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Economia

Petrobras: Novo plano 2026-2030 eleva investimentos em gás e fertilizantes

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Estatal aumenta foco na recomposição de ativos, mirando expansão da oferta de gás natural para 67 MMm³/d e retomada estratégica da produção de fertilizantes nitrogenados

O novo Plano de Negócios 2026-2030 da Petrobras confirma a rota de avanço e recomposição em setores-chave da infraestrutura energética e do desenvolvimento nacional: o gás natural e os fertilizantes. A estratégia marca a consolidação da reversão do ciclo de desverticalização (2016-2022), que havia fragmentado cadeias produtivas essenciais e reduzido a presença da estatal em segmentos estratégicos.

O plano quinquenal mais recente mantém a ênfase na expansão da oferta de gás e na reativação das fábricas de fertilizantes nitrogenados (Fafens), aumentando o volume de investimentos na área. A alocação de capital (Capex) para Gás e Logística subiu de US$ 3,6 bilhões para US$ 4,1 bilhões e, no segmento de Fertilizantes, passou de US$ 900 milhões para US$ 1 bilhão.

Gás Natural: Aumento da oferta e novos projetos

A principal meta da Petrobras para o mercado de gás natural é elevar a oferta para 67 milhões de metros cúbicos por dia (MMm³/d) até 2030. Este volume supera a média da demanda registrada no primeiro semestre de 2025 (60 MMm³/d), apoiando-se na nova produção e no gás associado do pré-sal.

Dois projetos são considerados estruturantes para sustentar esta ampliação de suprimento:

  • Projeto Raia: Operado pela Equinor (com participação da Petrobras e Repsol), é o principal empreendimento dedicado ao gás no quinquênio.

  • Projeto Sergipe Águas Profundas (Seap): A Petrobras será operadora. Embora o projeto possa adicionar até 12 MMm³/d à malha, a entrada de Seap 2 está prevista para 2030 e Seap 1, para após esse período. É um ponto de atenção, pois o projeto tem enfrentado sucessivos adiamentos desde o ciclo anterior.

A infraestrutura do Rota 3, que amplia o escoamento do pré-sal da Bacia de Santos com capacidade entre 18 e 21 MMm³/d, já está incorporada ao sistema e cumpre um papel decisivo no processamento do gás associado. A companhia projeta ainda aumentar a capacidade de processamento para 100 MMm³/dia e ampliar a capacidade de importação de Gás Natural Liquefeito (GNL) em 40 MMm³/dia, por meio de dois novos terminais de regaseificação.

Estratégia no mercado e redução de preços

Um vetor importante do plano é a estratégia comercial da Petrobras no mercado livre de gás. A empresa projeta um crescimento de 300% nas vendas por esse canal direto com consumidores, reafirmando seu posicionamento como a principal comercializadora nacional.

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Esse movimento é acompanhado pela sinalização pública da empresa em ofertar gás a patamares próximos de US$ 7/MMBtu, valor significativamente abaixo das médias históricas de suprimento. A ampliação da oferta própria e o uso comercial do portfólio de gás associado configuram uma nova dinâmica concorrencial no setor, onde a Petrobras busca ser competitiva pela oferta primária e preço.

Fertilizantes: A retomada estratégica e a UFN-III

No segmento de fertilizantes, a Petrobras reafirma a retomada da cadeia química, com foco na redução da dependência externa de nitrogenados. O plano detalha a alocação de US$ 1 bilhão no quinquênio. Quatro ativos são estratégicos:

  • UFN-III (Três Lagoas – MS): Principal projeto e único com ampla expansão projetada. Apesar do deslocamento da entrada de 2028 para 2029, mantém a capacidade de 3.600 toneladas/dia e é o principal vetor de crescimento futuro.

  • Retomada Operacional: As unidades de Fafen-BA, Fafen-SE e Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA – PR) têm como foco a continuidade operacional, servindo como base estruturante para a retomada já em 2026.

A produção de fertilizantes consumirá 3,3 MMm³/dia de gás natural em 2026, com potencial de suprir 20% da demanda nacional de ureia, reduzindo a subordinação externa. A empresa planeja ainda comercializar os fertilizantes diretamente a grandes consumidores da região Centro-Oeste (TO, MA, PI e Oeste da BA).

Desafios estruturais persistem

Apesar dos avanços na reconstrução de capacidades, o novo plano da Petrobras segue condicionado a enfrentar gargalos herdados do período de desverticalização. O texto aponta para fragilidades estruturais persistentes no país:

  • Logística e Transporte: A desverticalização, com a venda de gasodutos e da Gaspetro (distribuição), fragmentou a cadeia, elevou a tarifa e dificultou a interiorização do gás. A Petrobras amplia a oferta, mas não controla integralmente os meios de escoamento e distribuição.

  • Regulação: Gargalos regulatórios (como classificação de dutos e integração da malha) e elos logísticos privatizados limitam o alcance territorial do insumo e encarecem o produto final.

  • Interdependência: A reativação das fábricas de ureia e amônia (fertilizantes) depende intrinsecamente da ampliação da oferta de gás a preços estáveis e com logística integrada.

Para superar essa condição, o texto sugere a necessidade de recompor a coordenação estatal e reverter os limites impostos pela desverticalização, integrando energia, indústria e agricultura em uma política nacional. No entanto, a ausência de novos projetos de refinarias ou fábricas de fertilizantes, além do anunciado, indica um “vazio estratégico” que precisa ser preenchido para que a estatal cumpra integralmente seu papel na reindustrialização e na interiorização do desenvolvimento produtivo do país.


Com informações: Diplomatique.

 

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Brasil

Salário mínimo terá aumento de r$ 103 e chegará a r$ 1.621 em 2026

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O reajuste, que passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2026, utiliza o INPC e a política de ganho real limitada a 2,5% pelo novo arcabouço fiscal, beneficiando 59,9 milhões de brasileiros.


O salário mínimo no Brasil terá um aumento de R$ 103 a partir de 1º de janeiro de 2026, atingindo o valor de R$ 1.621. O novo montante, que substitui o valor atual de R$ 1.518, será pago aos trabalhadores e beneficiários a partir de fevereiro, após a formalização por meio de decreto do presidente Lula (PT).

O reajuste foi confirmado após a divulgação do índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é a base de cálculo para a correção anual.

A Nova Regra de Valorização

O governo Lula resgatou a política de valorização do salário mínimo, que garante reajustes acima da inflação, diferentemente dos governos anteriores, que corrigiram o piso apenas pelo índice inflacionário.

A fórmula de valorização estabelecida em lei considera dois fatores:

  1. O INPC acumulado até novembro (índice de inflação).

  2. O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes (ganho real).

Apesar de o crescimento do PIB de 2024 (3,4%) levar a um valor projetado de R$ 1.636, uma lei aprovada em dezembro do ano passado limitou o ganho real a 2,5% em função das restrições do novo arcabouço fiscal.

O valor final de R$ 1.621 resulta da soma da inflação de 4,18% (INPC acumulado) com o ganho real máximo de 2,5%.

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Impacto Econômico e Social

O salário mínimo serve como referência para 59,9 milhões de pessoas no país, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Além dos trabalhadores com carteira assinada, o reajuste beneficia diretamente:

  • Aposentadorias e pensões que recebem o piso.

  • Abono salarial.

  • Benefícios assistenciais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A correção do mínimo também tem reflexos indiretos importantes na economia, como o aumento do salário médio e da capacidade de consumo das famílias.


Com informações: Revista Fórum

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Brasil

Lula comenta revogação da Lei Magnitsky contra Moraes e envia recado a Tarcísio sobre a economia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no evento de lançamento do SBT News e comentou a revogação da lei Magnitsky pelo governo dos EUA contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes. O presidente revelou ter negociado com o ex-presidente Donald Trump a suspensão da sanção e celebrou a decisão como uma “vitória da democracia brasileira”. Lula também aproveitou a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para rebater prognósticos econômicos negativos.


Lula e a Negociação Internacional 🇧🇷 🇺🇸

O presidente Lula destacou que a revogação da sanção imposta pelos estados Unidos a Alexandre de Moraes, sua esposa e o instituto Lex foi resultado de um diálogo que ele elevou à esfera de “nação para nação”.

  • Diálogo com Trump: Lula relatou ter conversado com Donald Trump na semana anterior sobre a sanção, enfatizando que a questão não era pessoal, mas sim sobre a soberania e a democracia brasileira.

    “Não é possível admitir que um presidente de um país possa punir, com as leis dele, autoridades de outro país que estão exercendo a democracia. A tua vitória, Alexandre, é a vitória da democracia brasileira”, afirmou Lula.

  • A Lei Magnitsky: Esta lei permite que os EUA apliquem sanções (como revogação de vistos) contra indivíduos ou instituições acusados de corrupção ou violação de direitos humanos fora da jurisdição estadunidense. A sanção contra Moraes havia sido anunciada em julho.

Moraes Agradece e Celebra a Soberania Nacional ⚖️

Em seu discurso, o ministro Alexandre de Moraes agradeceu publicamente o empenho do presidente Lula e sua equipe. Moraes classificou a suspensão da sanção como uma “tripla vitória”:

  1. Vitória do Judiciário brasileiro: Que não se vergou a ameaças ou coações.

  2. Vitória da soberania nacional: Pois o país não admitiu a invasão na soberania.

  3. Vitória da democracia: O Brasil estaria dando um exemplo de força institucional.

Economia e Mensagem a Tarcísio 📈

Durante a celebração, o presidente também abordou a situação econômica brasileira, dirigindo-se diretamente ao governador Tarcísio de Freitas:

“Eu estava vendo uma matéria no jornal e todos os prognósticos negativos contra a economia brasileira anunciados no início de janeiro não deram certo, Tarcísio. Tudo melhorou no mês de outubro.”


Com informações: Revista Fórum

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Economia

De centro de pesca a paraíso fiscal: A rápida e estratégica transformação de Dubai

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Dubai, um dos principais polos financeiros e turísticos do oriente Médio, experimentou uma das mais rápidas transformações urbanas e econômicas do século XX. Originalmente um pequeno assentamento focado na pesca, comércio e extração de pérolas, o emirado utilizou a descoberta de pequenas reservas de petróleo para financiar uma intensa diversificação econômica, tornando-se hoje um dos principais paraísos fiscais do mundo

Do Mar ao Petróleo: O Início da Mudança 🏗️

Até meados de 1900, a economia de Dubai era baseada em atividades marítimas. O ponto de viragem ocorreu com a descoberta de petróleo em quantidades modestas.

  • Financiamento da Infraestrutura: Embora as reservas fossem menores do que as de outros países do golfo Pérsico, a exploração inicial do petróleo permitiu ao governo financiar obras de infraestrutura cruciais, como estradas, instalações portuárias e o aeroporto, preparando o emirado para o futuro.

  • Declínio do Petróleo no PIB: Inicialmente, os hidrocarbonetos representavam cerca de 50% do PIB de Dubai. Hoje, essa área econômica representa menos de 1% do total.

A Estratégia de Diversificação e o Estatuto de Paraíso Fiscal 💰

A partir das décadas de 1970 e 1980, as autoridades locais implementaram uma política estratégica de diversificação, visando o comércio, finanças e turismo, para garantir a sustentabilidade econômica pós-petróleo.

  • Atratividade Fiscal: O governo estruturou zonas com baixa tributação para atrair empresas internacionais e investidores, desenvolvendo legislações específicas para o setor de serviços financeiros.

  • Porto Seguro para Investidores: A posição estratégica e as políticas de baixa regulamentação transformaram Dubai em um refúgio para bilionários e um dos principais paraísos fiscais do mundo. Ricardo Soares de Oliveira, professor da universidade de Oxford, afirma que os Emirados Árabes Unidos toleram fluxos e transações ilícitas que outros centros financeiros evitam.

Grande parte da força de trabalho essencial para a construção de projetos grandiosos, como o burj Khalifa, é composta por imigrantes de países do sul da Ásia (como índia e paquistão), que trabalham sob condições de baixa remuneração e legislações trabalhistas quase inexistentes.


Com informações: Revista Fórum

 

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