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Paralisação federal dos EUA expõe profundas fraturas e ameaças ao sistema alimentar 🇺🇸

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O shutdown governamental mais longo da história dos EUA, já finalizado, expôs vulnerabilidades críticas no sistema alimentar e agrícola, afetando a segurança alimentar, a pesquisa, as inspeções e a assistência financeira a agricultores e beneficiários do programa SNAP.


A paralisação federal mais longa da história dos Estados Unidos chegou ao fim, mas especialistas alertam que o episódio deixou fraturas profundas no sistema alimentar do país, cujas consequências apenas começam a surgir e se somarão às grandes mudanças de políticas agrícolas e alimentares da administração.

Ginni Braich, cientista de dados da Universidade do Colorado, explica que a interrupção de agências como o USDA (Departamento de Agricultura) e a FDA (Agência Federal de Alimentos e Medicamentos) tem “efeitos em cadeia” na cadeia de abastecimento, impactando pagamentos de colheitas, seguros, inspeções e programas de nutrição.

Impacto na Pesquisa e Segurança Alimentar

O shutdown causou perdas significativas em áreas críticas:

  • Pesquisa Agrícola: Laboratórios do USDA, como o Centro Nacional de Pesquisa de Utilização Agrícola, “desativaram” quase todos os projetos por cerca de um mês e meio, perdendo progresso em trabalhos vitais sobre doenças fúngicas e novos usos para as culturas. A perda de pessoal qualificado devido a cortes e demissões massivas anteriores (mais de 20 mil funcionários do USDA) e o êxodo de trabalhadores após o shutdown comprometem a liderança dos EUA em pesquisa agrícola.

  • Segurança Alimentar: A lentidão operacional durante a paralisação limitou inspeções de rotina, supervisão de instalações e investigações contínuas, colocando em risco a saúde dos americanos.

Agricultores, Dívidas e Clima

A paralisação atingiu o setor agrícola em um momento de alta vulnerabilidade, com falências agrícolas em ascensão e a dívida do setor projetada para um recorde. Embora o acordo de reabertura tenha estendido a lei agrícola de 2018 e o financiamento anual do USDA, houve cortes em programas de assistência técnica à conservação.

Mike Lavender, da Coalizão Nacional de Agricultura Sustentável, alertou que os cortes e a interrupção da política federal prejudicam a capacidade de fornecer soluções oportunas para os agricultores, já pressionados por baixos preços, taxas de juro altas, tarifas e condições climáticas extremas.

A economista agrícola Alla Semenova afirma que a paralisação, ao congelar a assistência financeira aos agricultores durante o pico da colheita e do planeamento, pode criar défices agrícolas e contribuir para o aumento dos preços dos alimentos em 2026 e 2027.

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Vulnerabilidade do SNAP e Consumidor

A paralisação expôs a alta dependência de 42 milhões de americanos de programas como o SNAP (Auxílio Alimentação). A suspensão dos subsídios suplementares, mesmo que por uma única semana, gera efeitos duradouros na economia.

Parker Gilkesson, analista político sênior, aponta que cada US$ 1 em benefícios SNAP gera até US$ 1,80 em atividade econômica, e a interrupção tende a inflar o problema crescente de insegurança alimentar no país.

Além disso, a paralisação afetou o comportamento do consumidor, com um relatório da Universidade de Michigan mostrando a queda da confiança do consumidor para o nível mais baixo desde junho de 2022, impulsionada pelo shutdown. O receio de preços mais altos pode levar os consumidores a gastar menos, desacelerando o crescimento econômico.


Com informações: Grist

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Venezuela incorpora 5.600 novos soldados em resposta a crescentes ameaças dos Estados Unidos

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As Forças Armadas da Venezuela incorporaram 5.600 novos soldados em suas fileiras em meio às crescentes ameaças dos Estados Unidos, que sinalizaram a possibilidade de “ofensivas terrestres muito em breve”. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu o reforço do alistamento militar e a união contra o imperialismo em resposta às manobras militares estadunidenses

Os novos efetivos foram descritos pelos oficiais como “combatentes revolucionários, socialistas” e “profundamente chavistas, treinados sob o método tático de resistência revolucionária”. A cerimônia foi realizada no Forte Tiuna, o maior complexo militar da Venezuela, em Caracas.

Resposta Militar e Tensão com os EUA 🇺🇸🇻🇪

O coronel Gabriel Alejandro Rendón Vílchez afirmou durante a cerimônia que o número de alistamentos às Forças Armadas aumentou desde o início da ofensiva dos EUA.

  • Reafirmação de Soberania: O coronel reforçou que a Venezuela não permitirá a invasão de um império, destacando que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) está unida e preparada junto ao povo.

  • Acusações de Terrorismo: A tensão entre os dois países escalou na semana anterior, quando Washington incluiu o suposto Cartel de los Soles na lista de organizações terroristas e classificou Nicolás Maduro como seu chefe. A Venezuela nega a existência do cartel, chamando-o de uma “invenção dos EUA” para forçar uma mudança de regime.

  • Efetivo Total: As Forças Armadas venezuelanas contam agora com cerca de 200 mil efetivos, além de 200 mil policiais e cerca de oito milhões de reservistas da Milícia Nacional Bolivariana.


Com informações: ICL Notícias

 

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Mundo

Programa de Refugiados da Cáritas RJ, referência de 50 anos, corre risco de fechar devido a cortes em financiamento humanitário global

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O programa de atendimento sistematizado a refugiados da Cáritas RJ, o mais antigo do Brasil e referência internacional, enfrenta a possibilidade de encerrar suas atividades em 2026 devido a uma onda global de cortes no financiamento humanitário, que afetou seu principal apoiador, o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados). A crise já levou à suspensão de cursos de português e ao desligamento de parte da equipe, levantando questões sobre quem sustentará o acolhimento de pessoas em migração forçada no Brasil

O programa teve início em 1976, no auge dos regimes militares no Cone Sul, e foi criado por Dom Eugênio Sales, então arcebispo do Rio de Janeiro, com o apoio da ACNUR. Foi a primeira experiência organizada de assistência a refugiados no país, antecipando a legislação nacional sobre o tema.

O Legado de 50 Anos em Risco ⏳

Ao longo de cinco décadas, a Cáritas RJ adaptou-se a profundas mudanças nos fluxos migratórios, passando a acolher não apenas perseguidos políticos sul-americanos, mas também pessoas vindas de zonas de guerra, estados colapsados e crises humanitárias crônicas de cerca de 80 países.

O programa atende anualmente cerca de 3 mil pessoas, oferecendo serviços gratuitos essenciais para a integração e reconstrução de vidas no Brasil:

  • Apoio Jurídico Especializado: Para pedidos de refúgio e regularização documental.

  • Apoio Social: Avaliação de vulnerabilidade e encaminhamentos.

  • Inserção Social: Cursos de português e capacitação profissional.

  • Apoio Comunitário: Atividades culturais e oficinas voltadas à saúde mental.

Crise e Consequências do Corte de Recursos 📉

O cenário de retração das políticas humanitárias, impulsionado pelo aumento global de conflitos e pela reorientação de prioridades nos países financiadores, levou à redução drástica do orçamento da Cáritas RJ.

  • Serviços Afetados: Um semestre inteiro de cursos de português foi suspenso, comprometendo a integração dos recém-chegados.

  • Vulnerabilidade: Pessoas em situação de extrema vulnerabilidade deixaram de receber auxílio financeiro emergencial para gastos básicos como aluguel e alimentação.

  • Impacto na Estrutura: Houve desligamento de parte da equipe, e novas demissões estão previstas.

A organização estima que, se a situação não for revertida, suas atividades poderão ser encerradas em 2026, justamente no ano em que completaria 50 anos de existência.

A coordenadora geral do programa, Aline Thuller, destaca que o risco de fechamento levanta a questão da responsabilidade do Brasil em preservar uma política de acolhimento à altura dos desafios do século XXI e de sustentar o apoio, que atualmente depende majoritariamente de organizações humanitárias isoladas.

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Com informações: Diplomatique

 

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Meio Ambiente

Após a COP30, defensores indígenas comemoram ganhos enquanto alertam sobre trabalho inacabado

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Ativismo e resultados na COP30: Maior presença indígena na história da conferência da ONU em Belém, Brasil, destaca a luta por direitos territoriais e a frustração com o plano de transição de combustíveis fósseis.


Presença Indígena na COP30 Atinge Recorde em Belém

A COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Belém, Brasil, marcou um momento histórico para a participação dos povos indígenas no cenário climático global. Devido à sua localização estratégica na proximidade da Amazônia, o evento foi informalmente denominado “COP Indígena”, refletindo o esforço do Brasil em ampliar essa representação.

De acordo com dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a conferência registrou a presença de mais de 5.000 participantes indígenas, com cerca de 900 deles possuindo credenciais de acesso às zonas de negociação, um número inédito nos 30 anos de história da COP.

Apesar da maior visibilidade, a participação nas decisões formais da ONU permanece limitada. Nas negociações, apenas os Estados-membros têm direito a voto. Os povos indígenas que não alcançaram o estatuto de Estado reconhecido internacionalmente não podem votar em decisões cruciais, como o roteiro para a eliminação dos combustíveis fósseis. Essa disparidade motivou ações de ativismo dentro e fora do local da conferência.

Mobilização e Ativismo Indígena Pressionam por Direitos

A COP30 foi palco de diversas ações de ativistas indígenas, que buscaram garantir que suas vozes e demandas fossem ouvidas, reafirmando o princípio de “eles não podem decidir por nós sem nós”. Em um dos momentos mais notáveis, ativistas, trajados em vestimentas tradicionais, cruzaram a segurança para uma zona reservada a delegados oficiais, ressaltando a urgência de sua inclusão.

Observadores como Kaeden Watts, especialista em política climática das tribos Māori da Nova Zelândia, notaram um contraste significativo em relação às COPs anteriores, onde as perspectivas indígenas eram frequentemente ignoradas ou dependiam da amplificação por aliados. Na COP30, houve um esforço de organização que resultou em maior cobertura midiática, com repórteres entrevistando diretamente líderes e manifestantes indígenas sobre direitos à terra e danos climáticos.

Resultados Tangíveis: Demarcação de Terras no Brasil

A pressão e a visibilidade geradas durante a conferência culminaram em medidas concretas por parte do governo brasileiro. Antes do encerramento da COP30, o governo anunciou a demarcação de terras para 27 povos indígenas em diversas regiões do Brasil. Além disso, foi assumido o compromisso de reconhecer 59 milhões de hectares adicionais de terras indígenas nos próximos cinco anos.

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O reconhecimento e a proteção dos territórios são centrais na defesa da justiça climática, visto que estudos científicos confirmam que terras indígenas demarcadas apresentam as menores taxas de desmatamento, atuando como barreiras naturais contra o avanço da destruição ambiental.

Avanços na Proteção dos Direitos Indígenas, Mas Frustração Climática

Os defensores indígenas compareceram à COP com o objetivo de garantir um plano claro para a transição energética global e o fim do desmatamento. Embora não tenham conseguido incluir todas as suas propostas no Mutirão Global (Global Stocktake), o acordo internacional não vinculativo da COP30, houve um avanço significativo em outro fórum.

Os países concordaram em reconhecer formalmente a importância de proteger os direitos indígenas, incluindo os direitos à terra, no Programa de Trabalho de Transição Justa (Just Transition Work Programme). Este programa da ONU visa apoiar os países na transição dos combustíveis fósseos.

Emil Gualinga, do Povo Kichwa de Sarayaku e membro do Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudanças Climáticas, destacou o papel do Panamá em garantir que o Programa de Transição Justa incluísse uma referência ao direito dos povos indígenas ao consentimento livre, prévio e informado (CLPI) sobre o que ocorre em seus territórios. Este ponto é relevante, pois estudos indicam que depósitos de minerais críticos para a produção de energia livre de combustíveis fósseis são frequentemente encontrados em terras indígenas.

Apesar desse avanço, a maior decepção entre os ativistas foi o fracasso dos Estados-membros em se comprometerem com um plano específico e ambicioso para deixar a dependência dos combustíveis fósseis. A versão final do Mutirão Global foi considerada “diluída” e insuficiente para garantir que o aquecimento global se mantenha abaixo do limiar de 1,5 graus Celsius, limite considerado crucial pela ciência para evitar consequências catastróficas.

A Luta Continua em Outras Frentes

O desapontamento com o resultado do Mutirão Global não encerra a luta por justiça ambiental e climática. Gualinga enfatizou que a mobilização indígena se estende para além das conferências da ONU, citando o histórico de resistência de sua comunidade, Sarayaku, no Equador, que por décadas lutou contra a indústria petrolífera em suas terras. Em 2012, a Corte Interamericana de Direitos Humanos deu ganho de causa aos Sarayaku, concluindo que o Equador violou seus direitos ao permitir a entrada da empresa sem o CLPI.

A defesa internacional segue ativa. No início deste ano, nações insulares do Pacífico, com a liderança de estudantes e advogados indígenas, obtiveram uma decisão histórica no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ). O tribunal afirmou que os governos nacionais têm a obrigação legal de mitigar as alterações climáticas e compensar os prejudicados. Embora essa decisão não tenha sido reconhecida formalmente na COP30, o ativismo legal continua sendo uma ferramenta fundamental.

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Belyndar Rikimani, das Ilhas Salomão e membro do grupo “Estudantes das Ilhas do Pacífico que lutam contra as mudanças climáticas”, afirmou que, apesar da decepção, a pressão continuará “nos tribunais, nas salas de negociação e nas bases”. A visibilidade da resistência indígena na COP30 sugere que a mensagem dos povos tradicionais está ganhando ressonância no público global, indicando que a determinação pela autodeterminação e justiça climática não cessará.


Com informações de: Grist

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