Zeca Dirceu pede intercessão de Lula para retomar exportações de frango

Deputado Zeca Dirceu solicita ao presidente Lula mediação com China e UE após suspensão de exportações de frango. Prejuízos chegam a R$ 1 bi por mês, afetando fortemente o Paraná.

Zeca Dirceu pede intercessão de Lula para retomar exportações de frango

O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) solicitou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que atue como interlocutor junto às autoridades da China e da União Europeia para a rápida retomada das exportações brasileiras de carne de frango. A suspensão foi decretada após a detecção de um caso de gripe aviária (influenza aviária altamente patogênica) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, em maio de 2025.

Em ofício encaminhado ao presidente na sexta-feira (8/8), Zeca Dirceu destacou a importância estratégica do setor para a economia nacional e regional. “Solicito a Vossa Excelência que sejam envidados esforços junto às autoridades chinesas e europeias para a rápida reabilitação do comércio de carne de frango brasileira, garantindo a segurança sanitária e a retomada das exportações, essenciais para o fortalecimento do setor e para a economia nacional”, escreveu.

Impacto econômico supera R$ 1 bilhão por mês

A suspensão das compras por parte da China e da União Europeia tem gerado impactos significativos. Segundo estimativas citadas no documento, os prejuízos econômicos chegam a mais de R$ 1 bilhão por mês.

O Paraná, um dos maiores produtores e exportadores de carne de frango do país, é um dos estados mais afetados. A cadeia produtiva do frango representa a maior parcela das exportações de carnes no estado. Em 2024, foram embarcados US$ 1,32 bilhão em frango in natura — um aumento de 14,4% em relação ao ano anterior. O produto é o segundo item alimentício mais exportado pelo Paraná, perdendo apenas para a soja em grão (US$ 1,47 bilhão).

Suspensão afeta mercado global

A China é o maior comprador da carne de frango brasileira. Em 2024, importou 562,2 mil toneladas, o equivalente a cerca de 10,8% do total exportado pelo Brasil. A União Europeia, por sua vez, é o sétimo maior destino, com 231,8 mil toneladas comercializadas no mesmo período, ou 4,49% do total, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Apesar do caso de gripe aviária ter sido isolado e localizado no Rio Grande do Sul, as exigências sanitárias previstas nos acordos comerciais levaram à suspensão das importações por todo o território nacional, tanto pela China quanto pela UE. A Argentina também adotou medida semelhante.

Apelo por ação diplomática e sanitária

Zeca Dirceu ressaltou que o Brasil mantém um dos sistemas de vigilância sanitária mais robustos entre os grandes exportadores de proteína animal. A rápida detecção do foco e as ações imediatas de contenção foram destacadas como demonstrações de eficiência do Serviço Veterinário Oficial.

O deputado defendeu que, diante do controle do surto e da ausência de novos casos, o país já cumpriu os protocolos internacionais e deve ter suas exportações restabelecidas. “É fundamental que o governo brasileiro atue com urgência na diplomacia comercial para garantir a volta das parcerias com esses mercados estratégicos”, afirmou.

Com informações: PT