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Mundo

Líbano: Israel anuncia bombardeio, gera caos, destrói prédio e rompe mais uma vez cessar-fogo

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Por volta das 17h20 deste domingo (27/04), horário local, a reportagem de Opera Mundi foi alertada sobre um ataque aéreo israelense que ocorreria em Hadath, no bairro de Dahyeh, subúrbio ao sul de Beirute, capital do Líbano, controlado pelo grupo armado xiita Hezbollah.

O aviso foi divulgado às 17h07, pela rede social X (antigo Twitter), pelo porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Avichay Adraee. Como tem sido praxe desde setembro de 2024, Israel utiliza esse método para sinalizar publicamente alguns dos seus ataques ao Líbano: publica uma imagem de satélite do bairro-alvo, com uma marca vermelha destacando o edifício que será bombardeado, sem, no entanto, indicar o horário da operação.

Essa estratégia, usada para promover a narrativa de que país estaria atuando para reduzir danos a civis, na prática tem efeito limitado: a maioria dos ataques israelenses, sobretudo no sul do Líbano, ocorre sem qualquer aviso prévio. No caso deste domingo, o tuíte também orientava que a população civil se afastasse e mantivesse uma distância mínima de 300 metros do alvo – recomendação de difícil execução em uma área densamente habitada que abriga aproximadamente 700 mil pessoas, com ruas estreitas e grande concentração de edifícios residenciais.

‘Este é um bairro civil’

Imediatamente após o aviso, a reportagem de Opera Mundi se deslocou até Dahyeh. A quilômetros de distância, já era possível ver uma coluna de fumaça preta subindo do bairro, indicando o local do impacto.

Ao chegar às proximidades do local do ataque, a reportagem encontrou a área tomada por civis – muitos deixando a região de moto – em meio a um cenário de trânsito intenso, buzinas e confusão. Em um primeiro momento, o acesso estava restrito a veículos de bombeiros e da Defesa Civil.

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Um morador de 28 anos, proprietário de uma agência de viagens em Dahyeh, que preferiu não ser identificado, contou que deixou o bairro logo após o aviso ser divulgado e retornou assim que o bombardeio cessou. “Eles [Israel] dizem que estão atacando alvos do Hezbollah, mas isso não existe. Este é um bairro civil”, afirmou.

Cratera

A reportagem encontrou um cenário de destruição. O bombardeio havia atingido uma viela cercada por prédios residenciais. Muitos edifícios próximos tiveram suas janelas estilhaçadas e partes das fachadas danificadas devido ao impacto da explosão.

Moradores circulavam pelo local – alguns tentando adentrar seus apartamentos; outros observando a dimensão dos estragos. Equipes de imprensa locais cercavam o perímetro do bombardeio, enquanto dezenas de veículos da Defesa Civil e dos bombeiros trabalhavam para conter pequenos focos de incêndio, jogando água nas estruturas atingidas.

O ataque deste domingo se soma ao rastro de destruição deixado por outros bombardeios israelenses na região. A poucos metros do local recém-atingido, ainda era possível ver uma cratera – com o tamanho aproximado de meio quarteirão – criada por ataques anteriores.

Durante a escalada da violência israelense no Líbano, especialmente nos meses de setembro, outubro e novembro de 2024, o bairro de Dahyeh chegou a ser completamente evacuado por seus moradores, que fugiram em massa devido à intensidade dos bombardeios direcionados por Tel Aviv contra áreas civis.

‘Deus teve sabedoria ao levar Nasrallah’

Desde o cessar-fogo declarado por Israel em 27 de novembro do ano passado, parte da população retornou, mas episódios como o deste domingo voltam a alimentar o clima de tensão no subúrbio da capital libanesa.

Entre os escombros, uma senhora idosa, usando hijab e roupas modestas, moradora do bairro, compartilhou com a reportagem a agonia de ver a vida cotidiana interrompida mais uma vez por um ataque aéreo israelense. Ela contou que estava cozinhando quando recebeu o aviso de evacuação.

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“Quando descemos [do prédio], vimos ainda mais destruição. Nossas casas já haviam sido destruídas antes. Consertaram tudo, e agora foram afetadas novamente. O sangue da nossa juventude não será desperdiçado. Deus teve sabedoria ao levar Nasrallah, para que alcancemos Sua vontade”, declarou, emocionada.

O Nasrallah a quem ela se refere é Hassan Nasrallah, líder político e religioso do Hezbollah por mais de três décadas, morto em setembro de 2024 em um ataque israelense que lançou dezenas de toneladas de explosivos sobre uma área residencial de Dahyeh.

Trégua descumprida

Apesar do cessar-fogo assinado em novembro de 2024, ataques israelenses contra a capital Beirute, o sul do país e a região do Vale do Bekaa continuam ocorrendo. Apenas entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, quando o cessar-fogo já vigorava, Israel matou pelo menos 83 pessoas em território libanês.

Mesmo com a data estabelecida para a retirada completa das tropas israelenses do Líbano – 18 de fevereiro de 2025 –, o exército de Israel permanece estacionado em pelo menos cinco pontos estratégicos no sul do país, sem previsão de retirada.

Até o momento, não há confirmação oficial sobre vítimas ou a extensão dos danos provocados pelo bombardeio deste domingo.


Fonte: Opera Mundi

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Meio Ambiente

Administração Trump tenta intervir em processo contra nova “taxa verde” do Havaí

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O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), sob a administração Trump, entrou com uma moção para intervir em um processo judicial movido pela Cruise Lines International contra a nova “taxa verde” do Havaí. A taxa, aprovada em abril passado e com entrada em vigor em 1º de janeiro, visa arrecadar cerca de US$ 100 milhões anualmente para financiar projetos de combate às alterações climáticas e à degradação ambiental causada pelo turismo. O DOJ classificou o imposto, que se aplica a hóspedes de hotéis e navios de cruzeiro, como um “esquema para extorquir” e está sendo criticado por especialistas jurídicos por ser uma ação ideologicamente motivada e hostil a iniciativas climáticas

O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) da administração Trump solicitou intervir no processo judicial que questiona a constitucionalidade da nova “taxa verde” do Havaí, que foi aprovada para compensar o impacto ambiental do turismo. A ação, incomum, ocorre em um contexto de hostilidade federal às políticas de combate às alterações climáticas.

Detalhes da Taxa Verde 💵

A nova taxa, considerada a primeira do gênero no país, entrará em vigor em 1º de janeiro e será aplicada a visitantes de curta duração e hóspedes de hotéis.

  • Aumento: A taxa de alojamento paga pelos visitantes em hotéis e aluguéis de curta duração aumentará em 0,75 ponto percentual, totalizando 14% (incluindo taxas municipais).

  • Navios de Cruzeiro: Pela primeira vez, os passageiros de navios de cruzeiro começarão a pagar o imposto integral sobre visitantes, o que representaria uma nova taxa de 14% sobre o tempo que esses passageiros permanecerem nos portos do Havaí.

  • Receita Estimada: As autoridades estaduais estimam que a taxa arrecadará cerca de US$ 100 milhões anualmente para financiar projetos climáticos e ambientais.

O Conselho Consultivo de Taxas Verdes está atualmente avaliando 620 projetos que, juntos, custariam cerca de US$ 2 bilhões.

O Processo Judicial e a Intervenção Federal

A ação judicial contra a taxa verde foi movida pela Cruise Lines International, a qual argumenta que o imposto viola a Cláusula de Tonelagem e a Lei de Rios e Portos da Constituição dos EUA, que limitam a capacidade dos estados de cobrar taxas de navios que atracam em seus portos.

A intervenção do DOJ no processo, solicitada um dia antes da primeira audiência, foi caracterizada por Richard Wallsgrove, codiretor do Programa de Direito Ambiental da Escola de Direito William S. Richardson, como um exagero motivado ideologicamente. O procurador-geral adjunto Stanley Woodward chamou o imposto de um “esquema para extorquir cidadãos e empresas americanos”.

A juíza federal Jill Otake ainda terá que se pronunciar sobre a moção do DOJ e sobre a moção do gabinete da procuradora-geral do estado, Anne Lopez, para encerrar o caso. Uma decisão judicial definirá a abrangência da taxa, especialmente sobre como os navios de cruzeiro serão tratados e tributados em comparação com os alojamentos em terra.

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Com informações: Batida Civil de Honolulu, Grist

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Meio Ambiente

Nova Inglaterra lança iniciativa de US$ 450 milhões para instalar bombas de calor e reduzir a dependência de combustíveis fósseis

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Cinco estados da região de Nova Inglaterra nos Estados Unidos (Connecticut, Maine, Massachusetts, New Hampshire e Rhode Island) lançaram o Acelerador de Bomba de Calor da Nova Inglaterra, um esforço de US$ 450 milhões para instalar cerca de 580 mil bombas de calor residenciais. A iniciativa, financiada por fundos federais, visa reduzir as emissões de carbono em 2,5 milhões de toneladas métricas até 2030, substituindo o aquecimento baseado em combustíveis fósseis, como o óleo e o gás natural, e diminuindo os custos de energia para os residentes

Cinco estados da Nova Inglaterra — Connecticut, Maine, Massachusetts, New Hampshire e Rhode Island — formaram o Acelerador de Bomba de Calor da Nova Inglaterra, uma colaboração inédita para acelerar a adoção de bombas de calor energeticamente eficientes e de baixas emissões. O esforço é financiado por US$ 450 milhões do programa federal de Subsídios para Redução da Poluição Climática, criado pela Lei de Redução da Inflação de 2022.

Metas e Estratégia do Acelerador 🎯

A Nova Inglaterra é um alvo importante para esta iniciativa por sua alta dependência de aquecimento por combustíveis fósseis, como o óleo para aquecimento. Mais da metade das casas no Maine, por exemplo, ainda são aquecidas a óleo.

  • Objetivo de Instalação: O programa visa apoiar a instalação de aproximadamente 580 mil bombas de calor residenciais.

  • Impacto Climático: A meta é reduzir as emissões de carbono em 2,5 milhões de toneladas métricas até 2030, o que equivale a retirar mais de 540 mil veículos de passageiros a gás das estradas.

  • Redução de Custos: A iniciativa também visa combater o elevado custo de eletricidade da região, oferecendo uma opção de aquecimento mais acessível do que os combustíveis fornecidos.

Estrutura do Programa (Hubs)

O Acelerador está organizado em três áreas programáticas principais, que devem estar operacionais na primavera de 2026:

  1. Hub de Mercado (US$ 270 milhões): Oferecerá incentivos financeiros a distribuidores e empreiteiros, que repassarão a economia aos clientes. O objetivo é reduzir o custo das bombas de calor de fonte de ar em US$ 500 a US$ 700 por unidade.

  2. Hub de Inovação: Cada estado receberá US$ 14,5 milhões para financiar programas-piloto que superem as barreiras de adoção para famílias de baixa e moderada renda.

  3. Hub de Recursos: Agregará informações e fornecerá treinamento para a força de trabalho para garantir que haja profissionais qualificados para a instalação.


Com informações: Mídia Canária e Grist

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Meio Ambiente

Nilvo Silva Adverte que Derrubada de Vetos na Nova Lei Destrói a Coordenação Ambiental

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A nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental (15.190/2025), aprovada em agosto, pode promover uma “virada histórica” no controle ambiental, dependendo de autodeclarações e regras flexíveis. No entanto, o cenário se agravou com a derrubada, pelo Congresso Nacional, da maioria dos vetos que barravam os dispositivos mais controversos do texto.

O mestre em Desenvolvimento Sustentável e ex-diretor do Ibama, Nilvo Silva, em entrevista exclusiva a ((o))eco, adverte que as mudanças extrapolam a esfera do licenciamento, atingindo o “coração do sistema” de coordenação ambiental e colocando em risco a gestão integrada no país.


Impactos no Sisnama e Fragmentação Regulatória

O Sisnama e Seus Desafios

O Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), originário da Política Nacional de Meio Ambiente da década de 1980, busca estabelecer regras comuns e promover a cooperação entre os entes da federação para proteção ambiental. Nilvo Silva compara-o ao SUS, onde o governo federal define bases gerais e estados/municípios executam políticas específicas. Contudo, ele afirma que o Sisnama nunca foi plenamente implantado.

Retrocesso Institucional

O especialista critica a nova lei, pois ela se recusa a estabelecer uma regra geral, destrói a coordenação entre entes federativos, fragiliza colegiados, amplia o poder discricionário individual e incentiva uma “corrida para o precipício regulatório” entre estados e municípios, fazendo com que os critérios comuns desapareçam. Para ele, é um retrocesso institucional profundo.

Abando das Bases

Ao derrubar grande parte dos vetos ao PL 2159, o Congresso abalou as bases do Sisnama, que já eram frágeis. Nilvo Silva explica que o licenciamento é o principal instrumento das instituições ambientais, usado para avaliar impactos e autorizar ou não um empreendimento. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), desmantelado no governo anterior e agora em recuperação, sempre teve papel ativo na formulação de regras nacionais. A nova lei, com os vetos derrubados, não fortalece essa coordenação: ela fragmenta, elimina normas gerais e entrega uma enorme discricionariedade aos órgãos licenciadores individuais, resultando em uma “colcha de retalhos” em vez de articulação federativa.

Agravamento de Problemas Históricos

O maior problema histórico do licenciamento sempre foi a baixa capacidade dos órgãos ambientais — falta de financiamento, equipes pequenas, pouca gestão e baixa transparência — diante de responsabilidades gigantes. As mudanças legislativas não aumentam essa capacidade; pelo contrário, elas afrouxam regras e reduzem responsabilidades, agravando o problema.

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Outros Pontos de Fragilização

A nova lei permite que a exigência do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), determinada pela Constituição em casos de degradação significativa, não seja cobrada quando o órgão licenciador considerar que não há impacto significativo. Isso transforma um dispositivo constitucional em uma decisão puramente arbitrária, sem critério geral. Além disso:

  • Cada ente da federação poderá definir o que precisa ou não de licenciamento.

  • Cada um definirá o potencial poluidor das atividades.

  • Atividades de alto impacto poderão ser dispensadas.

  • Abre-se margem para corrupção e “caos regulatório”.

Judicialização e Insegurança Jurídica

Nilvo Silva prevê que as mudanças trarão mais judicialização e insegurança para empreendedores privados e públicos. Isenções absurdas, autodeclaração em atividades com potencial significativo e conceitos indefinidos serão levados à Justiça. Embora algumas atividades possam ser facilitadas no curto prazo, o médio e longo prazos trarão uma “enxurrada de conflitos”.

Efeitos para o País

O grande desmonte enfraquece a capacidade de ação do Estado. A autodeclaração em atividades de médio potencial poluidor significa abrir mão de controle. A sociedade perde duplamente: com mais risco ambiental e com instituições mais fracas. A falta de articulação federativa é considerada gravíssima.

Para o especialista, embora haja chance de correção para aspectos pontuais, setores mais modernos perceberão os problemas e pressionarão por mudanças. No entanto, a fragilidade institucional — a destruição da coordenação federativa — pode demorar muito mais a ser corrigida, sendo muito difícil reconstruir o sistema.


Com informações de  ECO

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