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Capitulação da Alemanha na 2ª Guerra completa 80 anos

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“Nós, abaixo-assinados, que negociamos em nome do Alto Comando alemão, declaramos a capitulação incondicional ante o Alto Comando do Exército Vermelho e ao mesmo tempo ante o Alto Comando das forças expedicionárias aliadas de todas as nossas Forças Armadas na terra, na água e no ar, assim como de todas as demais que no momento estão sob ordens alemãs. Assinado em 8 de maio de 1945 em Berlim. Em nome do Alto Comando alemão: Keitel, Friedeburg, Stumpf…”

O que o locutor da Rádio do Reich anunciava em poucas palavras na manhã de 9 de maio de 1945 era o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. Todos os sobreviventes respiraram aliviados. Mas aquilo que a maioria – também dos alemães – sentiu como libertação, significava, para outros, vergonha.

As vitórias-relâmpago sobre a Polônia, a França e a Noruega haviam cegado muitos alemães e, acima de tudo, a própria liderança nazista. O ataque à União Soviética, em 22 de junho de 1941, resultava desse delírio provocado pelas fáceis conquistas militares.

“Do quartel-general do führer, o Alto Comando informa: em defesa contra o ameaçador perigo do leste, a Wehrmacht (as Forças Armadas) atacou, às 3 horas da manhã de 22 de junho, a violenta marcha das tropas inimigas. Uma esquadrilha da Luftwaffe bombardeou o inimigo soviético ainda ao alvorecer.”

Otimismo de Hitler

Os esmagadores sucessos iniciais da Operação Barbarossa, nome secreto do assalto alemão à União Soviética, também pareciam levar o Reich a mais um triunfo militar. Em 3 de outubro de 1942, o ditador nazista Adolf Hitler zombou das reações da imprensa estrangeira:

“Se nós avançamos mil quilômetros, não se pode chamar isso exatamente de fracasso (…). Por exemplo, nos últimos meses – e é em apenas alguns meses que se pode sensatamente promover uma guerra neste país – nós avançamos até o Rio Don, o descemos e chegamos finalmente ao Volga. Cercamos Stalingrado e vamos tomá-la – no que os senhores podem confiar.”

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Era a primeira vez que Hitler mencionava publicamente o nome da cidade que viria, quatro meses mais tarde, mudar o destino da guerra. Se na ocasião muitos generais acreditavam no sucesso militar da ofensiva, no momento da capitulação do Sexto Exército em Stalingrado restavam poucos otimistas ainda cegamente convictos de um fim vitorioso para a Alemanha de Hitler.

A derrota das tropas alemãs na África do Norte, também em 1943, o desembarque dos Aliados na Normandia, em junho de 1944, e uma série de novas derrotas esmagadoras para os soviéticos entre 1943 e 1944 acabaram acelerando a derrota nazista.

Finalmente, cercado pelos soviéticos, Hitler tirou a própria vida em seu bunker em Berlim em 30 de abril de 1945. Dois dias depois, a capital alemã se rendeu.

Rendição

A assinatura oficial da capitulação, no entanto, ainda demoraria alguns dias. Em 7 de maio, generais alemães assinaram em Reims, na França, um primeiro documento de capitulação antes às forças aliadas. Mas os soviéticos insistiram que uma nova assinatura fosse realizada em Berlim no dia seguinte, o que foi aceito pelos alemães e o restante dos aliados.

Finalmente, em 8 de maio, o documento de rendição definitiva foi assinado no bairro de Karlshorst, no leste de Berlim. O lado alemão foi representado pelo almirante Hans-Georg von Friedeburg, o marechal Wilhelm Keitel e o brigadeiro Hans-Jürgen Stumpff.

Os soviéticos foram representados pelo marechal Georgy Zhukov; os britânicos, pelo marechal-do-ar Arthur William Tedder; os americanos, pelo general Carl Spaatz; os franceses, pelo general Jean de Lattre de Tassigny.

Um dia após a capitulação incondicional, a emissora de rádio do Reich da cidade de Flensburg, onde residia o almirante Karl Dönitz, que após o suicídio de Hitler exerceu interinamente o posto de presidente do Reich até 23 de maio, levou ao ar o último boletim da Wehrmacht, elogiando o que chamou de heroica resistência dos últimos batalhões na foz do Rio Vístula, no leste alemão.

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“Vinte horas e três minutos. No ar, a emissora do Reich de Flensburg e sua rede de afiliadas. Hoje, transmitimos o último boletim da Wehrmacht sobre esta guerra. Do quartel-general do almirante, em 9 de maio de 1945, o Alto Comando informa que…”

O que todos os boletins oficiais das Forças Armadas sempre haviam omitido, passou gradualmente a ficar claro a partir de 8 de maio de 1945. Além dos monstruosos danos materiais e da destruição irreparável de obras de arte, a Segunda Guerra Mundial consumira mais de 40 milhões de vidas humanas apenas na Europa.


Fonte: Opera Mundi

Meio Ambiente

Administração Trump tenta intervir em processo contra nova “taxa verde” do Havaí

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O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), sob a administração Trump, entrou com uma moção para intervir em um processo judicial movido pela Cruise Lines International contra a nova “taxa verde” do Havaí. A taxa, aprovada em abril passado e com entrada em vigor em 1º de janeiro, visa arrecadar cerca de US$ 100 milhões anualmente para financiar projetos de combate às alterações climáticas e à degradação ambiental causada pelo turismo. O DOJ classificou o imposto, que se aplica a hóspedes de hotéis e navios de cruzeiro, como um “esquema para extorquir” e está sendo criticado por especialistas jurídicos por ser uma ação ideologicamente motivada e hostil a iniciativas climáticas

O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) da administração Trump solicitou intervir no processo judicial que questiona a constitucionalidade da nova “taxa verde” do Havaí, que foi aprovada para compensar o impacto ambiental do turismo. A ação, incomum, ocorre em um contexto de hostilidade federal às políticas de combate às alterações climáticas.

Detalhes da Taxa Verde 💵

A nova taxa, considerada a primeira do gênero no país, entrará em vigor em 1º de janeiro e será aplicada a visitantes de curta duração e hóspedes de hotéis.

  • Aumento: A taxa de alojamento paga pelos visitantes em hotéis e aluguéis de curta duração aumentará em 0,75 ponto percentual, totalizando 14% (incluindo taxas municipais).

  • Navios de Cruzeiro: Pela primeira vez, os passageiros de navios de cruzeiro começarão a pagar o imposto integral sobre visitantes, o que representaria uma nova taxa de 14% sobre o tempo que esses passageiros permanecerem nos portos do Havaí.

  • Receita Estimada: As autoridades estaduais estimam que a taxa arrecadará cerca de US$ 100 milhões anualmente para financiar projetos climáticos e ambientais.

O Conselho Consultivo de Taxas Verdes está atualmente avaliando 620 projetos que, juntos, custariam cerca de US$ 2 bilhões.

O Processo Judicial e a Intervenção Federal

A ação judicial contra a taxa verde foi movida pela Cruise Lines International, a qual argumenta que o imposto viola a Cláusula de Tonelagem e a Lei de Rios e Portos da Constituição dos EUA, que limitam a capacidade dos estados de cobrar taxas de navios que atracam em seus portos.

A intervenção do DOJ no processo, solicitada um dia antes da primeira audiência, foi caracterizada por Richard Wallsgrove, codiretor do Programa de Direito Ambiental da Escola de Direito William S. Richardson, como um exagero motivado ideologicamente. O procurador-geral adjunto Stanley Woodward chamou o imposto de um “esquema para extorquir cidadãos e empresas americanos”.

A juíza federal Jill Otake ainda terá que se pronunciar sobre a moção do DOJ e sobre a moção do gabinete da procuradora-geral do estado, Anne Lopez, para encerrar o caso. Uma decisão judicial definirá a abrangência da taxa, especialmente sobre como os navios de cruzeiro serão tratados e tributados em comparação com os alojamentos em terra.

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Com informações: Batida Civil de Honolulu, Grist

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Meio Ambiente

Nova Inglaterra lança iniciativa de US$ 450 milhões para instalar bombas de calor e reduzir a dependência de combustíveis fósseis

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Cinco estados da região de Nova Inglaterra nos Estados Unidos (Connecticut, Maine, Massachusetts, New Hampshire e Rhode Island) lançaram o Acelerador de Bomba de Calor da Nova Inglaterra, um esforço de US$ 450 milhões para instalar cerca de 580 mil bombas de calor residenciais. A iniciativa, financiada por fundos federais, visa reduzir as emissões de carbono em 2,5 milhões de toneladas métricas até 2030, substituindo o aquecimento baseado em combustíveis fósseis, como o óleo e o gás natural, e diminuindo os custos de energia para os residentes

Cinco estados da Nova Inglaterra — Connecticut, Maine, Massachusetts, New Hampshire e Rhode Island — formaram o Acelerador de Bomba de Calor da Nova Inglaterra, uma colaboração inédita para acelerar a adoção de bombas de calor energeticamente eficientes e de baixas emissões. O esforço é financiado por US$ 450 milhões do programa federal de Subsídios para Redução da Poluição Climática, criado pela Lei de Redução da Inflação de 2022.

Metas e Estratégia do Acelerador 🎯

A Nova Inglaterra é um alvo importante para esta iniciativa por sua alta dependência de aquecimento por combustíveis fósseis, como o óleo para aquecimento. Mais da metade das casas no Maine, por exemplo, ainda são aquecidas a óleo.

  • Objetivo de Instalação: O programa visa apoiar a instalação de aproximadamente 580 mil bombas de calor residenciais.

  • Impacto Climático: A meta é reduzir as emissões de carbono em 2,5 milhões de toneladas métricas até 2030, o que equivale a retirar mais de 540 mil veículos de passageiros a gás das estradas.

  • Redução de Custos: A iniciativa também visa combater o elevado custo de eletricidade da região, oferecendo uma opção de aquecimento mais acessível do que os combustíveis fornecidos.

Estrutura do Programa (Hubs)

O Acelerador está organizado em três áreas programáticas principais, que devem estar operacionais na primavera de 2026:

  1. Hub de Mercado (US$ 270 milhões): Oferecerá incentivos financeiros a distribuidores e empreiteiros, que repassarão a economia aos clientes. O objetivo é reduzir o custo das bombas de calor de fonte de ar em US$ 500 a US$ 700 por unidade.

  2. Hub de Inovação: Cada estado receberá US$ 14,5 milhões para financiar programas-piloto que superem as barreiras de adoção para famílias de baixa e moderada renda.

  3. Hub de Recursos: Agregará informações e fornecerá treinamento para a força de trabalho para garantir que haja profissionais qualificados para a instalação.


Com informações: Mídia Canária e Grist

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Meio Ambiente

Nilvo Silva Adverte que Derrubada de Vetos na Nova Lei Destrói a Coordenação Ambiental

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A nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental (15.190/2025), aprovada em agosto, pode promover uma “virada histórica” no controle ambiental, dependendo de autodeclarações e regras flexíveis. No entanto, o cenário se agravou com a derrubada, pelo Congresso Nacional, da maioria dos vetos que barravam os dispositivos mais controversos do texto.

O mestre em Desenvolvimento Sustentável e ex-diretor do Ibama, Nilvo Silva, em entrevista exclusiva a ((o))eco, adverte que as mudanças extrapolam a esfera do licenciamento, atingindo o “coração do sistema” de coordenação ambiental e colocando em risco a gestão integrada no país.


Impactos no Sisnama e Fragmentação Regulatória

O Sisnama e Seus Desafios

O Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), originário da Política Nacional de Meio Ambiente da década de 1980, busca estabelecer regras comuns e promover a cooperação entre os entes da federação para proteção ambiental. Nilvo Silva compara-o ao SUS, onde o governo federal define bases gerais e estados/municípios executam políticas específicas. Contudo, ele afirma que o Sisnama nunca foi plenamente implantado.

Retrocesso Institucional

O especialista critica a nova lei, pois ela se recusa a estabelecer uma regra geral, destrói a coordenação entre entes federativos, fragiliza colegiados, amplia o poder discricionário individual e incentiva uma “corrida para o precipício regulatório” entre estados e municípios, fazendo com que os critérios comuns desapareçam. Para ele, é um retrocesso institucional profundo.

Abando das Bases

Ao derrubar grande parte dos vetos ao PL 2159, o Congresso abalou as bases do Sisnama, que já eram frágeis. Nilvo Silva explica que o licenciamento é o principal instrumento das instituições ambientais, usado para avaliar impactos e autorizar ou não um empreendimento. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), desmantelado no governo anterior e agora em recuperação, sempre teve papel ativo na formulação de regras nacionais. A nova lei, com os vetos derrubados, não fortalece essa coordenação: ela fragmenta, elimina normas gerais e entrega uma enorme discricionariedade aos órgãos licenciadores individuais, resultando em uma “colcha de retalhos” em vez de articulação federativa.

Agravamento de Problemas Históricos

O maior problema histórico do licenciamento sempre foi a baixa capacidade dos órgãos ambientais — falta de financiamento, equipes pequenas, pouca gestão e baixa transparência — diante de responsabilidades gigantes. As mudanças legislativas não aumentam essa capacidade; pelo contrário, elas afrouxam regras e reduzem responsabilidades, agravando o problema.

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Outros Pontos de Fragilização

A nova lei permite que a exigência do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), determinada pela Constituição em casos de degradação significativa, não seja cobrada quando o órgão licenciador considerar que não há impacto significativo. Isso transforma um dispositivo constitucional em uma decisão puramente arbitrária, sem critério geral. Além disso:

  • Cada ente da federação poderá definir o que precisa ou não de licenciamento.

  • Cada um definirá o potencial poluidor das atividades.

  • Atividades de alto impacto poderão ser dispensadas.

  • Abre-se margem para corrupção e “caos regulatório”.

Judicialização e Insegurança Jurídica

Nilvo Silva prevê que as mudanças trarão mais judicialização e insegurança para empreendedores privados e públicos. Isenções absurdas, autodeclaração em atividades com potencial significativo e conceitos indefinidos serão levados à Justiça. Embora algumas atividades possam ser facilitadas no curto prazo, o médio e longo prazos trarão uma “enxurrada de conflitos”.

Efeitos para o País

O grande desmonte enfraquece a capacidade de ação do Estado. A autodeclaração em atividades de médio potencial poluidor significa abrir mão de controle. A sociedade perde duplamente: com mais risco ambiental e com instituições mais fracas. A falta de articulação federativa é considerada gravíssima.

Para o especialista, embora haja chance de correção para aspectos pontuais, setores mais modernos perceberão os problemas e pressionarão por mudanças. No entanto, a fragilidade institucional — a destruição da coordenação federativa — pode demorar muito mais a ser corrigida, sendo muito difícil reconstruir o sistema.


Com informações de  ECO

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