

Saúde

Tanorexia: o vício do bronze que transforma a busca pelo “glow perfeito” em risco de câncer de pele

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Um novo estudo genético, publicado na revista Nature, sequenciou os genomas de 28 indivíduos que viveram no sul da África e descobriu que as populações permaneceram isoladas por cerca de 100 mil anos. A análise indica que a composição genética dessas populações ancestrais é drasticamente diferente da observada nos humanos modernos e “fica fora da faixa de variação genética” atual. A descoberta sugere que o isolamento geográfico, possivelmente devido a condições desfavoráveis na região do rio Zambeze, permitiu uma evolução genética única na ponta sul do continente

Com a chegada do verão e a campanha Dezembro Laranja de prevenção ao câncer de pele, cresce no Brasil o fenômeno da tanorexia, um comportamento de obsessão e vício em manter a pele sempre bronzeada, muitas vezes a qualquer custo e com exposição excessiva ao sol.

Distorção de Imagem e Risco de Câncer ⚠️

A dermatologista Denise Ozores explica que a tanorexia é uma distorção da imagem corporal, na qual a pessoa nunca se sente bronzeada o suficiente, chegando a se ver pálida mesmo quando já está com a pele queimada.

  • Comportamento Compulsivo: Pessoas com tanorexia recorrem a horas seguidas de exposição ao sol, bronzeamentos improvisados ou procedimentos clandestinos para tentar corrigir o incômodo de se verem “clara demais”.

  • Pressão Social: A lógica das redes sociais, onde a pele dourada é frequentemente associada a status, saúde e beleza, cria uma pressão para alcançar o “glow perfeito”, levando muitos a ignorar os riscos.

  • Câncer da Vaidade: O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, e sua principal causa é a exposição excessiva e desprotegida à radiação ultravioleta. A dermatologista alerta que o câncer de pele tem se tornado o “câncer da vaidade”, com pacientes arriscando a saúde para evitar aparecer “brancos” em fotos de fim de ano.

Redefinindo a Beleza no Verão ☀️

Denise Ozores defende a necessidade de ressignificar a ideia de “pele bonita”, promovendo a estética natural e individualizada, onde cada pessoa valoriza sua própria cor e textura.

Para curtir o verão com segurança e preservar a saúde da pele, a especialista recomenda:

  • Uso de protetor solar diário com reaplicação frequente.

  • Busca por sombra e uso de chapéu.

  • Respeito aos horários seguros de exposição solar.

  • Estabelecimento de limites reais na busca pelo bronzeamento.


Com informações: CO – Assessoria (Cacau Oliver)

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Saúde

Latrofobia e Dentofobia: O medo de ir ao médico ou dentista tem explicação científica e pode ser superado

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O medo intenso e irracional de ir ao médico (iatrofobia) ou ao dentista (dentofobia) é um fenômeno comum, enraizado em respostas psicológicas e fisiológicas, e não deve ser encarado como “frescura”. Gatilhos como o medo do desconhecido (más notícias), a síndrome do jaleco branco (elevação da pressão arterial em ambiente clínico) e a antecipação da dor ou invasão ativam o instinto de luta ou fuga. Especialistas recomendam o uso de estratégias comportamentais e mentais para retomar o controle da situação, como o estabelecimento de um “sinal de pare” com o profissional e o uso de técnicas de respiração para acalmar o sistema nervoso.

O medo de frequentar consultórios médicos ou odontológicos é uma ansiedade real e paralisante para muitas pessoas. Quando esse medo se torna excessivo e irracional, ele é classificado como iatrofobia (medo de médicos) ou dentofobia (medo de dentistas), condições que levam muitos pacientes a adiar cuidados essenciais de saúde.


Gatilhos do Medo e Respostas Psicológicas 🧠

A ciência identifica que a ansiedade no ambiente clínico é uma resposta fisiológica e psicológica real, muitas vezes ligada a mecanismos de defesa:

  • Medo de Más Notícias: O receio de descobrir uma doença grave ou de ser julgado pelos hábitos de vida faz com que a pessoa evite a consulta, seguindo a lógica prejudicial de “quem procura, acha”.

  • Síndrome do Jaleco Branco: O ambiente clínico em si eleva o estresse, causando um aumento na pressão arterial que não ocorre em casa, criando um ciclo vicioso de ansiedade antes da consulta.

  • Antecipação da Dor: A simples antecipação de procedimentos invasivos ativa áreas do cérebro ligadas à ameaça, desencadeando o instinto primitivo de luta ou fuga, mesmo para um exame de rotina.

Estratégias para Retomar o Controle ✅

Entender que o medo tem fundamento biológico é o primeiro passo. O segundo é adotar estratégias práticas para tornar a experiência menos traumática:

Estratégia Objetivo
Estabelecer um “Sinal de Pare” Devolver a sensação de controle ao paciente, combinando um gesto para interromper o procedimento a qualquer momento.
Hackear o Sistema Nervoso Utilizar técnicas de respiração (ex: 4-7-8: inspirar em 4s, segurar em 7s, soltar em 8s) para forçar o corpo a sair do estado de alerta.
Evitar Ruminação Antecipada Marcar a consulta para o primeiro horário da manhã, minimizando o tempo de ansiedade e preocupação.
Bloquear Gatilhos Sensoriais Usar fones de ouvido com cancelamento de ruído para abafar sons estressantes (como o motorzinho do dentista).
Jogar Limpo com o Profissional Informar sobre o medo logo no início, garantindo que o médico ou dentista seja mais paciente e explicativo durante o atendimento.

Com informações: Olhar Digital

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Brasil

Ministério da Saúde prioriza acesso a medicamentos de longa duração contra o HIV e pressiona por transferência de tecnologia

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O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou no Dia Mundial de Luta contra a Aids que o acesso a novas tecnologias de prevenção é prioridade, citando a demanda pela incorporação do lenacapavir no SUS. O medicamento, um injetável de longa duração (aplicação a cada seis meses) para PrEP, é decisivo para populações vulneráveis e está pendente de registro sanitário. O Brasil, que registrou queda de 13% nas mortes por aids (abaixo de 10 mil pela primeira vez em três décadas) e cumpriu duas das três metas globais 95-95-95, pressiona a farmacêutica Gilead por transferência de tecnologia devido ao preço “impraticável” do produto

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a prioridade da pasta em garantir o acesso a novas estratégias e tecnologias de prevenção contra o HIV/Aids, em celebração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º de dezembro). A principal demanda é pela incorporação de medicamentos de longa duração no Sistema Único de Saúde (SUS), como o lenacapavir.

Novo Paradigma na Prevenção: Lenacapavir 💉

O medicamento em foco é o lenacapavir, da farmacêutica Gilead, uma formulação injetável de longa duração para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, que requer aplicação a cada seis meses.

  • Vantagens: O lenacapavir poderá substituir o uso diário de comprimidos da PrEP oral, melhorando a eficácia e a adesão de populações vulneráveis e jovens que têm dificuldade em seguir o regime diário. Estudos clínicos indicaram altíssimos índices de eficiência.

  • Diálogo por Tecnologia: Padilha confirmou que o Ministério está dialogando e quer participar da transferência de tecnologia do produto para o Brasil, pois o preço praticado pela empresa no exterior (mais de US$ 28 mil por pessoa ao ano nos EUA) é considerado “absolutamente impraticável para programas de saúde pública”.

  • Pressão por Genérico: O Brasil ficou de fora de uma versão genérica do medicamento anunciada para 120 países de baixa renda. A Articulação Nacional de Luta contra a Aids reivindicou que, se não houver avanço em acordos de transferência, o governo deve considerar o licenciamento compulsório (quebra de patente).

Avanços na Resposta Brasileira ao HIV 🇧🇷

O Brasil apresentou avanços significativos na política de HIV/Aids, que agora inclui a oferta gratuita de PrEP, PEP (profilaxia pós-exposição) e terapia antirretroviral.

  • Metas Globais: O país cumpriu duas das três metas globais 95-95-95 (95% das pessoas vivendo com HIV conheçam o diagnóstico; 95% das diagnosticadas estejam em tratamento; e 95% das tratadas alcancem supressão viral).

  • Queda nas Mortes: O boletim epidemiológico mais recente mostrou uma queda de 13% no número de óbitos por aids entre 2023 e 2024, caindo para 9,1 mil mortes em 2024. É a primeira vez em três décadas que o número ficou abaixo de 10 mil.

  • Eliminação da Transmissão Vertical: O Ministro anunciou a expectativa de que o Brasil receba, em dezembro, o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) pela eliminação da transmissão vertical do HIV (de mãe para bebê) como problema de saúde pública, sendo o maior país do mundo a alcançar esse patamar.


Com informações: Agência Brasil

 

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