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Religiosidade

São Paulo lança guia turístico para valorização das religiões de matriz africana

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A parceria entre as secretarias de Turismo e Viagens (Setur-SP) e de Justiça e Cidadania (SJC) busca dar visibilidade e valorizar os espaços

Com o objetivo de ampliar a visibilidade dos espaços religiosos de origem africana e valorizar suas tradições, o governo de São Paulo anunciou a criação do Guia Turístico de Religiões de Matriz Africana. A iniciativa, desenvolvida em parceria entre as secretarias de Turismo e Viagens (Setur-SP) e de Justiça e Cidadania (SJC), foi apresentada na terça-feira,18, no auditório do Palácio dos Campos Elíseos, reunindo representantes religiosos e especialistas do setor turístico.

O projeto prevê o mapeamento de templos e espaços ligados a tradições como Candomblé, Umbanda, Cultura e Culto Òrunmìlá Ifá, Jurema Sagrada e Xamanismo, além de suas variações regionais. A iniciativa será supervisionada pelo Fórum Inter-Religioso para uma Cultura de Paz e Liberdade de Crença e pretende consolidar informações para facilitar a estruturação de roteiros turísticos, incentivar investimentos no setor e ampliar o reconhecimento dessas manifestações religiosas.

“O turismo de São Paulo está focado em desenvolver conteúdo promocional sobre os atrativos religiosos de matriz africana em diversos destinos do estado, criando novos roteiros e produtos que podem ser comercializados por agências e operadoras de turismo”, afirmou Roberto de Lucena, secretário de Turismo e Viagens. O turismo religioso no Brasil movimenta anualmente cerca de 20 milhões de viagens e gera mais de R$ 15 bilhões em receita.

Já para o secretário da Justiça e Cidadania, Fábio Prieto, a criação do guia representa um avanço na promoção do turismo cultural e religioso, além de contribuir para o respeito e a inclusão. “A iniciativa reafirma o compromisso do Governo de São Paulo com a diversidade religiosa e a valorização das manifestações culturais afro-brasileiras, contribuindo para um turismo inclusivo, plural e sustentável”, destacou.

A secretária-geral do Fórum Inter-Religioso, Vânia Soares, reforçou a importância do projeto na luta contra o preconceito. “Estas religiões há muito tempo sofrem com estigmatização. Este é um passo importante para romper com esses estigmas, garantindo que esses lugares sejam reconhecidos e respeitados pela sua importância espiritual, cultural e social”, afirmou.

Para integrar o Guia Turístico, os espaços religiosos precisarão atender a alguns critérios, como possuir infraestrutura para receber visitantes, manter presença digital (site ou redes sociais), contar com um responsável para atendimento e oferecer uma apresentação estruturada sobre o local. O levantamento será feito com o apoio dos membros do Fórum Inter-Religioso, distribuídos por diversas cidades do estado.

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Fonte: Terra

Comportamento

Glossolalia: o significado do “falar em línguas” na experiência pentecostal e suas diferenças para a xenolalia

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A glossolalia, popularmente conhecida como “falar em línguas” no cristianismo carismático e pentecostal, consiste na emissão de sons e sílabas sem correspondência com idiomas conhecidos, representando uma conexão direta com o divino. O fenômeno difere da xenolalia (o dom de falar uma língua estrangeira real desconhecida) e é estudado pela antropologia, que o vê como uma linguagem imaginária de forte valor sonoro e emocional que reforça a identidade e o êxtase comunitário dos fiéis

O termo glossolalia refere-se ao fenômeno que se manifesta na experiência religiosa, especialmente em cultos pentecostais e comunidades cristãs carismáticas, onde o fiel emite sons, sílabas e frases de forma irreconhecível como idioma humano. O evento ganhou visibilidade no cenário político, como o caso da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ao comemorar uma aprovação no Senado, o que foi interpretado por líderes religiosos como um momento de comunicação direta com Deus.

Glossolalia versus Xenolalia

Embora o relato bíblico mais lembrado seja o Pentecostes (Atos 2), a interpretação teológica diverge sobre o que de fato ocorreu:

  • Glossolalia: É a emissão de sons, sílabas e frases sem correspondência com idiomas conhecidos. Para a fé, é uma conexão direta com o divino; para a academia, é um tipo de discurso automático que surge em estados emocionais intensos ou alterados.

  • Xenolalia: Refere-se à suposta capacidade de falar uma língua estrangeira verdadeira sem nunca tê-la estudado. Teólogos como Ben Witherington III argumentam que o evento de Atos 2 foi xenolalia, pois a multidão presente “os ouvia falar em sua própria língua” (At 2:6). A xenolalia é considerada rara e controversa.

Na prática, a glossolalia funciona como um elemento ritual que marca o êxtase coletivo e reforça a identidade comunitária dos fiéis.

O Olhar Acadêmico e Psicológico

A pesquisa antropológica e linguística busca entender o papel social e afetivo do fenômeno:

  • Antropologia e Linguística: A dissertação “Glossolália: O Sentido da Desordem” (1989), de Selma Baptista (Unicamp), define o fenômeno como uma linguagem imaginária cujo valor não está em transmitir informações (função comunicacional), mas sim na força sonora e na produção de uma experiência espiritual e emocional partilhada. Segundo a autora, a glossolalia rompe com a lógica da linguagem cotidiana e funciona como uma manifestação audível da presença do Espírito Santo.

  • Psicologia: A prática é interpretada como um fenômeno vinculado à emoção e a estados alterados de consciência, onde o ambiente ritual favorece a desinibição vocal. Pesquisas, como as do psiquiatra John Kildahl, indicam que os praticantes relatam alívio psicológico, sensação de presença divina e fortalecimento emocional após o ato.

O fenômeno, portanto, é menos um mistério linguístico e mais uma prática cultural que articula fé, emoção e pertencimento.


Com informações: Revista Fórum, Biblical Archaeology Society, Unicamp e estudos de Selma Baptista

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Brasil

PM em escola por reclamação de pai sobre atividade de orixás gera controvérsia em São Paulo

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Quatro policiais militares, incluindo um agente com metralhadora, estiveram na Emei Antônio Bento, no Caxingui (zona oeste de São Paulo), após o pai de uma aluna de 4 anos acionar o 190 para reclamar de uma atividade escolar sobre orixás. O material didático, baseado no livro Ciranda em Aruanda, faz parte da proposta pedagógica que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira no currículo municipal

Uma atividade escolar sobre orixás em uma escola municipal de educação infantil (Emei Antônio Bento), no Caxingui, zona oeste de São Paulo, gerou uma polêmica que culminou com a presença de policiais militares no local.

O incidente ocorreu no domingo (16) após o pai de uma aluna acionar o telefone 190 da Polícia Militar, reclamando do conteúdo da atividade. Segundo relatos de mães, quatro PMs, incluindo um agente armado com metralhadora, foram enviados à escola, apesar de não integrarem a ronda escolar.

🏫 Reunião Escolar e Abuso de Poder

A presença da corporação ocorreu no horário em que a escola realizaria uma reunião do Conselho, para a qual o pai havia sido convidado, mas não compareceu. Uma mãe relatou que os PMs demonstraram “abuso de poder, assustando crianças e funcionários”.

O descontentamento do homem já havia sido demonstrado na véspera, quando ele teria rasgado um mural com trabalhos infantis expostos na unidade.

📚 Atividade e Currículo

A atividade controversa fazia referência ao livro infantil Ciranda em Aruanda, de Liu Olivina, uma obra premiada e adotada pela rede municipal. A publicação apresenta personagens do universo das religiões de matriz africana.

A Prefeitura de São Paulo defendeu a unidade escolar, afirmando que a atividade integra as propostas pedagógicas obrigatórias do Currículo da Cidade de São Paulo, que determinam o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena.

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A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que os envolvidos foram orientados a registrar boletim de ocorrência e que a Corregedoria da PM está à disposição para apurar eventuais denúncias sobre a conduta policial.


Com informações: Portal Metrópoles / Revista Fórum

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Brasil

Projeto Conviver-SP será inaugurado no Belenzinho para oferecer Educação de Jovens e Adultos a pessoas em situação de rua

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Fruto da parceria entre Fiesp, SESI-SP e a Pastoral do Povo da Rua, coordenada pelo Padre Júlio Lancelotti, o novo espaço atenderá 80 pessoas diariamente com foco em inclusão, atividades físicas, convivência e acompanhamento psicossocial


Será inaugurado na segunda-feira (27/10) o Projeto Conviver-SP, no bairro Belenzinho, em São Paulo. A iniciativa é resultado de uma parceria estratégica entre a Fiesp, o SESI-SP e a Pastoral do Povo da Rua, coordenada pelo Padre Júlio Lancelotti.

Com capacidade para atender 80 pessoas diariamente, o espaço tem como objetivo promover a inclusão de pessoas em situação de rua e em vulnerabilidade. O projeto se baseia na implantação do Programa Nova EJA – Educação de Jovens e Adultos, complementado por atividades físicas, de convivência e práticas culturais. O local também contará com acompanhamento psicossocial, realizado pelo CAPS (Centro de Assistência Psicossocial).

O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, reforçou o compromisso social do setor produtivo com a dignidade e a transformação social, classificando a ação como “educativa com base na dignidade, na escuta e na valorização da vida”.

O acompanhamento pedagógico do Nova EJA seguirá o modelo educacional e a metodologia aplicados nas unidades do SESI-SP, nos campos de Cultura, Educação, Esportes e Lazer. O SESI-SP contribui para a parceria com doação de mobiliário, equipamentos, manutenção de professores e fornecimento de materiais didáticos.

O Padre Júlio Lancelotti afirmou que o projeto “representa o contrário do repelir” e é um “espaço de convivência” que significa “resistir com esperança”. O presidente do Conselho Nacional do SESI, Fausto Augusto Junior, destacou que o Projeto Conviver-SP é mais do que alfabetizar, sendo uma forma de reconhecer trajetórias interrompidas e oferecer um novo começo.


Com informações: Brasil de Fato / TVT News

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