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Trump chama Zelensky de ‘ditador’ e diz que ele precisa ‘agir rápido’

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Presidente dos EUA está pressionando para que Kiev aceite um acordo de paz com Moscou e voltou a culpar país pela guerra

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, subiu o tom contra o mandatário da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e redobrou o ataque ao definir seu homólogo como um “ditador sem eleições” e “comediante modesto”.

A fala do republicano foi publicada em sua própria rede social, a Truth, na esteira do início das negociações entre EUA e Rússia para tentar colocar fim à guerra na Ucrânia. As conversas entre os países acontece à revelia de Kiev e da Europa, que criticou ser excluída.

O tom de Trump subiu após Zelensky falar que o líder da Casa Branca vive em uma “bolha de desinformação” e que havia supostamente favorecido o líder russo, Vladimir Putin, ao ter rompido o isolamento imposto a Moscou por aliados ocidentais desde o início da guerra lançada em 2022.

Para Trump, a guerra, que completa três anos na próxima segunda-feira (24/02), foi deflagrada por Kiev e que o país “convenceu os Estados Unidos a gastar US$ 350 bilhões (carca de R$ 2 trilhões) para entrar em uma guerra que não poderia ser vencida, que nunca devia ter começado”.

O número anunciado por Trump é menor que o apontado pelo Instituto para Economia Mundial de Kiel, que fala em cerca de R$ 680 bilhões até final de 2024.

Segundo o presidente norte-americano, Zelensky “se recusa a fazer eleições, está muito mal nas pesquisas, e a única coisa em que ele era bom era em manipular [seu antecessor Joe] Biden”.

“Zelensky, um ditador sem eleições, precisa agir rápido, ou não vai sobrar nada do país. Enquanto isso, estamos negociando com sucesso com a Rússia um fim para a guerra, algo que todos admitem que somente o governo Trump pode fazer”, salientou.

Trump questionou a legitimidade de Zelensky pelo fato de o mandato do atual presidente da Ucrânia expirou em maio do ano passado e não houve novas eleições no país. O mandatário alega que não convocou um novo pleito porque o território está sob lei marcial desde o começo do conflito.

Mas há pesquisas eleitorais que apontam que, hoje, Zelensky poderia perder a reeleição para Valeri Zalujni, que é ex-chefe das Forças Armadas.

Fim da guerra na Ucrânia

O presidente ainda disse que a Europa “fracassou” ao buscar a paz e acusou Zelensky de querer arrastar o conflito. “Eu amo a Ucrânia, mas Zelensky fez um trabalho terrível. O país dele está destruído, e milhões morreram desnecessariamente”, concluiu o magnata.

Trump tem pressionado para que Kiev aceite um acordo de paz com Moscou, que teria a renúncia aos territórios conquistados pela Rússia, e a pagar de volta a ajuda financeira recebida dos EUA nos últimos três anos, por meio do acesso privilegiado para norte-americanos às terras raras do país.

Na terça-feira (18/02), as delegações da Rússia e dos Estados Unidos realizaram uma reunião na capital da Arábia Saudita, Riad.

Foi debatida a reconstrução das relações entre Moscou e Washington, os preparativos para uma reunião entre os presidentes Putin e Trump, bem como as perspectivas para resolver o conflito na Ucrânia.

Durante a reunião que durou mais de quatro horas, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, concordaram em nomear “equipes de alto nível para começar a trabalhar em um caminho para acabar com o conflito na Ucrânia o mais rápido possível”.


(*) Com Ansa.

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