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Sabotagem contra Burkina Faso: Um ataque ao governo que renasce no continente africano

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Enquanto se destaca por avanços na luta contra o terrorismo e busca de autonomia, governo burkinabê enfrenta campanhas de desinformação e tentativas de desestabilização

Burkina Faso, um dos países mais pobres do mundo, mas também um dos que mais têm chamado a atenção por sua postura firme contra o terrorismo e a dependência externa, está sob fogo cruzado. Nos últimos meses, o governo liderado pelo Capitão Ibrahim Traoré tem sido alvo de uma série de sabotagens, incluindo campanhas de desinformação, discursos de ódio étnico e tentativas de minar sua credibilidade internacional. Esses ataques surgem em um momento crucial para o país, que busca reconstruir sua economia, garantir segurança interna e reforçar sua posição como um exemplo de resistência no continente africano.

Desde a revolução civil-militar liderada pelo jovem oficial Ibrahim Traoré em 2022, Burkina Faso vem adotando uma abordagem inovadora e determinada para enfrentar os desafios que assolam o país. Com uma população predominantemente jovem e um histórico de instabilidade política, o novo governo prometeu romper com o legado de corrupção e dependência de potências estrangeiras.

Traoré, que assumiu o poder aos 34 anos, tornou-se um símbolo de renovação política não apenas em Burkina Faso, mas em toda a África Ocidental. Sob sua liderança, o país intensificou os esforços para combater grupos jihadistas que atacam suas fronteiras, ao mesmo tempo que busca reduzir a influência da França, antiga potência colonial, e fortalecer parcerias com outros aliados, como a Rússia.

Esse posicionamento assertivo, no entanto, despertou a ira de interesses externos e grupos locais que se beneficiavam do status quo anterior. Analistas apontam que as recentes acusações de “massacres étnicos” e a disseminação de vídeos falsos são parte de uma estratégia orquestrada para desacreditar o governo e criar instabilidade social.

Nos últimos meses, vídeos e imagens falsas começaram a circular nas redes sociais, mostrando supostas execuções sumárias e massacres étnicos em cidades como Gayeri, no leste do país. As filmagens, amplamente compartilhadas por contas anônimas e perfis ligados a grupos opositores, geraram indignação internacional e questionamentos sobre a conduta do governo burkinabê.

No entanto, uma investigação preliminar conduzida pelas autoridades locais revelou que muitos desses vídeos são antigos ou foram manipulados digitalmente. O porta-voz do governo afirmou que essas narrativas fazem parte de uma “campanha político-midiática” destinada a criar tensões comunitárias e provocar conflitos interétnicos, especialmente contra os fulanis, um grupo frequentemente estigmatizado e associado a atividades jihadistas.

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“Estamos lidando com forças que não querem ver Burkina Faso prosperar”, declarou o porta-voz. “Essa tentativa de nos desestabilizar não vai funcionar. Nosso compromisso é com a paz, a unidade nacional e o bem-estar de todos os burkinabês.”

Diante da escalada de discurso de ódio online, o promotor Blaise Bazié anunciou a abertura de uma investigação para identificar e responsabilizar aqueles que incitam o “extermínio” de grupos étnicos específicos. Ele destacou que mensagens inflamatórias têm circulado em plataformas digitais, incentivando linchamentos e violência contra minorias.

“Não vamos tolerar nenhum tipo de discurso que ameace a coesão social de nosso país”, afirmou Bazié. “Pedimos à população que denuncie qualquer comportamento suspeito e nos ajude a preservar a harmonia entre nossas comunidades.”

O governo também lançou uma campanha de conscientização para educar os cidadãos sobre os perigos da desinformação e a importância de verificar a veracidade das informações antes de compartilhá-las.

Analistas internacionais sugerem que a sabotagem contra Burkina Faso não é apenas uma questão interna, mas reflete disputas geopolíticas mais amplas. A decisão do governo de reduzir a presença militar francesa no país e buscar cooperação com outros parceiros, como a Rússia, irritou potências ocidentais que há décadas exercem influência na região.

Além disso, grupos jihadistas que operam na região do Sahel veem o governo burkinabê como uma ameaça direta a seus interesses. Ao intensificar operações militares e melhorar a segurança interna, Traoré conseguiu recuperar áreas anteriormente controladas por extremistas, o que gerou represálias tanto no campo militar quanto no domínio da propaganda.

“Burkina Faso está sendo alvo porque está dando certo”, disse um especialista em segurança regional. “Eles estão provando que é possível enfrentar o terrorismo sem depender exclusivamente do Ocidente. Isso incomoda muita gente.”

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Apesar dos desafios, o governo de Ibrahim Traoré continua firme em seus objetivos. Além de fortalecer as Forças Armadas e investir em infraestrutura, o país busca promover uma agenda de desenvolvimento sustentável e inclusão social.

Para alcançar essas metas, no entanto, será necessário superar as tentativas de sabotagem e manter a unidade nacional. O sucesso de Burkina Faso pode servir como um exemplo para outros países africanos que enfrentam desafios semelhantes, demonstrando que a autodeterminação e a resiliência são possíveis mesmo em meio à adversidade.

“Burkina Faso não vai recuar”, afirmou Traoré em um discurso recente. “Estamos construindo um futuro melhor para nossas crianças, e ninguém vai nos impedir.”

Nota da Redação

A sabotagem contra Burkina Faso é um reflexo do quão ameaçador o país se tornou para interesses externos e agendas neocoloniais. Enquanto luta contra o terrorismo, promove independência política e busca desenvolvimento econômico, o governo burkinabê enfrenta uma guerra híbrida que combina desinformação, discurso de ódio e pressão internacional.

A história de Burkina Faso é um lembrete de que o caminho para a soberania e a estabilidade é cheio de obstáculos, mas também de oportunidades. Para um país que já foi conhecido como “a pátria dos homens íntegros”, o futuro pode ser tão brilhante quanto a determinação de seu povo.


Redação 

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Inteligência Artificial: Mistral Lança Novos Modelos e Acelera Competição Global na Europa

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🚀 Startup francesa de IA revela modelos multimodais de código aberto e compactos, o Mistral 3. A empresa, avaliada em quase 12 bilhões de euros, busca acompanhar gigantes globais, impulsionar o mercado europeu e oferecer soluções de inteligência distribuída e baixo custo.

Mistral Reforça Presença Europeia com Lançamento de Modelos de IA

A startup francesa Mistral, especializada em inteligência artificial (IA), anunciou o lançamento de um novo conjunto de modelos de IA, fortalecendo sua posição no mercado europeu e intensificando a competição com empresas globais como Google, OpenAI e DeepSeek. O objetivo da empresa é expandir suas aplicações comerciais e tecnológicas, consolidando-se como uma das startups mais promissoras da Europa, com uma avaliação que se aproxima de 12 bilhões de euros (cerca de R$ 69,5 bilhões, conforme conversão citada).

O anúncio ocorre após a Mistral fechar um acordo estratégico com o banco HSBC, demonstrando a aplicação prática de suas tecnologias no setor financeiro.

Modelos de IA: Robustez e Compactação para Diversas Aplicações

A Mistral apresentou duas categorias principais de modelos, visando atender a um amplo espectro de necessidades tecnológicas:

Modelo Grande Multimodal

A startup revelou o que descreveu como o “melhor modelo multimodal e multilíngue de código aberto do mundo”. Este modelo robusto é indicado para demandas de alto desempenho e complexidade, incluindo:

  • Assistentes de IA avançados.

  • Sistemas de recuperação aumentada.

  • Pesquisas científicas e complexas.

  • Fluxos de trabalho corporativos de grande escala.

Modelo Compacto – O Mistral 3

Em contraponto aos modelos de grande escala, a Mistral lançou o Mistral 3, um modelo pequeno projetado para ser executado diretamente em dispositivos de borda (edge devices). Essa característica permite a implantação da IA em uma vasta gama de equipamentos, como:

  • Drones e veículos autônomos (carros).

  • Robôs.

  • Laptops e smartphones.

A empresa destaca que os modelos pequenos oferecem vantagens significativas para a maioria das aplicações do mundo real, defendendo que a próxima geração de IA será mais inteligente, rápida e aberta.

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  • Vantagens Operacionais: Os modelos compactos proporcionam menor custo de inferência e latência reduzida.

  • Desempenho Segmentado: Permitem desempenho específico e otimizado para tarefas e fluxos de trabalho definidos.

  • Implantação Acessível: Podem ser implantados em uma única GPU, agilizando as operações e ampliando a disponibilidade da IA para cenários desconectados ou locais.

Capital Bilionário e Expansão Estratégica

Fundada em 2023, a Mistral consolidou seu crescimento por meio de aportes financeiros significativos. A startup arrecadou 1,7 bilhão de euros (aproximadamente R$ 9,8 bilhões) em sua rodada de financiamento mais recente, que contou com a participação de investidores importantes como a fabricante de chips holandesa ASML e a Nvidia. Esse investimento impulsionou a avaliação da empresa para 11,7 bilhões de euros.

O CEO da Mistral afirmou que o investimento reforça a capacidade da empresa de agregar valor à indústria de semicondutores e consolidar suas operações comerciais. A startup já firmou contratos de centenas de milhões de dólares, incluindo o acordo com o HSBC, que utilizará os modelos da Mistral em tarefas como análises financeiras e traduções.

A estratégia da Mistral envolve, ainda, a avaliação de potenciais fusões e aquisições (M&A) como forma de acelerar seu crescimento e fortalecer sua posição na Europa, em um momento em que concorrentes dos Estados Unidos, como OpenAI e Anthropic, também expandem suas operações no continente. A Mistral aposta em uma era de inteligência distribuída, combinando modelos robustos e compactos para garantir competitividade global e provar a força da inovação europeia em IA.


Com Informações de: Olhar Digital

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Ciência

Sucuris Gigantes: Tamanho Médio das Cobras Permanece o Mesmo Há Mais de 12 Milhões de Anos

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🐍 Fósseis de sucuris do Mioceno revelam que a espécie manteve seu tamanho corporal desde o seu surgimento, há cerca de 12,4 milhões de anos. O novo estudo questiona a relação entre o clima antigo e a evolução do tamanho das cobras, mostrando a resiliência das anacondas.


Pesquisa Revela Estabilidade Milenar no Tamanho das Sucuris

Um novo estudo publicado no Jornal de Paleontologia de Vertebrados trouxe uma descoberta que desafia expectativas sobre a evolução dos répteis gigantes: o tamanho médio do corpo das sucuris gigantes tem permanecido praticamente inalterado desde que as cobras apareceram no registro fóssil, há aproximadamente 12,4 milhões de anos, durante o Mioceno Médio.

Esta conclusão surpreendeu os pesquisadores, que esperavam que as sucuris antigas fossem ainda maiores, seguindo a tendência de outras espécies da época. Segundo o estudo, enquanto outros animais, como crocodilos e tartarugas gigantes, foram extintos, em parte devido ao resfriamento global e à diminuição de habitats, as sucuris demonstraram uma notável “super-resiliência” ao longo do tempo geológico.

Análise Fóssil e Expectativas do Tamanho Antigo

As sucuris (anacondas) são um grupo de cobras constritoras que inclui a espécie de serpente mais pesada do mundo atualmente. As sucuris modernas chegam a medir, em média, de 4 a 5 metros de comprimento, podendo as maiores atingir até 7 metros. A incerteza científica residia em saber se, durante o Mioceno, as sucuris eram significativamente maiores ou se o seu tamanho colossal já havia sido alcançado e mantido.

Para determinar o tamanho das cobras antigas, a equipe de pesquisa, incluindo o coautor Andrés Alfonso-Rojas, paleontólogo de vertebrados da Universidade de Cambridge, empregou métodos rigorosos:

  • Medição de Fósseis: Foram analisadas 183 vértebras fossilizadas de sucuris, provenientes de pelo menos 32 cobras individuais, coletadas na Venezuela.

  • Reconstrução do Estado Ancestral: Os cientistas utilizaram essa técnica para prever o comprimento corporal das sucuris antigas, baseando-se nas características de espécies de cobras relacionadas.

Os cálculos indicaram que as sucuris tinham um comprimento médio de cerca de 5,2 metros quando surgiram no Mioceno, há 12 milhões de anos. Este resultado é consistentemente próximo ao tamanho médio das sucuris modernas, refutando a expectativa inicial de que espécimes de 7 a 8 metros seriam encontrados, especialmente considerando as temperaturas globais mais elevadas daquele período.

Fatores de Manutenção do Gigantismo

O período do Mioceno Médio e Superior (cerca de 12,4 milhões a 5,3 milhões de anos atrás) foi marcado por temperaturas elevadas, vastas zonas úmidas e grande disponibilidade de alimentos. Essas condições permitiram que muitas espécies atingissem tamanhos muito superiores aos seus descendentes atuais, um fenômeno conhecido como gigantismo. No entanto, as sucuris parecem ter mantido sua dimensão gigante sem diminuir, mesmo após o arrefecimento global e a redução de seus habitats.

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A pesquisa aponta que o clima e a variação de habitat podem não ter sido os fatores primários que mantiveram as cobras grandes nos milênios seguintes. Outras possibilidades consideradas:

  • Disponibilidade de Alimentos: Embora a falta de competição alimentar possa ter ajudado as sucuris a crescerem inicialmente, o seu tamanho não diminuiu mesmo com a chegada de outros predadores na América do Sul durante o Plioceno e o Pleistoceno, sugerindo que a disponibilidade de presas não foi o fator determinante para a manutenção do gigantismo das sucuris.

  • Adaptação e Resiliência: A estabilidade do tamanho corporal pode indicar que a sucuri atingiu um tamanho ótimo logo no início de sua história evolutiva, conferindo-lhe vantagens ecológicas que garantiram sua sobrevivência sem a necessidade de alterações morfológicas significativas para se adaptar às mudanças ambientais posteriores.

Ainda é necessário maior investigação para compreender plenamente por que as sucuris, diferentemente de outros gigantes antigos, conseguiram manter seu tamanho colossal através de milhões de anos de mudanças climáticas e ecológicas.


Com Informações de: Live Science

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Meio Ambiente

Administração Trump tenta intervir em processo contra nova “taxa verde” do Havaí

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O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), sob a administração Trump, entrou com uma moção para intervir em um processo judicial movido pela Cruise Lines International contra a nova “taxa verde” do Havaí. A taxa, aprovada em abril passado e com entrada em vigor em 1º de janeiro, visa arrecadar cerca de US$ 100 milhões anualmente para financiar projetos de combate às alterações climáticas e à degradação ambiental causada pelo turismo. O DOJ classificou o imposto, que se aplica a hóspedes de hotéis e navios de cruzeiro, como um “esquema para extorquir” e está sendo criticado por especialistas jurídicos por ser uma ação ideologicamente motivada e hostil a iniciativas climáticas

O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) da administração Trump solicitou intervir no processo judicial que questiona a constitucionalidade da nova “taxa verde” do Havaí, que foi aprovada para compensar o impacto ambiental do turismo. A ação, incomum, ocorre em um contexto de hostilidade federal às políticas de combate às alterações climáticas.

Detalhes da Taxa Verde 💵

A nova taxa, considerada a primeira do gênero no país, entrará em vigor em 1º de janeiro e será aplicada a visitantes de curta duração e hóspedes de hotéis.

  • Aumento: A taxa de alojamento paga pelos visitantes em hotéis e aluguéis de curta duração aumentará em 0,75 ponto percentual, totalizando 14% (incluindo taxas municipais).

  • Navios de Cruzeiro: Pela primeira vez, os passageiros de navios de cruzeiro começarão a pagar o imposto integral sobre visitantes, o que representaria uma nova taxa de 14% sobre o tempo que esses passageiros permanecerem nos portos do Havaí.

  • Receita Estimada: As autoridades estaduais estimam que a taxa arrecadará cerca de US$ 100 milhões anualmente para financiar projetos climáticos e ambientais.

O Conselho Consultivo de Taxas Verdes está atualmente avaliando 620 projetos que, juntos, custariam cerca de US$ 2 bilhões.

O Processo Judicial e a Intervenção Federal

A ação judicial contra a taxa verde foi movida pela Cruise Lines International, a qual argumenta que o imposto viola a Cláusula de Tonelagem e a Lei de Rios e Portos da Constituição dos EUA, que limitam a capacidade dos estados de cobrar taxas de navios que atracam em seus portos.

A intervenção do DOJ no processo, solicitada um dia antes da primeira audiência, foi caracterizada por Richard Wallsgrove, codiretor do Programa de Direito Ambiental da Escola de Direito William S. Richardson, como um exagero motivado ideologicamente. O procurador-geral adjunto Stanley Woodward chamou o imposto de um “esquema para extorquir cidadãos e empresas americanos”.

A juíza federal Jill Otake ainda terá que se pronunciar sobre a moção do DOJ e sobre a moção do gabinete da procuradora-geral do estado, Anne Lopez, para encerrar o caso. Uma decisão judicial definirá a abrangência da taxa, especialmente sobre como os navios de cruzeiro serão tratados e tributados em comparação com os alojamentos em terra.

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Com informações: Batida Civil de Honolulu, Grist

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