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Conheça os oito parques nacionais mais visitados em 2024

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Das areias de Jericoacoara às trilhas da Serra da Bocaina e uma das maiores florestas urbanas do mundo, ((o))eco lista os parques nacionais que receberam mais visitantes em 2024

O turismo de natureza tem despontado com cada vez mais força no Brasil. Um retrato disso, são os números crescentes de visitação em áreas protegidas. No final de abril, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou um novo recorde quebrado: mais de 25 milhões de visitantes nas unidades de conservação (UCs) federais em 2024. Um aumento de quase 5% em relação ao ano anterior. Grande parte desse turismo se concentra nos parques nacionais, que tem como missão promover o lazer alinhado com a proteção da biodiversidade.

Os parques representam 75 das mais de 300 UCs federais e se encontram espalhados pelo território nacional, nos diferentes biomas do país. Desses, 61 monitoram a visitação e, juntos, receberam mais de 12 milhões de pessoas – quase metade do total contabilizado pelo ICMBio.

Apesar da vocação ao turismo dos parques, vale ressaltar que o líder de visitação nas UCs federais é a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, no litoral de Santa Catarina. O destino, muito procurado para observação de baleias, recebeu mais de 8,6 milhões de visitantes em 2024, quase o dobro do segundo colocado.

Nesta lista, entretanto, ((o))eco se debruça apenas sobre os parques nacionais, que representam seis entre as dez UCs mais visitadas do país. Desde uma das maiores florestas urbanas do mundo no coração do Rio de Janeiro, até as trilhas da Serra da Bocaina e as areias de Jericoacoara, ((o))eco apresenta os oito parques nacionais que receberam mais visitantes em 2024.

Confira a lista:

1. Parque Nacional da Tijuca

O Corcovado e o Cristo Redentor foram considerados uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno e representam o ponto turístico mais reconhecido do país. Foto: Luciola Vilella/MTUR

Localizado no coração da cidade do Rio de Janeiro, o Parque Nacional da Tijuca recebeu mais de 4,6 milhões visitantes ao longo do ano de 2024 e há mais de dez anos lidera o ranking de visitação entre os parques nacionais. Boa parte em razão do Cristo Redentor, situado no Alto Corcovado e carro-chefe da visitação do parque.

O parque carioca representa uma das maiores florestas urbanas do mundo, com um território de cerca de 4 mil hectares, e um remanescente de Mata Atlântica em plena metrópole.  A transformação da área em parque nacional ocorreu em 1961.

Frequentada por trilheiros, ciclistas, escaladores ou simplesmente famílias em busca de um piquenique na floresta, o parque conta com três setores abertos à visitação, com acessos pela zona sul, norte e oeste da cidade.

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Além do cartão-postal no Corcovado, turistas possuem diversas opções de lazer, que incluem trilhas – a exemplo da Transcarioca – a maior trilha urbana da América Latina, vias de escalada, cachoeiras e mirantes. No setor Pedra Bonita e Gávea, visitantes ainda podem se aventurar nos voos livres de asa delta e parapente.

2. Parque Nacional do Iguaçu

As Cataratas do Iguaçu, principal atrativo e cartão -postal do Parque Nacional do Iguaçu . Foto: Zig Koch/MTUR

Na vice-liderança da lista, está o Parque Nacional do Iguaçu, situado no oeste do Paraná, na fronteira com a Argentina. Em 2024, mais de 2 milhões de visitantes exploraram a área protegida. O número representa um crescimento significativo em relação ao ano anterior (cerca de 12% acima de 2023), e, pela primeira vez, o parque volta a atrair um volume de visitantes superior ao período pré-pandemia.

Entre trilhas, passeios de barco, bicicleta e até mesmo de helicóptero, o destaque está, sem dúvidas, nas Cataratas do Iguaçu, o principal atrativo da área protegida. O parque é Patrimônio Natural da Humanidade desde 1986, enquanto as cataratas são consideradas uma das Sete Maravilhas da Natureza.

Criado em janeiro de 1939, o Parque Nacional do Iguaçu protege uma área de 185 mil hectares de Mata Atlântica. A área protegida divide as fronteiras, a catarata – e os esforços de conservação – com o Parque Nacional Iguazú, do lado argentino. O corredor internacional de florestas é considerado um dos últimos refúgios para onças-pintadas na Mata Atlântica.

3. Parque Nacional de Jericoacoara

A Pedra Furada é uma das formações mais famosas em meios às dunas e praias do Parque Nacional de Jericoacoara. Foto: Jade Queiroz/MTUR

Quem fecha o top 3 de parques nacionais mais visitados é o Parque Nacional de Jericoacoara. Situado a cerca de 300 quilômetros da capital do estado, Fortaleza, a unidade de conservação abrange quase 9 mil hectares no litoral cearense. Em 2024, foram mais de 1,5 milhão de visitantes.

O parque conta com paisagens marcadas por dunas, praias, restingas e manguezais. Entre os atrativos naturais mais procurados pelos turistas estão a Pedra Furada, a Lagoa do Paraíso, a Lagoa Azul e a Praia da Malhada, esta última muito famosa entre surfistas. O espetáculo do pôr do sol e do nascer da lua também são destaques entre os turistas.

Enquanto o turismo segue crescendo, o ICMBio enfrenta desafios para garantir que a atividade não viole as regras da unidade de conservação ou comprometa o objetivo de conservação do parque. Uma reportagem da BBC News Brasil apurou que, entre janeiro e outubro de 2024, foram aplicadas 190 multas no Parque Nacional de Jericoacoara – um recorde entre as UCs federais. A maior parte delas é direcionada para turistas e empresas da região pelo uso indevido de veículos motorizados, seja por pessoas que passeiam em locais proibidos ou empresas que usam veículos sem autorização.

4. Parque Nacional da Serra da Bocaina

Cachoeira Santo Isidro, no Parque Nacional Serra da Bocaina. Foto: Entreparques

Em quarto lugar na lista, o Parque Nacional da Serra da Bocaina registrou pouco mais de 717 mil visitas no ano de 2024. Localizado entre os estados de Rio de Janeiro e São Paulo, o parque abrange seis municípios, dois do lado fluminense e quatro do lado paulista. Os principais atrativos têm acesso por Paraty (RJ) e por São José do Barreiro (SP).

Além dos atrativos naturais, como cachoeiras e montanhas, o parque também conta com notável valor histórico-cultural. Um dos destaques nesse sentido é a trilha conhecida como Caminho do Ouro, utilizada no período colonial para transporte do ouro que vinha de Minas Gerais até o porto de Paraty. Outros pontos muito procurados pelos visitantes estão a Pedra da Macela, a Pedra do Frade e a Cachoeira Santo Isidro.

O parque cobre 104 mil hectares de Mata Atlântica, e abriga diferentes paisagens – de territórios com altitude de 2 mil metros acima do nível do mar, até áreas com piscinas naturais, praias e costões rochosos. Ele também é reconhecido como Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) desde 1992.

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5. Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha

Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, um santuário para vida marinha e um destino de ecoturismo. Foto: Bruno Lima/MTUR

A cerca de 545 quilômetros de Recife, Oceano Atlântico adentro, está o arquipélago de Fernando de Noronha, protegido por um parque nacional marinho desde 1988. Reconhecido como um santuário natural da vida marinha, o parque recebeu pouco mais de 670 mil visitas ao longo do ano passado.

O Parque Nacional Marinho inclui opções como trilhas, mergulhos autônomos, passeios de barco, além de acesso às mais diferentes praias e baías, a exemplo da Praia do Leão ou a Baía do Sueste – único mangue de ilhas oceânicas do Atlântico Sul.

A visitação não se restringe ao parque nacional, que divide o território da ilha com a Área de Proteção Ambiental (APA) de Fernando de Noronha, categoria de unidade de conservação mais permissiva onde se encontram estruturas diversas de apoio aos turistas, como pousadas, restaurantes, escolas e hospitais. Em 2024, a APA contabilizou mais de 700 mil visitantes, à frente do parque na lista das UCs federais mais visitadas.

As duas UCs fazem a governança conjunta do território por meio do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) Fernando de Noronha,

6. Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses

Areia branca e lagoas azuis, as cores do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Foto: Duda Menegassi

O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses foi criado em 1981 e abriga uma das paisagens mais emblemáticas da região nordeste do país. Com dunas de areia branca e lagoas que se formam sazonalmente a partir das chuvas, o parque nacional recebeu cerca de 440 mil visitantes em 2024.

Com área de 155 mil hectares, dos quais 90 mil são compostos por dunas livres e lagoas interdunares, o parque possui a maior extensão de dunas, tanto fixas quanto móveis da América do Sul. A área protegida está inserida em uma zona de transição dos biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia, e inclui ecossistemas de restingas, campos de dunas, além da costa oceânica.

Assim como outros parques citados nesta lista, os Lençóis Maranhenses obteve reconhecimento internacional, ao receber o título de Patrimônio Mundial Natural da Humanidade pela UNESCO, em julho de 2024. Entre os principais critérios para honraria, estão suas raras formações geológicas e geomorfológicas no local.

7. Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Dedo de Deus, ícone do montanhismo no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Foto: Bruna Prado/MTUR

Considerado um dos melhores locais no Brasil para a prática de esportes como trilhas e escaladas, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos é um dos berços do montanhismo no país. Ao todo são mais de 200 quilômetros de trilhas e picos icônicos entre escaladores como o Dedo de Deus e a Agulha do Diabo. Em 2024, foram registrados cerca de 240 mil visitantes no parque.

A travessia Petrópolis x Teresópolis, trilha que pode ser feita em dois a três dias, com acampamento no parque, é uma das atrações mais procuradas. Para os menos adeptos da caminhada, a parte baixa do parque abriga cachoeiras, piscinas naturais, poços e até área de piquenique.

O parque é também um dos mais antigos do país, criado em 1939. A área protege mais de 20 mil hectares da Serra do Mar, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, onde engloba os municípios de Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim. As montanhas cobertas pela Mata Atlântica abrigam mais de 2.800 espécies de flora conhecidas e mais de 700 de fauna, sendo 130 espécies ameaçadas de extinção.

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8. Parque Nacional de Ubajara

O Parque Nacional de Ubajara, no Ceará, teve um salto de visitação nos últimos anos e entrou na lista dos parques nacionais mais visitados. Foto: ICMBio/Divulgação

O Parque Nacional de Ubajara registrou a visitação mais alta da sua história desde o início do monitoramento do ICMBio, em 2001. Pode-se dizer que o parque nunca esteve tão popular, com pouco mais de 238 mil visitantes no ano passado. Para fins comparativos, os índices pré-pandemia eram abaixo de cem mil visitantes anuais.

O parque está situado na serra da Ibiapaba, a cerca de 300 quilômetros da capital Fortaleza. As principais atividades no parque incluem visita à Gruta Ubajara, que possui mais de um quilômetro de extensão, além do passeio de teleférico, cachoeiras, mirantes e mesmo caminhadas noturnas em período de lua cheia.

Criado em 1959, o parque abrange uma área de 6,2 mil hectares situado na Caatinga, mas com influência e ecossistemas associados à Mata Atlântica. Essa mistura de biomas resulta numa rica biodiversidade, com espécies ameaçadas como a ave maria-do-nordeste (Hemitriccus mirandae) e o macaco guariba-da-caatinga (Alouatta ululata).


Fonte: ECO

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CNPJs com opção ao Simples Nacional agora são emitidos em tempo real no Brasil

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O Brasil alcançou um novo marco na digitalização de serviços públicos com o lançamento do Módulo Administração Tributária (MAT), desenvolvido pelo Serpro para a Receita Federal. Desde 1º de dezembro, mais de 6,5 mil CNPJs já foram emitidos com a opção de enquadramento no Simples Nacional em tempo real, unificando etapas que antes demoravam até vinte dias. A mudança, disponível no Portal de Negócios da Redesim, permite que as empresas iniciem suas atividades já aptas a cumprir suas obrigações tributárias desde o primeiro dia, marcando um primeiro passo tecnológico da Reforma Tributária sobre o Consumo.

O Que é o MAT e Como Ele Simplifica o Processo? 🚀

O Módulo Administração Tributária (MAT) reformulou a experiência de registro empresarial ao integrar informações cruciais em um único fluxo no Portal de Negócios da Redesim.

  • Unificação de Etapas: Anteriormente, a solicitação do enquadramento no Simples Nacional era uma etapa separada e posterior à inscrição no CNPJ. Com o MAT, ambas as ações são processadas simultaneamente.

  • Velocidade e Eficiência: O processo, que podia levar até vinte dias para a definição do regime tributário, agora ocorre em “tempo de máquina,” garantindo que o empreendedor saia com o CNPJ gerado e o enquadramento no Simples Nacional consolidado automaticamente.

  • Coerência Tributária: O sistema adota a data de inscrição no CNPJ como marco oficial para o enquadramento, trazendo maior coerência ao início das atividades empresariais.

Peça Central da Nova Arquitetura Tributária 💻

O MAT é visto como uma peça tecnológica central que sustenta a implementação da Reforma Tributária sobre o Consumo.

  • Tecnologia do Serpro: A solução opera sobre uma arquitetura modular do Serpro, utilizando motores de processamento de alto desempenho e ambientes de armazenamento seguro de dados para garantir que as validações ocorram em tempo real, oferecendo consistência e estabilidade.

  • Integrações Automáticas: A ferramenta integra automaticamente verificações essenciais, como CPF, CNPJ, Tabela de Órgãos e Municípios (TOM), Simples Nacional e registro do contador.

  • Prontidão para o Futuro: A tecnologia foi projetada para sustentar o Simples Nacional agora e se adaptar aos novos tributos federais, o IBS e a CBS, no futuro.

Governança e Segurança Reforçadas 🔒

O novo sistema também introduziu um mecanismo inédito de responsabilidade técnica:

  • Autorização do Contador: O contador agora precisa autorizar digitalmente o uso do seu registro profissional (CRC) através de confirmação expressa. Isso atende a uma demanda histórica da classe contábil por maior segurança.

  • Autenticação Oficial: A operação é protegida por mecanismos de autenticação e assinatura eletrônica, com acesso via gov.br e confirmações realizadas pelo E-Assina. A assinatura é exigida tanto do responsável pela empresa quanto do contador, garantindo validade jurídica e rastreabilidade das ações.


Com informações: Revista Fórum

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COP30 em Belém eleva desinformação climática a problema de direitos humanos e governança global

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A COP30 em Belém reposicionou a Amazônia no centro da diplomacia climática, expondo a crise da integridade da informação como um obstáculo global à ação e à sobrevivência planetária. A especialista Maryellen Crisóstomo afirma que a desinformação climática é uma violação do direito humano à informação (Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos) e uma tática de captura corporativa. As declarações da Cúpula dos Povos e dos 20 países signatários na COP30 convergiram ao denunciar o papel das grandes corporações (mineração, agronegócio, Big Techs) na manutenção de narrativas que atrasam a descarbonização e criminalizam defensores ambientais, exigindo transparência algorítmica e reconhecimento dos saberes ancestrais no combate à crise

A realização da COP30 em Belém recolocou a Amazônia no centro da governança e diplomacia climática global, mas também expôs a urgência de combater a desinformação climática, vista como um problema que transcende o campo comunicacional e atinge a dimensão dos direitos humanos e da justiça climática.

O Direito à Informação como Pilar da Ação Climática ⚖️

A integridade da informação ambiental é considerada um direito humano estruturante e sua violação foi amplamente denunciada durante a COP30.

  • Direito Universal: À luz do Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o acesso à comunicação e à informação é essencial, especialmente em um ecossistema digital polarizado e vulnerável à manipulação.

  • Violação e Conflito: Sem informação e o reconhecimento efetivo do direito à propriedade coletiva dos territórios, povos e comunidades são expostos a conflitos com megaempreendimentos (monoculturas, mineração para transição energética, energia eólica e solar), o que configura uma violação da Convenção 169 da OIT (Artigo 6º), conforme denunciado na Cúpula dos Povos.

Declaração de Belém: O Reconhecimento da Desinformação 📜

No contexto da COP30, foi assinada a Declaração sobre a Integridade da Informação sobre Mudança do Clima por 20 países, reconhecendo que a desinformação se tornou um obstáculo global que corrói a confiança pública e atrasa medidas urgentes.

  • Obstáculos Denunciados: A Declaração aponta explicitamente para:

    • Ataques a jornalistas e cientistas.

    • Incentivo à má informação e circulação de conteúdos enganosos em plataformas digitais.

    • Falta de transparência algorítmica.

  • Captura Corporativa: A Cúpula dos Povos reforça que este cenário está inserido em um contexto mais amplo de captura corporativa, financeirização da natureza, e avanço do extremismo, onde grandes corporações (mineração, energia, agronegócio e Big Techs) utilizam estratégias como greenwashing e descredibilização da ciência para manter o status quo.

Caminhos para a Governança Sustentável 💡

Tanto a ONU (por meio do Pacto Digital Global de 2024) quanto a Declaração sobre Integridade da Informação conclamam Estados e empresas de tecnologia a assumir responsabilidade compartilhada:

  • Responsabilidade das Plataformas: Exige-se que as empresas avaliem os impactos de sua arquitetura, forneçam dados para pesquisas independentes e implementem políticas de responsabilidade informacional.

  • Saberes Ancestrais: A Cúpula dos Povos oferece uma contribuição estrutural ao afirmar que o combate à desinformação passa pelo reconhecimento dos saberes ancestrais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos) como tecnologias sociais para o enfrentamento da crise climática.

A especialista conclui que o avanço em estratégias climáticas depende de o multilateralismo restabelecer a integridade informacional. Para que as ações sejam eficazes, o direito humano à informação deve ser garantido em todas as suas dimensões, sendo o combate à desinformação uma estratégia de justiça climática e sobrevivência planetária.


Com informações: Diplomatique

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Relatório da Abin alerta que interferência externa é elemento estrutural na geopolítica e risco ampliado para o Brasil em 2026

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O relatório “Desafios de Inteligência – 2026”, da Abin, descreve um cenário onde a interferência externa deixou de ser excepcional e passou a ser um elemento estrutural da disputa geopolítica, operando de forma contínua em múltiplos eixos: ambiente digital, eleições de 2026, cadeias econômicas e disputa por recursos estratégicos na Amazônia. A agência alerta que a dependência brasileira de big techs e infraestruturas digitais estrangeiras compromete a soberania informacional e cria vulnerabilidades capazes de afetar as decisões internas do país.

O relatório “Desafios de Inteligência – 2026” da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sustenta que atores transnacionais, empresas de tecnologia e Estados estão moldando processos políticos e econômicos brasileiros sem a necessidade de ações clássicas de ingerência, usando algoritmos, pressão econômica e disputa narrativa.


Risco Ampliado nas Eleições de 2026 e Soberania Digital 🗳️

A Abin alerta que a possibilidade de interferência externa no processo eleitoral brasileiro é um fator de risco que não pode ser subestimado.

  • Vulnerabilidade Digital: A centralização de dados sensíveis em infraestrutura privada estrangeira sujeita o Brasil a legislações de outros países, criando um risco estratégico. A agência afirma que a assimetria entre Estados e plataformas digitais condiciona decisões públicas a critérios comerciais alheios ao interesse nacional.

  • Guerra Cognitiva e IA: O documento alerta para a guerra cognitiva (uso de desinformação e algoritmos para dividir sociedades) e para o uso de Inteligência Artificial (IA), que reduz as barreiras para a criação de conteúdos falsificados com alto grau de verossimilhança.

  • Risco Eleitoral: A combinação de ambientes digitais não regulados, plataformas transnacionais e IA cria condições inéditas para manipulação de percepção pública em larga escala, potencializando os riscos de instabilidade nas eleições de 2026.

Amazônia e Pressões Geopolíticas 🏞️

O relatório dedica atenção à Amazônia como alvo estratégico de influências externas, onde o discurso ambiental é frequentemente instrumentalizado.

  • Contestação e Governança: A crescente internacionalização do discurso ambiental abre brechas para a contestação de políticas domésticas e para tentativas de impor padrões externos de governança sobre o território brasileiro.

  • Influência Disfarçada: A presença de organizações transnacionais em áreas sensíveis e a baixa capacidade estatal criam oportunidades para operações de influência que se apresentam como cooperação ambiental, mas carregam objetivos geopolíticos mais amplos, explorando pressões ambientais para justificar interferências indiretas.

Vulnerabilidade Econômica e Dependência Tecnológica 💲

A Abin reforça que a disputa econômica global é um instrumento relevante de interferência, onde sanções, tarifas e restrições comerciais assumem o papel de pressão política.

  • Exposição Brasileira: O Brasil, por ser altamente dependente de importações tecnológicas e exportações de commodities, torna-se vulnerável a retaliações que visam influenciar decisões políticas internas.

  • Risco nas Cadeias: A capacidade de uma potência estrangeira de interromper cadeias críticas (como semicondutores e fertilizantes) pode produzir efeitos socioeconômicos imediatos, impactando a estabilidade política interna.

A Abin conclui que a interferência externa não é mais episódica e o Brasil deve reforçar mecanismos de defesa cibernética, proteger o processo eleitoral e reduzir as dependências tecnológicas e econômicas para proteger sua soberania.


Com informações: ICL Notícias

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