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Bancos centrais do mundo controlam dependência do dólar, aponta relatório

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Levantamento do OMFIF mostra que 60% dos bancos centrais planejam diversificar reservas. Geopolítica e risco impulsionam a busca por ouro, euro e renminbi, enquanto o dólar perde demanda.


Bancos centrais do mundo controlam dependência do dólar, aponta relatório

Um levantamento global conduzido pelo Fórum Oficial de Instituições Monetárias e Financeiras (OMFIF) revela que os bancos centrais de diversos países estão diminuindo gradualmente a dependência do dólar norte-americano em suas reservas internacionais. O estudo, realizado com 75 bancos centrais que administram mais de US$ 7 trilhões em ativos , mostra que o dólar foi a única moeda a registrar queda na demanda no último ano.

O movimento faz parte de uma estratégia mais ampla de diversificação de reservas , impulsionada principalmente por fatores de gestão de riscos e resiliência geopolítica , e não apenas pela busca por rentabilidade.


Geopolítica como fator decisivo

Uma pesquisa aponta que 96% dos gestores de reservas consideram as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos uma grande preocupação. Além disso, mais de 80% citam a geopolítica como um dos principais fatores que influenciam as decisões de três investimentos de longo prazo — à frente de variáveis tradicionais como inflação e taxas de juros reais .

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Esse cenário tem levado instituições a compensar a concentração em ativos denominados em dólar, especialmente diante do crescente protecionismo e da volatilidade nas relações internacionais.


Euros, renminbi e, principalmente, ouro ganham espaço

Entre as alternativas, o ouro se destaca como o ativo mais atrativo para a diversificação. Atualmente, 32% dos bancos centrais planejam aumentar suas reservas de metal precioso em um horizonte de curto prazo, impulsionados por sua natureza neutra, creditícia e proteção contra crises.

Além disso:

  • 16% dos bancos centrais pretendem elevar as suas posições em euro ;
  • As instituições de mercados emergentes aumentaram o interesse pelo renminbi (RMB) , a moeda chinesa, como parte de suas estratégias de reserva.

Dólar ainda domina, mas hegemonia é questionada

Apesar da tendência de diversificação, o dólar mantém posição central no sistema financeiro global. Mais de 80% dos entrevistados afirmaram que a moeda norte-americana continua sendo a mais segura e líquida , e espera que represente mais de 50% das reservas internacionais na próxima década .

No entanto, o relatório do OMFIF conclui que o mundo caminha para um sistema monetário mais multipolar , onde o domínio do dólar será progressivamente partilhado com outras moedas e activos, reflectindo um novo ambiente económico marcado por tensões geopolíticas, desconfiança em sistemas unilaterais e a busca por maior autonomia financeira.


Fonte: Revista Fórum

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