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Meio Ambiente

Pesquisadores do Jardim Botânico descobrem nova espécie de bromélia

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Batizada de Wittmackia aurantiolilacina, a espécie de cor laranja e lilás é endêmica da Mata Atlântica e foi encontrada no Parque Nacional do Alto Cariri, na Bahia.


Pesquisadores do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), ligado ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), anunciaram a descoberta de uma nova espécie de bromélia. A descoberta foi publicada na revista científica Phytotaxa em novembro.

Batizada de Wittmackia aurantiolilacina, a espécie é endêmica, vivendo apenas na Mata Atlântica. Ela foi coletada no Parque Nacional do Alto Cariri, localizado no extremo sul da Bahia.

A expedição de coleta é resultado do PAN Hileia Baiana, um plano de ação iniciado em 2023 focado na conservação de árvores ameaçadas de extinção no sul da Bahia, abrangendo 36 municípios. Além da bromélia, o projeto monitora outras 218 espécies arbóreas com diferentes graus de ameaça de extinção.

Flores surpreendentes

O exemplar da nova bromélia foi inicialmente coletado sem flores, o que impedia sua catalogação. A planta foi introduzida para cultivo no bromeliário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e no refúgio dos gravatás, em Teresópolis.

A floração da planta ocorreu em julho de 2024 no Jardim Botânico, revelando sua cor surpreendente: flores nas cores laranja e lilás. O pesquisador Bruno Rezende, um dos autores do estudo e com mais de 30 anos de experiência na área, comentou: “Fiquei impressionado com a beleza de suas flores. Imediatamente suspeitei que pudesse ser uma espécie nova, pois não se assemelhava a nenhuma bromélia que vi”.

Apesar da descoberta, o estudo alerta que a sobrevivência da Wittmackia aurantiolilacina está ameaçada devido às atividades humanas na região onde foi avistada.

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Com informações:  ECO

Meio Ambiente

Filantropia comunitária se consolida como peça central para adaptação climática no Sul Global

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Manifesto lançado durante a COP30 pela Casa Sul Global destaca que as soluções climáticas mais eficazes já existem nos territórios, mas enfrentam insuficiência de recursos, defendendo uma nova arquitetura de financiamento baseada na justiça e na solidariedade.


O manifesto “Sul Global no Centro: por uma nova arquitetura de financiamento para Clima, Natureza e Pessoas”, lançado pela Casa Sul Global durante a COP30, destaca a filantropia comunitária e os fundos de justiça socioambiental como cruciais para a aceleração da adaptação climática nos países mais vulneráveis a eventos extremos. O documento, assinado por organizações do Sul Global, afirma que as respostas mais eficazes à crise já estão sendo desenvolvidas nos territórios, mas não recebem investimentos adequados para atuar em escala.

Pela primeira vez em documentos oficiais da COP30, houve referência direta às desigualdades raciais nos impactos climáticos e à necessidade de integrar a justiça ambiental às políticas de desenvolvimento, reaproximando o debate climático das populações que mais sentem os efeitos da crise.

Diretrizes para uma Nova Arquitetura de Financiamento

O manifesto propõe a construção de um modelo de financiamento mais legítimo, responsável, justo, diverso e solidário. Essa proposta baseia-se no reconhecimento de que a solução para a crise está nas tecnologias sociais e nos modelos de governança criados nas comunidades do Sul Global (Ásia, África e América Latina).

Os especialistas ressaltam que a agenda climática avança quando incorpora temas estruturais como desigualdade, racismo ambiental e distribuição de recursos.

  • Fundos Comunitários: O documento reforça que os fundos comunitários são ferramentas essenciais. Eles atuam de forma descentralizada, com menor burocracia e maior proximidade das realidades locais, o que permite que os recursos cheguem mais rapidamente e ampliem a autonomia de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e populações urbanas periféricas.

  • Legado Colonial: O manifesto defende que a nova arquitetura deve ser baseada em cinco princípios (legitimidade, responsabilidade compartilhada, justiça e reparação, diversidade e interseccionalidade e solidariedade) para enfrentar o legado colonial que concentra a maioria dos recursos internacionais destinados ao clima no Norte Global, reforçando assimetrias históricas.

Ao colocar o Sul Global no centro das decisões, o manifesto argumenta que é fundamental repensar a lógica de destinação dos recursos, fortalecendo estruturas filantrópicas territoriais para que o dinheiro chegue diretamente a quem enfrenta a crise todos os dias.


Com informações: Assessoria de Imprensa – Casa Sul Global

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Brasil

COP30 expõe contradições entre discurso do agronegócio e limites da pecuária “sustentável” na Amazônia

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Debates sobre rastreabilidade e restauração ecológica durante o evento climático revelaram que a mudança estrutural exige não apenas aperfeiçoar a indústria, mas enfrentar a estrutura econômica e cultural do consumo de carne e a concentração fundiária.


A COP30 em Belém reuniu o agronegócio brasileiro, setor historicamente ligado à devastação, que buscou redefinir sua imagem e afirmar seu espaço, como evidenciado pela AgriZone da Embrapa. Contudo, o debate promovido por movimentos socioambientais e pesquisadores apontou que qualquer transição para a sustentabilidade deve enfrentar os limites estruturais da pecuária, indo além de simples aperfeiçoamentos.

O Mito da Preocupação do Consumidor 🛒

A discussão sobre rastreabilidade do gado na Amazônia frequentemente se baseia na premissa de que os consumidores se importam com a origem ética da carne. No entanto, a realidade observada é que o consumo de carne no Brasil e no mundo é determinado principalmente pelo preço e pela percepção de segurança sanitária.

  • Prioridade de Compra: O consumidor brasileiro, sob pressão orçamentária, prioriza o menor preço. A origem da carne (se é da Amazônia ou de áreas de conflito) geralmente permanece invisível no momento da compra.

  • Efeito Estrutural: Enquanto a estrutura econômica continuar ligada à oferta abundante de carne barata, a demanda permanecerá firme, e o engajamento do consumidor não será suficiente para levar a uma indústria mais sustentável.

Rastreabilidade: Ferramenta de Transformação ou Legitimação?

A rastreabilidade individual do gado foi apresentada na COP30 como uma ferramenta-chave para excluir do sistema produtores ilegais e grileiros. No entanto, especialistas alertaram que, por si só, a rastreabilidade não ameaça a pecuária; na verdade, tende a fortalecê-la.

  • Legitimação do Setor: A rastreabilidade aumenta a confiança de compradores internacionais e abre novos mercados, beneficiando produtores que já operam dentro da legalidade. O risco é que ela sirva para racionalizar e expandir uma pecuária modernizada, sem alterar seus fundamentos insustentáveis.

  • Resistência Ilegal: A resistência à rastreabilidade vem, em grande parte, dos atores que dependem da arquitetura de ilegalidades e do grilagem de terras públicas para lucrar, e que seriam expulsos do mercado formal.

O Limite Estrutural da ‘Pecuária Sustentável’

O agronegócio adota discursos como ‘pecuária regenerativa’ e ‘carbono neutro’, mas a sustentabilidade estrutural exige limitar a pecuária, e não apenas qualificá-la.

  • Efeito Rebote: O modelo de pecuária sustentável, baseado na intensificação para produzir mais carne em menos área, gera o efeito rebote: o aumento da produtividade e do lucro por hectare frequentemente leva o produtor a expandir a área total, em vez de reduzi-la.

  • Custos Ocultos: A pecuária extensiva se mantém barata porque seus custos ambientais (erosão, perda de biodiversidade, emissão de metano) não são pagos por quem causa o dano.

A restauração ecológica, por sua vez, só será efetiva se for um processo de reparação territorial e social, que confronte a concentração de terras e garanta que os benefícios cheguem às comunidades que historicamente protegeram a floresta. A COP30 reforçou que a Amazônia pode ser restaurada, mas não pela mesma lógica econômica que a devastou.


Com informações: Diplomatique

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Meio Ambiente

cordo de Paris completa 10 anos sob alerta da ONU: Mundo está longe da meta de 1,5 graus Celsius

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rincipal tratado climático global, adotado na COP21 em 2015, é elogiado por ter desviado a trajetória de aquecimento para 2,5 graus Celsius (antes 4 graus Celsius), mas o IPCC alerta que as emissões precisam cair 43% até 2030 para manter a meta crítica de 1,5 graus Celsius ao alcance.


O Acordo de Paris, o tratado internacional fundamental para enfrentar a crise climática, celebrou 10 anos nesta sexta-feira (12). Adotado na COP21 em 2015, o pacto global é reconhecido como um marco histórico, mas a organização das Nações Unidas (ONU) alerta que a humanidade permanece distante de cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indica que, para manter esse objetivo ao alcance e evitar impactos severos e potencialmente irreversíveis, as emissões globais devem cair 43% até 2030. Os países enfrentam pressão para reforçar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e acelerar a transição para economias de baixo carbono.

Trajetória Global Melhorou, mas a Ação Precisa Ser Mais Rápida

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o Acordo de Paris está funcionando, mas a ação climática precisa ser “mais rápida”. Ele destacou que os últimos dez anos foram os mais quentes já registrados.

“No entanto, graças ao Acordo de Paris, não estamos mais no caminho para um aquecimento superior a 4 graus Celsius — um cenário insustentável. Em vez disso, a trajetória global está mais próxima de 2,5 graus Celsius,” complementou Guterres, ressaltando que a união dos países na COP30, em Belém, demonstrou esperança.

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, corroborou que o tratado foi decisivo para “destravar” a ação climática, tirando o mundo de uma trajetória inicial de cerca de 4 graus Celsius para 2,5 graus Celsius, mas enfatizou que muito precisa ser feito para evitar a ultrapassagem do limite de 1,5 graus Celsius.

Funcionamento do Acordo e Transparência

Adotado por 195 estados Partes e em vigor desde 2016, o Acordo de Paris estabeleceu um compromisso global e vinculativo. O mecanismo funciona em ciclos de cinco anos, nos quais cada país apresenta ou atualiza suas NDCs. Os documentos abrangem a redução de emissões, estratégias de adaptação e diretrizes de longo prazo para a neutralidade de carbono.

A cooperação internacional é um pilar do acordo, especialmente para apoiar países em desenvolvimento. O tratado prevê o Quadro de Transparência Reforçado, que, desde 2024, obriga as partes a reportarem ações, avanços e apoios. Esses dados alimentarão o balanço global, que avalia o progresso coletivo rumo às metas.

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Com informações:  Agência Brasil

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