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Natureza

Expedição mapeia mais de 90 espécies no Parque Estadual Caminho dos Gerais, em Minas Gerais

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Um dos destaques da expedição foi o primeiro registro fotográfico dentro do parque da espécie de sapo Trachycephalus mambaiensis, popularmente chamado de perereca-grudenta. Sua reprodução é explosiva, pois ocorre intensamente após grandes chuvas. Seu nome vem da secreção intensa e pegajosa que o animal secreta para se defender de predadores, causando dificuldade do animal em manejar a perereca e irritação devido ao veneno que ela possui. Foto: Leandro Silva

Levantamento identifica 71 espécies de anfíbios e répteis e 22 de serpentes em área de transição entre Caatinga e Cerrado

Uma expedição realizada por oito especialistas no Parque Estadual Caminho dos Gerais , em Minas Gerais, mapeou mais de 90 espécies de animais , incluindo anfíbios, répteis e serpentes , em uma ação apoiada pelo Programa COPAÍBAS . O estudo teve como objetivo principal preencher lacunas de conhecimento sobre a biodiversidade em zonas de transição entre biomas e fornecer subsídios para a gestão da unidade de conservação.

Dados do levantamento

Durante 24 horas de campo, os pesquisadores registraram:

71 espécies de herpetofauna , sendo:

  • 29 anfíbios
  • 42 répteis
  • 22 indivíduos de serpentes , pertencentes a diferentes espécies
  • Destaque para o primeiro registro fotográfico dentro do parque do sapo Trachycephalus mambaiensis , também conhecido como perereca-grudenta
Importância ecológica da área

O Parque Estadual Caminho dos Gerais está localizado em uma zona de transição entre os biomas Caatinga e Cerrado , abrangendo os municípios mineiros de Espinosa, Gameleiras, Mamonas e Monte Azul . Essa posição geográfica singular favorece a ocorrência de espécies típicas de ambos os biomas, além de outras endêmicas.

Segundo o pesquisador Adrian Garda , da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a expedição visa contribuir para a compreensão da biodiversidade regional e subsidiar políticas de conservação.

“Esses ambientes de transição são ricos em diversidade, mas historicamente subamostrados. Este trabalho é essencial para ampliar nosso entendimento sobre a distribuição das espécies e suas necessidades ecológicas”, afirmou.

O primeiro registro fotográfico da espécie dentro do parque foi feito durante a expedição e reforça a importância de ações de monitoramento contínuo.

Conservação e desafios

O Caminho dos Gerais é uma unidade de conservação estratégica para a preservação de ecossistemas ameaçados, especialmente no contexto do avanço do desmatamento e mudanças climáticas.

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No entanto, dados como os obtidos na expedição ajudam a orientar políticas públicas e ações de manejo, promovendo maior efetividade na proteção de áreas críticas e espécies vulneráveis.

Veja fotos de algumas espécies encontradas:

Ameivula nigrigula, também conhecido como Calango-da-garganta-preta, é uma espécie diurna de lagarto de médio porte. Ele prefere ambientes arenosos e geralmente está ativo nas horas mais quentes do dia, correndo pelo solo. Foto: Leandro Silva

Physalaemus albifrons, a rã-choradeira, é um anfíbio noturno que costuma aparecer ativo depois de grandes chuvas. Como a maioria dos anfíbios, os machos cantam para atrair as fêmeas, e essa espécie soa como um choro alongado e agudo. Foto: Leandro Silva.

Mussurana (Boiruna sertaneja) é uma espécie típica da Caatinga. É um animal terrestre, que está ativo à noite e se alimenta de diversos tipos de vertebrados, mas é peculiar por consumir com frequência outras serpentes, inclusive venenosas. Pode atingir mais de 2 metros de comprimento. Foto: Leandro Silva

Micrablepharus maximiliani é um lagarto de pequeno porte, conhecido também como lagarto de cauda azul. Esse pequeno animal rasteja sob o folhiço da mata e sua cauda serve para atrair eventuais predadores para longe de suas partes vitais, como cabeça e tronco. Foto: Leandro Silva

Eurolophosaurus nanuzae, o lagartinho de crista do espinhaço, é típico de ambientes de cerrado rupestre, fica ativo o dia todo é bastante comum na serra do espinhaço em Minas Gerais, mas com ocorrências também na Bahia. É um animal que se alimenta espreitando as presas que passam por perto, e por isso geralmente é mais furtivo que outros lagartos, como o Ameivula nigrigula. Foto: Leandro Silva

Um dos destaques da expedição foi o primeiro registro fotográfico dentro do parque da espécie de sapo Trachycephalus mambaiensis, popularmente chamado de perereca-grudenta. Sua reprodução é explosiva, pois ocorre intensamente após grandes chuvas. Seu nome vem da secreção intensa e pegajosa que o animal secreta para se defender de predadores, causando dificuldade do animal em manejar a perereca e irritação devido ao veneno que ela possui. Foto: Leandro Silva

Um dos destaques da expedição foi o primeiro registro fotográfico dentro do parque da espécie de sapo Trachycephalus mambaiensis, popularmente chamado de perereca-grudenta. Sua reprodução é explosiva, pois ocorre intensamente após grandes chuvas. Seu nome vem da secreção intensa e pegajosa que o animal secreta para se defender de predadores, causando dificuldade do animal em manejar a perereca e irritação devido ao veneno que ela possui. Foto: Leandro Silva


Com informações: Júlia Mendes /  ECO

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3 Comentários

1 comentário

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Brasil

Brasil unifica conservação em novo plano nacional de biodiversidade para zerar desmate e restaurar 30% de áreas degradadas

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A Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANB), publicada no fim de novembro, unifica as políticas de conservação brasileiras e busca integrar as agendas de clima, biodiversidade e desertificação, alinhando o país ao Marco Global de Biodiversidade da COP15. O plano estabelece metas ambiciosas até 2030, como zerar a conversão da vegetação nativa, neutralizar a degradação de terras, restaurar pelo menos 30% das áreas degradadas de cada bioma e criar uma rede de conectividade abrangendo ⅓ do território nacional. Especialistas alertam, contudo, que a execução do plano enfrenta grandes desafios políticos e de financiamento no Congresso.

A conservação brasileira ganhou um marco unificado com a publicação da Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANB), que integra clima e biodiversidade com o objetivo de demonstrar que é possível haver produção sem destruição. O plano foi elaborado para alinhar a política nacional ao Marco Global de Biodiversidade da COP15 (2022).


Metas Ambiciosas para 2030 🌳

A EPANB traduz a integração da biodiversidade como solução climática em metas concretas, que serão um ponto de virada na execução de políticas de conservação no país:

  • Desmate Zero: Zerar a conversão da vegetação nativa até 2030.

  • Restauração: Restaurar pelo menos 30% das áreas degradadas ou alteradas de cada bioma até o fim da década.

  • Conectividade: Criar uma rede de conectividade abrangendo ⅓ do território nacional.

  • Conservação Efetiva: Garantir que 80% da Amazônia e 30% dos demais biomas e zonas costeiro-marinhas tenham conservação e manejo eficazes.

A professora Mercedes Bustamante (UnB) destacou que a biodiversidade aumenta o sequestro de carbono, sendo que florestas biodiversas são mais eficientes na mitigação da crise do clima, além de garantir a segurança hídrica e a saúde pública.

Desafios e Coerência Política ⚠️

Embora o plano seja considerado um avanço, com o Brasil anunciando 3,4 milhões de hectares em recuperação, a implementação e regulamentação (que deve ocorrer em até 150 dias) enfrentam grandes desafios políticos e de financiamento:

  • Governança: A falta de conectividade pode inviabilizar a restauração efetiva, exigindo a aplicação da legislação florestal e incentivos. Michel Santos (WWF-Brasil) cobra indicadores claros e um portal de transparência para acompanhar os avanços e cobrar resultados.

  • Terreno Político Adverso: Natália Figueiredo (Proteção Animal Mundial) alertou que o Congresso tem fragilizado a legislação ambiental, com projetos que flexibilizam caçadas e o Código Florestal.

  • Financiamento: Mercedes Bustamante insistiu na necessidade de coerência financeira, pedindo que o Brasil não apenas aumente o financiamento para clima e biodiversidade, mas também retire o financiamento de atividades predatórias.

A Estratégia, que prevê o Programa Nacional de Refaunação, busca integrar soluções baseadas na natureza, justiça territorial e resiliência econômica, alinhando-se a agendas globais como a mobilização de US$ 125 bilhões para florestas tropicais.


Com informações: ECO

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Meio Ambiente

Nilvo Silva Adverte que Derrubada de Vetos na Nova Lei Destrói a Coordenação Ambiental

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A nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental (15.190/2025), aprovada em agosto, pode promover uma “virada histórica” no controle ambiental, dependendo de autodeclarações e regras flexíveis. No entanto, o cenário se agravou com a derrubada, pelo Congresso Nacional, da maioria dos vetos que barravam os dispositivos mais controversos do texto.

O mestre em Desenvolvimento Sustentável e ex-diretor do Ibama, Nilvo Silva, em entrevista exclusiva a ((o))eco, adverte que as mudanças extrapolam a esfera do licenciamento, atingindo o “coração do sistema” de coordenação ambiental e colocando em risco a gestão integrada no país.


Impactos no Sisnama e Fragmentação Regulatória

O Sisnama e Seus Desafios

O Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), originário da Política Nacional de Meio Ambiente da década de 1980, busca estabelecer regras comuns e promover a cooperação entre os entes da federação para proteção ambiental. Nilvo Silva compara-o ao SUS, onde o governo federal define bases gerais e estados/municípios executam políticas específicas. Contudo, ele afirma que o Sisnama nunca foi plenamente implantado.

Retrocesso Institucional

O especialista critica a nova lei, pois ela se recusa a estabelecer uma regra geral, destrói a coordenação entre entes federativos, fragiliza colegiados, amplia o poder discricionário individual e incentiva uma “corrida para o precipício regulatório” entre estados e municípios, fazendo com que os critérios comuns desapareçam. Para ele, é um retrocesso institucional profundo.

Abando das Bases

Ao derrubar grande parte dos vetos ao PL 2159, o Congresso abalou as bases do Sisnama, que já eram frágeis. Nilvo Silva explica que o licenciamento é o principal instrumento das instituições ambientais, usado para avaliar impactos e autorizar ou não um empreendimento. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), desmantelado no governo anterior e agora em recuperação, sempre teve papel ativo na formulação de regras nacionais. A nova lei, com os vetos derrubados, não fortalece essa coordenação: ela fragmenta, elimina normas gerais e entrega uma enorme discricionariedade aos órgãos licenciadores individuais, resultando em uma “colcha de retalhos” em vez de articulação federativa.

Agravamento de Problemas Históricos

O maior problema histórico do licenciamento sempre foi a baixa capacidade dos órgãos ambientais — falta de financiamento, equipes pequenas, pouca gestão e baixa transparência — diante de responsabilidades gigantes. As mudanças legislativas não aumentam essa capacidade; pelo contrário, elas afrouxam regras e reduzem responsabilidades, agravando o problema.

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Outros Pontos de Fragilização

A nova lei permite que a exigência do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), determinada pela Constituição em casos de degradação significativa, não seja cobrada quando o órgão licenciador considerar que não há impacto significativo. Isso transforma um dispositivo constitucional em uma decisão puramente arbitrária, sem critério geral. Além disso:

  • Cada ente da federação poderá definir o que precisa ou não de licenciamento.

  • Cada um definirá o potencial poluidor das atividades.

  • Atividades de alto impacto poderão ser dispensadas.

  • Abre-se margem para corrupção e “caos regulatório”.

Judicialização e Insegurança Jurídica

Nilvo Silva prevê que as mudanças trarão mais judicialização e insegurança para empreendedores privados e públicos. Isenções absurdas, autodeclaração em atividades com potencial significativo e conceitos indefinidos serão levados à Justiça. Embora algumas atividades possam ser facilitadas no curto prazo, o médio e longo prazos trarão uma “enxurrada de conflitos”.

Efeitos para o País

O grande desmonte enfraquece a capacidade de ação do Estado. A autodeclaração em atividades de médio potencial poluidor significa abrir mão de controle. A sociedade perde duplamente: com mais risco ambiental e com instituições mais fracas. A falta de articulação federativa é considerada gravíssima.

Para o especialista, embora haja chance de correção para aspectos pontuais, setores mais modernos perceberão os problemas e pressionarão por mudanças. No entanto, a fragilidade institucional — a destruição da coordenação federativa — pode demorar muito mais a ser corrigida, sendo muito difícil reconstruir o sistema.


Com informações de  ECO

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Meio Ambiente

Circovírus ameaça reintrodução da ararinha-azul na Bahia; 31 aves, incluindo soltas, podem estar infectadas

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O circovírus, uma doença sem tratamento conhecido, já pode ter infectado 31 ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) no município de Curaçá (BA): 11 aves que já estavam em vida livre e 20 em um criadouro conservacionista. O ICMBio investiga a origem do vírus, não descartando que o patógeno tenha chegado com aves importadas da Alemanha, e cobra do criadouro melhorias nas condições sanitárias. Por outro lado, a ONG Blue Sky Caatinga questiona a precisão dos métodos de testagem utilizados pelo ICMBio, que estariam sujeitos a contaminação ambiental

A reintrodução da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) na Caatinga baiana está ameaçada pela disseminação de um circovírus. Segundo o ICMBio (coordenador do projeto), o patógeno já teria infectado 31 aves, sendo 11 que já estavam em vida livre e outras 20 que aguardavam soltura no criadouro conservacionista em Curaçá (BA).

Origem do Vírus e Questionamentos sobre Testagem

O ICMBio informou que está investigando se o vírus é de origem estrangeira ou se já estava no Brasil. O órgão não descarta a hipótese de o patógeno ter chegado com as aves vindas em janeiro do criadouro alemão ACTP. Na época da chegada, um dos 41 animais testou inicialmente positivo, mas exames posteriores o isentaram da contaminação.

Ugo Vercillo, diretor da ONG Blue Sky Caatinga e do Criadouro Ararinha-azul, questiona essa possibilidade, afirmando que as aves foram examinadas na Europa e na chegada ao Brasil, com todos os resultados sendo negativos para enfermidades. Ele também citou que o circovírus é comum em criadouros, feiras e casas em vários estados brasileiros, sendo “pouco crível” que nenhuma ave nativa ou exótica já infectada tenha alcançado o ambiente natural.

Outra discórdia envolve os métodos de testagem:

  • ICMBio: Usou o “PCR em tempo real”, que indicou positivo em 11 aves reintroduzidas.

  • Blue Sky Caatinga: Vercillo alega que esse método é muito sensível e sujeito a contaminação ambiental, defendendo que o método “PCR convencional” – recomendado pela IUCN e usado nas aves importadas – apontou infecção em apenas três delas.

Condições Sanitárias e Multas

O ICMBio emitiu um comunicado descrevendo um auto de infração de R$ 1,8 milhão em multas a Vercillo e ao Criadouro Ararinha-azul, devido a supostas condições sanitárias precárias que aumentariam os riscos de contaminação.

O ICMBio relatou à imprensa que os recintos “não eram limpos diariamente” e que os funcionários não utilizavam equipamentos de proteção.

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Vercillo confirmou ter recebido o auto de infração por suposto descumprimento de medidas de biossegurança, mas solicitou acesso ao processo para poder recorrer. Ele afirma que as condições do criadouro estão sendo aprimoradas e que o baixo índice de óbitos e o sucesso reprodutivo (14 filhotes) atestam o cuidado exímio.

Enquanto o impasse sobre a origem e a testagem não se resolve em reunião futura, o ICMBio prioriza a separação segura dos animais positivos e negativos, visando proteger as 103 ararinhas-azuis atualmente presentes no criadouro.


Com informações: ICMBio, Blue Sky Caatinga, Conexão Planeta, Folha de S. Paulo e ECO

 

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