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Economia

Petrobrás: Perseguido pela imprensa, Jean Paul Prates diz que não vai ter aumento nos combustíveis

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Petrobrás: Perseguido pela imprensa, Jean Paul Prates diz que não vai ter aumento nos combustíveis

 

Jean Paul Prates, o presidente da Petrobrás que vem sendo alvo de ataques da imprensa hereditária nos últimos meses, defendeu nesta quinta-feira (18) a manutenção dos preços dos combustíveis, mesmo com um cenário internacional desfavorável, que registra sucessivas altas do dólar e do barril de petróleo nas últimas semanas.

A declaração de Prates de que a Petrobrás não irá mexer nos valores dos combustíveis foi dada em evento com empresários e economistas no Rio de Janeiro.

“Estamos avaliando as condições todas de mercado. Não há razão nenhuma para aumento agora. Não está sendo avaliado. Estamos monitorando o cenário internacional e, por enquanto, não há nada que faça mover o preço dos combustíveis”, disse Jean Paul Prates.

Os meios de comunicação apontam que os preços da gasolina não sofrem alterações há mais de seis meses, mesmo com o barril de petróleo registrando aumentos de 20% no acumulado anual. O barril é negociado a U$ 88, e a moeda dos EUA registrou alta recente de 9% por aqui, chegando a R$ 5,26.

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Nesse contexto, a Associação dos Importadores de Combustíveis (Abicom) – ouvida pela Revista Veja que noticiou a declaração de Jean Paul Prates – reclama publicamente que o preço da gasolina estaria defasado no país em 24% na relação com a paridade internacional.

Mas é preciso explicar que é justamente para não jogar esse custo para o bolso dos brasileiros que a Petrobrás existe. A estatal, que tem como objetivo percorrer toda a cadeia produtiva que envolve a extração de petróleo e a produção de combustíveis, desenvolve um setor estratégico para a economia brasileira. Dessa maneira, a produção nacional visa justamente vacinar o país das oscilações internacionais.

Por que a mídia hereditária quer a cabeça de Jean Paul Prates?

Assim como a supracitada matéria da Veja, na primeira semana de abril todos os principais jornais do Brasil, em suas versões online, publicaram notícias em destaque que davam como certa a saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobrás. Em todas elas, a razão da “apurada análise” reside em rachas internos do governo Lula acerca da distribuição de dividendos extraordinários para os acionistas da estatal, em paralelo com eventuais quedas na bolsa de valores. Entre os principais “opositores internos” estariam os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil).

O presidente Lula (PT) estaria no campo dos seus ministros, contrários à distribuição de dividendos extras proposta por Jean Paul Prates em março. E a suposta briga teria escalado em 8 de março, quando as ações da Petrobrás caíram na bolsa de valores brasileira (b3) por conta da suspensão dos repasses. Na ocasião, apontam os meios de comunicação, a estatal perdeu R$ 56 bilhões em valor de mercado.

Prates havia proposto que a metade dos R$ 43,9 bilhões de dividendos extraordinários fossem pagos aos acionistas. No entanto, o Conselho de Administração da Petrobrás – composto pelos executivos da estatal e representantes dos trabalhadores e do governo federal – vetou a proposta e reteve os valores. À época a imprensa já especulava a saída de Jean Paul Prates por conta da crise, mas o presidente Lula fez uma reunião com os dirigentes da empresa e ministros e foi decidida a permanência de Prates.

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Mais tarde, em 4 de abril, o governo decidiu pagar cerca de R$ 20 bilhões aos acionistas, mas uma nova oscilação nas ações da Petrobrás acendeu o alerta dos defensores do capital financeiro e as mesmas manchetes sobre uma virtual demissão de Prates tomaram os jornais. O desejo pela demissão é claramente motivado pelo interesse na distribuição total dos dividendos, mas pode haver mais coisa em jogo, como os interesses dos importadores de combustíveis.

Dividendos, PPI e capital financeiro

Na semana anterior à primeira campanha pela saída de Prates, a Petrobrás havia anunciado o resultado financeiro da companhia em 2023 com um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões, segundo maior valor da história. Mesmo com o lucro quase recorde, as ações da companhia caíram cerca de 10% no dia seguinte ao anúncio. Trata-se de uma reação do mercado financeiro à decisão do Conselho de Administração da estatal de reter os dividendos extraordinários, avaliados em R$ 43,9 bilhões.

Os dividendos são os lucros repartidos entre os acionistas da empresa. Dividendos extraordinários são aqueles pagos acima do mínimo obrigatório e, com a decisão, a Petrobrás adiou o pagamento desses valores para o futuro. Jean Paul Prates se absteve na votação sobre os dividendos, mas seria favorável ao pagamento imediato.

Na prática, o pagamento dos dividendos representa a retirada de circulação de capital que pode ser essencial para o crescimento e expansão da Petrobrás, que é uma empresa estratégica para o Brasil. Uma das principais pautas da campanha do presidente Lula nas eleições de 2022 dizia respeito justamente à recuperação desse caráter nacional da estatal, o que passava pelo fim da política de Preço com Paridade Internacional (PPI) nos combustíveis e por um processo de mudança de mentalidade da empresa, que se preocuparia menos com os seus 700 mil acionistas e mais em abastecer um país do tamanho do Brasil.

O fim do PPI, na prática, barateou os combustíveis para a população. É verdade que após os adventos da guerra na Ucrânia e da nova escalada de conflitos no Oriente Médio, o preço do barril de petróleo naturalmente aumentou. Mas o valor final dos combustíveis ainda está inferior à época do PPI para o consumidor final brasileiro. Os panfletos do mercado financeiro sempre alardearam para a “tragédia” que decorreria da nova política de preços. E agora não foi diferente.

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No Valor Econômico, por exemplo, surgiu na quarta-feira (3), uma matéria exclusiva sobre o assunto. “Política de preços da Petrobrás pode levar a perda de R$ 10 bi em receita, diz Associação”. Nas redes sociais, o Sindipetro-ES lembrou que a Associação de Refinadores Privados, fonte do jornalão de economia, é composta por sete empresas que só passaram a existir após a venda de ativos da Petrobrás, realizada nos seis anos (2016-2022) em que a estatal esteve sob gestão simpática ao capital financeiro.

Sobre os dividendos, Ricardo Maranhão, engenheiro e conselheiro vitalício da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobrás), publicou um longo artigo no site da associação em que defende que a empresa modere na remuneração aos acionistas para investir mais.

Maranhão recomenda foco na recomposição de reservas e atenção aos acionistas, harmonizando com o desenvolvimento socioeconômico do país. O artigo ressalta que a Petrobrás, controlada pelo Estado, distribui altos dividendos, mas precisa priorizar investimentos e atender aos interesses nacionais. Segundo sua análise, sucessivas gestões com orientação financeira e redução de investimentos comprometeram o desenvolvimento da empresa e do país.

“A Petrobrás, apesar dos lucros, precisa voltar ao compromisso com o desenvolvimento nacional e a soberania”, diz o engenheiro.


Fato Novo com informações: Revista Fórum

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Brasil

Confiança do consumidor sobe pelo segundo mês consecutivo

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Segundo os dados, em médias móveis trimestrais, o índice ficou praticamente estável, variando 0,1 ponto, para 91,1 pontos

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE subiu 1,8 ponto em julho, para 92,9 pontos, em sua segunda alta consecutiva. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (25/7) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em médias móveis trimestrais, o índice ficou praticamente estável, variando 0,1 ponto, para 91,1 pontos. “Em julho, a confiança dos consumidores aumentou pela segunda vez consecutiva, motivada principalmente pela melhora nas expectativas para os próximos meses, com forte alta do indicador de situação financeira futura das famílias”, disse Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.

Para Gouveia, a avaliação dos consumidores sobre a situação presente, por outro lado, ficou estável no mês e continua caminhando de lado.

“O aumento da confiança continua sendo impulsionado, majoritariamente, pelas faixas de renda mais baixas. Esse resultado parece estar alinhado com um mercado de trabalho mais aquecido e controle da inflação, fatores preponderantes para formar a percepção dos consumidores dessa faixa.”, afirma a economista do FGV IBRE.

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Em julho, a alta da confiança foi influenciada pelas expectativas em relação aos próximos meses enquanto nas avaliações sobre o momento atual ocorreu estabilidade. O Índice de Expectativas (IE) avançou em 3,0 pontos, para 101,1 pontos, em sua segunda alta consecutiva. Por outro lado, o Índice da Situação Atual (ISA) estabilizou em 81,6 pontos, mantendo-se no maior nível desde novembro de 2023 (82,0 pontos).

Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mede as perspectivas para as finanças futuras das famílias foi o que apresentou a maior contribuição para a alta da confiança no mês ao avançar 6,7 pontos, para 107,1 pontos, maior nível desde agosto de 2023 (107,5 pontos).

No mesmo sentido, o que mede o ímpeto de compras de bens duráveis aumentou pela segunda vez consecutiva, agora em 2,7 pontos, para 84,0 pontos. Apenas as perspectivas para a situação futura da economia apresentaram resultado negativo no mês ao recuar 0,9 ponto, para 109,4.

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Brasil

Subsídios e benefícios fiscais custam ao Brasil mais que o dobro do que BPC e Bolsa Família

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Valor que governo deixar de arrecadar em incentivos ultrapassa R$ 615 bilhões; Bolsa Família e BCP custam R$ 268 bilhões

O gasto do governo federal com benefícios fiscais e subsídios em taxas de juros deve superar o dobro do custo anual de todas parcelas do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) pagas a mais de 25 milhões de pessoas neste ano. Juntos, esses programas sociais custarão R$ 268 bilhões à União, segundo o Orçamento. O chamado “gasto tributário” deve superar os R$ 615 bilhões – 129% a mais.

O valor desse gasto tributário foi revelado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). Ele considera o custo do governo com renúncias fiscais, que ultrapassam os R$ 520 bilhões, mais o gasto com subsídios financeiros e creditícios. Esses subsídios são descontos em taxas de juros de empréstimos usando recursos públicos.

Tebet falou sobre esse gasto ao ser questionada sobre o aumento do gasto do governo com BPCs neste ano, informado pelo governo na segunda-feira (22). Combinado com regras do novo arcabouço fiscal, o crescimento forçou o Executivo a bloquear cerca de R$ 11,2 bilhões em gastos não obrigatórios previstos para este ano.

A ministra falou que o governo está comprometido com o controle de gastos para o cumprimento de suas metas fiscais. Ela ressaltou que o problema das contas públicas do país não está ligado aos programas sociais, mas sim aos incentivos fiscais.

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“O problema dos gastos no Brasil não é o pobre no orçamento. São os privilégios dos ricos que precisam ser checados ponto a ponto nos gastos tributários”, afirmou ela. “O problema do orçamento brasileiro não está no Bolsa Família, nos programas sociais bem aplicados.”


Arcabouço

arcabouço fiscal estabelece um limite de gasto baseado no valor da arrecadação do governo. Quanto ele arrecada, mais pode gastar.

Neste ano, o limite é de R$ 2,105 trilhões, baseado na arrecadação de 2023. Se a arrecadação tivesse sido maior, a despesa poderia crescer mais.

Hoje, por conta do aumento dos gastos com BPC, a despesa está prevista em R$ 2,116 trilhões. O valor supera o limite e forçou o corte de gastos.

Mesmo com o corte, o governo pretende gastar R$ 28,8 bilhões a mais do que o que arrecadar em 2024.

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Arrecadação

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já enviou uma série de medidas para aumentar a arrecadação da União ao Congresso Nacional. Elas visam, principalmente, reduzir benefícios tributários dados à fatia mais rica da população.

Por iniciativa do governo, a Receita Federal passou a cobrar imposto de renda sobre rendimentos de fundos offshores, para os quais ricos enviam recursos para fora do país, e também sobre fundos exclusivos de super-ricos, que têm mais de R$ 10 milhões de saldo.

Ainda assim, os gastos tributários seguem crescendo, segundo dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional). A entidade considera em sua conta, além dos benefícios previstos em lei, as omissões da Receita na taxação das grandes fortunas e dos chamados lucros distribuídos em forma de dividendos.

Na conta da Unafisco Nacional, o total dos gastos tributários para o ano de 2024 é de R$ 789,6 bilhões – 46,9% mais do que em 2023, quando chegou a R$ 537,5 bilhões.

Privilégios

Parte desses gastos, aliás, são considerados pela Unafisco privilégios tributários. São gastos com setores ou grupos específicos sem contrapartida adequada, notória ou comprovada para o desenvolvimento econômico sustentável ou redução das desigualdades.

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Os dois principais privilégios são justamente a omissão para a cobrança do imposto sobre fortunas e sobre dividendos. Eles acarretam um gasto tributário anual de R$ 160 bilhões e R$ 76 bilhões, respectivamente.

O Bolsa Família, pago a cerca de 20,8 milhões de pessoas, vai custar R$ 168 bilhões ao governo em 2024. Já o BPC, pago a outras 5,9 milhões de pessoas sem fonte de renda, custa outros R$ 100 bilhões.

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Fato Novo com informações e imagens: Brasil de Fato

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Brasil

G20 aprova por aclamação proposta de Haddad de taxar super-ricos

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Sugestão de ministro da Fazenda do Brasil tem o objetivo de angariar recursos para combater a fome e a pobreza global

Ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20 aprovaram a proposta apresentada pelo ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, de taxar super-ricos para angariar recursos para combater a fome e a pobreza.

Em um evento realizado nesta quinta-feira (25) no Rio de Janeiro (RJ), os participantes aprovaram uma declaração ministerial focada na Cooperação Tributária Internacional.

Haddad, descreveu o documento como “histórico”, destacando a unanimidade alcançada sobre questões-chave como a erosão da base tributária e a transferência de lucros (BEPS), além da transparência fiscal e tributação dos super-ricos.

“A primeira vez que falamos em uníssono sobre essas questões marca um momento definitivo na trajetória fiscal internacional”, disse Haddad.

O documento, aclamado por todos os países-membros, visa promover a justiça tributária como um meio essencial para combater as desigualdades globais, alinhado às prioridades da presidência brasileira do G20.

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A proposta do Brasil foi apresentada nesta quarta-feira (24) durante a Reunião Ministerial da Força Tarefa para o Estabelecimento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, evento que integra a agenda do G20 sob a presidência do Brasil.

Paralelamente, Haddad também discutiu a recente aprovação da Reforma Tributária pela Câmara dos Deputados, agora encaminhada ao Senado Federal.

Segundo o ministro, a reforma promete simplificar significativamente o sistema tributário brasileiro, com um impacto redistributivo que favorece as camadas mais pobres da sociedade.

“O novo regime tributário busca harmonizar a carga tributária entre bens e serviços, reduzindo o custo de vida para a população de baixa renda”, explicou.

Além disso, Haddad enfatizou que a reforma introduz medidas inovadoras para mitigar a regressividade da tributação sobre o consumo, como a devolução personalizada de impostos para a população de baixa renda, e aumenta os impostos sobre produtos nocivos ao ambiente e à saúde.

“Essas mudanças visam alinhar nosso sistema tributário com os objetivos de desenvolvimento sustentável”, concluiu o ministro.

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