Ligue-se a nós

Educação

Enem 2024: 60% das inscrições são de mulheres

Publicado

no

Maioria dos candidatos se reconhece na cor parda

As mulheres são maioria entre os inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio de 2024 (Enem), o que corresponde a 60,59%, enquanto os homens representam 39,41%. Os dados constam no Painel Enem 2024 divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

A plataforma online permite o acesso aos números gerais dos 4.325.960  inscritos confirmados nesta edição do exame. As principais informações também podem ser filtradas por região, por unidade da federação e por município.

No material, o participante pode consultar dados dos inscritos sobre faixa etária, sexo, raça/cor, tipos de inscrições, sua situação em relação ao ensino médio, entre outros dados.

Raça e cor

Conforme dados da nova ferramenta relativos à raça e/ou cor dos candidatos – declarada no momento de inscrição – a maioria se reconhece na cor parda (1.860.766), seguida de brancos (1.788.622) e pretos (533.861).

Outros 62.288 candidatos se consideram da cor amarela e 29.891 se declararam indígenas.

Anúncio

Mais de 51 mil participantes fizeram a autodeclaração étnico-racial.

Idade

Com relação à faixa etária, a maior parte (35,6%) tem 16 anos de idade ou menos, o equivalente a 1,54 milhão. Em seguida, figuram os candidatos de 17 anos (21,7%), com 938,5 mil pessoas. Na terceira posição, aparece o grupo que tem entre 21 e 30 anos (14,8%),o que corresponde a 639,8 mil candidatos.

Os participantes com 18 anos de idade correspondem a 9,8% (425 mil inscritos). As pessoas de 31 a 59 anos são 8,1%. Já quem tem 19 anos representa 5,7%. A faixa de 20 anos concentra 3,9% do total. A edição deste ano tem 9.950 inscritos maiores de 60 anos (0,2% do total).

Ensino médio

Do total de 4.325.960 inscritos no Enem 2024, 1,6 milhão é concluinte do ensino médio. Estudantes do segundo ou segundo ano são 841.546 (19,4%) inscrições e 24.723 (0,6%) não cursam nem completaram o ensino médio, mas farão o Enem para testar seus conhecimentos, conhecidos como  treineiros.

O Inep explica que esses dados são autodeclaratórios e os percentuais foram estimados com base no Censo Escolar 2023.

Anúncio
Isentos

Das 5.074.791 inscrições, foram confirmadas 4.325.960, o que representa um aumento de 9,95% em relação aos participantes de 2023.

Do total de inscrições confirmadas, 63,6% são isentos da taxa de inscrição e 36,4% pagaram o valor de R$ 85.

Os estudantes que tiveram direito à isenção da taxa do Enem 2024 são os que estão matriculados no último ano do ensino médio em escola pública; aquele que recebe bolsa integral em escola privada; os que se enquadram em situação de vulnerabilidade socioeconômica e estão inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e, ainda, os que participam do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação.

Inclusão

O Inep aprovou 65.758 solicitações de atendimento especializado. Pessoas com déficit de atenção constituem o perfil com o maior número de pedidos (29.955), seguidas pelos inscritos com baixa visão (8.622).

Durante a aplicação das provas, nos dias 3 e 10 de novembro, serão também disponibilizados 115.501 recursos de acessibilidade.

Anúncio

Tempo adicional foi o recurso mais requerido (42.929). Em seguida, estão correção diferenciada (20.201); auxílio para leitura (16.348) e auxílio para transcrição (11.063).

Entre as requisições de atendimento especializado aceitos, há 822 pedidos de tratamento pelo nome social. O direito é assegurado a pessoas que se identificam com uma identidade de gênero diferente daquela atribuída a elas pelo seu nome civil.

Enem

Instituído em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término do ensino médio.

Os participantes que ainda não concluíram o ensino médio podem participar como treineiros e os resultados obtidos no exame servem somente para autoavaliação de conhecimentos.

As notas do Enem podem ser usadas em processos seletivos coordenados pelo Ministério da Educação (MEC), como Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) do governo federal.

Anúncio

O desempenho no Enem também é considerado para ingresso em instituições de educação superior de Portugal que têm acordo com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior naquele país.


Fonte: Agência Brasil

Distrito Federal

Colégio público em Brazlândia se destaca por adaptar aulas à realidade dos alunos

Publicado

no

Por

Escola Parque da Natureza recebe estudantes de nove unidades de ensino da região — a maior parte, da zona rural — e aposta na educação ecológica e na valorização do território

“Educação é uma troca.” A frase de uma professora resume o espírito da Escola Parque da Natureza, em Brazlândia. Embora estejam lá para aprender, as crianças têm as próprias vivências, que merecem ser respeitadas e valorizadas.


“A Escola Parque da Natureza de Brazlândia é diferente, porque a gente considera que ela tem alma. Ela não é uma escola que nasceu do acaso, ela já nasceu com um propósito. A missão dela é inovar em termos de emancipação humana por meio do desenvolvimento do sentimento de pertencimento ao território”, explica a supervisora da unidade, Edinéia Alves.


De fato, o colégio é bem diferente do padrão. Quase todas as aulas ocorrem em espaços abertos. Em vez das tradicionais português e matemática, as disciplinas — ou estações, como são chamadas — são: jogos cooperativos; arena circense; artes visuais; brasilidades; expressão corporal; jogos teatrais; educação musical; e alfabetização ecológica. “As coisas funcionam de modo interdisciplinar, não tem um limitante. E a educação ambiental é transversal em todas as estações”, aponta o coordenador Hernando Araújo.

Essa forte presença da educação ambiental está ligada à valorização do território. Brazlândia é uma das regiões com maior área e maior produção rural do Distrito Federal. Tanto que, dos 770 estudantes atendidos pela unidade, cerca de 70% vivem no campo — o que faz com que a Escola Parque da Natureza, ainda que esteja em uma área urbana, seja considerada uma escola do campo.

Anúncio

Assim como nas demais Escolas Parque fora do Plano Piloto, os alunos da educação infantil até o 5º ano do ensino fundamental têm aulas regulares em outras unidades e vão à Escola Parque da Natureza uma vez por semana. Nove colégios são atendidos — sendo sete de áreas rurais —, em dois turnos, às segundas, terças e quintas-feiras.


“Grande parte dos nossos estudantes é do campo, então é uma experiência muito bacana, uma troca muito bacana. E tem esse trabalho de pertencimento, de reconhecimento da nossa história, dos nossos valores. Não é só valorizar o que é de fora, mas daqui de dentro”, resume Dayane de Oliveira, professora da estação de Jogos cooperativos.


Atividades

Ainda na questão da valorização, na escola são desenvolvidas diversas atividades que exaltam as diferentes características físicas dos alunos. Em uma delas, por exemplo, os estudantes usaram terra misturada a tinta para que cada um encontrasse o próprio tom de pele. O resultado ficou marcado nas paredes do colégio e além delas também: um dos objetivos é plantar a semente nas crianças para que a conscientização chegue aos pais.


Continuar Lendo

CLDF

Gestores escolares do Guará recebem homenagem da CLDF

Publicado

no

Por

A Câmara Legislativa do Distrito Federal homenageou diretores e vice-diretores da Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Guará, da Secretaria de Educação do DF, em sessão solene na manhã desta quinta-feira (21). O evento, realizado no Clube da Saúde, no Guará, foi transmitido ao vivo pela TV Distrital (canal 9.3) e YouTube.

A autora da homenagem, deputada Dayse Amarilio (PSB), lembrou que a sessão solene ocorre em alusão ao Dia do Diretor Escolar, comemorado em 12 de novembro, e ressaltou a excelência dos gestores escolares, defensores da educação. “Sinto-me honrada de devolver à escola pública aquilo que tive através da educação”, afirmou, ao acrescentar que realiza visitas regulares às escolas e destina recursos, via emenda parlamentar, às instituições de ensino.

Amarilio salientou o papel fundamental dos diretores e vices no funcionamento das escolas, cujo trabalho inclui a coordenação pedagógica, além da gestão administrativa e financeira. Ela citou que a Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Guará abrange 29 escolas públicas e cerca de 21 mil estudantes, abarcando Guará, Lúcio Costa e Estrutural.

Por sua vez, o deputado Martins Machado (Republicanos) destacou a “responsabilidade” dos diretores e vices, que precisam, entre outras habilidades, saber lidar com as diferenças de pensamento e de comportamento entre os membros de uma comunidade escolar. Ele exaltou a importância do trabalho desses profissionais, que enfrentam desafios diários, como “comunicar com todos de forma respeitosa e tomar decisões difíceis”.

Protagonistas

Segundo a coordenadora da regional de ensino do Guará, Karine Rodrigues, os diretores e vices escolares “são a base sob a qual edificamos sonhos, superamos desafios e construímos o futuro de tantos estudantes e famílias que dependem da educação pública para transformar suas realidades”. Ela completou que liderar uma escola vai muito além da gestão administrativa, pois significa “tocar vidas, inspirar mudanças e criar oportunidades, é ser um farol, assegurando que cada estudante encontre um ambiente acolhedor, inclusivo e transformador”.

Anúncio

Nesse sentido, a gestora do Centro Educacional 4 do Guará, Ana Patrícia dos Santos, apontou que ser gestor, eleito pela comunidade escolar, é uma honra, mas também uma responsabilidade e um compromisso social, ético e político. “Diretores e vices são heróis sem capa”, disse, ao enumerar as funções e atribuições dos cargos. Ana Patrícia agradeceu à comunidade e, em especial, ao apoio de Dayse Amarilio e Martins Machado na melhoria de estruturas e ações escolares.

Ao término do evento, que contou com apresentação musical e participação da comunidade local, foram entregues moções de louvor da CLDF a gestores por suas contribuições à educação.


*Agência CLDF

Continuar Lendo

Distrito Federal

Projeto antirracista auxilia na formação de identidade de jovens negros da rede pública

Publicado

no

Por

Cerca de 45% dos estudantes da rede de ensino do DF se declararam pretos ou pardos; GDF está elaborando protocolo de consolidação de educação antirracista nas escolas da capital

A estudante Júlia Brandão, de 17 anos, reconheceu a beleza da sua negritude em meio a uma das rodas de conversas do projeto Afrocientistas, criado pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). No Distrito Federal, o projeto é coordenado pela Universidade de Brasília (UnB) e acompanhado pela Secretaria de Educação (SEEDF).

“Eu me enxerguei como uma mulher preta. Em uma das rodas nós começamos a falar sobre os nossos traços físicos – ‘seu cabelo é lindo; sua cor é linda’. Isso foi reforçando uma alegria dentro de mim”, relata.

Com uma abordagem interdisciplinar, o Afrocientistas oferece informações e metodologias inovadoras que inspiram estudantes afro-brasileiros do ensino médio. Presente em diversos estados do Brasil, o projeto já lançou várias produções como podcasts, crônicas, poemas, vídeos, jornais e livros – todos abordando questões étnico-raciais e mostrando como o projeto é uma fonte de reflexão e debate importante.

Por meio da iniciativa, Júlia e outros 10 alunos do Centro Educacional (CED) 01 do Riacho Fundo II estão chamando a atenção da sociedade sobre as contribuições afro-brasileiras à cultura e à identidade do Brasil. A escola é uma das instituições de ensino da rede pública do DF que tem buscado desenvolver projetos antirracistas. Para os participantes do Afrocientistas não é exagero dizer que a iniciativa ajudou na formação e reconhecimento de identidade como pessoas negras.

Anúncio

“Eu sempre fui um jovem periférico. Chegar à escola e ter acesso a projetos como esse faz com que nos sintamos abraçados não apenas como alunos, mas como pessoas negras. Me sinto muito representado com o projeto”, diz William Rosa, de 18 anos.

Segundo dados do EducaCenso, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), o DF tem mais de 427 mil estudantes matriculados na rede de ensino; desses, mais de 192 mil se declararam pretos ou pardos – o que equivale a 45% dos alunos da capital. A partir desse percentual, o Governo do Distrito Federal (GDF), por intermédio da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral, tem promovido diversas ações visando a promoção e valorização da educação para as relações étnico-raciais.

De acordo com a diretora de Serviços de Apoio à Aprendizagem, Direitos Humanos e Diversidade, como relata Patrícia Melo, a pasta está elaborando um protocolo de consolidação de educação antirracista na rede de ensino do DF.

“A diretoria produz cadernos pedagógicos com legislação, orientações e sugestões sobre a educação antirracista, assim como promove formações para as escolas e regionais de ensino, e fóruns de partilhas de práticas inspiradoras. O objetivo é que a rede pública consolide a compreensão de que não basta não ser racista, é preciso educar nossas crianças e jovens para serem antirracistas”, afirma.

Anúncio

William Rosa, 18 anos: “Eu sempre fui um jovem periférico. Chegar à escola e ter acesso a projetos como esse faz com que nos sintamos abraçados não apenas como alunos, mas como pessoas negras. Me sinto muito representado com o projeto”

Segundo o diretor do CED 01 do Riacho Fundo II, Júlio César de Souza Moronari, mais de 63% dos estudantes da instituição se autodeclaram negros. “A partir daí, percebemos que era preciso abraçar um projeto mais contundente, voltado a uma reflexão do dia a dia. Então veio o Afrocientistas. O maior feedback que nós temos é a satisfação e a valorização deles serem negros, sem se sentirem invisibilizados”, diz.

Coordenador da oficina de dança na escola, o estudante Marcos Vinícios Gomes, 18,  conta que é possível falar sobre antirracismo por meio da arte. “Por meio da dança, que é uma arte muito energética, nós conseguimos levar esse tipo de cultura. Muitas vezes as pessoas não têm muita paciência para ouvir palestras, mas quando você coloca uma dança, quando você coloca uma música que as pessoas gostam, elas prestam mais atenção. É uma das várias formas de manifestar esse conhecimento”, observa.

Durante seu processo de identificação e graças ao Afrocientistas, Matheus Miranda, também de 18 anos, percebeu que a luta contra o racismo é conjunta e, por isso, não precisa caminhar sozinho.

“Nas rodas de conversa, por vezes, relatamos as experiências em comum que nós passamos por sermos negros. Eu admito que foi bem reconfortante poder compartilhar isso e ver que tem gente que passou pela mesma coisa ou algo parecido. Mostra que não estamos sozinhos nessa luta”, confessa.


*Agência Brasília

Anúncio
Continuar Lendo

Mais vistas