O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medida da inflação no Brasil, variou 0,26% em julho de 2025, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelo segundo mês consecutivo, o grupo Alimentação e Bebidas exerceu efeito de contenção sobre o índice, com queda de 0,27%.
A redução nos preços dos alimentos foi essencial para manter a inflação sob controle: sem essa queda, o IPCA teria sido de 0,41%.
Alimentação no domicílio cai 0,69%
A principal força desinflacionária veio da alimentação no domicílio, que registrou queda de 0,69% em julho. Destacam-se as reduções expressivas nos seguintes itens:
- Batata-inglesa: -20,27%
- Cebola: -13,26%
- Arroz: -2,89%
Essas quedas refletem a entrada de safras regulares e o bom abastecimento nos mercados, após períodos de escassez e preços elevados.
Já a alimentação fora do domicílio acelerou, com alta de 0,87%, influenciada principalmente pelo aumento de 1,90% nos lanches, ante 0,58% em junho.
Vestuário e combustíveis também pressionam para baixo
Outros grupos que contribuíram para a moderação do IPCA foram:
- Vestuário: -0,54%
- Roupas femininas: -0,98%
- Roupas masculinas: -0,87%
- Combustíveis: -0,64%
- Etanol: -1,68%
- Óleo diesel: -0,59%
- Gasolina: -0,51%
- Gás veicular: -0,14%
Pressões inflacionárias em outros setores
Apesar das quedas em itens essenciais, alguns grupos pressionaram a inflação para cima:
Habitação: +0,91%
Principalmente por causa da energia elétrica residencial, que subiu 3,04%, com impacto de 0,12 ponto percentual (p.p.) no IPCA. A alta reflete reajustes tarifários em várias capitais:
- São Paulo: +10,56% (bandeira vermelha patamar 1 vigente)
- Curitiba: +2,47%
- Porto Alegre: +1,48%
- Rio de Janeiro: -0,71% (redução)
Transportes: +0,35%
Impulsionado pela alta de 19,92% nas passagens aéreas, após dois meses de queda.
Despesas Pessoais: +0,76%
Puxado pelo reajuste de 11,17% nos jogos de azar, após mudança nas regras e valores a partir de 9 de julho.
Saúde e Cuidados Pessoais: +0,45%
Com destaque para:
- Higiene pessoal: +0,98%
- Planos de saúde: +0,35%
- Reajustes autorizados pela ANS: até 6,06% para planos pós-Lei 9.656/98, e até 7,16% para contratos anteriores.
IPCA acumulado e em 12 meses
- No ano (2025): +3,26%
- Em 12 meses: +5,23% — abaixo dos 5.35% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores
- Julho de 2024: +0,38%
Cobertura e metodologia do IPCA
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e abrange famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. Abrange 10 regiões metropolitanas, além de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Os preços foram coletados entre 1º e 30 de julho de 2025 (referência) e comparados ao período de 30 de maio a 30 de junho de 2025 (base).
Com informações: IBGE / Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República