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Clima

Com sensação térmica podendo a chegar a 70º C, SBGG reforça os cuidados com os idosos

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Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia afirma que as pessoas dessa faixa-etária precisam redobrar os cuidados para enfrentar esses dias

Nos próximos dias, as regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste podem ser afetadas por uma onda de calor, cuja sensação térmica pode chegar a 70º C. A projeção está baseada na tabela de Climatologia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP). Esse calor excessivo está previsto para até o dia 21 de fevereiro.

Apesar de o Sol ser um aliado da saúde, é preciso cuidado, especialmente para a população 60+, que pode sofrer mais com os efeitos do calor. De acordo com o geriatra e presidente da SBGG, Dr. Marco Túlio Cintra, a desidratação e a hipertermia, quando o corpo atinge uma temperatura mais elevada que o normal, além do próprio câncer de pele, são os principais problemas que o idosos podem enfrentar com a exposição errada ao Sol. Ele explica que se deve atentar aos sintomas desse aumento da temperatura. Entre os mais comuns estão a tontura, a dor de cabeça e o mal-estar. “Estes sintomas podem evoluir para situações mais graves, como desmaios e crises convulsivas. Por isso, todo cuidado e atenção são necessários”, explica.

Água

A questão da hidratação precisa ser levada a sério. Dr. Cintra revela que pessoas idosas tendem a ter a sensação de sede reduzida, além da dificuldade de troca de calor. Segundo ele, o mecanismo da sede pode estar reduzido na pessoa idosa, o que pode levá-la a uma diminuição na ingestão de líquidos e, por essa razão, há a necessidade de estimular esse consumo. “Artifícios como água saborizada, sucos leves, chás frios e água de coco podem ser usados, pois garantem a hidratação adequada”, afirma o geriatra, ratificando que é importante evitar bebidas alcoólicas, cafeinadas ou muito açucaradas, pois podem contribuir para a desidratação. Alimentos ricos em água, como frutas, entre elas melancia, melão e laranja auxiliam na hidratação, assim como alguns vegetais, como pepino e abobrinha. “É fundamental estar atento a sinais como lábios e língua secos, diminuição do volume da urina, alterações de comportamento, confusão mental, tontura e fadiga. Tudo isso pode indicar que o idoso está desidratado.”

Manter uma alimentação balanceada fará a diferença na estação mais quente do ano. Dr. Cintra relata que o ideal é dar preferência a refeições leves e de fácil digestão, evitando alimentos gordurosos e pesados. Por essa razão, saladas, frutas frescas e proteínas magras são bem-vindas. “O armazenamento adequado dos alimentos precisa de atenção a fim de prevenir intoxicações alimentares, que são comuns no Verão”, diz.

Outro ponto importante é a temperatura. Manter a pessoa 60+ em ambientes frescos e ventilados é outro cuidado fundamental para garantir a melhor qualidade de vida durante o Verão. Assim, o uso de ventiladores ou ar-condicionado estão liberados, principalmente para evitar que os locais fiquem abafados, especialmente nos dias mais quentes. E caso o idoso não tenha acesso a ambientes climatizados, vale um passeio a espaços públicos refrigerados, como shoppings. “Soma-se a isso o fato de não o expor ao Sol durante o horário de pico, entre 10h e 16h, além do uso de protetor solar com fator de proteção alto (FPS 30 ou superior) em todas as áreas expostas da pele, mesmo nos dias nublados, e usar as chamadas proteções físicas, como roupas leves, claras e de tecido natural, como o algodão, que facilita a transpiração, boné, chapéu e óculos de sol para proteger a cabeça e os olhos da radiação solar”, observa, o geriatra e presidente da SBGG, ao comentar que o Brasil tem um clima que é quente não apenas no Verão e, por essa razão, esses cuidados precisam ser tomados durante todo o ano, independentemente da estação. “Em um país topical e com dimensões continentais como o Brasil é difícil delimitar os cuidados apenas durante um período do ano. O fato é que a pessoa idosa é mais suscetível a temperaturas extremas, tanto as mais elevadas quanto as mais baixas, por isso devem estar atentas, inclusive familiares e cuidadores”, atesta.

Atente-se!

Já as atividades físicas devem ser realizadas apenas nos horários mais frescos, como início da manhã ou final da tarde, dando preferência a exercícios leves, entre eles caminhadas, alongamentos e hidroginástica. “Mesmo com a temperatura mais amena, não se pode abrir mão da garrafa de água para manter a hidratação”, orienta o geriatra, ao explicar que momentos de socialização em ambientes seguros e frescos devem ser incentivados com o intuito de evitar o isolamento, algo comum em períodos de calor extremo. De acordo com o Dr. Cintra, atividades relaxantes que não exigem esforço físico excessivo, como leitura, jogos de tabuleiro e assistir filmes cumprem muito bem essa tarefa. “Para os idosos acamados ou como mobilidade reduzida, a família ou os cuidadores devem mudá-los de posição várias vezes ao dia para evitar desconforto e lesões na pele. Além disso, é preciso checar se o colchão e as roupas de cama são confortáveis para a estação, redobrando os cuidados com a hidratação e a ventilação do ambiente.”

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Sobre a SBGG

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), fundada em 16 de maio de 1961, é uma associação civil sem fins lucrativos que tem como principal objetivo congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a divulgação do conhecimento científico na área do envelhecimento. Além disso, visa promover o aprimoramento e a capacitação permanente dos seus associados.


*RS PRESS

Clima

China planta tantas árvores que altera a distribuição de água no país, ativando o ciclo hídrico

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Os enormes esforços de reflorestamento e restauração de pastagens na China, realizados nas últimas décadas para combater a degradação do solo e as mudanças climáticas, alteraram a distribuição de água doce pelo país de maneiras imprevistas, segundo um novo estudo publicado na revista Earth’s Future. Entre 2001 e 2020, as mudanças na cobertura vegetal reduziram a disponibilidade de água nas regiões leste das monções e noroeste árida (que compreendem 74% do país), mas a aumentaram na região do Planalto Tibetano. O fenômeno de redistribuição da água indica a reativação do ciclo hídrico, especialmente no Planalto de Loess.

A China tem investido maciçamente no plantio de árvores e na restauração de pastagens para desacelerar a degradação do solo e os efeitos das mudanças climáticas, mas esses esforços resultaram em alterações significativas e imprevistas na distribuição da água pelo país.

Redistribuição da Água Doce 🗺️

Um estudo publicado na revista Earth’s Future analisou as mudanças na cobertura vegetal da China entre 2001 e 2020 e como isso impactou a disponibilidade de água doce para humanos e ecossistemas.

  • Regiões de Redução: A quantidade de água doce disponível diminuiu nas regiões leste das monções e na região árida noroeste. Juntas, estas áreas representam 74% da área territorial da China.

  • Região de Aumento: Em contraste, a disponibilidade de água aumentou na região do Planalto Tibetano, que abrange o restante do território.

Arie Staal, coautor do estudo e professor assistente na Universidade de Utrecht, explicou que as mudanças na cobertura do solo redistribuem a água porque o reflorestamento em larga escala, especialmente no Planalto de Loess, reativou o ciclo da água no país. Os cientistas estão apenas começando a compreender completamente como esse ciclo reativado movimenta a água.


Com informações: Live Science

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Clima

Genomas ancestrais revelam que humanos viveram isolados no sul da África por quase 100 mil anos

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Um novo estudo genético, publicado na revista Nature, sequenciou os genomas de 28 indivíduos que viveram no sul da África e descobriu que as populações permaneceram isoladas por cerca de 100 mil anos. A análise indica que a composição genética dessas populações ancestrais é drasticamente diferente da observada nos humanos modernos e “fica fora da faixa de variação genética” atual. A descoberta sugere que o isolamento geográfico, possivelmente devido a condições desfavoráveis na região do rio Zambeze, permitiu uma evolução genética única na ponta sul do continente

Um novo estudo genético revelou que os seres humanos permaneceram em relativo isolamento no sul da África por um período extenso, de aproximadamente 100 mil anos, resultando em uma composição genética surpreendentemente única e diferente dos padrões observados nas pessoas modernas.

Isolamento e Variação Genética Única 🧬

A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Uppsala e publicada na revista Nature, sequenciou os genomas de 28 indivíduos cujos restos mortais datam de 225 a 10.275 anos e foram encontrados ao sul do rio Limpopo, na África do Sul.

  • Diferença Genética: Os pesquisadores descobriram que todas as pessoas que viveram no sul da África há mais de 1.400 anos tinham composições genéticas “drasticamente diferentes” das dos humanos modernos, indicando um isolamento genético prolongado e único no continente.

  • Fora da Variação: O coautor do estudo, Mattias Jakobsson, destacou que a genética dessas populações ancestrais “fica fora da faixa de variação genética” observada nas pessoas modernas.

  • Causa do Isolamento: Embora a equipe não tenha certeza da causa exata, especula-se que a vasta distância geográfica combinada com condições desfavoráveis para habitação humana na região do rio Zambeze (ao norte do grupo isolado) possa ter funcionado como uma barreira natural, impedindo a interação com outras populações.

A descoberta apoia a ideia de que o Homo sapiens “moderno” possui uma variedade muito maior de combinações genéticas do que se pensava anteriormente.


Com informações: Live Science

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Ciência

Doulas na linha de frente da Crise Climática: Treinamento ajuda gestantes de risco na Flórida

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Diante do aumento de ameaças ambientais (como calor extremo e furacões) que elevam os riscos de parto prematuro e pré-eclâmpsia, um novo programa piloto na Flórida, o Doula C-Hot, está treinando doulas para atuar como educadoras climáticas. O objetivo é que elas ajudem clientes grávidas, especialmente em comunidades marginalizadas e de alta vulnerabilidade climática, a se prepararem para desastres, preenchendo uma lacuna crítica de informação

A crise climática está complicando a jornada de parto, especialmente para mulheres negras, que enfrentam um risco climático mais elevado e taxas de mortalidade materna mais altas. Pesquisas recentes têm relacionado ameaças ambientais – como calor extremo e fumaça de incêndio florestal – a um aumento em natimortos, nascimentos prematuros e baixo peso à nascença, além de problemas como pré-eclâmpsia e depressão pós-parto.

🌡️ O Programa Doula C-Hot

A doula de Miami Esther Louis percebeu a urgência de capacitar a sua categoria após ajudar uma cliente grávida de nove meses a fugir do furacão Irma (2017), uma experiência que levou 24 horas de viagem e desencadeou contrações de Braxton Hicks na gestante.

Em 2024, Louis se uniu à Dra. Cheryl Holder, cofundadora da Florida Clinicians for Climate Action, para desenvolver o programa de treinamento Doula C-Hot.

O currículo ensina as doulas a:

  • Avaliar o risco climático de suas clientes (perguntando, por exemplo, se têm ar-condicionado ou um plano de evacuação).

  • Oferecer aconselhamento prático, como verificar se a cliente vive em uma zona de inundação.

  • Conectar clientes a recursos, incluindo centros de refrigeração ou purificadores de ar.

🤱 Doulas Como Educadoras Climáticas

O programa reconhece que as doulas, que prestam apoio emocional e físico e realizam visitas domiciliares, são os profissionais de saúde mais eficazes para abordar essa questão de forma holística. Uma pesquisa mostrou que 95% das doulas entrevistadas desejavam mais treinamento e recursos sobre como lidar com ameaças ambientais.

Em outras regiões do país, doulas já estão atuando:

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  • Nova Orleans: Doulas apareceram em abrigos de emergência para ajudar a alimentar bebês com segurança, diante da falta de acesso à água estéril para a fórmula infantil.

  • Houston (Texas): A doula Sierra Sankofa desenvolveu workshops de planeamento de desastres para gestantes, ensinando, por exemplo, como higienizar mamadeiras sem eletricidade.

Até o momento, o programa piloto na Flórida já treinou 12 doulas e trabalhou com mais de 40 clientes. O objetivo é que, se for bem-sucedido, o Doula C-Hot se torne um modelo nacional para treinar doulas como educadoras climáticas.


Com informações: Jessica Kutz (O 19º) / Grist

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