Artigo assinado por 12 pesquisadores de 9 países e territórios aborda efeitos das turbinas sobre morcegos ao redor do mundo, lista medidas de prevenção e pede maiores regulações
Com o mundo em busca de soluções para a diminuição nas emissões de carbono, a energia eólica vive um momento de forte crescimento. Segundo o Global Wind Energy Council, o mundo gerou 842 gigawatts (GW) de energia eólica onshore (excluindo turbinas em alto-mar) em 2022, sendo quase 10% (78 GW) fruto de novas fontes, instaladas naquele ano. Só no Brasil, a modalidade registrou aumento de 4,9 GW em 2023. Mas, apesar da energia eólica ser uma fonte renovável, ela não é ambientalmente neutra, mostra um artigo produzido por pesquisadores de Brasil, Alemanha, Austrália, Estados Unidos, França, Porto Rico, Quênia, Taiwan e Reino Unido publicado na revista científica BioScience.
Segundo o estudo, quando as turbinas são instaladas sem preocupações com a biodiversidade, causam grandes impactos ambientais. Os morcegos, foco do artigo, são as maiores vítimas entre os vertebrados em todo o mundo, sofrendo consequências como a perda de habitat – no caso dos que vivem em baixas altitudes e vegetação densa – e a morte por colisão com as pás – risco maior para espécies que se alimentam de insetos e frutas, que voam no nível das hélices. O artigo estima que 30 mil morcegos morram vítimas de turbinas por ano no Reino Unido, 50 mil no Canadá, 200 mil na Alemanha e mais de 500 mil nos EUA. “Fatalidades podem ser ainda maiores nos trópicos, onde a abundância de morcegos e riqueza de espécies são maiores”, diz um trecho do artigo.
“Os morcegos colidem com as pás das turbinas se voarem muito perto delas”, explica Christian Voigt, especialista em morcegos e chefe do Departamento de Ecologia Evolutiva do Instituto Leibniz de Pesquisa, na Alemanha. “Além disso, há uma perda direta de habitat nos locais de construção das turbinas, bem como uma perda indireta, já que algumas espécies de morcegos evitam as turbinas e, portanto, são afastadas do seu habitat tradicional”, completa o pesquisador.
A perda das populações de morcegos pode resultar em problemas também para os humanos. Segundo os pesquisadores, dezenas de estudos ao redor do planeta comprovam o alto benefício econômico proporcionado pelos morcegos. Eles são responsáveis pelo controle de espécies de insetos que podem virar pragas agrícolas, por exemplo, ou até vetores de doenças para rebanhos e humanos, além de polinizar sementes de centenas de espécies de plantas, inclusive de interesse comercial. “A conciliação da produção de energia eólica e a proteção dos morcegos – e dos serviços que eles prestam gratuitamente – é possível e deveria, portanto, ser do interesse da população e tomadores de decisão”, afirmam os responsáveis pelo estudo.
Para prevenir os impactos, os pesquisadores sugerem uma série de ações. A mais eficiente é também a mais simples: não construir turbinas eólicas em locais ecologicamente valiosos e sensíveis, como florestas e suas bordas, próximas de corpos d’água e corredores de migração de aves e morcegos. O artigo propõe que as turbinas devam ser instaladas a pelo menos 500 metros de distância dessas áreas, distância que pode chegar a pelo menos 5 km no caso de grandes colônias de morcegos, com centenas de milhares de indivíduos.
De acordo com o estudo, muitos corredores de migração e deslocamento dos morcegos estão localizados ao longo de vales de rios e da costa, locais muito utilizados para a produção de energia eólica. “Embora existam oportunidades para potencialmente reduzir a mortalidade de morcegos em turbinas eólicas por meio de sensibilidade na instalação, os locais são geralmente escolhidos de acordo com outros critérios, como o acesso a linhas de transmissão, regulações locais e preços de aluguel do terreno”, diz o artigo. “Critérios de biodiversidade deveriam ser tão importantes quanto os de infraestrutura na localização de turbinas eólicas”, avaliam os pesquisadores.
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Além disso, outras medidas também são necessárias, já que uma mudança nos locais de instalação de turbinas, por si só, não seria suficiente para que as mortes cheguem a um nível próximo a zero, dizem os pesquisadores. Para ajudar nesse objetivo, os pesquisadores citam uma importante medida de mitigação de impactos: o chamado “curtailment” durante a noite, quando os morcegos estão mais ativos. Essa medida consiste na redução da velocidade das pás, com redução na produção de energia. O estudo estima que a perda de rendimento com essa medida seja baixa – de 1% a 4% –, mas com grandes efeitos, com a redução nas mortes de morcegos podendo chegar a mais de 80%.
Já a restauração e criação de novos habitats para morcegos como medida de compensação podem ser um “componente útil” para gerir os impactos das turbinas, mas por si só são insuficientes para compensar a mortalidade direta causada por elas.
Medidas de proteção aplicadas voluntariamente, porém, são “virtualmente não existentes” ao redor do mundo atualmente, diz o estudo. “O livre-mercado não recompensa os maiores custos associados à conservação da biodiversidade”, afirmam os pesquisadores, dizendo ainda que medidas de proteção a morcegos são “criticadas como obstáculos” na indústria. Por isso, eles pedem que governos, agências reguladoras e financiadores dos parques eólicos – como o BNDES no Brasil, por exemplo – apliquem parâmetros de conservação mais rigorosos no licenciamento da atividade.
Para Enrico Bernard, professor da UFPE e um dos autores do artigo, empresas que atuam no Sul Global acabam se beneficiando de regulações mais permissivas do que no Norte. “Um licenciamento mais rigoroso é muito necessário no Sul Global, especialmente por parte de empresas internacionais que operam parques eólicos na Europa ou na América do Norte. Eles deveriam adotar na América do Sul e Central os mesmos padrões mais rigorosos para o licenciamento ambiental de seus países, por exemplo”, afirmou.
O artigo alerta ainda para a necessidade de mais estudos para um maior conhecimento dos hábitos dos morcegos em certas regiões do mundo, especialmente nos trópicos, para a elaboração de medidas plenamente eficientes para a conservação. “Faltam-nos conhecimentos sobre o número de mortes, os picos sazonais de atividade e se as medidas que são consideradas eficazes na Europa Central e na América do Norte também funcionariam nas regiões tropicais ou subtropicais”, disse Christian Voigt.
Artigo assinado por 12 pesquisadores de 9 países e territórios aborda efeitos das turbinas sobre morcegos ao redor do mundo, lista medidas de prevenção e pede maiores regulações
Com o mundo em busca de soluções para a diminuição nas emissões de carbono, a energia eólica vive um momento de forte crescimento. Segundo o Global Wind Energy Council, o mundo gerou 842 gigawatts (GW) de energia eólica onshore (excluindo turbinas em alto-mar) em 2022, sendo quase 10% (78 GW) fruto de novas fontes, instaladas naquele ano. Só no Brasil, a modalidade registrou aumento de 4,9 GW em 2023. Mas, apesar da energia eólica ser uma fonte renovável, ela não é ambientalmente neutra, mostra um artigo produzido por pesquisadores de Brasil, Alemanha, Austrália, Estados Unidos, França, Porto Rico, Quênia, Taiwan e Reino Unido publicado na revista científica BioScience.
Segundo o estudo, quando as turbinas são instaladas sem preocupações com a biodiversidade, causam grandes impactos ambientais. Os morcegos, foco do artigo, são as maiores vítimas entre os vertebrados em todo o mundo, sofrendo consequências como a perda de habitat – no caso dos que vivem em baixas altitudes e vegetação densa – e a morte por colisão com as pás – risco maior para espécies que se alimentam de insetos e frutas, que voam no nível das hélices. O artigo estima que 30 mil morcegos morram vítimas de turbinas por ano no Reino Unido, 50 mil no Canadá, 200 mil na Alemanha e mais de 500 mil nos EUA. “Fatalidades podem ser ainda maiores nos trópicos, onde a abundância de morcegos e riqueza de espécies são maiores”, diz um trecho do artigo.
“Os morcegos colidem com as pás das turbinas se voarem muito perto delas”, explica Christian Voigt, especialista em morcegos e chefe do Departamento de Ecologia Evolutiva do Instituto Leibniz de Pesquisa, na Alemanha. “Além disso, há uma perda direta de habitat nos locais de construção das turbinas, bem como uma perda indireta, já que algumas espécies de morcegos evitam as turbinas e, portanto, são afastadas do seu habitat tradicional”, completa o pesquisador.
A perda das populações de morcegos pode resultar em problemas também para os humanos. Segundo os pesquisadores, dezenas de estudos ao redor do planeta comprovam o alto benefício econômico proporcionado pelos morcegos. Eles são responsáveis pelo controle de espécies de insetos que podem virar pragas agrícolas, por exemplo, ou até vetores de doenças para rebanhos e humanos, além de polinizar sementes de centenas de espécies de plantas, inclusive de interesse comercial. “A conciliação da produção de energia eólica e a proteção dos morcegos – e dos serviços que eles prestam gratuitamente – é possível e deveria, portanto, ser do interesse da população e tomadores de decisão”, afirmam os responsáveis pelo estudo.
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Para prevenir os impactos, os pesquisadores sugerem uma série de ações. A mais eficiente é também a mais simples: não construir turbinas eólicas em locais ecologicamente valiosos e sensíveis, como florestas e suas bordas, próximas de corpos d’água e corredores de migração de aves e morcegos. O artigo propõe que as turbinas devam ser instaladas a pelo menos 500 metros de distância dessas áreas, distância que pode chegar a pelo menos 5 km no caso de grandes colônias de morcegos, com centenas de milhares de indivíduos.
De acordo com o estudo, muitos corredores de migração e deslocamento dos morcegos estão localizados ao longo de vales de rios e da costa, locais muito utilizados para a produção de energia eólica. “Embora existam oportunidades para potencialmente reduzir a mortalidade de morcegos em turbinas eólicas por meio de sensibilidade na instalação, os locais são geralmente escolhidos de acordo com outros critérios, como o acesso a linhas de transmissão, regulações locais e preços de aluguel do terreno”, diz o artigo. “Critérios de biodiversidade deveriam ser tão importantes quanto os de infraestrutura na localização de turbinas eólicas”, avaliam os pesquisadores.
Em cima, Artibeus planirostris. Em baixo, Molossus molossus. Foto: Roberto Leonan
Além disso, outras medidas também são necessárias, já que uma mudança nos locais de instalação de turbinas, por si só, não seria suficiente para que as mortes cheguem a um nível próximo a zero, dizem os pesquisadores. Para ajudar nesse objetivo, os pesquisadores citam uma importante medida de mitigação de impactos: o chamado “curtailment” durante a noite, quando os morcegos estão mais ativos. Essa medida consiste na redução da velocidade das pás, com redução na produção de energia. O estudo estima que a perda de rendimento com essa medida seja baixa – de 1% a 4% –, mas com grandes efeitos, com a redução nas mortes de morcegos podendo chegar a mais de 80%.
Já a restauração e criação de novos habitats para morcegos como medida de compensação podem ser um “componente útil” para gerir os impactos das turbinas, mas por si só são insuficientes para compensar a mortalidade direta causada por elas.
Medidas de proteção aplicadas voluntariamente, porém, são “virtualmente não existentes” ao redor do mundo atualmente, diz o estudo. “O livre-mercado não recompensa os maiores custos associados à conservação da biodiversidade”, afirmam os pesquisadores, dizendo ainda que medidas de proteção a morcegos são “criticadas como obstáculos” na indústria. Por isso, eles pedem que governos, agências reguladoras e financiadores dos parques eólicos – como o BNDES no Brasil, por exemplo – apliquem parâmetros de conservação mais rigorosos no licenciamento da atividade.
Para Enrico Bernard, professor da UFPE e um dos autores do artigo, empresas que atuam no Sul Global acabam se beneficiando de regulações mais permissivas do que no Norte. “Um licenciamento mais rigoroso é muito necessário no Sul Global, especialmente por parte de empresas internacionais que operam parques eólicos na Europa ou na América do Norte. Eles deveriam adotar na América do Sul e Central os mesmos padrões mais rigorosos para o licenciamento ambiental de seus países, por exemplo”, afirmou.
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O artigo alerta ainda para a necessidade de mais estudos para um maior conhecimento dos hábitos dos morcegos em certas regiões do mundo, especialmente nos trópicos, para a elaboração de medidas plenamente eficientes para a conservação. “Faltam-nos conhecimentos sobre o número de mortes, os picos sazonais de atividade e se as medidas que são consideradas eficazes na Europa Central e na América do Norte também funcionariam nas regiões tropicais ou subtropicais”, disse Christian Voigt.
Localizada entre o Riacho Fundo e o Park Way, a Granja do Ipê foi visitada nesta quarta (11) por estudantes do Programa Parque Educador
A Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Granja do Ipê, administrada pelo Instituto Brasília Ambiental, recebeu bombas de sementes nesta quarta-feira (11), que foram jogadas com a ajuda de 160 estudantes do Centro Educacional Agrourbano Ipê (Caub). Os alunos são atendidos pelo programa de Educação Ambiental Parque Educador, do Riacho Fundo, iniciativa coordenada pelo Brasília Ambiental em parceria com as secretarias de Meio Ambiente (Sema-DF) e de Educação (SEEDF).
A Arie Granja do Ipê foi escolhida para a atividade ambiental de revegetação porque sofreu muito com as queimadas ocorridas no período de seca severa pela qual o Distrito Federal passou neste ano.
“A bomba é composta por terra com várias sementes dentro. É uma forma de espalhar as sementes, que vai nos ajudar a reflorestar todo esse espaço. Gratidão à escola, à diretora e a todos os professores e alunos envolvidos na ação. São atitudes como essa que apoiamos e queremos em nossas Unidades de Conservação [UCs]”, explica o presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer.
A educadora ambiental da autarquia, Mariana dos Anjos, lembra que há seis anos o Instituto atua junto ao Caub, e comemora a iniciativa. “Ver essa ação, fruto do Parque Educador, iniciada com uma oficina na qual eles aprenderam a fazer as bombas de sementes, perceber o entusiasmo e o envolvimento de toda a escola e seus estudantes, querendo plantar ipês e jogar as bombas, é um processo rico que nos deixa muito feliz”, ressalta.
A estudante Isabele Alvez Raquel, 12 anos, considerou gratificante jogar as bombas de sementes na Arie, muito devastada pelas queimadas no último mês de agosto: “Plantamos árvores onde existiam outras árvores que morreram, isso é muito importante para fazer essa área voltar a ser o que era”, disse.
Educação ambiental
O programa Parque Educador tem o objetivo de fortalecer a educação ambiental no DF, ampliando o espaço educativo das escolas, principalmente aquelas de ensino integral. A iniciativa também integra a comunidade com os parques, sensibilizando quanto à importância das UCs.
O programa atende os parques ecológicos de Águas Claras, Riacho Fundo, Saburo Onoyama (Taguatinga) e Três Meninas (Samambaia), além do Monumento Natural Dom Bosco e da Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), em Planaltina.
Ação conjunta foi celebrada na COP29, que aconteceu no Azerbaijão
Os governos do Brasil e do Reino Unido iniciaram ações de cooperação para políticas conjuntas de descarbonização da indústria, o que é considerado fundamental para a proteção do meio ambiente. A parceria busca viabilizar a transição para energia limpa com minerais estratégicos e hidrogênio de baixo carbono, por exemplo.
A estrutura de cooperação entre os dois países foi chamada de “hub de descarbonização”. Essa ação conjunta foi celebrada na COP29, que aconteceu em Baku, no Azerbaijão, em novembro, e deve ser motivo de novas discussões na COP30, em Belém (PA), no ano que vem.
Segundo o economista Clovis Zapata, representante da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), no Brasil, o principal desafio para a descarbonização da indústria no Brasil seria o desenvolvimento de modelos de negócios capazes de difundir tecnologias de baixo carbono aliadas ao crescimento econômico.
“Incluindo segmentos cujo próprio processo industrial pode ser de difícil descarbonização (como aço, cimento e petroquímicos)”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.
Investimento
Um ponto importante seria a necessidade, trazida pelo setor industrial brasileiro, de mais facilitação de investimentos em descarbonização e modernização sustentável da infraestrutura. A parceria entre os governos pretende atrair recursos técnicos e financeiros nacionais e internacionais para projetos e políticas públicas de descarbonização.
“O Reino Unido contribui com financiamento climático, expertise em tecnologias inovadoras e experiência em políticas públicas voltadas para a descarbonização”, afirmou Zapata.
Brasil como referência
De acordo com o representante da Unido, essa colaboração dos europeus complementa iniciativas do Brasil já reconhecidas no desenvolvimento e na utilização de energias renováveis e biocombustíveis.
Nesses setores, para o economista, o Brasil seria referência global. “Juntos, os dois países podem criar um ambiente mutuamente benéfico de cooperação bilateral que promove soluções inovadoras e replicáveis globalmente, servindo como referência, em especial, para outros países do Sul Global com desenvolvimento semelhante ao Brasil”, explicou.
O apoio do Reino Unido para o Brasil incluiria investimentos financeiros com a participação de governos, empresas, fundos, instituições financeiras e organizações internacionais.
O representante da Unido diz que o Hub de Descarbonização Industrial já está em operação com chamadas públicas abertas pela própria entidade da ONU para o desenvolvimento de projetos e estudos em segmentos estratégicos.
Outro desafio é que chamam a atenção da comunidade internacional os eventuais problemas de descarte de tecnologias que são utilizadas para implementação de energia limpa, como a solar e a eólica.
O representante da Unido garantiu que já existem parceiros internacionais com projetos de coleta e tratamento adequado de produtos no final de seu ciclo de vida. “Tanto o Reino Unido como a União Europeia têm uma legislação avançada para estes produtos no final de seu ciclo de vida, e sistemas amplos de coleta e tratamento, que incluem descontaminação e reciclagem”. A ideia é que, em 2025, exista também no Brasil um projeto de cooperação com o governo federal para aprimorar o sistema de tratamento e a reciclagem de materiais e metais críticos.
Medida vai garantir avanço para produtores agrícolas, diz relator
O Senado aprovou, nesta terça (3), o marco legal (projeto 658/2021) para a produção, o uso e a comercialização dos bioinsumos na agropecuária. O texto, de autoria do deputado Zé Vitor (PL-MG), havia passado pela Câmara dos Deputados na semana passada e, agora, vai à sanção do presidente Lula.
O senador Jaques Wagner (PT-BA), relator da matéria e que havia apresentado projeto semelhante, defendeu a aprovação no plenário. Ele afirmou que a legislação vai garantir ao Brasil importante avanço para produtores agrícolas.
“O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, tem um potencial extraordinário para liderar a produção de bioinsumos”. Ele salienta que esses produtos são substâncias biológicas, como micro-organismos, biofertilizantes, agentes de controle biológico e extratos vegetais, que se tornam alternativas mais sustentáveis ambientalmente aos insumos químicos tradicionais da agricultura, como pesticidas e fertilizantes.
Alimentos mais saudáveis
Outra vantagem, conforme esclareceu o senador, é que os bioinsumos contribuem para a preservação da biodiversidade e a regeneração da saúde do solo. Ele apontou que a tecnologia dos bioinsumos brasileira é reconhecida no exterior. “É fundamental para a agricultura e também para a pecuária. Assim, vão possibilitar que sejam produzidos alimentos mais saudáveis, de serem menos agressivos à terra e ao meio ambiente”. O parlamentar entende que o marco legal foi construído a partir de um debate com entidades, setores industriais, movimentos sociais e academia.
Ainda, de acordo com os argumentos de Jaques Wagner, o desenvolvimento desse setor no Brasil fortalece a posição do país no mercado agrícola global e oferece uma oportunidade para a atração de investimentos de empresas e geração de empregos de qualidade.
“A inovação desempenha um papel central nesse contexto. Para que o Brasil possa se posicionar como líder global em bioinsumos, é essencial que o governo e o setor privado invistam em pesquisa e desenvolvimento”. Outra ponderação é que o mercado de agroquímicos, por outro lado, é dominado por conglomerados internacionais.
Sustentável
A senadora Tereza Cristina (PP-MS) também discursou em apoio ao projeto, que seria importante tanto para quem pratica a agricultura familiar como para os maiores produtores para uma atividade sustentável. “Se não tivéssemos agido rapidamente, os produtores rurais, inclusive os de produtos orgânicos, que usam os bioinsumos produzidos em suas propriedades, ficariam na ilegalidade”.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a aprovação da pauta no Senado é uma conquista para os produtores rurais. “O Brasil acaba de dar mais um grande passo na eficiência e qualidade dos produtos brasileiros. Ao aprovar essa matéria, evitamos fragilizar os orgânicos e podemos continuar produzindo com qualidade e eficiência”.
Leter O
15 de julho de 2024 at 15:37
very informative articles or reviews at this time.