Conecte-se conosco

Natureza

O Mito Sinistro: Por que os abutres circulam no céu, segundo especialistas

Publicado

em

Abutres não circulam esperando a morte de humanos, mas sim utilizam correntes térmicas (térmicas) como um “elevador invisível” para economizar energia e buscar carniça, agindo como essenciais “equipes de limpeza da natureza”

A imagem culturalmente difundida do abutre circulando ameaçadoramente no alto, esperando a morte de um ser humano, é, na realidade, um grande equívoco, de acordo com especialistas. Chris McClure, do The Peregrine Fund e líder da Rede Global de Impacto Raptor (GRIN), afirma que nunca houve um caso real de abutres circulando um humano moribundo, e que a verdadeira razão para o comportamento de voo circular é puramente aerodinâmica e econômica em termos de energia.

Termodinâmica Aérea: O Segredo do Voo Circular

O voo circular dos abutres e outras aves de rapina (como águias e urubus) está intimamente ligado ao aproveitamento das térmicas.

  • O que são Térmicas: São colunas de ar ascendente criadas pelo aquecimento desigual da superfície terrestre pelo sol. O ar aquecido próximo ao solo se torna menos denso e sobe, criando uma corrente ascendente que funciona como um “elevador invisível” para as aves.

  • Economia de Energia: As aves usam essas térmicas para ganhar altitude e se deslocar, como se fossem rodovias, gastando muito pouca energia. Ao circular, elas permanecem na mesma corrente ascendente para subir.

  • Busca por Alimento: Uma vez em altitude, as aves, além de se beneficiarem de melhores temperaturas, estão em posição ideal para procurar carniça (animais mortos). Algumas espécies, como o abutre-de-peru (Cathartes aura), têm um olfato excepcional e conseguem detectar o etil mercaptano, uma substância química liberada pela decomposição, permitindo-lhes localizar carniça mesmo em florestas densas.

Após a localização, a circulação pode servir também para a ave verificar se o animal está de fato morto e se carnívoros maiores já abriram a carcaça (facilitando o consumo), garantindo que a descida para se alimentar seja segura.

O Maior Equívoco: Abutres como Agentes de Saúde Pública

McClure afirma que o maior mal-entendido sobre os abutres é a ideia de que eles espalham doenças. Pelo contrário, os abutres são essenciais para os ecossistemas e atuam como a “equipe de limpeza da natureza”.

  • Proteção Contra Doenças: Os estômagos dos abutres contêm uma mistura de ácidos fortes e bactérias letais. Ao se alimentarem de carcaças infectadas com patógenos perigosos (como antraz, raiva, salmonela ou cólera), esses patógenos são eliminados no sistema digestivo da ave, impedindo sua propagação.

  • Exemplo da Índia: Um caso crítico ocorreu na Índia, onde o uso do anti-inflamatório diclofenaco no gado levou à morte de quase toda a população de abutres do país. O declínio drástico das aves resultou na proliferação de bactérias e infecções, incluindo a raiva, que se espalharam a partir de carcaças não consumidas. Estima-se que isso tenha levado à morte de cerca de meio milhão de pessoas entre 2000 e 2005.

Abutres como Aliados na Segurança

Além de seu papel ecológico, o rastreamento de abutres com unidades GPS tem oferecido um benefício surpreendente para as pessoas, especialmente na África.

  • Combate à Caça Ilegal: Abutres marcados com GPS são usados para identificar onde a caça furtiva está ocorrendo. Como as aves localizam as carcaças antes das autoridades e se reúnem em grande número em torno de animais de grande porte mortos, os dados de GPS fornecem pistas sobre atividades ilegais, ajudando na captura de caçadores furtivos.


Com informações: Live Science

Anúncio

 

Continue lendo
Anúncio

Clique para comentar

Deixa uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Desastres naturais: 21 cidades têm situação de emergência reconhecida pelo MIDR em 11 estados

Publicado

em

Por

Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) reconhece situação de emergência em 21 municípios de 11 estados por eventos como chuvas intensas, vendaval e estiagem, permitindo que as prefeituras solicitem recursos federais e que trabalhadores de algumas cidades atinjam o saque do FGTS por calamidade.


Reconhecimento Federal de Emergência Abrange Diversos Tipos de Desastres

O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) reconheceu a situação de emergência em 21 municípios distribuídos por 11 estados brasileiros. A medida oficializa o impacto de diversos desastres naturais, como chuvas intensas, estiagem, vendaval e seca, nos estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

O reconhecimento federal é uma etapa crucial que permite aos municípios afetados solicitarem recursos do Governo Federal para realizar ações de Defesa Civil.

Municípios Aptos a Solicitar Ajuda Federal

Com o reconhecimento da situação de emergência, as prefeituras podem pleitear verbas para a compra de itens essenciais e serviços de apoio à população atingida, incluindo:

  • Cestas básicas e água mineral.

  • Refeições para trabalhadores e voluntários.

  • Kits de limpeza de residência, higiene pessoal e dormitório.

Para solicitar os recursos, os municípios devem formalizar o pedido por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD). O estado de São Paulo, por exemplo, possui 17 reconhecimentos vigentes, sendo nove por vendaval.

A lista detalhada dos municípios afetados por tipo de desastre é a seguinte:

Tipo de Desastre Municípios Afetados Estados
Chuvas Intensas Caetité, Itarantim, Lauro de Freitas, Macaúbas Bahia
Conceição do Castelo Espírito Santo
Barra do Ribeiro Rio Grande do Sul
Dolcinópolis São Paulo
Luiz Alves Santa Catarina
Granizo Juranda, São Sebastião da Amoreira Paraná
Petrolândia Santa Catarina
São Manuel São Paulo
Estiagem Carauari Amazonas
Juazeiro, Tremedal Bahia
Umbuzeiro Paraíba
Vendaval e Tornado Esperança do Sul (Vendaval), Xanxerê (Tornado) Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Seca São Paulo do Potengi Rio Grande do Norte
Erosão Costeira/Marinha Jaboatão dos Guararapes Pernambuco
Incêndio Florestal Altamira Pará

Saque do FGTS por Calamidade Disponível em Cidades Selecionadas

Em complemento ao apoio do MIDR, parte dos municípios que obtiveram o reconhecimento de situação de emergência também foram incluídos na lista de localidades onde os trabalhadores têm direito a requisitar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por calamidade.

Anúncio

Essa medida de auxílio financeiro emergencial abrange os moradores das seguintes cidades:

  • Bahia: Itarantim e Macaúbas.

  • Espírito Santo: Conceição do Castelo.

  • Rio Grande do Sul: Barra do Ribeiro.

  • Santa Catarina: Luiz Alves e Petrolândia.

  • Paraná: Juranda e São Sebastião da Amoreira.

  • São Paulo: Dolcinópolis e São Manuel.

Os trabalhadores residentes nessas localidades poderão requerer o benefício até o início de março de 2026.

De acordo com as regras da Caixa Econômica Federal, para ter direito ao saque é necessário ter saldo na conta do FGTS e não ter realizado retirada pelo mesmo motivo em um período inferior a 12 meses. O valor máximo que pode ser sacado é de R$ 6.220,00 por conta vinculada, limitado ao saldo disponível. O pedido pode ser efetuado de forma simplificada por meio do Aplicativo FGTS.


Com informações: Revista Fórum

Continue lendo

Brasil

Vitrine da Restauração lança nova versão para integrar dados e alavancar a cadeia ecológica no país

Publicado

em

Por

A plataforma Vitrine da Restauração lançou uma nova versão com o objetivo de ser o ponto de encontro entre todos os atores da cadeia de restauração ecológica no Brasil, como fornecedores de insumos, viveiros, coletores de sementes, pesquisadores e políticas públicas. A ferramenta, acessível online e de forma gratuita, disponibiliza um banco de dados georreferenciado e é considerada estratégica para que o Brasil atinja a meta de restaurar 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030 e para a efetiva implementação do Código Florestal.


A nova versão da Vitrine da Restauração, inicialmente criada em 2020, foi lançada com o apoio técnico e financeiro do projeto PlanaFlor (coordenado pela BVRio e FBDS) e em parceria com a Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (Sobre). O lançamento ocorreu durante o 1º Encontro Estadual do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA).

Eficiência e Planejamento para a Meta Nacional 🌳

A plataforma visa trazer mais eficiência e escala para as iniciativas de recuperação da vegetação, conectando quem precisa investir a quem entrega resultados em campo.

  • Benefícios para Gestores e Financiadores: A diretora de Florestas e Políticas Públicas da BVRio, Roberta del Giudice, destacou que a ferramenta permite que os governos “consigam planejar melhor”, que os financiadores “identifiquem projetos sólidos” e que as empresas da cadeia produtiva “ganhem mais oportunidades de atuação”.

A restauração ecológica envolve toda uma cadeia produtiva que vai além do plantio, e a Vitrine da Restauração busca integrar todos esses elos, desde a coleta de sementes até a aplicação de políticas públicas.


Com informações: ECO

Anúncio

Continue lendo

Meio Ambiente

Macaco-Aranha-da-Cara-Branca: Pesquisa revela dieta e relação com o turismo na Amazônia

Publicado

em

Por

Espécie em perigo: Estudo na RPPN do Cristalino, Mato Grosso, retoma monitoramento do macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles marginatus), revelando adaptações na dieta e a aparente convivência harmoniosa com o fluxo turístico na área.


Monitoramento de Macaco-Aranha-da-Cara-Branca é Retomado na Amazônia

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Cristalino, localizada em Alta Floresta, no norte de Mato Grosso, tornou-se o epicentro de uma pesquisa essencial para a conservação de um primata exclusivo do Brasil: o macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles marginatus). Após um hiato de aproximadamente dez anos, o monitoramento da espécie foi retomado, fornecendo novos dados sobre seu comportamento e ecologia.

Com um corpo majoritariamente preto e a face marcada por uma característica faixa branca na testa e acima da boca, este primata possui cerca de 60 centímetros de comprimento, complementados por uma cauda preênsil de aproximadamente 70 cm. A espécie está classificada como Em Perigo de extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O habitat natural do macaco-aranha-da-cara-branca está restrito a porções específicas do norte de Mato Grosso e da região central do Pará. Infelizmente, esta área coincide com o chamado Arco do Desmatamento, uma região com as mais altas taxas de supressão florestal. A perda de habitat, somada à caça e aos impactos de grandes empreendimentos, como rodovias e hidrelétricas, coloca a sobrevivência da espécie em risco.

Pesquisa Detalha Dieta e Uso do Território

O refúgio para o Ateles marginatus está em áreas protegidas como a RPPN do Cristalino, que se integra ao Parque Estadual Cristalino, formando um contínuo florestal de cerca de 200 mil hectares.

O estudo recente, conduzido pela bióloga Fabrícia Dias Santana, mestranda da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), acompanhou um grupo de 20 macacos-aranha que circula nas proximidades do Cristalino Lodge, um ponto com maior fluxo de visitantes. Durante dez meses, a pesquisadora registrou a alimentação, o descanso, a locomoção, o padrão de uso do território e as interações sociais dos primatas.

Os macacos-aranhas são conhecidos por se alimentarem essencialmente de frutos, desempenhando um papel crucial como dispersores de sementes nas copas das árvores. O primatólogo Gustavo Canale, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e orientador da pesquisa, destacou a importância ecológica da espécie.

Anúncio

“Eles são jardineiros da floresta e contribuem para a captura de carbono, já que as maiores árvores são as de madeira mais densa e que acumulam maior quantidade de carbono”, explicou Canale.

A pesquisa revelou que o comportamento alimentar é mais adaptável do que se imaginava. Notou-se, em especial durante o período seco, quando a disponibilidade de frutos diminui, uma flexibilização da dieta com a inclusão de folhas, sementes, brotos, cascas de árvores e até pequenos invertebrados no cardápio dos macacos. Esta adaptabilidade é um fator relevante para a sobrevivência da espécie em ambientes com variações sazonais.

Macacos-Aranhas e o Turismo de Observação

Um dos focos do estudo foi investigar a relação do primata com a presença humana, particularmente nas trilhas turísticas do Cristalino Lodge. A bióloga Fabrícia Santana não identificou alterações negativas no comportamento do grupo monitorado em função da presença de visitantes. Pelo contrário, os macacos frequentemente utilizam áreas próximas ao lodge e às trilhas.

A hipótese levantada é que essa convivência tranquila seja resultado da habituação do grupo aos humanos, visto que a atividade turística é praticada na área há mais de três décadas. No entanto, a pesquisa enfatiza a necessidade de estudos de longo prazo e análises complementares para entender a real e completa influência do turismo na espécie.

O monitoramento faz parte do Programa de Pesquisa e Conservação do macaco-aranha-da-cara-branca, uma parceria que envolve a Fundação Ecológica Cristalino (FEC), Instituto Ecótono, Cristalino Lodge, UFMT e UNEMAT, alinhado ao Plano de Ação Nacional (PAN) para Conservação dos Primatas Amazônicos.

Cristalino Integra Rota de Conservação e Ecoturismo

A observação de primatas, assim como a de aves, representa uma alternativa estratégica para a geração de renda e emprego associada à conservação ambiental.

O estado de Mato Grosso abriga 28 espécies conhecidas de primatas, sendo que a RPPN do Cristalino sozinha possui sete delas, incluindo o cuxiú-de-nariz-branco (Chiropotes albinasus) e o zogue-zogue-de-barriga-vermelha (Plecturocebus moloch).

A reserva é um dos destaques da recém-elaborada Rota dos Primatas de Mato Grosso, um roteiro de ecoturismo que abrange sete locais nos três biomas do estado – Pantanal, Cerrado e Amazônia – e permite a observação de pelo menos 14 espécies. A iniciativa, em fase de implementação, tem o objetivo de fortalecer o turismo, a ciência-cidadã e a conservação, conectando a observação da fauna com o desenvolvimento sustentável local.

Anúncio


Com Informações de: ECO

Continue lendo
Anúncio


Em alta

Copyright © 2021-2025 | Fato Novo - Seu portal de notícias e informações reais e imparciais.

Verified by MonsterInsights