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Natureza

Fenômenos naturais ameaçam 10% das espécies de vertebrados terrestres do mundo

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Fenômenos naturais ameaçam 10% das espécies de vertebrados terrestres do mundo

Em artigo publicado nesta semana na revista PNAS, um grupo de pesquisadores apoiado pela FAPESP estima que mais de 3 mil espécies de vertebrados terrestres [há cerca de 31 mil no mundo todo] estejam em risco de extinção por conta de eventos como terremotos, furacões, tsunamis e erupções vulcânicas.

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Natureza

Operações de resgate tentam salvar a vida de golfinhos amazônicos

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Seca e outros problemas ambientais afetam a vida destes animais

A seca na Amazônia, entre tantos problemas, tem interferido na vida dos golfinhos. A líder do Grupo de Mamíferos Aquáticos do Mamirauá, Miriam Marmontel, fez um alerta para a situação grave por que passam os animais na região do Lago Tefé. Para evitar as mortes, com a sua equipe de trabalho ela vem realizando ações emergenciais de resgate dos golfinhos amazônicos das espécies botos vermelhos e tucuxis.

Segundo Miriam Marmontel, no ano passado, os golfinhos já tinham sido vítimas das condições climáticas e centenas deles, que são símbolo da cultura e da biologia da região, morreram com a seca histórica que atingiu o Amazonas.

“A preocupação é que se repitam as condições do ano passado de baixa profundidade e altas temperaturas, que ceifaram a vida de, pelo menos, 209 golfinhos amazônicos, sendo 178 botos vermelhos e 31 tucuxis. Essa é uma quantidade muito alta em termos proporcionais para uma estimativa que tínhamos de animais no Lago Tefé. Nós teríamos perdido no ano passado cerca de 15% da população de golfinhos da área, de botos vermelhos e tucuxis”, disse em entrevista ao programa da Rádio Nacional Viva Maria, da apresentadora Mara Régia.

Seca

Miriam disse que o Grupo de Mamíferos Aquáticos do Mamirauá recebeu uma mensagem de que pelo menos 7 botos vermelhos estavam presos, em lagoas que ficam limitados e separados por causa da seca e, por isso precisam de resgate, uma vez que os níveis da água estão muito baixos e a água está quente.

Essas condições da seca dificultam as operações que precisaram ser encerradas antes “Os níveis da água estão tão baixos no Lago Tefé que as bocas de igarapés, que são os lugares propícios para capturas, fecharam, então, tivemos que abandonar a atividade um dia mais cedo. Essas capturas foram planejadas com o intuito duplo, o primeiro sendo uma avaliação completa da saúde, para que conheçamos a situação dos animais nesse momento antes que entre o período mais crítico de seca e altas temperaturas e também a adaptação dos transmissores satelitais das nadadeiras dorsais para acompanhar a movimentação deles ao longo das estações, especialmente, durante esse período de vazante muito intensa”, pontuou.

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“Todos os lagos e a maioria dos corpos de água da Amazônia estão em um nível extremamente baixo, muito preocupante para a sobrevivência de botos, que ficam encalhados e presos em poços”, explica Miriam.

A líder lamentou a pouca quantidade de resgates. “No período de sete dias nós só logramos capturar dois animais devido às dificuldades da seca, uma fêmea adulta e um jovem macho, ambos aparentemente em bom estado de saúde, pelo que foi possível fazer de análise no momento tanto de análise clínica, como de algumas amostras de sangue que foram coletadas. Isso também vai nos ajudar a acompanhar o que vai acontecer nas próximas semanas”, comentou..

A ideia, de acordo com Míriam, é resgatar os animais desse local mais isolado de água parada e levá-los até o rio maior, que é o Solimões, na área do final da reserva Mamirauá. A líder estimou muita dificuldade nas operações de resgate.

“A notícia que tivemos pelos ribeirinhos de lá é que as comunidades estão todas isoladas, então, vai ser uma missão bastante desafiadora, porque vamos chegar em uma ponta de praia e temos que caminhar com todos os equipamentos durante bastante tempo e os animais estão, segundo os comunitários, isolados com pelo menos 18 minutos de caminhada entre essa lagoa e o Rio Solimões para transporte de animais que são grandes, robustos. O boto pode chegar até 2,5m de comprimento, vão ter que ser transportados por terra. Não sabemos ainda se vai ser um local lamoso, porque as águas estão baixando ou talvez praia, mas de qualquer forma vai ser um transporte bastante complicado, que exige muitas pessoas para transportar um animal grande, que obviamente está no estresse”.

Além disso, ela destacou que há o desconhecimento da área. “Nós não conhecemos o lago. Na verdade, vamos contar com as redes e a ajuda de pescadores locais e trazer os animais para a beira e transportá-los por macas até o Rio Solimões”, informou.


“Já estávamos em alerta e acho que agora já podemos dizer que estamos em alerta amarelo, muito próximo do vermelho, do ponto crítico, porque as condições estão se aproximando muito das condições que vivenciamos no ano passado aqui no Lago Tefé de baixas profundidades e altas temperaturas”, chamou atenção.

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Resgate

A Amazônia Latitude, plataforma híbrida de divulgação de conhecimento científico e jornalístico, postou no Instagram imagens de um ribeirinho identificado como Edmar Lopes, que salvou um boto que encalhou no Rio Madeira, próximo à cidade de Humaitá, no estado amazonense.

Edmar carrega o boto, por um local que parece ser uma praia, mas que se trata de um leito de rio que, por estar tão seco, se tornou possível andar por onde antes havia água. O esforço do ribeirinho acabou por devolver o boto à água.

A postagem da Amazônia Latitude faz mais alertas. “Não só o meio ambiente está em alerta. Pelo menos 20 municípios do Amazonas já decretaram situação de emergência devido à estiagem. São 63 mil famílias que já sofrem os impactos da seca que mata, humanos, fauna e flora mudando a vida na Amazônia, quiçá para sempre”, destacou.

 

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Fato Novo com informações e imagens: Agência Brasil

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Natureza

Nova espécie de aranha brasileira sem olhos vive em antigas tocas de preguiças gigantes

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Uma equipe de biólogos brasileiros assina a descoberta de uma nova espécie de aranha. Os artrópodes vivem em tocas e cavernas subterrâneas do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, ecossistemas que, durante o período Paleolítico, serviram de lar para a megafauna tropical – como as preguiças-gigantes e os tatus-canastra.

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Brasil

Boto cor-de-rosa: o que é verdade e o que é lenda sobre o animal amazônico

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A lenda do boto-cor-de-rosa é uma das histórias mais famosas do folclore brasileiro. Segundo o mito, o boto sai à noite dos rios da Amazônia e se transforma em um homem bonito e galanteador. Ele usa roupas brancas e um chapéu para esconder os vestígios de sua transformação – o buraco das narinas, tradicional da espécie, ainda está em sua cabeça.

O boto frequenta festas das populações que moram ao redor dos rios e, com um charme atraente e um papo conquistador, acaba atraindo a atenção de muitas mulheres. Seduzidas pela figura charmosa, essas mulheres se deixam levar pelo papinho do boto disfarçado – que sempre vai atrás da moça mais bonita da festa. O boto engravida a mulher e vai embora sem mais nem menos, para nunca mais ser visto.

lenda, um pedaço do folclore tradicional da região amazônica que se espalhou para o resto do país, obviamente, não é verdade — ainda que muitos antigos possam dizer o contrário. A história é uma forma de “explicar” casos de crianças que crescem sem saber quem são seus pais e mulheres que acabam largadas depois de engravidarem.

A história já fez parte de tramas famosas da TV. Na novela “A Força do Querer” (2017), por exemplo, a personagem Rita é filha de Edinalva com o Boto – até na certidão de nascimento dela tem o nome da mãe e do boto, o que também acontece na vida real.

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Por que o boto é cor-de-rosa?

Boto-cor-de-rosa é o nome popular de três espécies de golfinhos fluviais amazônicos pertencentes ao gênero Inia. O boto é considerado a maior espécie de golfinho de água doce do mundo, com os machos que chegam a medir 2,55 metros de comprimento e pesar 185 quilos. Ele também se destaca por ter nadadeiras peitorais avantajadas, que permitem manobras rápidas e movimentos para trás dentro d’água.

A característica mais marcante do boto é, sem dúvida, sua cor rosada – até faz parte do seu nome. Mas o boto não nasce rosa. Os botinhos nascem cinzas, da mesma cor que os golfinhos. Por motivos ainda desconhecidos, esses animais vão perdendo a cor de chumbo e ficando mais esbranquiçados conforme envelhecem.

Os botos são cor-de-rosa por conta de cicatrizes e arranhões. Botos machos costumam brigar entre si, quando a pele machucada cicatriza depois da porradaria, ela fica mais rosada que o resto do corpo. Quanto mais velho um boto, em mais brigas ele se meteu, e mais forte e o seu tom de rosa. Por esse motivo que o rosa é mais proeminente nos machos, enquanto fêmeas e botos mais novos são mais perto do cinza.

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Conservação da espécie

Os botos cor-de-rosa são residentes conhecidos dos rios amazônicos. Eles se dividem em pelo menos três populações, em três locais diferentes: a bacia Amazônica, o alto do rio Madeira e a bacia do rio Orinoco. Esses animais não são exclusivos do Brasil e se espalham por outras águas da Amazônia Internacional, como a Bolívia, a Venezuela, a Colômbia, o Equador e o Peru.

Como predadores de topo de cadeia, eles desempenham um importante papel de controle de espécies de peixes. Como presas de outros animais, como onças e jacarés, ajudam na manutenção da estabilidade do ecossistema. Além disso, o nado dos botos também ajuda na dispersão de sementes de plantas aquáticas, o que é vital para a reprodução e polinização dessas espécies.

Além de terem uma importância cultural e até econômica na região da Amazônia, por serem atração turística nos rios, os botos também servem como indicadores ambientais, auxiliando a avaliar a saúde dos ecossistemas. Se eles estão presentes num rio, significa que a qualidade da água e a disponibilidade de alimentos daquele habitat é boa. De acordo com o Ministério de Pesca e Agricultura, “monitorar a população desses cetáceos pode fornecer valiosas informações sobre a saúde geral do bioma amazônico”.

Infelizmente, a população de botos cor-de-rosa está diminuindo. De acordo com um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a população de botos caiu pela metade nos últimos 10 anos.

A principal razão dessa queda populacional é a pesca predatória – mas a carne do boto não é usada para alimentar pessoas. Ao invés disso, pescadores usam a carne do boto como isca para uma outra espécie de peixe, a piracatinga.

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Para tentar diminuir a caça de botos, o governo proibiu a pesca extensiva de piracatinga. Apenas dois casos são permitidos por lei: para fins de pesquisa ou para a chamada pesca de subsistência, em que o pescador é autorizado a levar até 5 kg do pescado.

Quanto mais piracatinga for pescada, mais botos terão que ser abatidos para servirem de isca. A medida do governo é uma tentativa de acabar com a necessidade de caça desse animal.

Porém, além desse problema, os botos sofrem com a poluição química nos rios amazônicos, atropelamentos por barcos, encalhes com a seca dos rios, capturas acidentais por redes de pesca, afogamentos e sufocamentos causados por lixo e a construção de barragens, já que a espécie transita por grandes territórios.

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o boto cor-de-rosa já é uma espécie ameaçada. É preciso preservar esses animais singulares dos seus amazônicos para impedir que eles se tornem apenas lenda.


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